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PERCEPÇÃO DE QUALIDADE DE SONO E DE VIDA EM ATLETAS PARALÍMPICOS: COMPARAÇÃO ENTRE ATLETAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA E VISUAL

PERCEPTION OF SLEEP AND QUALITY OF LIFE IN PARALYMPIC ATHLETES: COMPARISON BETWEEN ATHLETES WITH PHYSICAL AND VISUAL DISABILITIES

RESUMO

O esporte paralímpico cresceu muito nos últimos anos, com isso, torna-se importante a avaliação do sono e da qualidade de vida dos atletas, as quais podem influenciar em seus desempenhos. O objetivo do estudo foi verificar a diferença de percepção de qualidade de sono e de vida entre atletas paralímpicos dois meses antes dos Jogos Paralímpicos de Londres. Foram avaliados 30 atletas com deficiência física (18 atletas) e deficiência visual (12 atletas). Para avaliar a qualidade subjetiva de sono, a sonolência e a qualidade de vida (QV) utilizou-se o questionário de Pittsburgh, a escala de Epworth e o WHOQOL-bref, respectivamente. Para comparação entre grupos de deficiência foi utilizado o teste Mann-Whitney. Para verificar diferenças entre os domínios de QV foi utilizado o teste de Friedman, seguido do teste de Wilcoxon. A associação entre variáveis nominais foi analisada pelo teste qui-quadrado. Houve predomínio de atletas com eficiência de sono >85%. Não houve diferença entre os grupos na comparação da percepção da qualidade de sono. O domínio “meio ambiente” apresentou menor escore comparado a todos os outros domínios, enquanto o domínio “relações sociais” apresentou menor escore comparado ao domínio “psicológico”. Não houve diferença na qualidade de sono e QV entre as deficiências.

Palavras-chave:
Sono; Qualidade de vida; Atletas com Deficiência; Paralímpico.

ABSTRACT

Paralympic sport has grown significantly in recent years, andtherefore, is important to evaluate the sleep and the quality of life of these athletes, which can influence their performance. The objective of the study was to verify if there is a difference in perceptions of sleep and quality of life among Paralympic athletes, two months before the London Paralympic Games. A total of30 athletes with physical disability (18 athletes) and visual impairment (12 athletes) were evaluated. The Pittsburgh questionnaire, the Epworth scale and the WHOQOL-bref, respectively, were used to assess subjective sleep quality, somnolence and quality of life (QOL). For comparison between disability groups were used the Mann-Whitney test. To verify differences between the domains of QOL, the Friedman test was used, followed by the Wilcoxon test. The association between nominal variables was analyzed by the Chi-square test. There was a predominance of athletes with sleep efficiency >85%. There was no difference between the groups in the comparison of perception of the quality of sleep. The domain "environment" showed lower scores compared to the other domains, while the domain "social relations" showed lower score compared to the "psychological". There was no difference in the sleep and life between disabilities.

Keywords:
Sleep; Quality of life; Disabled Athlete; Paralimpyc.

Introdução

O esporte paralímpico cresceu nos últimos anos, bem como os avanços no treinamento, os quais contribuíram para que resultados obtidos pelos atletas fossem significativos e conquistassem divulgação expressiva na mídia11. Legg D, Steadward R. The Paralympic Games and 60 years of change (1948-2008): unification and restructuring from a disability and medical model to sport-based Competition. Sport Soc 2011;14(9):1099-1115. Doi.org/10.1080/17430437.2011.614767.
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. Considerando, que a principal competição para pessoas com deficiência física e visual é a participação nos jogos paralímpicos, esse evento tem se tornado mais competitivo a cada edição, principalmente com melhoria dos conhecimentos adquiridos a respeito do processo de treinamento esportivo22. Simim MAM, Silva RB, Candido RF, Silva BVC, Mendes EL, Mota GR. Desempenho esportivo em atletas de rugby em cadeira de rodas: uma revisão sistemática. RBPFEX 2013;7(39):244-252.),(33. Mello MT, Winckler C. Esporte Paralímpico. São Paulo: Atheneu; 2012.. O processo de treinamento esportivo é baseado na relação entre cargas de treinamento e o tempo de recuperação do atleta44. Kellmann M, Kallus K, Recovery W. stress questionnaire for athletes: user manual. Australia: Champaign: HumanKinetics; 2001. p.73.. Nesse sentido, a recuperação inadequada no processo de treinamento pode impactar diretamente na qualidade de sono e de vida de atletas paralímpicos55. Esteves AM, Silva A, Barreto A, Cavagnolli DA, Ortega LSA, Parsons A, et al. Avaliação da Qualidade de Vida e do Sono de Atletas Paralímpicos Brasileiros. Rev Bras Med Esporte 2015;21(1):53-56. Doi.org/10.1590/1517-86922015210101980.
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.

