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Perfil do doador de pulmão disponibilizado no estado de São Paulo, Brasil, em 2006

OBJETIVO: Analisar a taxa de aproveitamento de pulmões disponibilizados em São Paulo no ano de 2006, bem como caracterizar o perfil dos doadores de pulmão deste período. MÉTODOS: Estudo retrospectivo de 497 prontuários de doadores de pulmão, no período de janeiro a dezembro de 2006. RESULTADOS: Não houve oferta de doação de pulmões para transplante em 149 (30%) dos prontuários analisados, sendo excluídos do estudo. A idade média dos 348 doadores eleitos para o estudo foi de 37,4 ± 16,1 anos, e 56,9% deles eram do sexo masculino. As principais causas da morte cerebral dos doadores foram: acidente vascular cerebral (40,5%); trauma cranioencefálico (34,2%); e hemorragia subaracnóidea (10,9%). A grande maioria dos doadores recebia drogas vasoativas (90,5%), sendo que 13,5% haviam apresentado parada cárdio-respiratória. Do ponto de vista infeccioso, o leucograma médio foi de 15.008 ± 6.467 células/mm³, 67,8% recebiam antibioticoterapia e 26,1% apresentavam infecção pulmonar. Quase 40% dos doadores apresentavam alterações radiográficas. Apenas 4,9% dos doadores foram aceitos, representando 28 pulmões (taxa de aproveitamento de órgãos de 4%). Os motivos de recusa foram: alteração gasométrica (30,1%); infecção (23,7%); e distância (10,9%). CONCLUSÕES: A taxa de aproveitamento de pulmões em nosso meio é baixa quando comparada às taxas médias de aproveitamento mundial. Além disso, mais de 50% das recusas deveram-se à gasometria arterial inadequada e infecção pulmonar. Aliar melhor cuidado ao potencial doador à menor rigidez nos critérios de seleção poderia aumentar a utilização dos órgãos doados.

Transplante de pulmão; Seleção do doador; Doadores de tecidos


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