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Pontos de corte da resposta ao broncodilatador e valores de referência para VEF 0,75 em espirometria de pré-escolares

RESUMO

Objetivo:

Determinar os pontos de corte de resposta ao broncodilatador do VEF1, VEF0,75, VEF0,5 e FEF25-75% em crianças pré-escolares saudáveis e gerar valores de referência para o VEF0,75.

Métodos:

Foi realizado um estudo transversal de base comunitária em crianças de 3-5 anos de idade. Pré-escolares saudáveis foram selecionados por um questionário padronizado. Foi realizada espirometria antes e depois do uso de broncodilatador. Foram definidos os pontos de corte dessa resposta como o percentil 95 de variação em cada parâmetro.

Resultados:

Foram recrutadas 266 crianças, e 160 (60,0%) foram capazes de gerar manobras expiratórias aceitáveis e reprodutíveis antes e depois do uso de broncodilatador. As médias de idade e estatura dos participantes foram 57,78 ± 7,86 meses e 106,56 ± 6,43 cm, respectivamente. A taxa de sucesso para o VEF0,5 foi de 35%, 68% e 70%, respectivamente, nos participantes com 3, 4 e 5 anos de idade. O percentil 95 de variação percentual do valor previsto na resposta ao broncodilatador foram, respectivamente, de 11,6%, 16,0%, 8,5% e 35,5%, para VEF1, VEF0,75, VEF0,5 e FEF25-75%.

Conclusões:

Nossos resultados definiram pontos de corte de resposta ao broncodilatador para o VEF1, VEF0,75, VEF0,5 e FEF25-75 em crianças pré-escolares saudáveis. Adicionalmente, foram propostas equações de referência para o VEF0,75, separadas por sexo. Os achados deste estudo podem melhorar a avaliação fisiológica da função respiratória em pré-escolares.

Descritores:
Espirometria; Broncodilatadores; Valores de referência; Pré-escolar

ABSTRACT

Objective:

To determine the cut-off points for FEV1, FEV0.75, FEV0.5, and FEF25-75% bronchodilator responses in healthy preschool children and to generate reference values for FEV0.75.

Methods:

This was a cross-sectional community-based study involving children 3-5 years of age. Healthy preschool children were selected by a standardized questionnaire. Spirometry was performed before and after bronchodilator use. The cut-off point of the response was defined as the 95th percentile of the change in each parameter.

Results:

We recruited 266 children, 160 (60%) of whom were able to perform acceptable, reproducible expiratory maneuvers before and after bronchodilator use. The mean age and height were 57.78 ± 7.86 months and 106.56 ± 6.43 cm, respectively. The success rate for FEV0.5 was 35%, 68%, and 70% in the 3-, 4-, and 5-year-olds, respectively. The 95th percentile of the change in the percentage of the predicted value in response to bronchodilator use was 11.6%, 16.0%, 8.5%, and 35.5% for FEV1, FEV0.75, FEV0.5, and FEF25-75%, respectively.

Conclusions:

Our results provide cut-off points for bronchodilator responsiveness for FEV1, FEV0.75, FEV0.5, and FEF25-75% in healthy preschool children. In addition, we proposed gender-specific reference equations for FEV0.75. Our findings could improve the physiological assessment of respiratory function in preschool children.

Keywords:
Spirometry; Bronchodilator agents; Reference values; Child, preschool

INTRODUÇÃO

A espirometria com avaliação da resposta ao broncodilatador faz parte da rotina de investigação de doenças respiratórias da criança e do adulto, mas é pouco utilizada em pré-escolares. Na criança, os poucos estudos que definiram pontos de corte de resposta ao broncodilatador o fizeram em relação ao VEF1 e definiram percentuais variáveis, de 9% a 14% em relação ao valor basal e de 9% a 10% em relação ao VEF1 previsto.11. Casan P, Roca J, Sanchis J. Spirometric response to a bronchodilator. Reference values for healthy children and adolescents. Bull Eur Physiopathol Respir. 1983;19(6):567-9.

2. Bussamra MH, Cukier A, Stelmach R, Rodrigues JC. Evaluation of the magnitude of the bronchodilator response in children and adolescent with asthma. Chest. 2005;127(2):530-5. http://dx.doi.org/10.1378/chest.127.2.530
https://doi.org/10.1378/chest.127.2.530...

3. Galant SP, Morphew T, Amaro S, Liao O. Value of the bronchodilator response in assessing controller naïve asthmatic children. J Pediatr. 2007;151(5):457-62, 462.e1.
-44. Dundas I, Chan EY, Bridge PD, McKenzie SA. Diagnostic accuracy of bronchodilator responsiveness in wheezy children. Thorax. 2005;60(1):13-6. http://dx.doi.org/10.1136/thx.2004.029934
https://doi.org/10.1136/thx.2004.029934...
Ainda não há um posicionamento das sociedades norte-americana e europeia sobre quais pontos de corte seriam mais adequados para a criança. Em pré-escolares, não há estudos suficientes para a padronização desses pontos de corte por essas sociedades.55. Pellegrino R, Viegi G, Brusasco V, Crapo RO, Burgos F, Casaburi R, et al. Interpretative strategies for lung function tests. Eur Respir J. 2005;26(5):948-68. http://dx.doi.org/10.1183/09031936.05.00035205
https://doi.org/10.1183/09031936.05.0003...
,66. Beydon N, Davis SD, Lombardi E, Allen JL, Arets HG, Aurora P, et al. An official American Thoracic Society/European Respiratory Society statement: pulmonary function testing in preschool children. Am J Respir Crit Care Med. 2007;175(12):1304-45. http://dx.doi.org/10.1164/rccm.200605-642ST
https://doi.org/10.1164/rccm.200605-642S...

Em relação aos pré-escolares, um fator limitante é a baixa proporção daqueles que conseguem expirar por um segundo ou mais (de 34% a 90% em diversos estudos). 77. Burity EF, Pereira CA, Rizzo JÂ, Sarinho ES, Jones MH. Early termination of exhalation: effect on spirometric parameters in healthy preschool children. J Bras Pneumol. 2011;37(4):464-70. http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132011000400008
https://doi.org/10.1590/S1806-3713201100...

