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Eletrencefalograma interictal: sensibilidade no diagnóstico de crises epilépticas na infância

INTRODUÇÃO: Estima-se que mais de 10 milhões de crianças sejam portadoras de epilepsia em todo o mundo e o EEG é o exame mais utilizado na investigação destes pacientes. O objetivo deste estudo foi analisar a sensibilidade do EEG em demonstrar anormalidades em crianças com suspeita clínica de crise epiléptica. METODOLOGIA: Dos 970 laudos de EEG realizados entre abril de 2005 e agosto de 2006 no Hospital Infantil Pequeno Príncipe, Curitiba, PR, Brasil, 692 enquadravam-se na metodologia proposta (suspeita clínica de crise epiléptica após avaliação de neurologista infantil). Os EEGs foram realizados em equipamento digital, com duração mínima de 20 minutos e eletrodos posicionados segundo o Sistema Internacional 10-20. Foram excluídos os recém nascidos. RESULTADOS: Idade variou entre 30 dias de vida e 16,5 anos (média de 6,4 anos e mediana de 4,1 anos), sendo 403 do sexo feminino (58,2%). Dos 692 EEGs incluídos no estudo, 281 eram alterados, dos quais 96 (34,2%) apresentaram anormalidades da atividade de base (desorganização e/ou assimetria) e 185 (65,8%) paroxismos epileptiformes. A sensibilidade do EEG foi de 40,6%. Descargas de onda aguda ocorreram em 77 casos (41,6%), espícula em 21 (11,4%), polispícula em 14 (7,6%), espícula-onda em 17 (9,2%), polispícula-onda em 24 (13,0%) e exames com descargas com mais de uma morfologia em 32 (17,3%). CONCLUSÕES: Nossos dados reforçam o conceito de que embora o diagnóstico da epilepsia seja clínico e baseado em dados semiológicos das crises epilépticas, o EEG tem boa sensibilidade quando adequadamente indicado.

eletrencefalograma; epilepsia; crises epilépticas


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