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Sobre a morte da cobaya consecutiva á dupla Vagotomia

Sur la mort consécutive á la double vagotomie

Resumos

1. A secção dos vagos na cobaya produza morte em prazos que variam de meia hora a algumas horas. 2. A morte se dá por intensas lesões pulmonares, caracterisadas por congestão e edema. 3. As cobayas introduzidas em camaras em que a atmosphera tem altas tensões de gaz carbonico, caem anesthesiadas ao fim de alguns segundos, seguindo-se logo depois a morte. Na autopsia, se encontram lesões pulmonares muito semelhantes ás que se verificam nas cobayas vagotomisadas. 4. Nas cobayas profundamente anesthesiadas pelo chloral, a sobrevida á vagotomia é muito maior que nas cobayas não anesthesiadas. Nesses casos a morte muitas vezes se dá quando o animal vem a despertar da anesthesia. 5. Foram feitas novas experiencias que demonstram produzir a novocaina uma interrupção completa de todas as fórmas de conductibilidade dos nervos. 6. Quando se produz a secção physiologica pela novocaina dos vagos na cobaya, observam-se modificações do typo respiratorio que se caracterisam por diminuição consideravel da frequencia e augmento da amplitude. A respiração não apresenta porém, o typo francamente dyspneico, istoé, ella não se faz com difficuldade. 7. A secção physiologia dos pneumogastricos permitte uma sobrevida muito maior que a secção cirurgica. 8. A morte nas condições da conclusão precedente se dá pelas mesmas lesões pulmonares que se encontram habitualmente depois de secção cirurgica, mas é produzida unicamente pela irritação dos pneumogastricos exercida pelas gotteiras de borracha e pelo algodão, depois que a novocaina é absorvida e que se dissipa a anesthesia local. 9. Quando se operam as secções dos vagos com irritações variaveis as sobrevidas são differentes. 10. A sangria immediata não tem effeito sobre o tempo de vida da cobaya vagotomisada. 11. A sangria tardia parece augmentar ligeiramente essa sobrevida. Todos os factos expostos neste trabalho demonstram: 1) De um lado a irritação sem secção dos vagos na cobaya produz congestões e edemas pulmonares que levam o animal á morte; 2) a secção sem irritação não dá logar a esses phenomenos. Dahi a conclusão principal destas pesquizas: se porventura existem excitações normalmente transmittidas pelos vagos aos centros nervosos respiratorios, não é a falta dessas excitações a causa primeira dos phenomenos produzidos pela vagotomia bilateral. Esses phenomenos são devidos a irritações do pneumogastrico. A dyspnéa encontrada nos animaes vagotomisados parece ser tambem um effeito directo ou indirecto dessas irritações. Conquanto pouco inclinados a admittir que seja essa dyspnéa a causa directa das lesões pulmonares, reconhecemos que essa questão não pode ser ainda inteiramente resolvida. As irritações dos vagos podem ter influencia sobre muitas e variadas funcções, cujas perturbações assim produzidas, têm um papel preponderante no mechanismo da morte consecutiva á dupla vagotomia. Temos o prazer de agradecer ao Snr. Dr. Paulo de Proença o seu valioso auxilio prestado em todo o curso das pesquizas que foram expostas neste trabalho.


1º. La section des pneumogastriques du cobaye provoque la mort, qui survient dans un délai d'une demie-heure à quelques heures. 2º. La mort est causée par des lésions pulmonaires intenses qui sont caractérisées par l'oedème et la congestion. 3º. Les cobayes placés dans une enceite dont l'air est surchargé de gaz carbonique deviennent anésthésiés au bout de quelques secondes et meurent peu après. Leur autopsie révèle des lésions très semblables aux lésions trouvées chez les cobayes qui ont subi la vagotomie. 4º. Les cobayes profondément endormis par le chloral ont une survie á la vagotomie bien plus longue que ceux qu'on n'anésthésie pas. Dans leur cas la mort survient souvent au moment de l'éveil. 5º. Les nouvelles expériences, que nous venons de faire, démontrent que la novocaine produit l'interruption totale de toute forme de conductibilité des nerfs. 6º. Quand on fait la section physiologique des pneumogastriques par la novocaine, on obtient des modifications des mouvements respiratoires qui deviennent moins fréquents et plus amples. La respiration n'est pas cependant franchement dyspnéique, c'est-á-dire elle n'est pas difficile. 7º. La survie à la section physiologique est plus longue que la survie à la section chirurgicale. 8º. Quoique la mort postérieure à la section physiologique soit due aux mêmes lésions pulmonaires que dans l'autre cas elle est produite par l'irritation des pneumogastriques, par les gouttiêres de caoutchouc et d'ouate qui restent aprés que la novocaine ait été absorbée et que l'effet anesthésiant soit passé. 9º. Lorsque les effets de la section des vagues varient la durée de la survie varie aussí. 10º. La saignée immédiate n'influe pas sur la survie de l'animal qui a souffert la vagotomie. 11º. La saignée tardive semble prolonger légèrement la vie. Les faits que nous venons d'énumèrer dans cette étude démontrent: 1º. que l'irritation sans section des pneumogastriques produit la congestion et l'oedème que conduisent à la mort. 2º. la section sans irritation ne les produit pas. D'ou notre conclusion. S'il y a des excitations normalement transmisses aux centres respiratoires par les pneumogastriques, les défaut de ces excitations n'est pas la cause essentielle des phénomènes consécutifs a la vagotomie bi-latérale. Les phénomènes produits sondus aux irritations des pneumogastriques. La dyspnée constatée chez les animaux qui ont subi la vagotomie est un effet direct ou indirect des irritations. Malgré que nous ne soyons pas portés à croire que la dyspnée puisse-t-être la cause directe des lésions pulmonaires, nous ne nous refusons pas à croire que cette question n'est pas encore entìèrement resolue. L'irritation des pneumogastriques peut avoir une influence sur beaucoup de fonctions très-différentes entre elles, les troubles qui en résultent jouent un rôle très-important dans le mécanisme de la mort consécutive a la double vagotomie. En finissant, nous présentons nos biens sincères remerciments au Dr. PAULO DE PROENÇA, qui nous a aidé pendant la durée des expériences que nous venons de décrire.