O sono é um processo biológico e natural considerado na literatura científica como necessário para a recuperação física e cognitiva dos atletas após os treinamentos e competições66. Halson SL. Sleep in Elite Athletes and Nutritional Interventions to Enhance Sleep. Sports Med 2014;44(1):13-23. Doi: 10.1007/s40279-014-0147-0.
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),(77. Fullagar HHK, Duffield R, Skorski S, Coutts AJ, Julian R, Meyer T. Sleep and Recovery in Team Sport: Current Sleep-Related Issues Facing Professional Team-Sport Athletes. Int J Sports Physiol Perform 2015;10(8):950-957. Doi:10.1123/ijspp.2014-0565.
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. Situações como horário dos treinamentos88. Samuels C. Sleep, recovery, and performance: the new frontier in high-performance athletics. Phys Med Rehabil Clin N Am 2009;20(1):149-159. Doi:10.1016/j.pmr.2008.10.009.
https://doi.org/10.1016/j.pmr.2008.10.00...
),(99. Sargent C, Lastella M, Halson SL, Roach GD. The impact of training schedules on the sleep and fatigue of elite athletes. Chronobiol Int 2014;31(10):1160-1168. Doi:10.3109/07420528.2014.957306.
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, os períodos pré-competitivos1010. Juliff LE, Halson SL, Peiffer JJ. Understanding sleep disturbance in athletes prior to important competitions. J Sci Med Sport 2015;18(1):13-18. Doi:10.1016/j.jsams.2014.02.007.
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e horários das provas em algumas competições11 11. Rosa JPP, Rodrigues DF, Silva A, Simim MAM, Costa VT, Noce F, et al. Rio Olympic Games: Canthe schedule of events compromise athletes’ performance? Chronobiol Int 2016;33(4):435-440. Doi:10.3109/07420528.2016.1150290.
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) podem impactar no tempo total e na qualidade de sono, afetando diretamente o padrão de sono dos atletas e consequentemente o desempenho esportivo77. Fullagar HHK, Duffield R, Skorski S, Coutts AJ, Julian R, Meyer T. Sleep and Recovery in Team Sport: Current Sleep-Related Issues Facing Professional Team-Sport Athletes. Int J Sports Physiol Perform 2015;10(8):950-957. Doi:10.1123/ijspp.2014-0565.
https://doi.org/10.1123/ijspp.2014-0565...
),(88. Samuels C. Sleep, recovery, and performance: the new frontier in high-performance athletics. Phys Med Rehabil Clin N Am 2009;20(1):149-159. Doi:10.1016/j.pmr.2008.10.009.
https://doi.org/10.1016/j.pmr.2008.10.00...
),(99. Sargent C, Lastella M, Halson SL, Roach GD. The impact of training schedules on the sleep and fatigue of elite athletes. Chronobiol Int 2014;31(10):1160-1168. Doi:10.3109/07420528.2014.957306.
https://doi.org/10.3109/07420528.2014.95...
),(1010. Juliff LE, Halson SL, Peiffer JJ. Understanding sleep disturbance in athletes prior to important competitions. J Sci Med Sport 2015;18(1):13-18. Doi:10.1016/j.jsams.2014.02.007.
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. Em geral, pessoas com deficiência apresentam diferentes distúrbios de sono1212. Zuculo GM, Knap CCF, Pinato L. Correlation between sleep and quality of life in cerebral palsy. Codas 2014;26(6):447-456. Doi:10.1590/2317-1782/20140201435.
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),(1313. Ramos AR, Wallace DM, Williams NJ, Spence DW, Pandi-Perumal SR, Zizi F, et al. Association between visual impairment and sleep duration: analysis of the 2009 National Health Interview Survey (NHIS). BMC Ophthalmol. 2014 Oct1;14:115. Doi:10.1186/1471-2415-14-115.
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, tais como sono interrompido, aumento da latência do sono, curta duração do sono e cochilos diurnos.

