Open-access EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO CRÔNICA DE AÇAÍ SOBRE DANOS MUSCULARES EM CORREDORES DE RUA

EFFECTS OF CHRONIC SUPPLEMENTATION OF AÇAÍ ON THE MUSCLE DAMAGE IN TRACK RUNNERS

RESUMO

O exercício físico aeróbio eleva o volume de oxigênio consumido e, consequentemente, de espécies reativas de oxigênio. O acúmulo destas culmina em estresse oxidativo, e a susceptibilidade a danos musculares. O açaí contém elevadas concentrações de antioxidantes, responsáveis por reduzir o estresse oxidativo. Esse estudo objetivou avaliar o efeito do consumo crônico de açaí sobre o dano muscular de corredores de rua. 14 corredores homens foram randomicamente divididos em grupos açaí (200g diários) ou controle, durante 25 dias. Foram avaliados, no período pré (M1) e pós intervenção (M2), marcador de dano muscular (CK) em repouso, imediatamente e 24h após corrida, percepção subjetiva do esforço (PSE) e antropometria. No M1, houve elevações significativas de CK após o exercício (0h e 24h) em ambos os grupos, sem haver diferença entre eles. Após a intervenção, observou-se redução significativa da CK 24h no grupo que recebeu açaí, em relação ao M1, demonstrando que o consumo crônico de açaí preveniu danos musculares. Não houve diferença significativa acerca dos dados antropométricos e a PSE entre ambos os momentos e grupos. Conclui-se que suplementação de açaí reduziu significativamente a CK de corredores de rua em prova de 10km, porém, sem alterar a PSE e a composição corporal.

Palavras-chave:
Açaí; Corrida de rua; Antioxidante; Dano muscular; Prevenção

ABSTRACT

Aerobic physical exercise increases the volume of oxygen consumed and, consequently, of reactive oxygen species. The accumulation of these culminates in oxidative stress and susceptibility to muscle damage. Açaí berry contains high concentrations of antioxidants, responsible for reducing oxidative stress. This study aimed to evaluate the effect of chronic consumption of açaí on the muscular damage of street runners. Fourteen male runners were randomly divided into açaí berry (200g daily) or control groups for 25 days. They were evaluated in the pre (M1) and post-intervention period (M2), muscle damage marker (CK) at rest, immediately and 24h post-run, subjective effort perception (PSE) and anthropometry. In M1, there were significant increases of CK after exercise (0h and 24h) in both groups, with no difference between them. After the intervention, a significant reduction of CK 24h was observed in the group that received açaí berry, in relation to M1, demonstrating that chronic consumption of açaí berry prevented muscle damage. There was no significant difference between the anthropometric data and the PSE between the two moments and groups. It was concluded that açaí berry supplementation significantly reduced the CK of street runners in 10km test, however, without altering the PSE and body composition.

Keywords:
Acai; Tracking run; Antioxidant; Muscle damage; Prevention

Introdução

A prática de exercício físico extenuante tem demonstrado elevar significativamente o volume de oxigênio total consumido (VO2)1, por meio da tensão mecânica2. Associadamente, sabe-se que cerca de 2 a 5% do oxigênio (O2) consumido por humanos originam espécies reativas de oxigênio (EROs), e consequentemente, se houver acúmulo dessas espécies, instala-se uma situação danosa denominada ‘estresse oxidativo’2-4.

O exercício de endurance, definido como atividade contínua, prolongada e intensa, apresenta o O2 como relevante componente na geração de energia utilizada por seus praticantes. Desta forma, a produção de EROs nesse tipo de exercício tem se mostrado superior, quando comparada à aquela observada entre praticantes de exercícios que utilizam predominantemente sistemas anaeróbios de produção de energia5.

Dentre os exercícios de endurance, atualmente destaca-se a corrida em provas de 10 km, uma modalidade esportiva que vem conquistando cada vez mais adeptos6,7. A corrida é uma das atividades esportivas mais populares e acessíveis em todo o mundo, podendo ser realizada com equipamento mínimo, e por uma ampla variedade de pessoas em quase todas as partes do mundo8. Nos EUA, mais de 40.000.000 pessoas correm9. Atualmente, a corrida de rua vem ganhando novos adeptos no Brasil, apresentando um crescimento no número de praticantes de 25% ao ano10, principalmente em virtude de benefícios cardiovasculares, metabólicos e psicossociais. No entanto, de acordo com Videbæk et al.8, têm sido relatadas lesões relacionadas à corrida em muitos corredores, principalmente entre iniciantes, mas também entre corredores recreacionais e de elite. Isto porque a intensidade do treinamento físico correlaciona-se com os níveis de produção de EROs e também com a adaptação de enzimas antioxidantes, onde o treinamento apropriado diminui a produção de EROs e melhora a resposta antioxidante do organismo1,2,5, ampliando a eficácia das enzimas superóxido desmutase (SOD) e glutationa peroxidase (GPx), além de melhorar o equilíbrio glutationa reduzida/glutationa oxidada5.

