Resumo
Este artigo examina a produção intelectual do sociólogo Carlos Alberto de Medina a partir de sua experiência profissional no Serviço Especial de Saúde Pública e no estudo da SAGMACS sobre as favelas cariocas nos anos 1950. Autor pouco conhecido na história das ciências sociais no Brasil, seus trabalhos, entretanto, lançam luz sobre o modo como perspectivas sociológicas contribuíram para a reflexão acerca das relações entre saúde, desenvolvimento e democracia no período. Questionando as possibilidades de ingresso das populações pobres, dos campos e das cidades, na cidadania, Medina enxerga o Brasil rural e o Brasil urbano como universos interrelacionados, presos a uma mesma dinâmica sócio-histórica, autoritária e excludente, que remontaria ao latifúndio senhorial. Segundo o sociólogo, na ausência de reformas que alterassem esse quadro, fortalecendo a capacidade organizativa e a participação social das camadas populares, o processo modernizador brasileiro dificilmente redundaria em mudanças sociais efetivas.
Palavras-chave:
Carlos Alberto de Medina; Pensamento Social no Brasil; Serviço Especial de Saúde Pública (SESP); SAGMACS; Favelas; Desenvolvimento