Adicionalmente, restrições crônicas ou agudas de sono tem efeitos adversos na saúde e desempenho físico, afetando também a qualidade de vida1212. Zuculo GM, Knap CCF, Pinato L. Correlation between sleep and quality of life in cerebral palsy. Codas 2014;26(6):447-456. Doi:10.1590/2317-1782/20140201435.
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dos atletas. No caso de atletas paralímpicos, a literatura sugere que a percepção de qualidade de vida é reduzida naqueles com deficiência visual1313. Ramos AR, Wallace DM, Williams NJ, Spence DW, Pandi-Perumal SR, Zizi F, et al. Association between visual impairment and sleep duration: analysis of the 2009 National Health Interview Survey (NHIS). BMC Ophthalmol. 2014 Oct1;14:115. Doi:10.1186/1471-2415-14-115.
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),(1414. Kawashima M, Hiratsuka Y, Nakano T, Tamura H, Ono K, Murakami A, et al. The association between legal Japanese visual impairment grades and vision-related quality of life. Jpn J Ophthalmol 2016;60(3):219-225. Doi: 10.1007/s10384-016-0437-1.
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e com deficiência física, mas sedentários1515. Noce F, Simim MAM, Mello MT. A percepção de qualidade de vida de pessoas portadoras de deficiências física pode ser influenciada pela pratica de atividade física? Rev Bras Med Esporte 2009;15(3):174-178. Doi.org/10.1590/S1517-86922009000300002.
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),(1616. Yazicioglu K, Yavuz F, Goktepe AS, Tan AK. Influence of adapted sports on quality of life and life satisfaction in sport participants and non sport participants with physical disabilities. Disabil Health J 2012; 5(4):249-253. Doi:10.1016/j.dhjo.2012.05.003.
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.

Considerando que atletas com deficiência física ou visual podem apresentar alterações na qualidade de sono e de vida, o objetivo do presente estudo foi verificar se existe diferença para percepção de qualidade de sono e de vida entre atletas paralímpicos deficientes físicos e visuais dois meses antes dos jogos Paralímpicos de Londres 2012.

Métodos

Participantes

Foram avaliados 30 atletas paralímpicos da modalidade de atletismo (20 homens e 10 mulheres) distribuídos em dois grupos: 18 atletas (60%) com deficiência física (DF) e 12 atletas (40%) com deficiência visual (DV). O grupo DF foi composto por sete atletas amputados (39%), cinco com paralisia cerebral (28%), três com malformação congênita (17%), dois com mínimas deficiências (11%) (atletas com deficiências de membros comparáveis a amputação e específicos para cada modalidade esportiva) e um com nanismo (6%). O grupo DV foi composto por oito atletas cegos (B1) (67%) e quatro atletas com baixa visão (B2/B3) (36%). Os atletas apresentaram média idade de 30±7,04 anos (DF=29,27±1,39; DV=31,08±2,72 anos).

Procedimentos

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (CEP 0294/11). Todos os atletas assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, concordando em participar voluntariamente da pesquisa. A pesquisa foi desenvolvida no Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercício, localizado na cidade de São Paulo, no qual, os atletas da seleção paralímpica de atletismo realizavam avaliações periódicas para a preparação para os Jogos Paralímpicos de Londres 2012. Primeiramente os atletas preencheram um formulário de cadastro (nome, idade, deficiência, endereço e informações sobre a modalidade de atletismo). Na sequência, os atletas realizaram entrevista com o pesquisador responsável com duração de 40 a 50 minutos, sendo todos avaliados no período matutino, e realizadas por um único avalidor treinado. Os atletas foram avaliados em junho de 2012, dois meses antes dos Jogos Paralímpicos de Londres 2012.

