Resumo
Este artigo relaciona a enunciação “Preferiria não”, do personagem Bartleby, de Herman Melville (2015), com o conceito de estranho familiar de Sigmund Freud. O trabalho inicia com a noção de contemporâneo em Giorgio Agamben e, em seguida, desenvolve a leitura de Gilles Deleuze sobre Bartleby, para quem a literatura aponta uma escrita que, incessantemente, tenta escapar das formas de representação. Assim, Bartleby funciona para o narrador como um estranho familiar que o inquieta, tanto que foi preciso escrever sobre ele. Em outros termos, o que nos faz contemporâneos advém desse irrepresentável e inquietante a partir do qual algo de novo pode ser produzido, conduzindo a atualidade para além dela mesma.
Palavras-chave:
Psicanálise; Estranho familiar; Contemporâneo; Bartleby; “Preferiria não”