Introdução
A eletroconvulsoterapia (ECT) é considerada o tratamento mais eficaz para catatonia independente da causa base. Rigidez e imobilidade são comumente observadas e podem levar a diversas complicações clínicas, das quais o tromboembolismo pulmonar (TEP) é a mais grave. A melhora rápida da condição psiquiátrica de base no TEP associado à catatonia é fundamental, uma vez que a imobilidade favorece a ocorrência de novos eventos tromboembólicos e suas complicações. Nesse cenário, a indicação de ECT deve ser considerada, pesando-se riscos e benefícios, visando-se à rápida resolução do quadro catatônico.
Métodos
Relato de caso e revisão da literatura.
Resultados
Paciente de 66 anos estava internada em enfermaria de psiquiatria com quadro catatônico devido a episódio depressivo quando apresentou TEP bilateral, necessitando de medidas de suporte ventilatório e, posteriormente, de anticoagulação plena com enoxaparina. Embora clinicamente estável, apresentava-se ainda gravemente deprimida após ensaio com antidepressivos. Foi indicada ECT apesar de manter-se terapia de anticoagulação concomitante. Após cinco sessões de ECT, o humor da paciente apresentou significativa melhora e ela já andava e comia espontaneamente. Não houve complicações relacionadas ao TEP ou à anticoagulação com enoxaparina. Após a oitava sessão, evoluiu com hipomania, manejada com ajustes da medicação oral. A paciente recebeu alta hospitalar completamente eutímica.
Conclusão
O caso apresentado oferece evidência adicional em favor da segurança da ECT concomitante à anticoagulação plena após TEP, mostrando que, com precauções adequadas, os benefícios na ECT em tais situações podem superar seus riscos.
Eletroconvulsoterapia; embolia pulmonar; catatonia; enoxaparina