Variáveis de estudo

Qualidade de sono

O questionário Pittsburgh foi utilizado para avaliação da qualidade subjetiva do sono1717. Bertolazi AN, Fagondes SC, Hoff LS, Dartora EG, Miozzo IC, Barba ME, et al. Validation of the Brazilian Portuguese version of the Pittsburgh Sleep Quality Index. Sleep Med 2011;12(1):70-75. Doi: 10.1016/j.sleep.2010.04.020.
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. Ele é composto por 19 itens pontuados em uma escala de 0 a 3, incluindo sete componentes: qualidade subjetiva do sono, latência de sono, duração do sono, eficiência do sono, distúrbios de sono, uso de medicamentos para dormir e disfunção diurna. A soma da pontuação gera resultados que variam 0 a 21, sendo classificados como qualidade de sono boa (0 a 4), qualidade de sono ruim (5 a 10) e indicação de distúrbios do sono (> 10). Sendo que é considerada latência de sono normal até 20 minutos e eficiência do sono normal >85%.

Sonolência

Para avaliação subjetiva da sonolência, foi utilizada a escala de sonolência de Epworth1818. Bertolazi AN, Fagondes SC, Hoff LS, Pedro VD, Menna Barreto SS, Johns MW. Validação da escala de sonolência de Epworth em português para uso no Brasil. J Bras Pneumol 2009;35(9):877-883. ) composta por oito questões que descrevem situações diárias que podem levar a sonolência. As situações são: sentado e lendo; assistindo à televisão; sentado, quieto, em um lugar público; como passageiro em veículo durante viagem com duração de mais de uma hora, sem parar; deitado para descansar à tarde; sentado e conversando com alguém; sentado após o almoço, sem ingestão de bebida alcoólica; em um carro parado por alguns minutos no tráfego. Cada item possui uma escala de 0 (sem chance) a 3 (grande chance), sendo que, os escores acima de 10, interferem de forma significativa na sonolência diurna e, acima de 15, estão associados a sonolência patológica presente em pacientes com apneia do sono e narcolepsia.

Qualidade de vida

O instrumento WHOQOL-bref é utilizado para avaliar de forma subjetiva a qualidade de vida, é composto por 26 questões, sendo as duas primeiras referentes à qualidade de vida geral e as outras 24 questões divididas em quatro domínios (físico, psicológico, relações sociais e meio-ambiente)1919. Fleck MPA, Louzada S, Xavier M, Chachamovich E, Vieira G, Santos L, et al. Aplicação da versão em português do instrumento abreviado de avaliação da qualidade de vida “WHOQOL-bref”. Rev Saúde Pública 2000;34(2):178-183. Doi.org/10.1590/S0034-89102000000200012.
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. O cálculo dos escores do instrumento foi realizado a partir da média das questões em cada domínio multiplicado por 4 (Ex: Escore Domínio Relações sociais = média (Q20, Q21, Q22)*4). Contudo, para que os resultados dos escores fossem comparados a escala de 100 pontos do instrumento original (WHOQOL-100), os valores de cada domínio foram transformados utilizando-se a seguinte equação: (Escore - 4)*(100/16).

Análise estatística

Estatística descritiva, composta por média±desvio padrão (DP) e distribuição de frequência (relativa e absoluta), foi utilizada para descrever os resultados. A normalidade das variáveis foi verificada por meio do teste Shapiro-Wilk. Para analisar diferença na freqüência das categorias das variáveis categóricas foi usado o teste Qui-quadrado. Utilizou-se o teste não paramétrico Mann-Whitney para comparar as variáveis entre os dois grupos (DF x DV). O teste de Friedman foi utilizado para comparar os domínios de qualidade de vida do grupo todo entre si. Quando apropriado, foi utilizado o teste de Wilcoxon para identificar entre quais domínios as diferenças se encontravam. O nível de significância adotado foi p<0,05.