O acúmulo dos radicais livres e o estresse oxidativo trazem consigo diversas consequências, como por exemplo: elevação dos níveis de peroxidação, causando mau funcionamento de membranas celulares1,2; obstrução da função ou lesões ao esqueleto celular2; disfunção do sistema imune; danos à organelas como a mitocôndria3, e ao DNA2,3,5, aumentando a propensão a tumores e cânceres2,3; mudança na estrutura e função ou até desnaturação de proteínas2,5; inibição da contractilidade em fibras musculares2; e agravo de estados como diabetes mellitus tipo 25, envelhecimento3,5,11, inflamações12, doenças cardiovasculares3. Estudos ainda estabelecem uma relação entre a elevação na produção de EROs com a disposição do processo de fadiga muscular e/ou processo de lesão muscular1,11.

Diante do exposto, alimentos ricos em nutrientes antioxidantes têm sido considerados possíveis estratégias de prevenção de lesões entre praticantes de exercício, com destaque para o açaí, por possuir elevada capacidade de combate aos radicais superóxido e peroxil3.

Alguns estudos têm sido realizados no intuito de verificar o potencial antioxidante do açaí, porém, em nossas buscas, até o presente momento não foram encontradas publicações que envolvam corredores de rua3,13-17.

Considerando o estresse oxidativo causado pela prática de corrida de rua, a composição nutricional do açaí, e o crescimento do número de adeptos às provas de 10km, acredita-se que a suplementação crônica da polpa desse fruto em corredores de rua de provas de 10 km possa ser considerada importante estratégia de prevenção de lesões. Sendo assim, o presente estudo tem o objetivo de avaliar o efeito do consumo crônico de açaí sobre o dano muscular de corredores de rua de provas de 10 km da cidade de Aracaju-SE.

Métodos

Trata-se de um ensaio clínico randomizado, cujo objetivo consistiu em avaliar os efeitos da suplementação crônica de açaí sobre a atividade de Creatinaquinase (CK), a percepção subjetiva de esforço (PSE) e a composição corporal de corredores de 10km.

Os participantes foram, inicialmente, avaliados por um investigador independente, no que se refere à atividade da CK, à performance, e composição corporal (Momento 1 = M1). Após realizarem as avaliações iniciais, os corredores foram randomicamente distribuídos em dois grupos, no intuito de receberem a suplementação de açaí (ACA) ou permanecerem no grupo controle (CON). Ao completarem vinte e cinco dias consecutivos de intervenção, os participantes foram novamente avaliados pelo primeiro avaliador independente (Momento 2 = M2).

Amostra

Foram recrutados corredores do sexo masculino, matriculados em uma assessoria esportiva da cidade de Aracaju-SE (Brasil), cujo objetivo de treinamento consistia em aprimorar a performance em provas de 10km, desde que apresentassem volume semanal de treinamento entre 25 e 40km e pace entre 4.5 e 6.5min/km em provas de 10km.

Os critérios de inclusão adotados foram: não ingerir açaí regularmente; não consumir suplementos antioxidantes; não consumir suplementos com alegações anti-inflamatórias; não ingerir medicamentos anti-inflamatórios; não apresentar alergia, intolerância ou aversão ao açaí. Já os critérios de exclusão foram: ausência em 10% das sessões de treinamento durante o estudo; ingestão incorreta do açaí por dois dias durante o estudo; ausência nos testes referentes à pesquisa.

Inicialmente, atendendo aos critérios de inclusão, foram incluídos 18 corredores, porém, três faltaram ao primeiro dia do teste de performance, resultando em 15 corredores (ACA=8; CON=7). Ao longo do estudo um participante do grupo CON sofreu lesão, sendo excluído da amostra.

Deste modo, participaram do estudo, 14 corredores de rua do sexo masculino, entre 24 e 48 anos de idade (M=31,47; DP=6,86), divididos em dois grupos, sendo 8 pessoas no grupo açaí (AÇA) e 6 pessoas no grupo controle (CON).

