Resumo
Objetivo:
Verificar a associação do ecocardiograma, da ferritina, da proteína C reativa (PCR) e da contagem de leucócitos com desfechos desfavoráveis na sepse pediátrica.
Métodos:
Estudo de coorte prospectivo, de março a dezembro de 2014, com pacientes críticos pediátricos entre 28 dias e 18 anos. Critérios de inclusão foram diagnóstico de sepse, necessidade de ventilação mecânica (VM) por mais de 48 horas e uso de drogas vasoativas. Avaliaram‐se os níveis séricos PCR, ferritina, contagem de leucócitos, no recrutamento (D0), 24 horas (D1) e 72 horas (D3) após o recrutamento. No D1 e no D3 todos os pacientes foram submetidos a ecocardiograma transtorácico para determinação da Fração de Ejeção (FE) do ventrículo esquerdo. Os desfechos avaliados foram tempo de internação hospitalar e na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP); duração da VM; horas livres de VM; duração do uso de inotrópicos; escore de inotrópicos máximo e mortalidade.
Resultados:
Vinte pacientes completaram o estudo. Ferritina elevada no D0 associou‐se com menor tempo livre de ventilação (p = 0,046) e maior escore de inotrópicos máximo (p = 0,009). A disfunção cardíaca pelo ecocardiograma no D1 relacionou‐se com maior tempo de internação hospitalar (p = 0,047), de UTIP (p = 0,020), VM total (p = 0,011), escore de inotrópicos máximo (p = 0,001) e menor tempo livre de VM (p = 0,020).
Conclusão:
A disfunção cardíaca pelo ecocardiograma e o valor de ferritina sérica associaram‐se significativamente com desfechos desfavoráveis nos pacientes pediátricos com sepse.
PALAVRAS‐CHAVE
Sepse; Choque séptico; Ecocardiograma; Desfecho; Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica