Resumo
Contexto
Os eventos cardiovasculares são mais frequentes em pessoas com mais de 60 anos, e sugere-se que sejam causas significativas de morbidade e mortalidade. A rigidez arterial é expressa pela velocidade da onda de pulso, e presume-se que esse valor seja um preditor de eventos cardiovasculares. Os pacientes com doença renal crônica e desregulação do açúcar no sangue têm aterosclerose e rigidez arterial aumentadas. No entanto, a relação entre os níveis fisiológicos de Hba1c e a rigidez arterial entre pacientes com doença renal crônica sem diabetes melito é menos clara.
Objetivos
Buscamos investigar o grau de rigidez entre os pacientes sem diabetes e portadores de doença renal crônica sem dependência de diálise com níveis fisiológicos de HbA1c.
Métodos
Incluímos 51 pacientes, sem diabetes e com doença renal crônica sem dependência de diálise, que estavam em acompanhamento no Departamento de Nefrologia do Ege University Hospital entre fevereiro e junho de 2015. A pressão sanguínea e a velocidade da onda do pulso foram medidas com um dispositivo de tonometria de aplanação (Sphygmocor Vx Software Atcor Medical, Austrália). A correlação entre a velocidade da onda de pulso e os parâmetros mencionados anteriormente foi investigada.
Resultados
Detectamos correlação significativa entre a velocidade da onda de pulso e a pressão arterial sistólica (p = 0,0001) e Hba1c (p = 0,044) separadamente. Foi constatada correlação inversa com a depuração de creatinina (p = 0,04). Também detectamos correlação significativa com o nível de fósforo sérico (p = 0,0077) e o uso de furosemida (p = 0,014). Não foi encontrada correlação entre outros parâmetros.
Conclusões
A rigidez arterial é um preditor importante de eventos cardiovasculares, e a sua medição é um método de baixo custo para estimar a morbidade e mortalidade. Nosso estudo corrobora a importância da medição da rigidez arterial e do controle dos níveis de glicemia sanguínea mesmo em valores de Hba1c fisiológicos, principalmente para pacientes portadores de doença renal crônica.
Palavras-chave:
rigidez arterial; aterosclerose; cardiovascular; doença renal crônica; velocidade da onda de pulso