OBJETIVOS: Revisar aspectos relacionados ao efeito protetor da primeira e segunda doses da vacina BCG e discutir as suas principais indicações e contra-indicações. FONTES DOS DADOS: Utilizando o PubMed, foi realizada uma revisão sistemática da literatura abrangendo um período de, aproximadamente, 50 anos. Os estudos foram agrupados por tipo de desenho, apresentando-se separadamente os principais resultados de ensaios clínicos, estudos de caso-controle e meta-análises. Outros tópicos relevantes, como a BCG e HIV/AIDS, o uso do teste tuberculínico, aspectos relacionados à cicatriz vacinal e ao desenvolvimento de novas vacinas, dentre outros, foram também revistos. SÍNTESE DOS DADOS: A vacina BCG é utilizada desde 1921. Apesar disso, ainda apresenta controvérsias e aspectos não esclarecidos. O efeito protetor da primeira dose da vacina BCG contra a tuberculose na forma miliar ou na meningite é bastante significativa. No entanto, em relação à forma pulmonar, os resultados são discordantes, variando de ausência de efeito a níveis próximos a 80%. Há evidências de que uma segunda dose da BCG não aumenta o seu efeito protetor. Estudos demonstram proteção da vacina contra a hanseníase. Pesquisas sobre novas vacinas que, no futuro, poderão vir a substituir a BCG estão sendo realizadas. CONCLUSÕES:Apesar da expectativa de que, no futuro, venhamos a ter uma nova vacina para a tuberculose, no presente e ainda por muitos anos, a vacina BCG, apesar de suas deficiências, mantém-se como um importante instrumento nos esforços para controle dos efeitos danosos da tuberculose, sobretudo em países em que essa doença ocorre em médias e elevadas taxas de incidência.
Tuberculose; vacina BCG; teste tuberculínico intradérmico; efeito protetor; cicatriz BCG