Resumo
O objetivo deste artigo é refletir sobre o processo metafórico instaurado em Escapade [Escapada] (1995[1923]), a narrativa autobiográfica de Evelyn Scott, escrita durante seu exílio autoimposto no Brasil, entre 1914 e 1919. Interessa-nos examinar como a dinâmica textual, por meio da metaforização (Leite, 2007), situa a doença do eu autobiográfico de Scott em três dimensões: consciência da possibilidade de contrair doenças no Brasil, ansiedade diante da realidade de ter adoecido e desejo máximo de morrer. A análise qualitativa parte de uma amostra de dados quantificados que mostram a frequência significativa de vocábulos relacionados ao campo semântico da doença. Com base nesses dados, são escolhidos os trechos do livro sobre os quais se desenvolve a análise. Resultados indicam que Evelyn Scott aborda a doença como uma personagem, às vezes ameaçadora, às vezes companheira de jornada.
Palavras-chave:
Evelyn Scott; Doença; Metaforização; Emoção; Narrativa autobiográfica