Resumo
Este artigo analisa a questão da forma narrativa em Brás Cubas através da leitura do protagonismo alternativo de capítulos intermediários do romance, a maioria deles erratas e comentários sobre a própria composição do livro. Examina a maneira como Roberto Schwarz em seu Um mestre na periferia do capitalismo considera menor o valor estético dessas seções do livro, embora as constitua como formalmente necessárias para o seu conceito do narrador volúvel. Finalmente, o artigo lê essas seções menos como formalmente constitutivas da intenção mimética do romance do que reveladoras de um lado pouco conhecido de Brás Cubas, em que reflete nervosamente, e às vezes filosoficamente, sobre a questão do tempo.
Brás Cubas; Roberto Schwarz; forma narrativa; enredo; tempo