Resumo
O fenômeno urbano contemporâneo tem desafiado os estudos que procuram estabelecer generalizações sobre a estruturação espacial. Nesse aspecto, os modelos centro-periferia vêm sendo continuamente questionados. A proliferação recente de shopping centers, em direção às “periferias”, representa um indicador importante capaz de suscitar esse debate. Assim, o artigo analisa a lógica de estruturação espacial do setor de shopping center no Brasil, refletindo especificamente sobre a sua expansão para a Amazônia brasileira. Para tanto, levanta duas questões: No Brasil, o modelo centro-periferia ainda é capaz de explicar a distribuição espacial dos shopping centers, considerando as regiões e a hierarquia das cidades em que estão localizados? Como essa distribuição espacial se processa na Amazônia brasileira, a partir da hierarquia e do espaço intraurbano de suas cidades? Para tanto, mapeiam-se os dados do setor, com base nas informações da Associação Brasileira de Shopping Centers e do estudo REGIC/IBGE/2018. Na escala intraurbana, estabelecem-se três perfis locacionais (central, pulverizado, fragmentado) resultantes da análise dos usos presentes nos entornos dos shopping centers, num raio de 1km. Conclui-se mostrando que o modelo centro-periferia não perdeu a validade explicativa. Porém, precisa ser aprimorado para abarcar a complexidade da estruturação espacial contemporânea, dialogando em múltiplas escalas e diferentes formações socioespaciais.
Palavras-chave: Urbano Contemporâneo; Centro; Periferia; Shopping Center; Amazônia Brasileira