Resumo
Contexto
A doença arterial periférica (DAP) é uma doença com alta morbidade global, afetando mais de 200 milhões de pessoas.
Objetivos
Neste estudo, analisamos o tratamento cirúrgico para DAP no sistema público de saúde do Brasil no período de 12 anos, com base em dados publicamente disponíveis.
Métodos
O estudo foi conduzido a partir da análise de dados disponíveis na plataforma do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), do Ministério da Saúde, avaliando a distribuição da técnica cirúrgica utilizada, a mortalidade e o custo ao longo dos anos.
Resultados
Um total de 129.424 procedimentos foram analisados (para claudicantes e isquemia crítica, em proporção desconhecida). A maiora dos procedimentos foi via endovascular (65,49%), com tendência de aumento nessa desproporção (p < 0,001). Houve 3.306 mortes intra-hospitalares (mortalidade de 2,55%) com menor mortalidade no grupo endovascular (1,2% vs. 5,0%; p = 0,008). O investimento governamental total para esses procedimentos foi de US$ 238.010.096,51, e os procedimentos endovasculares foram significativamente mais caros que a cirurgia aberta convencional (US$ 1.932,27 vs. US$ 1.517,32; p = 0,016).
Conclusões
No sistema público de saúde brasileiro, as revascularizações de membros inferiores ocorreram com frequência crescente entre 2008 e 2019. Os procedimentos endovasculares foram mais comuns e relacionados a menor mortalidade intra-hospitalar, mas a maiores custos.
Palavras-chave:
big data; artérias; saúde pública; doenças vasculares