O protocolo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da Universidade Federal de Sergipe sob o número 1.974.032, e todos os corredores assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, conforme resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, antes da sua participação.

Desfechos

Desfecho primário: Efeito da suplementação crônica de açaí sobre a concentração plasmática de CK, como marcador de dano muscular de corredores de rua.

Desfechos secundários: (1) Efeito da suplementação crônica de açaí sobre a percepção subjetiva de esforço de corredores de rua; (2) Efeito da suplementação crônica de açaí sobre a composição corporal de corredores de rua.

Randomização

Após assinarem o consentimento, e realizarem as análises iniciais, os participantes foram randomizados em uma proporção de 1:1 em grupos açaí ou controle.

Protocolo de suplementação

Os participantes foram divididos em dois grupos, seguindo as orientações abaixo, durante 25 dias:

Grupo açaí (n=8): 2 doses diárias de 100g (200g/dia) de polpa de açaí sem açúcar da marca Mais Açaí (indústria Nature Amazon). Foi orientada a ingestão em turnos diferentes. Cada dose foi entregue embalada individualmente, sendo porcionada com auxílio de balança analítica (Balmak ELC-6/15/30), em copos descartáveis com tampa.

Grupo controle (n=6): consumo de duas unidades de frutas não vermelhas ao dia.

Performance esportiva

Teste de corrida de 10km: Após aquecimento padronizado (5min de alongamento e uma volta na pista com trote leve - 400 m), foi realizada a simulação da prova de 10km, com água sendo oferecida ad libitum. Os sujeitos foram instruídos a completar a prova o mais rápido possível, como se estivessem em um evento competitivo. Estímulos verbais foram dados durante todo o evento. Os tempos foram registrados a cada volta (400 m) com cronômetro profissional (VOLLO® 237). O tempo total foi utilizado para fins de análise da performance como também para determinação do ritmo médio (pace) da corrida (minutos/km).

Avaliação Subjetiva de Esforço: Após 30 min do término do teste de corrida de 10km, os atletas classificaram seu esforço por meio da Escala de Percepção Subjetiva de Esforço (PSE) de Foster (1998)18.

Danos musculares

Como indicador de danos musculares, nos momentos M1 e M2 (pré e pós-suplementação), foi adotada a atividade de CK. Para isso, foi colhida amostra de 4mL de sangue venoso dos corredores, pré (CK pré) e pós corrida no percurso de 10km (CK 0h pós), como também a mesma quantidade 24h após a corrida (CK 24h pós), por enfermeiro altamente habilitado para a execução dos procedimentos.

Tais momentos foram determinados a partir de evidências científicas que demonstram haver elevações significativas após exercícios extenuantes19, assim como o pico de elevação se dá por volta de 24h após o término da sessão do exercício19,20.

Após a coleta do sangue, este foi centrifugado, retirado e congelado o seu plasma em tubos eppendorfs no freezer à -80ºC até o momento das dosagens.

A atividade de CK foi determinada por meio de kits comerciais, segundo instruções do fabricante (LabTest). Para tanto, 5 µL das amostras ou do calibrador, em duplicata, foram adicionadas a 250 µL do reagente de trabalho previamente aquecido a 37ºC e realizado leitura, em leitor de placas, a 340 nm nos tempos 2 e 4 minutos após adição do reagente de trabalho.

Composição corporal - Antropometria:

Para calcular o percentual de gordura corporal, foi utilizada a equação das 7 dobras, para homens de 18 a 61 anos, de Jackson e Pollock21, definida por: [1.1120.00043499x(Σ7dobras)+0.00000055x(Σ7dobras)20.00028826x(idade)].

Padronizações

Para que os atletas apresentassem condições físicas similares nos dois momentos de testes de performance, foram adotados procedimentos de padronização ao longo do estudo, especialmente no que se refere à ingestão alimentar e ao treinamento.

Ingestão alimentar: os participantes foram orientados a manterem o padrão alimentar ao longo de todo o experimento, em especial, na véspera e nos dias dos testes. Os corredores realizaram registros alimentares de 24 horas22nas vésperas e nos dias de testes de performance. Para a análise desses dados, foi utilizado o software Avanutri versão 4.0.

