OBJETIVO:
Descrever a atividade antimicrobiana da defensina-beta 2 na glândula mamária e secretada no leite materno humano.
MÉTODOS:
A produção de peptídeos foi realizada por clonagem de DNA. Os níveis de defensina-beta 2 foram quantificados em 61 amostras de colostro e 39 de leite maduro de doadoras saudáveis pelo teste ELISA indireto. Por um ensaio de halo de inibição, avaliamos a atividade contra sete isolados clínicos diarreicos de crianças entre 0 e 2 anos. A atividade da defensina 2 contra três patógenos oportunistas que podem causar infecções nosocomiais foi determinada pelo teste de microdiluição.
RESULTADOS:
Os níveis de peptídeos estavam significativamente maiores nas amostras de colostro (n = 61) que de leite maduro (n = 39), como segue: 8,52 (2,6-16,3 µg/mL) mediana e faixa em comparação a 0,97 (0,22-3,78), p < 0,0001; teste de Mann-Whitney. O peptídeo recombinante foi obtido da alta atividade antimicrobiana demonstrada contra uma ampla gama de bactérias patogênicas. Sua atividade antibacteriana foi demonstrada em um disco contendo entre 1-4 µg, que produziu zonas de inibição entre 18 e 30 mm contra três isolados de Salmonella spp. e quatro de E. coli. A defensina-beta 2 demonstrou concentrações inibitórias mínimas (CIMs) de 0,25 µg/mL e 0,5 µg/mL para S. marcescen and P. aeruginosa, ao passo que uma CIM maior (4 µg/mL) foi obtida contra um isolado de cepa multirresistente de A. baumannii.
CONCLUSÕES:
Até onde sabemos, este estudo é o primeiro a relatar níveis de defensina em mulheres da América Latina. A produção e a atividade da defensina 2 no leite materno comprovam sua importância como uma molécula de defesa para a saúde intestinal em pacientes pediátricos.
Peptídeos catiônicos antimicrobianos; hBD2; Lactação; Defensinas; Agentes anti-infecciosos; Leite materno