Pesquisadores da vida social tendem a dividir o mundo em esferas separadas - porém mutuamente "contaminantes" - de transações racionais de mercado e relações sociais pessoalizadas. Tais dicotomias não só distorcem a explicação de como a atividade econômica de fato opera, como também servem para desvalorizar atividades como a produção doméstica, o trabalho de cuidar, o micro-crédito e, de forma geral, o trabalho das mulheres. Focalizando casos de surgimento de moedas locais e de ajuda pessoal paga, o artigo argumenta que a atividade econômica e os laços interpessoais se misturam regularmente e, de fato, muitas vezes se reforçam mutuamente. O trabalho também argumenta que as atividades econômicas ditas periféricas são, coletivamente, tão significantes quanto os fenômenos econômicos supostamente mais "reais" das firmas e das corporações.
Mercados; Relações Sociais; Moedas Locais; Cuidado Pessoal