Resultados

A média do tempo total de sono nos atletas do grupo DF foi de 7,37±0,25 horas, DV de 7,32±0,42 horas e do grupo todo de 7,35±0,20 horas. A eficiência do sono do grupo de atletas foi de 94,93±4,46% (DF = 95,67±2,86%; DV = 93,81±6,14%), com latência de sono igual a 22,83±18,64 minutos (DF = 20,27±13,55 minutos; DV = 26,66±24,61 minutos).

A Tabela 1 apresenta a frequência das categorias de cada variável de sono (sonolência excessiva diurna, qualidade, latência e eficiência de sono). Observamos predomínio de atletas com eficiência de sono >85% ( χ 2 = 22,533; df =1; p = 0,001).

Tabela 1
Comparação das frequências dos níveis de sonolência, qualidade de sono, latência e eficiência do sono.

A Figura 1 apresenta os resultados dos escores de qualidade de vida por tipo de deficiência e no grupo todo (DF+DV). O domínio meio ambiente apresentou menor valor de escore de qualidade de vida (69±11) para o grupo de atletas (Friedman test = 17,661; df = 3; p = 0,001), enquanto o domínio Relações Sociais apresentou escores superiores aos domínios psicológico (p = 0,03) e meio ambiente (p = 0,01). Quando se comparou o escore de cada domínio entre grupos de deficiência, não foram encontradas diferenças entre os grupos.

*Diferença entre
o domínio Meio Ambiente com os outros domínios (p < 0,05) / §Diferença entre domínio Relações Sociais com Psicológico (p = 0,03).

Discussão

O presente estudo demonstrou que, ao avaliar a percepção da qualidade de sono e de vida de atletas paralímpicos com DF e DV, pode-se observar que houve predomínio de atletas com eficiência de sono >85%, entretanto, não houve diferença significativa para a qualidade de sono entre os atletas com DF e DV. Já em relação a qualidade de vida dos atletas paralímpicos, o domínio meio ambiente apresentou menor escore quando comparado com os domínios físico, relações sociais e psicológico. Contudo, o domínio relações sociais apresentou maior escore quando comparado com o domínio psicológico. No entanto, não encontramos diferença significativa para a qualidade de vida entre os atletas com DF e DV.

Pode-se destacar que, no presente estudo, o padrão de sono dos atletas não foi prejudicado, o que pode ser atribuído as avaliações realizadas na equipe paralímpica de atletismo pelo mesmo grupo de pesquisadores desde as Paralímpiadas de Sidney 20002020. De Mello MT, Esteves AM, Comparoni A, Benedito-Silva AA, Tufik S. Avaliação do padrão e das queixas relativas ao sono, cronotipo e adaptação ao fuso horário dos atletas brasileiros participantes da Paraolimpíada em Sidney - 2000. Rev BrasMed Esporte 2002;8(3):122-128. Doi: 10.1590/S1517-86922002000300010.
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, de Pequim 20082121. Silva A, Queiroz SS, Winckler C, Vital R, Sousa RA, Fagundes V, et al. Sleep quality evaluation, chronotype, sleepiness and anxiety of Paralympic Brazilian athletes: Beijing 2008 Paralympic Games. Br J Sports Med 2012;46(2):150-154. Doi: 10.1136/bjsm.2010.077016.
https://doi.org/10.1136/bjsm.2010.077016...
, e de Londres 201222 22. Rodrigues DF, Silva A, Rosa JPP, Ruiz FS, Veríssimo AW, Winckler C, et al. Sleep quality and psychobiological aspects of Brazilian Paralympic athletes in the London 2012 pre-Paralympics period. Motriz ver educ fis 2015;21(2):168-176. doi.org/10.1590/S1980-65742015000200007.
https://doi.org/10.1590/S1980-6574201500...
.

