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Fatores perinatais associados a anormalidades em eletroencefalograma de amplitude integrada em prematuros no primeiro dia de vida Como citar este artigo: Castro JS, Leslie AT, Guinsburg R. Perinatal factors associated with amplitude-integrated electroencephalography abnormalities in preterm infants on the first day of life. J Pediatr (Rio J). 2020;96:622-9. , ☆☆ ☆☆ Estudo vinculado a Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina, São Paulo, SP, Brasil.

Resumo

Objetivo:

Avaliar a associação entre fatores perinatais e anormalidades no eletroencefalograma de amplitude integrada em recém-nascidos prematuros no primeiro dia de vida.

Métodos:

Este é um estudo transversal de 60 bebês com idade gestacional entre 23-32 semanas, sem malformações. Os recém-nascidos foram continuamente monitorados por eletroencefalograma de amplitude integrada no primeiro dia de vida por pelo menos 3 horas. Os traçados foram registrados e analisados em cada coluna para: padrão de surto-supressão, ciclo de sono-vigília e amplitude da margem inferior (< 3 µV ou < 5 µV). A associação de complicações maternas, tipo de parto, peso ao nascer, idade gestacional, sexo do neonato, procedimentos de reanimação, hipotermia na admissão e Escore para Fisiologia Neonatal Aguda, Extensão Perinatal, versão II (SNAPPE-II) com alterações no eletroencefalograma de amplitude integrada foi avaliada por regressão logística múltipla.

Resultados:

Um padrão descontínuo ocorreu em 65% dos recém-nascidos e o padrão contínuo ocorreu em 23%. O padrão de surto-supressão foi associado ao parto vaginal (OR 7,6; IC95% 1,1-53,1) e SNAPPE-II ≥ 40 (OR 13,1; IC95% 1,8-95,1). Uma margem inferior do eletroencefalograma de amplitude integrada < 3 µV também foi associada com escore SNAPPE-II ≥ 40 (OR 10,6, IC95% 2,3-49,2), enquanto um valor <5 µV foi associado com menor IG (OR 0,51, IC 95% 0,34-0,76). Não houve associações entre as variáveis perinatais e a ausência de ciclo sono-vigília nas gravações de eletroencefalograma de amplitude integrada no primeiro dia de vida.

Conclusão:

As variáveis biológicas e a gravidade clínica estão associadas às características eletroencefalográficas dos recém-nascidos prematuros no primeiro dia de vida e devem ser consideradas na prática clínica quando o eletroencefalograma de amplitude integrada é realizado.

PALAVRAS-CHAVE
Prematuro; Eletroencefalografia; Terapia intensiva neonatal

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