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Nível sérico de IgE total em alergia respiratória: estudo em pacientes com alto risco de infecção por helmintos

OBJETIVO: Eosinofilia e elevação de IgE sérica são expressões de atopia, contudo há fatores intervenientes como, por exemplo, as parasitoses intestinais. Esta pesquisa verifica a relação entre IgE sérica total, eosinófilos e IgE específica anti-áscaris em indivíduos portadores de asma e/ou rinite alérgica. MÉTODOS: Estudo do tipo transversal em adolescentes portadores de asma e/ou rinite alérgica que foram examinados quanto ao nível sérico de IgE total, de IgE anti-áscaris e de contagem dos eosinófilos sangüíneos. RESULTADOS: Foram analisados 101 pacientes com idade entre 12 e 21 anos. A mediana da IgE foi 660 UI/mL (P25-75 243,5-1500), e a dos eosinófilos foi 510 células/mm³ (P25-75 284-811). A IgE anti-áscaris foi positiva em 73% (74/101) da amostra, mas houve apenas 33,7% (34/101) de positividade ao parasitológico de fezes. Os coeficientes de correlação encontrados foram: 0,34 (p = 0,001) entre IgE total e eosinófilos, 0,52 (p < 0,001) entre IgE total e IgE anti-áscaris e 0,26 (p = 0,01) entre eosinófilos e IgE anti-áscaris. O modelo de regressão linear múltipla final encontrou que IgE anti-áscaris foi fator contribuinte para IgE sérica total com coeficiente de determinação (r2 ajustado) de 0,25 (F = 12,35; p < 0,001), e esse efeito foi independente de contagem de eosinófilos séricos e de parasitose intestinal por helmintos. CONCLUSÃO: Em pacientes com alergia respiratória e IgE sérica total bastante elevada, oriundos de áreas com alto risco de infecção por helmintos, a pesquisa de IgE anti-áscaris como possível fator explicativo pode ser de maior ajuda que a realização do parasitológico de fezes.

IgE; eosinófilo; alergia; helmintíase; ascaridíase


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