Resumo
Contexto
Existe um espectro de possibilidades na análise dos parâmetros de ressaturação de O2 muscular como uma medida de hiperemia reativa na microvasculatura. No entanto, não há consenso com relação à responsividade desses parâmetros de ressaturação de O2 para avaliação de hiperemia reativa.
Objetivos
Este estudo investigou a capacidade de resposta dos parâmetros de ressaturação muscular de O2 mais utilizados para avaliar a hiperemia reativa na microvasculatura de um grupo clínico conhecido por apresentar comprometimento da saturação de O2 (StO2).
Métodos
Foram recrutados 23 jovens saudáveis, 29 idosos saudáveis e 35 idosos com risco para doença cardiovascular. A espectroscopia no infravermelho próximo foi usada para avaliar a StO2 após um teste de oclusão arterial de 5 minutos, no qual os seguintes parâmetros foram analisados: StO2slope_10s, StO2slope_30s e StO2slope_until_baseline (inclinação da StO2 em 10 s, 30 s e até StO2 atingir valores basais); tempo para StO2baseline e tempo para StO2máx (o tempo necessário para StO2 atingir os valores da linha de base e o máximo, respectivamente); ∆StO2reperfusão (a diferença entre o valor de StO2mínimo e StO2máximo); área total sob a curva (StO2AUCt); e área sob a curva acima do valor da linha de base (StO2AUC_above_base).
Resultados
Apenas StO2slope_10s foi significativamente mais lento em idosos em risco de doença cardiovascular comparados com indivíduos jovens saudáveis (p < 0,001) e idosos saudáveis (p < 0,001). Por outro lado, o tempo para StO2max foi significativamente maior em indivíduos jovens saudáveis do que em idosos em risco de doença cardiovascular.
Conclusões
Nossos achados sugerem que StO2slope_10s pode ser uma medida de hiperemia reativa, que fornece informações clínicas sobre a avaliação da função microvascular.
Palavras-chave:
fisiologia cardiovascular; células endoteliais capilares; doenças vasculares; hipertensão arterial; envelhecimento