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Flutuações semânticas no mundo atlântico* * Este texto se beneficiou do conhecimento etnográfico de muitos colegas que gentilmente me forneceram valiosas informações sobre o termo tabanka e seus cognatos nos contextos de suas áreas de investigação. Sou grato a Ramon Sarró, Eric Gable, Joanna Davidson, Peter Mark, Bruce Mouser, Heike Drotbohm e Lise Winner pelas respostas sempre generosas às minhas indagações. Juliana Braz Dias e Teté Montenegro também me beneficiaram com seus instigantes comentários. Não preciso dizer que, com tanta ajuda, sou eu o único responsável pelos enganos e as fraquezas argumentativas do trabalho.

Meu tema é o processo de deslocamento semântico que tem afetado alguns termos viajantes numa grande área de crioulização que se estende da costa ocidental da África ao Caribe. Neste trabalho, terei como foco a rota supostamente tomada por um item lexical em sua jornada pelo Oceano Atlântico. Tabanka é a palavra escolhida para análise. Tratarei, por um lado, de sua jornada vertical, de seu contexto original de uso na zona conhecida como alta costa da Guiné, no século XVI, ao seu significado atual no crioulo da Guiné-Bissau. Por outro, lidarei com sua jornada horizontal, da costa ocidental africana às ilhas de Cabo Verde e, por fim, a Trinidad, na costa venezuelana. Seguindo a rota tomada por esta palavra, eu espero lançar alguma luz sobre as heterogêneas formas de vida social produzidas pelo processo de crioulização associado à expansão europeia.

Tabanka; Crioulização; Ecúmeno; Deslocamento semântico


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