Resumo
Contexto
A doença venosa crônica (DVC) é a principal causa de úlceras crônicas em membros inferiores. As varizes dos membros inferiores são a causa mais frequente de úlcera venosa (UV). No Brasil, 50,9% das mulheres têm varizes e a prevalência da úlcera chega a 4%. A escleroterapia ecoguiada com espuma (EEE) é uma alternativa de baixo custo para tratamento de varizes de membros inferiores.
Objetivos
Analisar evolução de portadores de UV tratados com EEE.
Métodos
Coorte prospectiva e consecutiva em um único serviço. Portadores de UV com veia safena magna (VSM) insuficiente foram acompanhados por 180 dias após EEE. Foram estudadas: qualidade de vida, gravidade da doença, cicatrização e eliminação do refluxo. Foram utilizados questionário Aberdeen, escore clínico venoso e ultrassom Doppler.
Resultados
Foram tratados 22 pacientes com idade entre 35 a 70 anos. Houve melhora na qualidade de vida, redução da gravidade da doença, e redução dos diâmetros das úlceras (p < 0.001; ANOVA). Houve redução das dimensões em 90,91% das úlceras [intervalo de confiança de 95% (IC95%) 78,9-100%], e cicatrização completa em 77,27% (IC95% 59,76-94,78%). O refluxo foi eliminado em 63,64% (IC95% 43,54-83,74%) das VSM. Homens tiveram maior benefício em qualidade de vida, e mulheres apresentaram mais complicações. Não houve complicações graves. As UV completamente cicatrizadas e as VSM que apresentaram oclusão completa apresentavam dimensões inicialmente menores quando comparadas às das UV não completamente cicatrizadas e das VSM não completamente ocluídas (p < 0,05; Mann-Whitney).
Conclusões
Os resultados sugerem que EEE foi benéfica para a maioria dos pacientes.
Palavras-chave:
varizes; insuficiência venosa; úlcera varicosa; escleroterapia; ultrassonografia; qualidade de vida