Alterações no padrão de sono podem levar a prejuízos físicos e psicológicos, sendo que o fator considerado mais estressante para atletas paralímpicos brasileiros, de nove modalidades diferentes, foi “dormir mal na noite anterior à competição”2323. Samulski D, Noce F. O perfil psicológico de atletas paraolímpicos brasileiros. Rev Bras Med Esporte 2002;8(4):157-166. Doi.org/10.1590/S1517-86922002000400005.
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) promovendo prejuízos à qualidade de sono nos atletas. Os efeitos devido ao prejuízo de sono são demonstrados por meio do aumento de lapsos, lentidão cognitiva, diminuição da vigilância, da atenção sustentada e da capacidade de realizar esforço máximo2424. Davenne D. Sleep and athletes - problems and possible solutions. Biological Rhythm Research. 2009;40(1):45-52. Doi: 10.1080/09291010802067023.
https://doi.org/10.1080/0929101080206702...
. No entanto, com relação à qualidade de sono subjetiva, a maioria dos atletas do presente estudo apresentou eficiência de sono acima de 85%, demostrando que esses atletas estavam com uma boa qualidade de sono.

Em relação à comparação da qualidade de sono entre os grupos de atletas com DF e DV, não encontramos diferença, no entanto, alguns estudos já demonstraram que indivíduos cegos possuem dificuldades para dormir durante a noite e apresentam sonolência diurna, devido a dessincronização do ritmo circadiano2525. Leger D, Guilleminault C, Defrance R, Domont A, Paillard M. Blindness and sleep patterns. Lancet 1996;348(9030):830-831.. Já, em indivíduos com paralisia cerebral, a alteração no padrão de sono pode ocorrer devido ao uso de medicamentos que interferem no sono1212. Zuculo GM, Knap CCF, Pinato L. Correlation between sleep and quality of life in cerebral palsy. Codas 2014;26(6):447-456. Doi:10.1590/2317-1782/20140201435.
https://doi.org/10.1590/2317-1782/201402...
.

O sono tem se tornado uma preocupação recente de equipes de atletas tanto paralímpicos quanto atletas olímpicos a qual, se pode observar na literatura como alguns estudos têm demonstrado. Recentemente, um estudo que avaliou atletas australianos, dois meses antes das Olímpiadas de Londres 2012, relatou que 64% dos atletas apresentavam sono ruim em pelo menos uma ocasião nos últimos 12 meses que antecederam os jogos1010. Juliff LE, Halson SL, Peiffer JJ. Understanding sleep disturbance in athletes prior to important competitions. J Sci Med Sport 2015;18(1):13-18. Doi:10.1016/j.jsams.2014.02.007.
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. Outro estudo relatou ainda, em atletas paralímpicos chilenos, classificados para os jogos Parapanamericanos de Toronto, em 2015, que 78,7% desses atletas apresentaram sono ruim2626. Durán Agüero S, Arroyo Jofre P, Varas Standen C, Herrera-Valenzuela T, Moya Cantillana C, Pereira Robledo R, et al. Sleep quality, excessive daytime sleepiness and insomnia in Chilean paralympic athletes. Nutr Hosp 2015;32(6):2832-2837. Doi: 10.3305/nh.2015.32.6.9893.
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.