8. Nystad W, Samuelsen SO, Nafstad P, Edvardsen E, Stensrud T, Jaakkola JJ. Feasibility of measuring lung function in preschool children. Thorax. 2002;57(12):1021-7. http://dx.doi.org/10.1136/thorax.57.12.1021
https://doi.org/10.1136/thorax.57.12.102...

9. Zapletal A, Chalupová J. Forced expiratory parameters in healthy preschool children (3-6 years of age). Pediatr Pulmonol. 2003;35(3):200-7. http://dx.doi.org/10.1002/ppul.10265
https://doi.org/10.1002/ppul.10265...

10. Aurora P, Stocks J, Oliver C, Saunders C, Castle R, Chaziparasidis G, et al. Quality control for spirometry in preschool children with and without lung disease. Am J Respir Crit Care Med. 2004;169(10):1152-9. http://dx.doi.org/10.1164/rccm.200310-1453OC
https://doi.org/10.1164/rccm.200310-1453...

11. Eigen H, Bieler H, Grant D, Christoph K, Terril D, Heilman DK, et al. Spirometric pulmonary function in healthy preschool children. Am J Respir Crit Care Med. 2001;163(3 Pt 1):619-23. http://dx.doi.org/10.1164/ajrccm.163.3.2002054
https://doi.org/10.1164/ajrccm.163.3.200...
-1212. Crenesse D, Berlioz M, Bourrier T, Albertini M. Spirometry in children aged 3 to 5 years: reliability of forced expiratory maneuver. Pediatr Pulmonol. 2001;32(1):56-61. http://dx.doi.org/10.1002/ppul.1089
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) Para esses, medidas do VEF em 0,5 do primeiro segundo da CVF (VEF0,5) ou do VEF em 0,75 do primeiro segundo da CVF (VEF0,75) podem substituir o VEF1. A American Thoracic Society e a European Respiratory Society (ATS/ERS) recomendam que, em espirometria de pré-escolares, o VEF0,5 e o VEF0,75 devem sempre ser reportados.66. Beydon N, Davis SD, Lombardi E, Allen JL, Arets HG, Aurora P, et al. An official American Thoracic Society/European Respiratory Society statement: pulmonary function testing in preschool children. Am J Respir Crit Care Med. 2007;175(12):1304-45. http://dx.doi.org/10.1164/rccm.200605-642ST
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) Vários estudos têm demonstrado que esses parâmetros são reprodutíveis.77. Burity EF, Pereira CA, Rizzo JÂ, Sarinho ES, Jones MH. Early termination of exhalation: effect on spirometric parameters in healthy preschool children. J Bras Pneumol. 2011;37(4):464-70. http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132011000400008
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,88. Nystad W, Samuelsen SO, Nafstad P, Edvardsen E, Stensrud T, Jaakkola JJ. Feasibility of measuring lung function in preschool children. Thorax. 2002;57(12):1021-7. http://dx.doi.org/10.1136/thorax.57.12.1021
https://doi.org/10.1136/thorax.57.12.102...
,1010. Aurora P, Stocks J, Oliver C, Saunders C, Castle R, Chaziparasidis G, et al. Quality control for spirometry in preschool children with and without lung disease. Am J Respir Crit Care Med. 2004;169(10):1152-9. http://dx.doi.org/10.1164/rccm.200310-1453OC
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,1212. Crenesse D, Berlioz M, Bourrier T, Albertini M. Spirometry in children aged 3 to 5 years: reliability of forced expiratory maneuver. Pediatr Pulmonol. 2001;32(1):56-61. http://dx.doi.org/10.1002/ppul.1089
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13. Piccioni P, Borraccino A, Forneris MP, Migliore E, Carena C, Bignamini E, et al. Reference values of Forced Expiratory Volumes and pulmonary flows in 3-6 year children: a cross-sectional study. Respir Res. 2007;8:14. http://dx.doi.org/10.1186/1465-9921-8-14
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-1414. Pesant C, Santschi M, Praud JP, Geoffroy M, Niyonsenga T, Vlachos-Mayer H. Spirometry pulmonary function in 3-to 5-year-old children. Pediatr Pulmonol. 2007;42(3):263-71. http://dx.doi.org/10.1002/ppul.20564
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Diversas equações de valores de referência para VEF0,5 e VEF0,75 já foram publicadas em populações variadas.1313. Piccioni P, Borraccino A, Forneris MP, Migliore E, Carena C, Bignamini E, et al. Reference values of Forced Expiratory Volumes and pulmonary flows in 3-6 year children: a cross-sectional study. Respir Res. 2007;8:14. http://dx.doi.org/10.1186/1465-9921-8-14
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14. Pesant C, Santschi M, Praud JP, Geoffroy M, Niyonsenga T, Vlachos-Mayer H. Spirometry pulmonary function in 3-to 5-year-old children. Pediatr Pulmonol. 2007;42(3):263-71. http://dx.doi.org/10.1002/ppul.20564
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15. Jeng MJ, Chang HL, Tsai MC, Tsao PC, Yang CF, Lee YS, et al. Spirometric pulmonary function parameters of healthy Chinese children aged 3-6 years in Taiwan. Pediatr Pulmonol. 2009;44(7):676-82. http://dx.doi.org/10.1002/ppul.21038
https://doi.org/10.1002/ppul.21038...

