A atitude de Platão com relação aos poetas e à poesia tem sempre sido um ponto de debate, controvérsia e notoriedade, mas a maioria dos estudiosos não consegue ver seu papel central nas cidades ideais da República e das Leis, ou seja, Callipolis e Magnésia. Neste artigo, defendo que em nenhum dos dois diálogos Platão exila os poetas, mas, ao contrário, acredita que eles devem, como todos os cidadãos, exercitar a competência própria à sua profissão, permitindo-lhes o direito de se tornarem participantes com todos os direitos da classe produtora. Principalmente, se prestarmos a atenção devida em certos detalhes, veremos que Platão controla tanto os fatores positivos, como os negativos na poesia, para aproximar mais suas cidades ideais da realização prática. A meu ver, o estatuto do poeta e de sua habilidade, nesse contexto, foram raramente estudados.
Platão; Poesia; Poetas; Mímesis; Mitos; Demiurgo; Callípolis; Magnésia