Treinamento: Ao longo dos 25 dias do experimento, os participantes obedeceram às prescrições de treinamento, equalizadas em relação à distância total a ser percorrida. Os participantes percorreram o volume total de 26, 32 e 28km durante as semanas um, dois e três de treinamento, respectivamente. Foram quatro sessões de treinamento por semana, sendo duas sessões utilizando-se do método contínuo e duas sessões do método intervalado. Os sujeitos treinaram em parques e pistas de corrida de terreno plano. As zonas de intensidade das corridas foram prescritas individualmente, a partir do ritmo médio obtido no teste de corrida de 10km realizado no M1. No intuito de monitorar o treinamento e evitar vieses, os sujeitos reportaram, ao final de cada sessão, relatório da corrida obtido por meio de aplicativos ou relógio esportivo com global position system (GPS). O programa de treinamento foi elaborado e monitorado por profissional habilitado.

Tratamento estatístico

A normalidade e homogeneidade dos dados foram avaliados aplicando o teste de Shapiro-Wilk e Levene, respectivamente. A ANOVA two way, seguido do post hoc de Tukey, foi utilizada para calcular as diferenças entre grupos (AÇA X CON) e momentos (M1 x M2). Os dados foram analisados por meio do SPSS version 21.0. A significância adotada foi de p ≤ 0.05.

Resultados

Os principais resultados do estudo podem ser observados na Tabela 1.

Tabela 1
Atividade de Creatinaquinase nos momentos 1 e 2, nos grupos Açaí e Controle (média±desvio padrão)

A Tabela 1 mostra a atividade na CK em repouso, imediatamente após a corrida de 10km e 24h após o mesmo esforço, em ambos os grupos, antes e a pós a intervenção. Não houve diferenças significativas na CK de repouso, entre grupos e momentos. Houve elevação significativa da CK entre o repouso e o final da corrida, em ambos os grupos, e ambos os momentos, porém sem diferença entre os grupos. No M1, após 24h do término da corrida, observa-se que a CK se elevou ainda mais, com diferença para a CK de repouso e CK 0h no grupo açaí, e diferença para a CK de repouso para a grupo controle. Entretanto, no M2, nota-se que a CK de 24h no grupo açaí foi significativamente menor, em relação ao M1, fato esse, não observado no grupo controle.

Gráfico 1
Variação dos valores médios da atividade de Creatinaquinase após a intervenção, nos grupos Açaí e Controle

O Gráfico 1 representa o aumento da atividade de CK (média) entre os tempos pré, imediatamente e 24h pós corrida, em ambos os grupos, no momento 2. Observa-se que o grupo açaí apresentou elevação de CK significativamente menor após 24h, quando comparado ao grupo controle.

No que se refere ao tempo de prova, à percepção subjetiva do esforço e aos dados antropométricos, não houve diferença significativa entre os momentos 1 e 2, porém, houve diferença significante sob a variável peso entre os grupos Açaí e controle, tanto em M1, como em M2, bem como sob a variável MGkg em M1 (Tabela 2).

Tabela 2
Tempo de prova, dados antropométricos, percepção subjetiva de esforço e ingestão calórica nos momentos 1 e 2, nos grupos Açaí e Controle (média±desvio padrão)

Discussão

O principal achado do presente estudo consiste no efeito do açaí sobre a atividade de CK 24h após a execução de uma prova de 10 km. Os resultados mostraram que a suplementação com açaí promoveu proteção em relação a danos musculares, uma vez que, no M2, a CK 24h após o esforço se mostrou significativamente menor no grupo açaí do que aquela encontrada no M1 nesse mesmo grupo.

Praticantes de exercício físico, principalmente aeróbio, estão suscetíveis ao acúmulo de espécies reativas de oxigênio (EROs)1 e, consequentemente, ao estresse oxidativo11. O aumento das EROs leva a desfechos como e danos celulares com ruptura da membrana20, lesões musculares1e queda do desempenho físico23.

A lesão muscular pode ser identificada por meio do aumento das concentrações de proteínas citosólicas no líquido extracelular, visto que estas são impermeáveis à membrana plasmática, sendo incapazes de atravessá-la em sua integridade19,24. Com o dano muscular, ocorre a fragilização e ruptura da membrana plasmática, com extravasamento daquelas proteínas para o meio extracelular20,25, aumentando suas concentrações plasmáticas19,24. A creatinaquinase (CK), bem como desidrogenase láctica (LDH), aspartatoaminotransferase (AST) e mioglobina são proteínas geralmente utilizadas para a investigação de lesão muscular24, e dentre elas, a CK é destacada, pois, além de ser o biomarcador que mais apresenta variações entre o pré e pós-exercício, sua análise apresenta reduzido custo19.