16. Pérez-Yarza EG, Villa JR, Cobos N, Navarro M, Salcedo A, Martín C, et al. Forced spirometry in healthy preschool children [Article in Spanish]. An Pediatr (Barc). 2009;70(1):3-11. http://dx.doi.org/10.1016/j.anpedi.2008.10.003
https://doi.org/10.1016/j.anpedi.2008.10...
-1717. Burity EF, Pereira CA, Rizzo JA, Britto MC, Sarinho ES. Reference values for spirometry in preschool children. J Pediatr (Rio J). 2013;89(4):374-80. http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2013.01.002
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Em um estudo caso-controle1818. Borrego LM, Stocks J, Almeida I, Stanojevic S, Antunes J, Leiria-Pinto P, et al. Bronchodilator responsiveness using spirometry in healthy and asthmatic preschool children. Arch Dis Child. 2013;98(2):112-7. http://dx.doi.org/10.1136/archdischild-2012-301819
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foram encontrados pontos de corte de resposta ao broncodilatador: 14% em relação aos valores do VEF1 e VEF0,75 basal e 33% em relação ao FEF25-75%. Em outro estudo,1919. Linares Passerini M, Meyer Peirano R, Contreras Estay I, Delgado Becerra I, Castro-Rodriguez JA. Utility of bronchodilator response for asthma diagnosis in Latino preschoolers. Allergol Immunopathol (Madr). 2014;42(6):553-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.aller.2014.02.004
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) os autores encontraram os pontos de corte de 10%, 11% e 25%, respectivamente, para VEF1, VEF0,5 e FEF25-75% basal; porém, com baixa sensibilidade para o diagnóstico de asma (12%, 30% e 41%, respectivamente) e especificidade de 84%, 90% e 80%, respectivamente.99. Zapletal A, Chalupová J. Forced expiratory parameters in healthy preschool children (3-6 years of age). Pediatr Pulmonol. 2003;35(3):200-7. http://dx.doi.org/10.1002/ppul.10265
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Como a espirometria é um teste de baixo custo e não invasivo e como vários estudos77. Burity EF, Pereira CA, Rizzo JÂ, Sarinho ES, Jones MH. Early termination of exhalation: effect on spirometric parameters in healthy preschool children. J Bras Pneumol. 2011;37(4):464-70. http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132011000400008
https://doi.org/10.1590/S1806-3713201100...
,88. Nystad W, Samuelsen SO, Nafstad P, Edvardsen E, Stensrud T, Jaakkola JJ. Feasibility of measuring lung function in preschool children. Thorax. 2002;57(12):1021-7. http://dx.doi.org/10.1136/thorax.57.12.1021
https://doi.org/10.1136/thorax.57.12.102...
,1010. Aurora P, Stocks J, Oliver C, Saunders C, Castle R, Chaziparasidis G, et al. Quality control for spirometry in preschool children with and without lung disease. Am J Respir Crit Care Med. 2004;169(10):1152-9. http://dx.doi.org/10.1164/rccm.200310-1453OC
https://doi.org/10.1164/rccm.200310-1453...
,1212. Crenesse D, Berlioz M, Bourrier T, Albertini M. Spirometry in children aged 3 to 5 years: reliability of forced expiratory maneuver. Pediatr Pulmonol. 2001;32(1):56-61. http://dx.doi.org/10.1002/ppul.1089
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13. Piccioni P, Borraccino A, Forneris MP, Migliore E, Carena C, Bignamini E, et al. Reference values of Forced Expiratory Volumes and pulmonary flows in 3-6 year children: a cross-sectional study. Respir Res. 2007;8:14. http://dx.doi.org/10.1186/1465-9921-8-14
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-1414. Pesant C, Santschi M, Praud JP, Geoffroy M, Niyonsenga T, Vlachos-Mayer H. Spirometry pulmonary function in 3-to 5-year-old children. Pediatr Pulmonol. 2007;42(3):263-71. http://dx.doi.org/10.1002/ppul.20564
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já comprovaram que crianças pré-escolares conseguem realizar medidas de VEF0,5 e VEF0,75 aceitáveis e reprodutíveis, é necessário que sejam determinados pontos de corte de resposta ao broncodilatador adequados para essa faixa etária para tornar esse teste aplicável na prática clínica diária. Apenas dois estudos1818. Borrego LM, Stocks J, Almeida I, Stanojevic S, Antunes J, Leiria-Pinto P, et al. Bronchodilator responsiveness using spirometry in healthy and asthmatic preschool children. Arch Dis Child. 2013;98(2):112-7. http://dx.doi.org/10.1136/archdischild-2012-301819
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,1919. Linares Passerini M, Meyer Peirano R, Contreras Estay I, Delgado Becerra I, Castro-Rodriguez JA. Utility of bronchodilator response for asthma diagnosis in Latino preschoolers. Allergol Immunopathol (Madr). 2014;42(6):553-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.aller.2014.02.004
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fizeram essa avaliação exclusivamente em pré-escolares.

O presente estudo tem como objetivos determinar, em pré-escolares assintomáticos (saudáveis, do ponto de vista respiratório), pontos de corte de resposta ao broncodilatador dos parâmetros VEF1, VEF0,75, VEF0,5 e FEF25-75%, utilizando-se o percentil 95 de resposta ao broncodilatador, e definir valores de referência para o VEF0,75 nessa população.

MÉTODOS

Realizou-se um estudo de base comunitária, com coleta de dados entre fevereiro e dezembro de 2014 em pré-escolares de 3 a 5 anos de idade selecionados de 18 creches e escolas públicas da cidade do Recife (PE), Brasil.

Foi selecionada uma amostra de conveniência, priorizando-se as escolas e creches com maior número de crianças e situadas nas regiões Central, Norte e Oeste da cidade. Foi realizado o cálculo amostral para identificar o número de crianças necessário para se conseguir um aumento percentual médio do VEF0,75, após o uso de broncodilatador, de 4,5% e com um desvio-padrão de 5,1% - valor encontrado no estudo de Borrego et al.,1818. Borrego LM, Stocks J, Almeida I, Stanojevic S, Antunes J, Leiria-Pinto P, et al. Bronchodilator responsiveness using spirometry in healthy and asthmatic preschool children. Arch Dis Child. 2013;98(2):112-7. http://dx.doi.org/10.1136/archdischild-2012-301819
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com 95% de confiança, admitindo-se um erro de estimação de 1%, conforme o cálculo amostral de Pardos et al.2020. Pardos Martínez C, Fuertes Fernández-Espinar J, Nerín De La Puerta I, González Pérez-Yarza E. Cut-off point for a positive bronchodilation test [Article in Spanish]. An Esp Pediatr. 2002;57(1):5-11. http://dx.doi.org/10.1016/S1695-4033(02)77885-5
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Foi encontrado o número mínimo de 100 crianças.

Para a caracterização da amostra, utilizou-se o questionário para o diagnóstico de asma da ATS e Division of Lung Diseases , ATS-DLD-78-C, adaptado e previamente validado para uso no Brasil, em crianças de 4 meses a 13 anos de idade.2121. Esteves AR. Adaptação e validação do questionário "ATS-DLD-78-C" para diagnóstico de asma em crianças com até 13 anos [dissertation]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo; 1995. Esse questionário foi aplicado por dois dos autores do presente estudo.

Foram critérios de inclusão: crianças com 3-5 anos de idade, nascidas a termo, com peso de nascimento ≥ 2.500 g e assintomáticos respiratórios, ou seja, participantes sem sintomas de asma (dispneia, chiado, tosse recorrente ou dispneia aos esforços) e sem outras doenças respiratórias. Foram critérios de exclusão: presença de doença respiratória ao nascer com uso de oxigênio por mais de 24 h; doença respiratória crônica (displasia broncopulmonar, fibrose cística, bronquiolite obliterante); malformações torácicas e pulmonares; bronquiolite viral aguda nos últimos seis meses; rinofaringite aguda atual; doença cardíaca; e outras doenças graves (imunodeficiências, doenças neurológicas e síndromes genéticas). Esses critérios foram determinados pelo uso de um questionário aplicado até uma semana antes do teste. O teste era suspenso caso a criança apresentasse sinais de rinofaringite aguda na hora de sua realização.

Os testes foram realizados nas próprias escolas, no horário da manhã, pelo pesquisador principal. Foi aceito um volume retroextrapolado < 80 ml ou 12,5% da CVF, conforme recomendado para pré-escolares.66. Beydon N, Davis SD, Lombardi E, Allen JL, Arets HG, Aurora P, et al. An official American Thoracic Society/European Respiratory Society statement: pulmonary function testing in preschool children. Am J Respir Crit Care Med. 2007;175(12):1304-45. http://dx.doi.org/10.1164/rccm.200605-642ST
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O objetivo foi obter duas curvas expiratórias máximas aceitáveis, com variação igual ou menor que 10% entre os dois maiores valores de CVF, VEF1 e VEF0,75 e variação igual ou menor que 5% entre os dois maiores valores de VEF0,5. Foram aceitas curvas com tempo expiratório forçado (TEF) mínimo de 0,5 s, tendo ou não final abrupto. O tempo máximo de realização dos testes foi de 25 min. Utilizaram-se telas de incentivo, e o teste foi precedido por um breve treinamento de até 5 min. Foram repetidas todas as espirometrias 15 min após a aplicação de 400 µg de salbutamol por inalador pressurizado, conforme recomendado pela ATS/ERS.66. Beydon N, Davis SD, Lombardi E, Allen JL, Arets HG, Aurora P, et al. An official American Thoracic Society/European Respiratory Society statement: pulmonary function testing in preschool children. Am J Respir Crit Care Med. 2007;175(12):1304-45. http://dx.doi.org/10.1164/rccm.200605-642ST
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Foi utilizado um espaçador com máscara facial, em alumínio (inAl-air; RSMed, Belo Horizonte, Brasil). Os testes foram realizados com as crianças sentadas. Não foi utilizado clipe nasal pela comprovação de que, em crianças, não existe diferença significante entre utilizá-lo ou não.2222. Chavasse R, Johnson P, Francis J, Balfour-Lynn I, Rosenthal M, Bush A. To clip or not to clip? Noseclips for spirometry. Eur Respir J. 2003;21(5):876-8. http://dx.doi.org/10.1183/09031936.03.00048303
https://doi.org/10.1183/09031936.03.0004...
Os testes foram realizados com espirômetro portátil validado pela ATS (Koko; Ferraris Respiratory, Louisville, CO, EUA). A calibração foi realizada no local do exame antes de cada série de testes, com a utilização de uma seringa de três litros, respeitando os limites de volume e fluxo aceitáveis.2323. Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Diretrizes para testes de função pulmonar. J Pneumol. 2002;28(Suppl 3):S59-S62. Foram medidas a temperatura e a umidade da sala, com entrada desses dados no software. Para se conseguir manobras aceitáveis, as sessões de testes eram suspensas após uma média de oito tentativas, ou antes, caso a criança demonstrasse fadiga ou desinteresse em continuar.

Os parâmetros espirométricos avaliados foram CVF, VEF1, VEF0,75, VEF0,5 e FEF25-75%. Os valores dos mesmos foram obtidos das duas melhores curvas fluxo-volume, aceitáveis e reprodutíveis.66. Beydon N, Davis SD, Lombardi E, Allen JL, Arets HG, Aurora P, et al. An official American Thoracic Society/European Respiratory Society statement: pulmonary function testing in preschool children. Am J Respir Crit Care Med. 2007;175(12):1304-45. http://dx.doi.org/10.1164/rccm.200605-642ST
https://doi.org/10.1164/rccm.200605-642S...
Dentre essas melhores curvas, os critérios para definir os valores de FEF25-75% foram os seguintes: nas curvas com TEF máximo < 0,75 s, o FEF25-75% foi retirado da curva com maior VEF0,5 e a maior soma VEF0,5 + CVF; nas curvas com TEF máximo < 1 s, o FEF25-75% foi retirado da curva com maior VEF0,75 e a maior soma VEF0,75 + CVF; e nas curvas com TEF máximo ≥ 1 s, esse foi retirado da curva com maior VEF1 e a maior soma VEF1 + CVF. As variáveis utilizadas para estabelecer os pontos de corte de resposta ao broncodilatador foram a variação percentual em relação ao valor previsto, a variação percentual em relação ao valor basal e as variações absolutas de VEF1, VEF0,75, VEF0,5 e FEF25-75%.

A análise estatística foi realizada através do programa IBM SPSS Statistics, versão 21 (IBM Corporation, Armonk, NY, EUA). As variáveis numéricas foram descritas em médias, medianas e percentis. As variáveis categóricas foram apresentadas em proporções. A reprodutibilidade das medidas espirométricas realizadas foi testada pelo coeficiente de correlação intraclasse (CCI). O peso, a estatura e o IMC foram apresentados em escore Z.2424. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição [homepage on the Internet]. Brasília: o Ministério; [cited 2015 Aug 1]. Incorporação das curvas de crescimento da Organização Mundial da Saúde de 2006 e 2007 no SISVAN. [Adobe Acrobat document, 38p.]. Available from: http/www.nutrição.saúde.gov.br/docs/geral/curvas_oms_2006_2007.pdf
http/www.nutrição.saúde.gov.br/docs/gera...

