Open-access PELA TRAMA SINTÁTICA, O SIMULACRO: “ELA É COMO SE FOSSE DA FAMÍLIA”

THROUGH THE SYNTACTIC WEAVE, THE SIMULACRUM: “SHE’S LIKE FAMILY”

POR LA TRAMA SINTÁCTICA, EL SIMULACRO: “ELLA ES COMO SI FUERA DE LA FAMILIA”

Resumo

Os casos recentes de trabalho análogo à escravidão no Brasil revelam um padrão persistente: mulheres negras e pobres a serviço de famílias brancas e ricas por gerações, sem acesso a direitos básicos. Este artigo analisa notícias publicadas entre 2021 e 2023 sobre o resgate de mulheres nessas condições, com base na Análise do Discurso Materialista. Examina-se a expressão “Ela é como parte da família”, frequentemente usada para justificar a ausência de direitos trabalhistas. Essa formulação opera como simulacro, ao disfarçar uma relação laboral com traços de vínculo afetivo, sem corresponder a uma verdadeira relação familiar. O uso do modo subjuntivo em “como se fosse” evidencia essa contradição e revela o caráter ideológico do enunciado. A desintagmatização dessas estruturas permite acessar os processos discursivos e os domínios da memória que sustentam a reprodução de práticas sociais naturalizadas de exploração.

Palavras-chave:
Materialismo; Discurso; Trabalho análogo à escravidão

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