RESUMO
OBJETIVO:
Embora o relaxamento seja recomendado como terapia complementar no tratamento da hipertensão, seus efeitos na modulação autonômica cardiovascular ainda não estão claros. O objetivo desse trabalho foi investigar os efeitos do relaxamento na modulação autonômica cardíaca de indivíduos hipertensos.
MÉTODOS:
Este estudo aleatorizado e controlado foi realizado no Laboratório de Hemodinâmica da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo/Brasil. Dezesseis hipertensos (6-mulheres) e 14 normotensos controle (6-mulheres) não-obesos participaram de 2 sessões aleatórias: relaxamento (R) e controle (C). Os participantes permaneceram supinos por 55 minutos após as intervenções. Eletrocardiograma, pressão arterial batimento a batimento, e respiração foram adquiridos durante e após as intervenções para a posterior análise espectral autorregressiva das variabilidades do intervalo R-R e da pressão arterial.
RESULTADOS:
Hipertensos e normotensos apresentaram respostas semelhantes de modulação autonômica cardíaca durante e após as sessões experimentais. Durante o relaxamento, a baixa frequência e o equilíbrio simpatovagal da variabilidade da frequência cardíaca estavam significantemente mais baixas no R do que no repouso supino em C. Quinze minutos após a intervenção a baixa frequência e o equilíbrio simpatovagal ainda estavam inferiores em R do que em C, o que ocorreu também nos 35 minutos, mas não aos 55 minutos. A variabilidade da pressão arterial foi semelhante entre as sessões.
CONCLUSÃO:
O relaxamento savasana reduz a modulação autonômica simpática cardíaca de hipertensos; essa redução perdura por pelo menos 35 minutos após o término do relaxamento e não é prejudicada nos hipertensos quando comparados com normotensos. Dessa forma, o relaxamento savasana tem efeitos positivos na modulação autonômica cardíaca de hipertensos e pode ser incluído como estratégia para o tratamento não-medicamentoso da hipertensão arterial.