OBJETIVO: Analisar comparativamente a dispersão da onda P (DOP) em pacientes com talassemia beta maior (β-TM) e indivíduos saudáveis (controles) para a detecção precoce do risco de arritmias. MÉTODOS: Oitenta e uma crianças com β-TM, com idades entre 4 e 19 anos, e 74 crianças saudáveis (grupo controle) foram submetidas a exame eletrocardiográfico e ecocardiograma transtorácico de rotina para avaliação cardíaca. A DOP foi calculada como a diferença entre as durações máxima e mínima da onda P. RESULTADOS: Houve uma diferença estatisticamente significativa entre o grupo de estudo e o grupo controle no pico de velocidade do fluxo transmitral no início da diástole (E) e na razão E/fluxo transmitral tardio (A). A duração máxima da onda P e a DOP foram significativamente maiores nos pacientes com β-TM do que nos indivíduos controles. CONCLUSÕES: O aumento da DOP em nossos pacientes com β-TM pode estar relacionado à depressão na condução intra-atrial, devido à dilatação atrial, e ao aumento da atividade simpática. Estes pacientes devem ser acompanhados atentamente devido à possibilidade de ocorrência de arritmias com risco de vida.
Talassemia maior; dispersão da onda P; ferritina; acometimento cardíaco