O teste de normalidade utilizado foi o de Shapiro-Wilk. Realizou-se o teste t de Student para amostras pareadas para a comparação de médias basal e pós-broncodilatador dos parâmetros espirométricos.

As variações pós-broncodilatador foram calculadas utilizando-se as seguintes fórmulas:

(valor pós-broncodilatador − valor inicial) × 100/valor inicial

(valor pós-broncodilatador − valor inicial) × 100/valor previsto

Os valores previstos foram derivados de equação de referência realizada por este grupo de pesquisadores em um estudo prévio,1717. Burity EF, Pereira CA, Rizzo JA, Britto MC, Sarinho ES. Reference values for spirometry in preschool children. J Pediatr (Rio J). 2013;89(4):374-80. http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2013.01.002
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para a mesma população alvo. Por faltar, naquela equação1717. Burity EF, Pereira CA, Rizzo JA, Britto MC, Sarinho ES. Reference values for spirometry in preschool children. J Pediatr (Rio J). 2013;89(4):374-80. http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2013.01.002
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, os valores de referência para o VEF0,75, os mesmos foram calculados no presente estudo, através de regressão linear.

Para se definir os pontos de corte de resposta ao broncodilatador para o VEF1, VEF0,75, VEF0,5 e FEF25-75% foram calculados os percentis 95 dessa resposta em relação aos valores basal, previsto e absoluto para cada um desses parâmetros.

Foi calculado o coeficiente de correlação de Spearman para se avaliar a correlação entre os índices de resposta ao broncodilatador testados e as variáveis idade, estatura e VEFt iniciais (VEF1, VEF0,75 e VEF0,5).

O projeto do presente estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira, com número de aprovação 2616-11. Foi obtido dos pais ou responsáveis dos pré-escolares o termo de consentimento livre e esclarecido, assim como foi assinado um termo de responsabilidade dos pesquisadores.

RESULTADOS

Das 462 crianças elegíveis, 447 preencheram os questionários. Das 447, 41 (9%) faziam parte dos critérios de exclusão e 34 (8%) foram perdas: 26 por faltar à escola nos dias dos testes e 8 por recusa em realizá-lo. Dos 372 pré-escolares restantes, 266 (71%) foram classificados como assintomáticos respiratórios. Dos 266, 56 (21,0%) não conseguiram realizar o teste adequadamente e 50 (19,0%) não realizaram a fase pós-broncodilatador corretamente. A amostra final foi de 160 pré-escolares assintomáticos (60% dos 266 iniciais). O fluxograma de formação da amostra do presente estudo pode ser visualizado na Figura 1.

Figura 1
Fluxograma da formação da amostra de 160 pré-escolares assintomáticos da cidade do Recife (PE). BD: broncodilatador.

Os dados demográficos da amostra estão apresentados na Tabela 1. Das crianças que realizaram testes aceitáveis, com relação à idade, temos que 19 (12%) tinham 3 anos, 74 (46%) tinham 4 anos, e 67 (42%) tinham 5 anos. Em 99% dos testes foram obtidas curvas com volume retroextrapolado ≤ 5%, e, em 95% desses, a diferença entre os dois maiores valores de CVF, VEF1, VEF0,75 e VEF0,5 foi < 5%, demonstrando uma alta reprodutibilidade.

Tabela 1
Características sociodemográficas da população estudada. Recife (PE), entre fevereiro e dezembro de 2014.a

Foram calculados os CCIs das duas maiores medidas de cada uma das variáveis espirométricas testadas. Os valores médios (e respectivos IC95%) de CCI para CVF e VEF1 foram de, respectivamente, 0,994 (0,990-0,996) e 0,993 (0,989-0,996). Para VEF0,75, VEF0,5, e FEF25-75%, esses foram, respectivamente, de 0,993 (0,990-0,995), 0,992 (0,990-0,994) e 0,935 (0,913-0,951).

Das 266 crianças iniciais, por idade, foram considerados aceitáveis e reprodutíveis os valores de CVF, VEF1, VEF0,75 e VEF0,5 como segue: naqueles com 3 anos de idade, em 5%, 7%, 9% e 37% dos casos, respectivamente; naqueles com 4 anos, em 23%, 29%, 39% e 68%; e naqueles com 5 anos, em 23%, 26%, 44% e 70%.

Os testes foram considerados inaceitáveis em 63% das crianças com 3 anos, em 32% das com 4 anos e em 30% daquelas com 5 anos. A prova de resposta ao broncodilatador foi considerada inadequada em 19% das crianças com 3 anos, em 20% daquelas com 4 anos e em 20% daquelas com 5 anos, percentuais esses muito semelhantes entre si.

As médias basal e pós-broncodilatador de CVF, VEF1, VEF0,75, VEF0,5 e FEF25-75% estão apresentadas na Tabela 2. Observam-se diferenças significantes entre as médias pré- e pós-broncodilatador dos parâmetros testados (p < 0,005). Proporcionalmente, as médias e as medianas das variações pré- e pós-broncodilatador - de distribuição não normal - de CVF, VEF1, VEF0,75, VEF0,5 e FEF25-75% podem ser visualizadas na Tabela 2.

Tabela 2
Valores médios e dispersões dos parâmetros espirométricos basais e pós-broncodilatador dos pré-escolares da amostra.

Para o cálculo dos valores de referência do VEF0,75, foram derivadas equações de referência separadas por sexo, através de regressão linear. Para o sexo masculino, a equação e o limite inferior (LI) são os seguintes:

VEF0,75 = estatura × 0,013 + peso × 0,010

LI = valor previsto − 0,21(5º percentil do resíduo)

Para o sexo feminino, temos:

VEF0,75 = estatura × 0,008 + idade × 0,008 + peso × 0,013

LI = valor previsto − 0,19.

A dispersão do VEF0,75 pode ser visualizada na Figura 2.

