Resumo
Objetivo:
Identificar fatores de risco pré-natal, perinatal e pós-natal em crianças com transtorno do espectro do autismo (TEA) ao compará-las com irmãos sem transtornos de autismo.
Método:
Estudo é transversal e comparativo. Foi conduzido em três meses (julho a setembro de 2014). Incluiu 101 crianças: 50 com TEA diagnosticadas de acordo com os critérios do DSM-5 e 51 irmãos não afetados. A gravidade do TEA foi avaliada pela Escala de Avaliação do Autismo na Infância (CARS).
Resultados:
Nosso estudo revelou uma prevalência maior de fatores pré-natais, perinatais e pós-natais em crianças com TEA em comparação com irmãos não afetados. Também mostrou uma associação significativa entre fatores perinatais e pós-natais e TEA (respectivamente p = 0,03 e p = 0,042). Nesse grupo, os fatores perinatais foram principalmente do tipo sofrimento fetal agudo (26% dos casos), longa duração do parto e prematuridade (18% dos casos em cada fator), ao passo que fatores pós-natais foram representados principalmente por infecções respiratórias (24%). No que diz respeito a fatores dos pais, nenhuma correlação foi encontrada entre a idade avançada dos pais no momento da concepção e o TEA. Da mesma forma, nenhuma correlação foi estabelecida entre a gravidade do TEA e fatores diferentes.Após regressão logística, os fatores de risco de autismo encontrados no modelo final foram: sexo masculino, infecção pré-natal do trato urinário, sofrimento fetal agudo, parto difícil e infecção respiratória.
Conclusões:
Esta pesquisa confirma a alta prevalência de fatores pré-natais, perinatais e pós-natais em crianças com TEA e sugere a intervenção de alguns desses fatores (sofrimento fetal agudo, parto difícil) como variáveis determinantes para a gênese do TEA.
PALAVRAS-CHAVE
Transtorno do espectro do autismo; Criança; Fatores de risco; Pré-natal; Perinatal; Pós-natal