RESUMO
Objetivo
Investigar a ocorrência do diagnóstico duplo entre os usuários de drogas lícitas e ilícitas.
Métodos
Estudo analítico, transversal, com abordagem quantitativa, amostragem não probabilística do tipo intencional, realizado em dois centros de tratamento para a dependência química, por meio de entrevista individual. Utilizaram-se um questionário sociodemográfico, o Teste de Triagem do Envolvimento com Álcool, Tabaco e Outras Substâncias (ASSIST) e o Mini-International Neuropsychiatric Interview (MINI).
Resultados
Cento e dez voluntários divididos em abstinentes (grupo 1), alcoolistas (grupo 2) e usuários de álcool e drogas ilícitas (grupo 3). As substâncias mais consumidas foram álcool, tabaco, crack e maconha. Observou-se maior presença de diagnóstico duplo no grupo 3 (71,8%), decrescendo no grupo 2 (60%) e 37,1% dos abstinentes de drogas apresentaram transtorno psiquiátrico. O diagnóstico duplo foi associado a risco de suicídio, tentativas de suicídio e prática de atos infracionais. O consumo do crack foi associado à ocorrência do episódio depressivo maior e ao transtorno de personalidade antissocial.
Conclusão
Os usuários de drogas ilícitas apresentaram maior presença do diagnóstico duplo, evidenciando a gravidade desse quadro clínico. Considera-se imprescindível que essa realidade clínica seja incluída nas estratégias de intervenção, com o intuito de minimizar os prejuízos decorrentes do consumo dessas substâncias e proporcionar melhor qualidade de vida a essas pessoas.
Transtorno por uso de substâncias; usuários de drogas; diagnóstico duplo; comorbidade psiquiátrica