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Síndrome de Landau-Kleffner sem crises: atraso na aquisição da fala justifica o tratamento com drogas epilépticas?

INTRODUÇÃO: Síndrome de Landau-Kleffner é uma síndrome epiléptica rara caracterizada pela associação de afasia de recepção, crises epilépticas, distúrbios do comportamento e alterações eletrencefalográficas com descargas nos lobos temporais unilaterais ou bilaterais. Crises convulsivas não são essenciais para o diagnóstico. RELATO DO CASO: J.V.S.S., masculino, três anos de idade, com atraso na aquisição da fala, agitação psicomotora e distúrbio do sono. Ele usava gestos e apontava para os objetos tentando se comunicar. Seu comportamento era muito agitado, impaciente, períodos de agressividade e muita dificuldade em estabelecer contato social com outras crianças da mesma idade. RNM foi normal e o EEG mostrou descargas de ondas agudas nas regiões temporais média e posterior esquerda. Após três meses de tratamento com carbamazepina a criança retornou para reavaliação, apresentando importante melhora da fala, falando palavras simples, melhora do comportamento e do padrão de sono e da interação social. DISCUSSÃO: Alterações na linguagem de recepção e de expressão são relativamente comuns em crianças com diferentes síndromes epilépticas, particularmente na síndrome de Landau-Kleffner. Descargas epileptiformes podem ocorrer em pessoas sem epilepsia sendo denominadas descargas subclínicas. Qual o impacto das descargas subclínicas para estas pessoas é incerto até o momento. Relatamos o caso de um menino com descargas epileptiformes no EEG, sem história de crises convulsivas e excelente evolução clínica após tratamento com droga antiepiléptica.

Descargas subclínicas; Síndrome de Landau-Kleffner; atraso da fala


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