Experiência:
O presente estudo tem como objetivo realizar um levantamento de dados clínicos e fatores sociodemográficos e de risco de pacientes com câncer colorretal esporádico (CCRE) tratados entre 2004 e 2008 no Serviço de Coloproctologia de um hospital-escola na região Noroeste de São Paulo.
Métodos:
Foram analisados 749 prontuários clínicos. Destes, 460 foram de pacientes com câncer de cólon e de 289 de pacientes com câncer retal. A maioria dos indivíduos era da raça branca, com mais de 62 anos de idade. As variáveis analisadas foram gênero, idade, cor da pele, ocupação profissional, consumo de álcool e tabagismo, história familiar de câncer e co-morbidades. A identificação do perfil clínico-sociodemográfico e dos fatores de risco em uma população com CCRE na região noroeste de São Paulo foi realizada para colaborar com as estratégias de prevenção.
Resultados:
A ocorrência de CCRE não diferiu muito entre gêneros. As ocupacões profissionais mais prevalentes foram as relacionadas aos afazeres domésticos, atividades agrícolas e comerciais. Entre as comorbidades, hipertensão e colelitíase foram as mais representativas. O método de diagnóstico e de tratamento mais comum para a maioria dos pacientes foi colonoscopia e cirurgia, respectivamente. Em média, o tempo de progressão da doença foi de oito meses. O número mediano de linfonodos extirpados variou entre 11 e 14. A metástase mais comum foi a hepática.
Conclusão:
A ocorrência de câncer colorretal é mais frequente em homens de pele branca com idade superior a 62 anos. A ocupação profissional parece ser mais importante para as pessoas expostas a agentes cancerígenos. Este tipo de tumor afeta principalmente as regiões distais do cólon e do reto, com a ocorrência de metástases no fígado. Geralmente, os indivíduos afetados exibem baixa sobrevida, devido à alta agressividade dessa neoplasia.
Neoplasias colorretais; Epidemiologia; Fatores de risco; Sintomas clínicos