Figura 2
Gráficos de dispersão do VEF em 0,75 segundo da CVF (VEF0,75) em relação a estatura e peso nos pré-escolares estudados do sexo masculino (A e B) e do sexo feminino (C e D).

Os pontos de corte de resposta ao broncodilatador encontrados através do percentil 95 dessa resposta para VEF1, VEF0,75, VEF0,5 e FEF25-75% estão detalhados na Tabela 3.

Tabela 3
Variação dos percentis de resposta ao broncodilatador do VEF1, VEF0,5, VEF0,75 e FEF25-75%, expressos em percentual do previsto, percentual do valor basal e variação absoluta, dos pré-escolares da amostra.

Na Tabela 4 estão apresentados os coeficientes de correlação de Spearman entre as três expressões de pontos de corte de resposta ao broncodilatador de VEF0,5 e VEF0,75 com a idade, estatura e VEFt (VEF0,5 e VEF0,75) inicial.

Tabela 4
Coeficiente de correlação de Spearman entre os índices de resposta ao broncodilatador e idade, estatura, VEF no primeiro meio segundo da CVF (VEF0,5) e VEF em 0,75 do primeiro segundo da CVF (VEF0,75).

DISCUSSÃO

O presente estudo é pioneiro na literatura em definir pontos de corte de resposta ao broncodilatador em pré-escolares, por espirometria, expressos pela variação percentual do valor previsto de VEF1, VEF0,75, VEF0,5 e FEF25-75%. Medidas do VEF0,5 foram realizadas por 67% e 70% das crianças com 4 e 5 anos, respectivamente, enquanto medidas do VEF0,75 foram realizadas por 39% e 44% das crianças com 4 e 5 anos. Assim, medidas de VEF0,5 são mais úteis em pré-escolares por ser exequíveis por uma maior proporção de crianças. Em amostras de base comunitária, a espirometria em crianças com 3 anos de idade não é útil devido ao elevado percentual de inaceitabilidade.

A baixa proporção de crianças que conseguiu realizar medidas aceitáveis e reprodutíveis de CVF, VEF1, VEF0,75 e FEF25-75% pré- e pós-broncodilatador pode ser explicado pelo fato de serem essas crianças provenientes de uma amostra comunitária e, assim, mais inexperientes em realizá-las; quando selecionadas de amostras de ambulatórios de doenças respiratórias, essas crianças são, em geral, previamente avaliadas por seus médicos quanto à coordenação para realizar tais testes. Como, para a realização dos testes pré- e pós-broncodilatador, é requerido um maior esforço das crianças, uma menor proporção de pré-escolares consegue realizá-los. Os elevados CCIs encontrados para os parâmetros espirométricos testados demonstram a baixa variabilidade e a alta reprodutibilidade das medidas realizadas, assim como a capacidade técnica do profissional que realizou os testes.

Não foram encontrados estudos na literatura que tenham avaliado a resposta ao broncodilatador apenas com pré-escolares saudáveis. Os únicos estudos encontrados envolviam crianças asmáticas. As variações percentuais médias pós-broncodilatador de CVF, VEF1 e VEF0,75 no presente estudo, respectivamente, de 2,3%, 4,5% e 5,6% foram semelhantes às encontradas em outro estudo1818. Borrego LM, Stocks J, Almeida I, Stanojevic S, Antunes J, Leiria-Pinto P, et al. Bronchodilator responsiveness using spirometry in healthy and asthmatic preschool children. Arch Dis Child. 2013;98(2):112-7. http://dx.doi.org/10.1136/archdischild-2012-301819
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(2,5%, 4,7% e 4,5%, respectivamente, para a mesma sequência de parâmetros).1818. Borrego LM, Stocks J, Almeida I, Stanojevic S, Antunes J, Leiria-Pinto P, et al. Bronchodilator responsiveness using spirometry in healthy and asthmatic preschool children. Arch Dis Child. 2013;98(2):112-7. http://dx.doi.org/10.1136/archdischild-2012-301819
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Quanto ao FEF25-75%, Borrego et al.1818. Borrego LM, Stocks J, Almeida I, Stanojevic S, Antunes J, Leiria-Pinto P, et al. Bronchodilator responsiveness using spirometry in healthy and asthmatic preschool children. Arch Dis Child. 2013;98(2):112-7. http://dx.doi.org/10.1136/archdischild-2012-301819
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) encontraram o percentual de 11,7%, enquanto este foi de 20,0% no presente estudo. Essa diferença pode ser explicada pelo tipo de amostra testada em ambos os estudos: nosso estudo foi de base comunitária, e o de Borrego et al.,1818. Borrego LM, Stocks J, Almeida I, Stanojevic S, Antunes J, Leiria-Pinto P, et al. Bronchodilator responsiveness using spirometry in healthy and asthmatic preschool children. Arch Dis Child. 2013;98(2):112-7. http://dx.doi.org/10.1136/archdischild-2012-301819
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do tipo caso-controle. Além disso, a alta reprodutibilidade e, assim, a baixa variabilidade do FEF25-75% encontradas no presente estudo geram um maior poder para se detectar diferenças pré- e pós-broncodilatador. Comparando nossos dados aos de outro estudo1919. Linares Passerini M, Meyer Peirano R, Contreras Estay I, Delgado Becerra I, Castro-Rodriguez JA. Utility of bronchodilator response for asthma diagnosis in Latino preschoolers. Allergol Immunopathol (Madr). 2014;42(6):553-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.aller.2014.02.004
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para as variações percentuais médias pós-broncodilatador de VEF1, VEF0,5 e FEF25-75%, encontramos, respectivamente, os valores de 4,5%, 6,8%, e 20,0%, enquanto naquele estudo,1919. Linares Passerini M, Meyer Peirano R, Contreras Estay I, Delgado Becerra I, Castro-Rodriguez JA. Utility of bronchodilator response for asthma diagnosis in Latino preschoolers. Allergol Immunopathol (Madr). 2014;42(6):553-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.aller.2014.02.004
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esses valores foram de 8,9%, 2,9% e 8,1%, respectivamente. O tipo de amostra utilizada nos dois estudos (de base comunitária e do tipo caso-controle, respectivamente,1919. Linares Passerini M, Meyer Peirano R, Contreras Estay I, Delgado Becerra I, Castro-Rodriguez JA. Utility of bronchodilator response for asthma diagnosis in Latino preschoolers. Allergol Immunopathol (Madr). 2014;42(6):553-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.aller.2014.02.004
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assim como a dose mais baixa de broncodilatador naquele estudo1919. Linares Passerini M, Meyer Peirano R, Contreras Estay I, Delgado Becerra I, Castro-Rodriguez JA. Utility of bronchodilator response for asthma diagnosis in Latino preschoolers. Allergol Immunopathol (Madr). 2014;42(6):553-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.aller.2014.02.004
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(200 µg de salbutamol), podem ter contribuído para essas divergências.

