Com o objetivo de avaliar se a retirada de maior número de fragmentos pleurais em um único sítio (A), bem como se a biópsia em um segundo sítio (B) da sua superfície, através do mesmo orifício cutâneo, acrescenta em rendimento diagnóstico aos três fragmentos habitualmente retirados, conduzimos um estudo prospectivo no Hospital Octávio Mangabeira, envolvendo 115 pacientes com indicação de biópsia pleural. Os fragmentos pleurais foram colocados em três frascos distintos: FRA1-3 = 3 primeiros fragmentos, FRA4-8 = 5 fragmentos subseqüentes e FRB1-5 = 5 fragmentos em segundo sítio da superfície pleural. Era retirada a agulha até o subcutâneo, feitas inclinação lateral e reintrodução no espaço pleural. A análise dos fragmentos provindos do FRA1-3 evidenciou granuloma em 72/92 casos de tuberculose (78,3%) e no FRA4-8 e FRB1-5, em 74/92 casos (80,5%). Em 6/92 pacientes foram encontrados pleurite inespecífica no FRA1-3 e granuloma no FRA4-8, resultando em acréscimo diagnóstico de 8,3% (6 aos 72 pacientes). Em 7/92 pacientes (7,6%) a HP foi inespecífica no sítio A e mostrou granuloma no sítio B, resultando em acréscimo diagnóstico de 9,0% (7 aos 78 pacientes). A concordância histológica intra-observador teve um índice kappa de 0,62 (0,54 a 0,70) e interobservador de 0,64 (0,56 a 0,72). Concluímos que a realização de múltiplas biópsias em dois sítios diferentes da superfície pleural diagnosticou 13 pacientes que não obteriam diagnóstico definitivo se fossem retirados apenas três fragmentos pleurais, resultando em incremento diagnóstico de 18,0% (13 aos 72 diagnosticados no FRA1-3), sendo considerado significativo do ponto de vista médico e social.
Tuberculose; Tuberculose; Tuberculose