Resumo
Este artigo discute, em diálogo com passagens selecionadas de Machado de Assis, o que pode condensar, na contemporaneidade, o nome próprio Valongo, lugar de desembarque de centenas de milhares de africanos e onde operou, no Rio de Janeiro, o maior mercado de escravos do Brasil Colônia e Império. Esquecido dos mapas e do imaginário da cidade por quase duzentos anos, o Valongo foi "redescoberto" arqueologicamente no ano de 2011, no seio de uma ampla reforma urbanística da área portuária carioca, o projeto Porto Maravilha. Nestes termos, faz-se aqui uma reflexão a respeito da potência da prosa machadiana para a leitura do passado escravista brasileiro e suas heranças.
Machado de Assis; escravismo; Rio de Janeiro; representações; memória social