Siqueira et al.26desenvolveram um estudo que objetivou analisar as alterações bioquímicas agudas de atletas profissionais submetidos a uma prova de meia maratona, com coleta sanguínea 15 minutos pré aquecimento e 15 minutos pós corrida. Os resultados evidenciaram o aumento significativo da concentração sérica de CK total e frações. Já Kratz et al.27 avaliaram os efeitos da realização de uma maratona sobre parâmetros laboratoriais comuns de corredores maratonistas, tendo a coleta de sangue realizada 1 dia antes, 4h e 24h pós prova; como resultado, observou-se, também, o aumento significante de CK entre os tempos pré corrida e pós 4h e 24h.

No presente estudo, foram observadas elevações significativas de atividade de CK imediatamente e 24h após a corrida, em ambos os grupos, e em ambos os momentos. Porém, no grupo açaí, nota-se que a CK 24h no M2 (após a suplementação) foi significativamente menor que a CK 24h no M1, o que demonstra que a estratégia de suplementação foi capaz de diminuir esse importante marcador de danos musculares.

Trata-se de resultado bastante otimista, considerando-se que o açaí, apesar ser uma fruta originalmente mais consumida na região Norte do Brasil, tem apresentado crescimento significativo na culinária do todo o país, por possuir boa aceitação, do ponto de vista sensorial, além da facilidade de acesso e versatilidade3.

Viana et al.12 realizaram um ensaio clínico que avaliou os efeitos da ingestão regular, durante três dias consecutivos, de um gel produzido partir da polpa do açaí. Como resultados, a ingestão do gel desenvolvido reduziu o estresse muscular, medido por meio da redução da CK, LDH, alanina aminotransferase (GPT), bem como alterou as concentrações de glutationa peroxidase (GPx).

Um outro estudocontrolado11, realizado com ratos de laboratório diabéticos e não-diabéticos, concluiu, após 30 dias de tratamento, que a suplementação dietética com a polpa de açaí atuou como um potente antioxidante, modulando a produção de EROs por neutrófilos e melhorando o equilíbrio oxidante/antioxidante no fígado, pela indução da expressão de RNAm de enzimas antioxidantes, como a glutationa, sob condição fisiológica do estresse oxidativo.

Os fitoquímicos mais relevantes presentes na polpa do açaí são as antocianinas3,12,16, principal composto responsável pelo efeito antioxidante do açaí3,16, proantocianidina e compostos fenólicos, como ácidos fenólicos, flavanóis, flavonóis e outros flavonóides3,16, como a quercetina, catequina, epicatecna, rutina e astolbina16. Sobre as antocianinas, são pigmentos hidrossolúveis, que proporcionam a cor vermelha escura do açaí16,28, que têm a maior capacidade antioxidante entre seus flavonóides. As principais encontradas nesse fruto são as cianidina-3-glucosídeo, cianidina-3-rutinosídeo, perlagonidina-3-glucosídeo, cianidina-3-sambiosídeo, peonidina-3-glucosídeo e peonidina-3-rutinosídeo3,16. Para que sua estabilidade seja intensificada, as antocianinas associam-se à outras moléculas que podem ser flavonóides, alcaloides, aminoácidos, ácidos orgânicos, nucleotídeos, polissacarídeos, metais (copigmentação intermolecular) ou outra antocianina (copigmentação intramolecular), formando um copigmento, melhorando assim, seu potencial antioxidante 3.

Guimarães e Vianna29realizaram uma revisão sistemática objetivando verificar a ação de alguns agentes antioxidantes na prática de atividade física, onde observou-se resultados pouco conclusivos porém, tendenciosamente favoráveis, aos agentes antioxidantes no controle do estresse oxidativo. Já Toscano et al30 estudaram o potencial efeito ergogênico do suco integral de uva roxa no desempenho de corredores recreativos, e perceberam, dentre seus resultados, que, após 28 dias de suplementação, o grupo suplementado apresentou aumentos significativos na capacidade antioxidante total em relação ao grupo controle.

Nishizawa et al31 sugerem, em seus achados, realizados com corredores de longa distância, que a suplementação de extrato de fruta de lichia enriquecido com flavanol, durante dois meses, podem suprimir a inflamação ou lesão tecidual causada por treinamento de alta intensidade.

