Resumo
O texto analisa o corpo discursivo da mulher sob as interdições sociais impostas pelo discurso patriarcal capitalista, enfatizando relações de trabalho, saúde e sexualidade. Com base na Análise Materialista do Discurso, o estudo examina os jornais alternativos feministas Brasil Mulher e Nós Mulheres, que circularam entre as décadas de 1970 e 1980. Esses jornais desafiaram a censura estatal vigente durante a ditadura militar (1964-1985) ao expor práticas repressivas ocorridas nos “anos de chumbo” (1968-1974). Nesse período, o Estado, com apoio de setores da elite, implementou políticas de controle populacional que violavam os direitos reprodutivos das mulheres e seu direito sobre o próprio corpo. As análises marcam a importância desses jornais para os corpos-mulheres alvos da violência e silenciamento impostos pelo regime ditatorial e pelo patriarcado, chamando atenção para as reverberações de tais violações na atualidade. A luta pela autonomia feminina segue urgente em relação à persistente opressão institucional determinada socio-historicamente.
Palavras-chave:
Análise Materialista de Discurso; Discurso jornalístico alternativo; Jornal feminista; Corpo discursivo; Mulher
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Fonte: arquivo das autoras
Fonte: Nós Mulheres, n. 1, jun. 1976
Fonte: Brasil Mulher, n.1, dez. 1975