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Dosagem da atividade da adenosina deaminase no líquido pleural para o diagnóstico da tuberculose pleural

INTRODUÇÃO: O diagnóstico da tuberculose pleural permanece um desafio, pois a sensibilidade dos testes tradicionais é baixa. O exame histopatológico da pleura é o método mais preciso, com até 80% de sensibilidade. A dosagem da adenosina deaminase foi introduzida mais recentemente, mas sua utilidade no diagnóstico da tuberculose pleural no Brasil não foi suficientemente esclarecida. OBJETIVO: Verificar a sensibilidade e a especificidade de um método experimental de dosagem da atividade da adenosina deaminase em uma série de pacientes com derrame pleural investigados entre agosto de 1998 e novembro de 2002 no Rio de Janeiro (RJ). RESULTADOS: De 137 casos, em 111 havia amostras de líquido pleural disponíveis, das quais 83 pertenciam a pacientes com tuberculose pleural. Entre os 67 pacientes testados com tuberculose pleural, 10 apresentavam co-infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (14,9%). O valor de corte da adenosina deaminase de 35U/L foi determinado por uma curva receiver operator characteristic. A sensibilidade, especificidade, e razões de verossimilhança positiva e negativa da adenosina deaminase foram de 92,8%, 93,2%, 25,8 e 13,9, respectivamente. A média de adenosina deaminase no grupo com tuberculose pleural foi de 84,7 ± 43,1 U/L e no grupo com outras doenças de 15,9 ±11,1 U/L. Não houve diferença significativa na dosagem da adenosina deaminase entre pacientes com tuberculose pleural co-infectados ou não pelo vírus da imunodeficiência humana. CONCLUSÃO: A dosagem da adenosina deaminase no líquido pleural é um método sensível e específico para o diagnóstico da tuberculose pleural e seu uso rotineiro pode reduzir a necessidade de realização de biópsias pleurais na abordagem inicial de um derrame pleural. O valor de corte de 35U/L para a adenosina deaminase é recomendado.

Tuberculose; Derrame pleural; Adenosina deaminase; Vírus da imunodeficiência humana; Diagnóstico


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