Resumo
Objetivo:
Investigar os fatores associados à resistência à insulina em crianças de 4 a 7 anos, e identificar o ponto de corte do índice triglicerídeos-glicemia (TyG) para predição da RI nessa população.
Métodos:
Estudo transversal, com 403 crianças pertencentes a uma coorte retrospectiva. A resistência à insulina foi avaliada pelo índice triglicerídeos-glicemia e também pelo índice HOMA, este em uma subamostra. Avaliou-se quatro indicadores de adiposidade corporal: o índice de massa corporal, a relação cintura-estatura e os percentuais de gordura corporal total e central. O hábito alimentar foi avaliado pela identificação dos padrões alimentares, utilizando-se a análise de componentes principais. Foram coletadas também informações sobre estilo de vida, condição socioeconômica e tempo de aleitamento materno.
Resultados:
A mediana observada do índice triglicerídeos-glicemia na amostra foi de 7,77 e não diferiu entre os sexos. Quanto menor o tempo diário em atividades ativas, maior o valor de triglicerídeos-glicemia; e o aumento nos valores dos indicadores de adiposidade corporal associou-se positivamente com o triglicerídeos-glicemia. O ponto de corte com melhor equilíbrio entre os valores de sensibilidade e especificidade foi o de 7,88 (AUC = 0,63; IC 95% 0,51 - 0,74).
Conclusão:
O presente estudo identificou que a adiposidade corporal total e central e o menor tempo diário em atividades ativas associou-se positivamente com a resistência à insulina, avaliada pelo índice triglicerídeos-glicemia. O ponto de corte de 7,88 pode ser utilizado nessa população para triagem do risco de resistência à insulina, mas é necessário cautela na sua utilização em outras populações.
PALAVRAS-CHAVE
Índice TyG; Adiposidade; Estilo de vida; Crianças