Resumo
Objetivo
Comparar dois períodos com diferentes esquemas empíricos para tratamento de sepse neonatal tardia, incluindo vancomicina ou oxacilina respectivamente, em unidade neonatal de referência com alta prevalência de Staphylococcus coagulase negativo.
Métodos
Estudo transversal, feito em unidade neonatal de referência, de 2011 a 2014. Os dados foram coletados diariamente por vigilância ativa em prontuário de recém-nascidos de risco. As infecções foram notificadas conforme critérios definidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. O banco de dados e a análise foram feitos em programa interno.
Resultados
Ocorreu redução significativa da notificação de infecções por Staphylococcus aureus (p = 0,008), sem notificações de endocardite, meningite e infecções de vias aéreas inferiores, além de redução na frequência de óbitos pelo microrganismo e sem alteração significativa nas incidências de infecções por bactérias Gram negativas e fungos. Houve aumento de infecções S. aureus coagulase negativo (p = 0,022), mas sem aumento de morbidade e mortalidade. Ocorreu redução na mediana do tempo de uso de oxacilina, de 11,5 para 6 dias (p < 0,001), com aumento de mediana de um dia de uso de vancomicina (p = 0,046).
Conclusões
A modificação do esquema empírico com uso de oxacilina revelou redução significativa das infecções por S. aureus, além da redução na frequência de infecção de foco profundo e mortalidade pelo microrganismo. Considera-se que oxacilina pode ser usada como esquema de tratamento de sepse neonatal tardia para se evitar o uso de antibióticos de largo espectro.
Palavras-chave
Sepse; Recém-nascido; Staphylococcus; Oxacilina; Vancomicina