Resumo
Este artigo apresenta uma reflexão sobre as formas de significar a violência obstétrica na atualidade, através da análise de recortes de duas campanhas de combate a este tipo de violência: #partocomrespeito, produzida e difundida pelo semanário brasileiro Época; e Voces contra la violencia obstétrica, veiculada pela associação argentina Las Casildas. Amparado em pressupostos teóricos da Análise de Discurso elaborada por Michel Pêcheux e seu grupo, problematiza as campanhas em seus modos constituição, formulação e circulação, enquanto produtoras de diferentes sentidos para a violência. Tecidos na relação entre palavras, imagens e sons, são sentidos que se formulam por meio do jogo entre o visível e o invisível. Nos recortes, a imbricação entre imagem e testemunho constitui um discurso sobre a violência obstétrica, tecido no movimento entre o dizível e o indizível do trauma, entre a injunção a tudo dizer e o silêncio em suas diferentes versões, conforme teorizado por Orlandi.
Palavras-chave:
Testemunho; Imagem; Violência Obstétrica; Memória; Silêncio