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COPRESENÇA DE OPOSTOS EM REPÚBLICA V, 478E-480A* * Registro aqui minha gratidão a Gustavo Bianchi Ferreira, Natalia Costa Rugnitz e Anderson de Paula Borges pelos cuidadosos comentários a uma versão prévia deste artigo. Agradeço ainda ao Anderson Borges pelas referências bibliográficas e, a Gustavo Ferreira e Lucas Angioni, pelas várias discussões informais sobre o tema. Sou grato também a dois pareceristas anônimos por preciosas sugestões.

COMPRESENCE OF OPPOSITES IN REPUBLIC V, 478E-480A

Resumo:

Pretendemos aqui analisar o texto de República V, 478e-480a, em que Platão argumenta contra um adversário que rejeita a teoria das Formas e restringe o domínio do conhecimento a itens sensíveis. O argumento de Platão conclui que seu adversário não pode ter conhecimento, mas somente opinião. O raciocínio baseia-se em uma premissa que afirma que os objetos sensíveis, ao contrário das Formas, estariam submetidos a uma certa copresença de atributos opostos. Apresentamos uma versão do argumento visando dois propósitos centrais: por um lado, buscamos resolver certas dificuldades textuais e teóricas que o leitor da passagem tem de enfrentar; por outro, evitamos comprometer Platão com a tese de que os itens sensíveis estão excluídos do domínio do conhecimento. Nossa estratégia envolve argumentar que a passagem assume um esquema conceitual que não é o de Platão, mas o de seu adversário.

Palavras-chave:
Platão; Formas; Ontologia; Epistemologia

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