No presente estudo, encontramos que todos os atletas apresentaram o domínio “meio ambiente” com menor escore quando comparado com os domínios físico, relações sociais e psicológico, o que também foi encontrado em outros estudos com pessoas com lesão medular2727. Bampi LNS, Guilhem D, Lima DD. Quality of life in people with traumatic spinal cord injury: a study with WHOQOL-bref. Rev Bras Epidemiol 2008;11(1):67-77. Doi.org/10.1590/S1415-790X2008000100006.
https://doi.org/10.1590/S1415-790X200800...
, em pessoas com diversas deficiências físicas1515. Noce F, Simim MAM, Mello MT. A percepção de qualidade de vida de pessoas portadoras de deficiências física pode ser influenciada pela pratica de atividade física? Rev Bras Med Esporte 2009;15(3):174-178. Doi.org/10.1590/S1517-86922009000300002.
https://doi.org/10.1590/S1517-8692200900...
e em atletas paralímpicos das modalidades de atletismo e natação55. Esteves AM, Silva A, Barreto A, Cavagnolli DA, Ortega LSA, Parsons A, et al. Avaliação da Qualidade de Vida e do Sono de Atletas Paralímpicos Brasileiros. Rev Bras Med Esporte 2015;21(1):53-56. Doi.org/10.1590/1517-86922015210101980.
https://doi.org/10.1590/1517-86922015210...
. Muitas pessoas com DF não participam de esporte regularmente por falta de oportunidades, dificuldades com a acessibilidade e transportes2828. Jaarsma EA, Dijkstra PU, Geertzen JH, Dekker R. Barriers to and facilitators of sports participation for people with physical disabilities: a systematic review. Scand J Med Sci Sports 2014a;24(6):871-881. Doi: 10.1111/sms.12218.
https://doi.org/10.1111/sms.12218...
. Pessoas com DV relatam que a principal barreira ambiental para a prática esportiva é o transporte e a principal barreira pessoal é a dependência de outras pessoas2929. Jaarsma EA, Dekker R, Koopmans SA, Dijkstra PU, Geertzen JH. Barriers to and facilitators of sports participation in peoplewith visual impairments. Adapt Phys Activ Q 2014b;31(3):240-264. Doi: 10.1123/2013-0119.
https://doi.org/10.1123/2013-0119...
.

Uma vez que o domínio ambiental refere-se ao ambiente físico, como acesso aos lugares públicos, segurança física, proteção e transporte1919. Fleck MPA, Louzada S, Xavier M, Chachamovich E, Vieira G, Santos L, et al. Aplicação da versão em português do instrumento abreviado de avaliação da qualidade de vida “WHOQOL-bref”. Rev Saúde Pública 2000;34(2):178-183. Doi.org/10.1590/S0034-89102000000200012.
https://doi.org/10.1590/S0034-8910200000...
, uma possível explicação para esse resultado seria o fato de ainda hoje a arquitetura de muitas construções não serem concebidas para atender às necessidades das pessoas com deficiência3030. Andrade IF, Ely V. Assessment method of accessibility conditions: how to make public buildings accessible? Work 2012;41(1):3774-3780. Doi:10.3233/WOR-2012-0675-3774.
https://doi.org/10.3233/WOR-2012-0675-37...
. Dessa maneira, a falta de acessibilidade não tem impacto somente na diminuição locomoção da pessoa com deficiência, mas também no direito de ir e vir, o que leva a falta de participação nos diversos setores da educação, transporte e lazer3131. Duarte E. Inclusão e acessibilidade: contribuições da Educação Física Adaptada. Revista Sobama 2005;10(1):27-30., influenciando na sua percepção da qualidade de vida.

Levando em consideração que a qualidade de vida deve ser avaliada em atletas, alguns estudos têm demonstrado que quanto maior o escore no domínio “relações sociais”, melhor está o atleta em suas com relações pessoais, apoio social. No esporte paralímpico, esses aspectos têm impacto positivo na percepção da qualidade de vida, recuperação física e saúde mental, além de promover integração dos atletas e participação social3232. Blauwet C, Willick SE. The Paralympic Movement: using sports to promote health, disability rights, and social integration for athletes with disabilities. PMR 2012;4(11):851-856. Doi:10.1016/j.pmrj.2012.08.015.
https://doi.org/10.1016/j.pmrj.2012.08.0...
.