Para o VEF1, o ponto de corte encontrado no presente estudo, de 13% em relação ao valor basal, foi semelhante ao encontrado em outro estudo,1818. Borrego LM, Stocks J, Almeida I, Stanojevic S, Antunes J, Leiria-Pinto P, et al. Bronchodilator responsiveness using spirometry in healthy and asthmatic preschool children. Arch Dis Child. 2013;98(2):112-7. http://dx.doi.org/10.1136/archdischild-2012-301819
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de 14%; porém, diferiu do encontrado por Linares et al.,1919. Linares Passerini M, Meyer Peirano R, Contreras Estay I, Delgado Becerra I, Castro-Rodriguez JA. Utility of bronchodilator response for asthma diagnosis in Latino preschoolers. Allergol Immunopathol (Madr). 2014;42(6):553-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.aller.2014.02.004
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de 10% (sensibilidade de 12% e especificidade de 84%). Essa baixa sensibilidade reflete que ou os grupos não diferiam significativamente em relação à resposta ao broncodilatador, ou a dose do broncodilatador aplicado (200 µg do salbutamol) não foi suficiente para um efeito broncodilatador. Como foi um estudo caso-controle com casos de asma persistente moderada a grave, é mais provável que a dose do salbutamol não tenha produzido uma eficiente broncodilatação. Quanto à variação percentual pós- broncodilatador em relação ao VEF1 previsto encontrada no presente estudo (11,6%), não foram encontrados outros estudos avaliando esse parâmetro em amostras exclusivamente de pré-escolares.

O ponto de corte encontrado nesta pesquisa para o VEF0,5 (20% em relação ao basal) difere do encontrado por outros autores (11%; sensibilidade de 30% e especificidade de 90%).1919. Linares Passerini M, Meyer Peirano R, Contreras Estay I, Delgado Becerra I, Castro-Rodriguez JA. Utility of bronchodilator response for asthma diagnosis in Latino preschoolers. Allergol Immunopathol (Madr). 2014;42(6):553-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.aller.2014.02.004
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Essa baixa sensibilidade indica que, possivelmente, esse ponto de corte pode não ser o mais adequado. Os altos CCIs das medidas realizadas no presente estudo aumentam o poder dele em relação à confiabilidade das medidas realizadas. Outro aspecto a se considerar é que, utilizando-se uma amostra de base comunitária, os pontos de corte deverão ser mais elevados do que quando se compara doentes com não doentes, como foi o caso dos dois estudos já citados.1818. Borrego LM, Stocks J, Almeida I, Stanojevic S, Antunes J, Leiria-Pinto P, et al. Bronchodilator responsiveness using spirometry in healthy and asthmatic preschool children. Arch Dis Child. 2013;98(2):112-7. http://dx.doi.org/10.1136/archdischild-2012-301819
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,1919. Linares Passerini M, Meyer Peirano R, Contreras Estay I, Delgado Becerra I, Castro-Rodriguez JA. Utility of bronchodilator response for asthma diagnosis in Latino preschoolers. Allergol Immunopathol (Madr). 2014;42(6):553-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.aller.2014.02.004
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No que diz respeito ao ponto de corte para a variação percentual do VEF0,5 previsto (16%), a literatura não explora esse parâmetro, impossibilitando a comparabilidade.

O ponto de corte de resposta ao broncodilatador encontrado para o VEF0,75 basal (18%) foi mais elevado que o de outra pesquisa (14%).1818. Borrego LM, Stocks J, Almeida I, Stanojevic S, Antunes J, Leiria-Pinto P, et al. Bronchodilator responsiveness using spirometry in healthy and asthmatic preschool children. Arch Dis Child. 2013;98(2):112-7. http://dx.doi.org/10.1136/archdischild-2012-301819
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O tipo de estudo utilizado (caso-controle)1818. Borrego LM, Stocks J, Almeida I, Stanojevic S, Antunes J, Leiria-Pinto P, et al. Bronchodilator responsiveness using spirometry in healthy and asthmatic preschool children. Arch Dis Child. 2013;98(2):112-7. http://dx.doi.org/10.1136/archdischild-2012-301819
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) e a forma diferente de cálculo do ponto de corte (média + 2 desvios-padrão pós-broncodilatador aplicado a participantes saudáveis) 1818. Borrego LM, Stocks J, Almeida I, Stanojevic S, Antunes J, Leiria-Pinto P, et al. Bronchodilator responsiveness using spirometry in healthy and asthmatic preschool children. Arch Dis Child. 2013;98(2):112-7. http://dx.doi.org/10.1136/archdischild-2012-301819
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podem ser o motivo das diferenças encontradas. Para a variação percentual do VEF0,75 previsto obtido (8,5%), não foi possível compará-lo com a literatura por falta de evidências.