Mcanulty e colaborares32, investigaram os efeitos da suplementação de mirtilo (blueberry), um alimento rico em antioxidantes/antocianinas, mantida por seis semanas, sobre a imunocompetência e o estresse oxidativo de corredores de uma prova que teve duração de 150 minutos. Os autores concluíram que tal suplementação levou ao aumento da imunocompetência e diminuição do estresse oxidativo induzido pelo exercício.

No geral, diversos estudos têm sido realizados analisando o consumo de alimentos potencialmente antioxidantes por corredores33,34, ciclistas35, remadores36e atletas de outras modalidades37, tendo resultados positivos com diminuições dos níveis de marcadores de estresse oxidativo34,35,37 e fortalecimento do potencial antioxidante33,36.

Acerca da antropometria, os resultados apresentados mostraram diferença significante no peso corporal (em M1 e M2) e na massa corporal em kg (em M1) entre os grupos, mas não intragrupo nos dois momentos. Os demais dados antropométricos não apresentaram diferenças significante entre ou intra grupos e momentos. Sabe-se que a otimização do sistema antioxidante pode reduzir a expressão de quadros inflamatórios crônicos, prevenindo-se, dessa forma, possíveis condições de resistência periférica à insulina, e consequentemente, facilitar o processo de emagrecimento38.Porém, no presente estudo, não foi observada relação entre a ingestão de açaí e redução de massa gorda ao longo do estudo, o que pode ser decorrente de inúmeros fatores, tais como a curta duração da suplementação, a manutenção da ingestão calórica, e o perfil dos participantes, ou seja, atletas sem sobrepeso ou diagnóstico de resistência periférica a insulina.

Quanto ao tempo de prova (performance) e à percepção subjetiva do esforço, os resultados não identificaram alterações significativas entre grupos e momentos. A PSE é instrumento de fácil aplicação, bem aceito entre pesquisadores e profissionais do esporte, que refere um conjunto de sensações, como ritmo respiratório, esforço muscular e dor articular, sentidas pelo indivíduo que está sendo avaliado, que resulta na percepção subjetiva do esforço para realizar um trabalho físico39.

Vale ressaltar que, de acordo com Filho et al40, atletas priorizam a performance esportiva, em detrimento da preocupação com seu estado de saúde, inclusive com fatores de prevenção. Desta forma, é fundamental que os resultados do presente estudo sejam trabalhados em programas de educação alimentar e nutricional para esse público, destacando-se a importância da prevenção de futuras lesões, diminuindo portanto, a necessidade de afastamentos das sessões de treinamento para tratamento, o que indiretamente, proporcionaria melhor performance.

A suplementação de açaí durante 25 dias não foi suficiente para interferir na performance (tempo de prova), na percepção subjetiva do esforço e na composição corporal da amostra representada. Assim, há a necessidade de mais pesquisas sobre o efeito do consumo de açaí acerca de tais fatores para maiores esclarecimentos. Até o momento, este é o primeiro estudo que investiga os efeitos da suplementação de açaí em corredores. Estes dados contribuem para que os profissionais de saúde possam melhorar a qualidade de vida de pacientes, através de orientação nutricional adequada e incentivo à prática de atividade física.

Como fatores limitadores para o presente estudo, destaca-se a reduzida amostra, em virtude da dificuldade de se encontrar atletas que não apresentassem ingestão de suplementos de nutrientes antioxidantes ou ingestão frequente de açaí. Outra limitação trata-se da ausência de um grupo placebo, uma vez trabalhamos com a polpa da fruta in natura, e não um suplemento comercial. Ou seja, seria demasiadamente difícil a elaboração de um composto com sabor, odor, consistência, textura e coloração similares ao açaí, porém, com potencial antioxidante nulo. Porém, como o desfecho principal do presente estudo não se referia à performance, e sim aos danos musculares, tal limitação torna-se pouco significativa.

Conclusão

A suplementação com açaí, em dose diária de 200g, mantida por 25 dias, promoveu redução significativa do marcador de dano muscular 24 horas após o teste de performance de corredores de rua especializados em prova de 10km, porém, sem alterar a percepção subjetiva de esforço e a composição corporal.

Agradecimentos:

Os autores agradecem aos corredores, pela dedicação e esforço em participar do estudo, à Assessoria Esportiva “Treinando OnLine” da cidade de Aracaju, pelo auxílio prestado, e à indústria Nature Amazon, pelos donativos das polpas de açaí utilizadas durante a pesquisa.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    20 Dez 2019
  • Data do Fascículo
    2019

Histórico

  • Recebido
    31 Jul 2017
  • Revisado
    28 Jul 2018
  • Aceito
    03 Ago 2018
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