Adicionalmente, a prática regular de atividade física tem implicações positivas na qualidade de vida de pessoas com DF1515. Noce F, Simim MAM, Mello MT. A percepção de qualidade de vida de pessoas portadoras de deficiências física pode ser influenciada pela pratica de atividade física? Rev Bras Med Esporte 2009;15(3):174-178. Doi.org/10.1590/S1517-86922009000300002.
https://doi.org/10.1590/S1517-8692200900...
),(1616. Yazicioglu K, Yavuz F, Goktepe AS, Tan AK. Influence of adapted sports on quality of life and life satisfaction in sport participants and non sport participants with physical disabilities. Disabil Health J 2012; 5(4):249-253. Doi:10.1016/j.dhjo.2012.05.003.
https://doi.org/10.1016/j.dhjo.2012.05.0...
. Além disso, a prática desportiva por pessoas com deficiência promove ganhos de independência e autoconfiança para a realização de atividades da vida diária, além de melhora do autoconceito e da autoestima dos praticantes3333. Cardoso VD. A reabilitação de pessoas com deficiência através do desporto adaptado. Rev Bras Ciênc Esporte 2011;33(2):529-539. Doi.org/10.1590/S0101-32892011000200017.
https://doi.org/10.1590/S0101-3289201100...
.

Já é consolidado na literatura que a qualidade de sono está relacionada com a qualidade de vida, sendo assim, alguns estudos relatam que problemas relacionados ao sono, como dificuldades para iniciar ou manter o sono, sono não restaurador e sonolência excessiva diurna, diminuem a qualidade de vida na população geral3434. Strine TW, Chapman DP. Associations of frequent sleep in sufficiency with health-related quality of life and health behaviors. SleepMed 2005;6(1):23-27. Doi10.1016/j.sleep.2004.06.003.
https://doi.org/10.1016/j.sleep.2004.06....
),(3535. Mello MT, Boscolo RA, Esteves AM, Tufik S. O exercício físico e os aspectos psicobiológicos. Rev Bras Med Esporte 2005;11(3):203-207. Doi.org/10.1590/S1517-86922005000300010.
https://doi.org/10.1590/S1517-8692200500...
. Alguns estudos demonstraram que atletas possuem alto risco de ter qualidade de sono ruim e diminuição do tempo total de sono durante e após competições e em fases de treinamento intenso3636. Fullagar HHK, Skorski S, Duffield R, Hammes D, Coutts AJ, Meyer T. Sleep and athletic performance: the effects of sleep loss on exercise performance, and physiological and cognitive responses to exercise. Sports Med 2015; 45(2)161-186. Doi 10.1007/s40279-014-0260-0.
https://doi.org/10.1007/s40279-014-0260-...
),(3737. Ehrlenspiel F, Erlacher D, Ziegler M. Changes in Subjective Sleep Quality Before a Competition and Their Relation to Competitive Anxiety. Behav Sleep Med 2016;00:1-14, 2017. Doi 10.1080/15402002.2016.1253012
https://doi.org/10.1080/15402002.2016.12...
),(3838. Thornton HR, Duthie GM, Pitchford NW, Delaney JA, Benton DT, Dascombe BJ. Effects of a Two-week High Intensity Training Campon Sleep Activity of Professional Rugby League Athletes. Int J Sports Physiol Perform 2016;5:1-19..

A principal limitação do estudo está relacionada com a variedade de tipos de deficiência do grupo DF. Esse fato já foi relatado em outros estudos na literatura científica, principalmente pela dificuldade em se conseguir amostras homogêneas de atletas paralímpicos. Outra limitação a ser levada em consideração é a falta de um grupo controle de atletas sem deficiência para comparar os resultados.

Conclusões

Concluímos que atletas com DF e DV não diferem na percepção de qualidade de vida e percepção de sono.

A partir dos resultados do presente estudo, sugerimos que a qualidade de sono e de vida sejam consideradas para evitar que possíveis alterações dessas variáveis afetem o desempenho do atleta.

Agradecimentos:

Os autores expressam sua gratidão à Associação Fundo de Incentivo à Pesquisa (AFIP), ao Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercício (CEPE), ao Centro de Estudos Multidisciplinar em Sonolência e Acidentes (CEMSA), ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e a Academia Paralímpica Brasileira (APB).

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2017

Histórico

  • Recebido
    26 Ago 2016
  • Revisado
    07 Dez 2016
  • Aceito
    17 Fev 2017
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