Muito embora alguns estudos tenham incluído o FEF25-75% na análise da resposta ao broncodilatador,11. Casan P, Roca J, Sanchis J. Spirometric response to a bronchodilator. Reference values for healthy children and adolescents. Bull Eur Physiopathol Respir. 1983;19(6):567-9.,1919. Linares Passerini M, Meyer Peirano R, Contreras Estay I, Delgado Becerra I, Castro-Rodriguez JA. Utility of bronchodilator response for asthma diagnosis in Latino preschoolers. Allergol Immunopathol (Madr). 2014;42(6):553-9. http://dx.doi.org/10.1016/j.aller.2014.02.004
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,2020. Pardos Martínez C, Fuertes Fernández-Espinar J, Nerín De La Puerta I, González Pérez-Yarza E. Cut-off point for a positive bronchodilation test [Article in Spanish]. An Esp Pediatr. 2002;57(1):5-11. http://dx.doi.org/10.1016/S1695-4033(02)77885-5
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o mesmo não é valorizado na avaliação dessa resposta devido a sua grande variabilidade.66. Beydon N, Davis SD, Lombardi E, Allen JL, Arets HG, Aurora P, et al. An official American Thoracic Society/European Respiratory Society statement: pulmonary function testing in preschool children. Am J Respir Crit Care Med. 2007;175(12):1304-45. http://dx.doi.org/10.1164/rccm.200605-642ST
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,2020. Pardos Martínez C, Fuertes Fernández-Espinar J, Nerín De La Puerta I, González Pérez-Yarza E. Cut-off point for a positive bronchodilation test [Article in Spanish]. An Esp Pediatr. 2002;57(1):5-11. http://dx.doi.org/10.1016/S1695-4033(02)77885-5
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O ponto de corte encontrado no presente estudo em relação ao valor basal do FEF25-75% (61%) foi diferente do encontrado por Borrego et al. (33%)1818. Borrego LM, Stocks J, Almeida I, Stanojevic S, Antunes J, Leiria-Pinto P, et al. Bronchodilator responsiveness using spirometry in healthy and asthmatic preschool children. Arch Dis Child. 2013;98(2):112-7. http://dx.doi.org/10.1136/archdischild-2012-301819
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e por outros autores (25%; sensibilidade de 41% e especificidade de 80%).11. Casan P, Roca J, Sanchis J. Spirometric response to a bronchodilator. Reference values for healthy children and adolescents. Bull Eur Physiopathol Respir. 1983;19(6):567-9. Diferentemente do presente estudo, esses autores utilizaram tipos de estudo semelhantes entre si (caso-controle), podendo ser esse o motivo das divergências encontradas. O elevado CCI encontrado para o FEF25-75% no presente estudo demonstra boa reprodutibilidade do mesmo. Quanto ao ponto de corte encontrado para a variação percentual do FEF25-75% previsto, de 35,5%, não há estudos na literatura para sua comparação. A aplicabilidade desse parâmetro na avaliação da resposta ao broncodilatador em pré-escolares demandará novas pesquisas.

Alguns estudos têm mostrado que, na criança, a melhor forma de expressar a resposta ao broncodilatador é em relação aos valores percentuais do previsto, por não depender da idade, estatura e VEF1 inicial.66. Beydon N, Davis SD, Lombardi E, Allen JL, Arets HG, Aurora P, et al. An official American Thoracic Society/European Respiratory Society statement: pulmonary function testing in preschool children. Am J Respir Crit Care Med. 2007;175(12):1304-45. http://dx.doi.org/10.1164/rccm.200605-642ST
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,2525. Waalkens HJ, Merkus PJ, van Essen-Zandvliet EE, Brand PL, Gerritsen J, Duiverman EJ, et al. Assessment of bronchodilator response in children with asthma. Dutch CNSLD Study Group. Eur Respir J. 1993;6(5):645-51. Entretanto, para pré-escolares, o presente estudo encontrou correlações entre o VEF0,5 inicial, tanto com a variação percentual pós-broncodilatador em relação ao valor basal quanto com a variação percentual pós-broncodilatador em relação ao valor previsto. Quanto ao VEF0,75, para esse grupo etário, foram encontradas correlações da idade com ambas as expressões de resposta ao broncodilatador, variação percentual do valor basal e variação percentual do valor previsto. Desse modo, em pré-escolares, não há predileção entre as duas formas de expressão de resposta ao broncodilatador para ambos os parâmetros.

Um ponto forte do presente estudo foi o de ser derivado de uma amostra comunitária, o que permite uma maior capacidade de generalização do que estudos baseados em serviços secundários ou terciários. Outro aspecto que confere robustez foi a utilização de valores previstos originados de pré-escolares da mesma região, o que confere maior fidedignidade aos resultados encontrados. A elevada reprodutibilidade das medidas espirométricas realizadas demonstra que essas são confiáveis.

Em conclusão, este é o primeiro estudo, até onde sabemos, que definiu pontos de corte de resposta ao broncodilatador em pré-escolares, expressos em percentuais dos valores previstos de VEF1, VEF0,75, VEF0,5 e FEF25-75%. Foram derivados valores de referência para o VEF0,75. O VEF0,5 é o parâmetro mais útil dentre os estudados, na medida em que é reprodutível e realizado por uma maior proporção dessas crianças. O VEF0,75 tem sua utilidade em crianças ≥ 4 anos. Em amostras de base comunitária, a espirometria em crianças com 3 anos de idade não é útil devido à elevada proporção de inaceitabilidade.

Recomendam-se, para maior praticidade clínica, os pontos de corte ≥ 12%, ≥ 8% e ≥ 16%, respectivamente, para VEF1, VEF0,75 e VEF0,5 em relação aos valores previstos, assim como pontos de corte ≥ 13%, ≥ 18% e ≥ 20%, respectivamente, para os valores basais de VEF1, VEF0,75 e VEF0,5. Recomendam-se para o FEF25-75% percentuais ≥ 35% em relação ao valor previsto e ≥ 61% em relação ao valor basal. Como a reprodutibilidade desse parâmetro foi elevada, é possível que o mesmo seja útil na avaliação da resposta ao broncodilatador. Novos estudos devem testar a utilidade desses pontos de corte em amostras de sintomáticos respiratórios provenientes de ambulatórios de doenças respiratórias.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao estatístico do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira, Professor José Figueiroa Natal, que muito contribuiu orientando a realização da análise estatística no presente estudo.

REFERENCES

  • 1
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  • Apoio financeiro:

    Nenhum.
  • Trabalho realizado no Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira - IMIP - e no Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal de Pernambuco, Recife (PE) Brasil.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Sep-Oct 2016

Histórico

  • Recebido
    01 Set 2015
  • Aceito
    09 Mar 2016
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