Resumo:
Neste ensaio, propomos um percurso de leitura que incide sobre a relação, frequentemente tida como ambivalente, entre Foucault e a psicanálise. Partimos da crítica desenvolvida pelo autor em A vontade de saber, buscando articular a problemática da produção da verdade à incidência e à insistência do/no discurso. Tal articulação permite reafirmarmos que é porque há demanda de um dizer exaustivo, e em dadas condições, que o sujeito e a verdade, em termos psicanalíticos, emergem, o que nos leva a compreender não só que as verdades de nosso tempo e de nossa sociedade são perpassadas pela experiência fundamental da linguagem, mas também que elas são, em grande medida, produzidas por campos de saber, não preexistindo, assim, ao discurso.
Palavras-chave:
Discurso; Psicanálise; Verdade