RESUMO
Objetivo:
Em pacientes com doença inflamatória intestinal, vários fatores podem servir como gatilhos para a exacerbação do quadro.
Métodos:
Os prontuários de 109 pacientes com história de exacerbação da doença inflamatória intestinal entre março de 2016 e março de 2017 foram avaliados retrospectivamente. Os dados foram obtidos usando o software do banco de dados sobre doença inflamatória intestinal, que também foi usado para a definição dos parâmetros do estudo. Esses parâmetros foram avaliados quanto ao tipo e severidade da doença usando o teste do qui-quadrado no software SPSS. Além disso, o teste de regressão logística binária foi utilizado para avaliar as associações entre a estação do início da doença e a exacerbação da doença inflamatória intestinal, expressados em razão de probabilidade (odds ratio) com intervalos de confiança de 95% (95% CI).
Resultados:
No geral, 88,1% dos casos de exacerbação da doença inflamatória intestinal foram observados em pacientes com colite ulcerativa. A média de idade dos pacientes foi de 38,14 ± 14,66 anos. Em todos os pacientes, a duração média da doença (colite ulcerativa e doença de Crohn) foi de 35,43 e 38,85 meses, respectivamente. Cerca de 50% dos casos de infecção apresentaram cultura positiva para Strongyloides stercoralis. A ocorrência de leve exacerbação da doença inflamatória intestinal foi significativamente maior na primavera em comparação com outras estações (OR = 3,58; 95% CI: 0,1-1,04). A maioria dos pacientes com colite ulcerativa foi medicada apenas com salicilatos (53,12%). A maioria dos pacientes com doença de Crohn com atividade classificada como leve ou grave era não fumante (p = 0,058). Essa diferença foi marginalmente significativa.
Conclusão:
Sugere-se que, em estudos futuros, as evidências de distribuição das infecções por Strongyloides stercoralis em pacientes com doença inflamatória intestinal e história de exacerbação sejam levadas em consideração em conjunto com outros fatores ambientais, como qualidade nutricional e da água de superfície.
Palavras-chave:
Doença inflamatória intestinal; Doença de Crohn; Exacerbação; Colite ulcerativa