RESUMOABSTRACT

Sobre a morte da cobaya consecutiva á dupla Vagotomia

Miguel Ozorio de Almeida

1. A secção dos vagos na cobaya produza morte em prazos que variam de meia hora a algumas horas. 2. A morte se dá por intensas lesões pulmonares, caracterisadas por congestão e edema. 3. As cobayas introduzidas em camaras em que a atmosphera tem altas tensões de gaz carbonico, caem anesthesiadas ao fim de alguns segundos, seguindo-se logo depois a morte. Na autopsia, se encontram lesões pulmonares muito semelhantes ás que se verificam nas cobayas vagotomisadas. 4. Nas cobayas profundamente anesthesiadas pelo chloral, a sobrevida á vagotomia é muito maior que nas cobayas não anesthesiadas. Nesses casos a morte muitas vezes se dá quando o animal vem a despertar da anesthesia. 5. Foram feitas novas experiencias que demonstram produzir a novocaina uma interrupção completa de todas as fórmas de conductibilidade dos nervos. 6. Quando se produz a secção physiologica pela novocaina dos vagos na cobaya, observam-se modificações do typo respiratorio que se caracterisam por diminuição consideravel da frequencia e augmento da amplitude. A respiração não apresenta porém, o typo francamente dyspneico, istoé, ella não se faz com difficuldade. 7. A secção physiologia dos pneumogastricos permitte uma sobrevida muito maior que a secção cirurgica. 8. A morte nas condições da conclusão precedente se dá pelas mesmas lesões pulmonares que se encontram habitualmente depois de secção cirurgica, mas é produzida unicamente pela irritação dos pneumogastricos exercida pelas gotteiras de borracha e pelo algodão, depois que a novocaina é absorvida e que se dissipa a anesthesia local. 9. Quando se operam as secções dos vagos com irritações variaveis as sobrevidas são differentes. 10. A sangria immediata não tem effeito sobre o tempo de vida da cobaya vagotomisada. 11. A sangria tardia parece augmentar ligeiramente essa sobrevida. Todos os factos expostos neste trabalho demonstram: 1) De um lado a irritação sem secção dos vagos na cobaya produz congestões e edemas pulmonares que levam o animal á morte; 2) a secção sem irritação não dá logar a esses phenomenos. Dahi a conclusão principal destas pesquizas: se porventura existem excitações normalmente transmittidas pelos vagos aos centros nervosos respiratorios, não é a falta dessas excitações a causa primeira dos phenomenos produzidos pela vagotomia bilateral. Esses phenomenos são devidos a irritações do pneumogastrico. A dyspnéa encontrada nos animaes vagotomisados parece ser tambem um effeito directo ou indirecto dessas irritações. Conquanto pouco inclinados a admittir que seja essa dyspnéa a causa directa das lesões pulmonares, reconhecemos que essa questão não pode ser ainda inteiramente resolvida. As irritações dos vagos podem ter influencia sobre muitas e variadas funcções, cujas perturbações assim produzidas, têm um papel preponderante no mechanismo da morte consecutiva á dupla vagotomia. Temos o prazer de agradecer ao Snr. Dr. Paulo de Proença o seu valioso auxilio prestado em todo o curso das pesquizas que foram expostas neste trabalho.

1º. La section des pneumogastriques du cobaye provoque la mort, qui survient dans un délai d'une demie-heure à quelques heures. 2º. La mort est causée par des lésions pulmonaires intenses qui sont caractérisées par l'oedème et la congestion. 3º. Les cobayes placés dans une enceite dont l'air est surchargé de gaz carbonique deviennent anésthésiés au bout de quelques secondes et meurent peu après. Leur autopsie révèle des lésions très semblables aux lésions trouvées chez les cobayes qui ont subi la vagotomie. 4º. Les cobayes profondément endormis par le chloral ont une survie á la vagotomie bien plus longue que ceux qu'on n'anésthésie pas. Dans leur cas la mort survient souvent au moment de l'éveil. 5º. Les nouvelles expériences, que nous venons de faire, démontrent que la novocaine produit l'interruption totale de toute forme de conductibilité des nerfs. 6º. Quand on fait la section physiologique des pneumogastriques par la novocaine, on obtient des modifications des mouvements respiratoires qui deviennent moins fréquents et plus amples. La respiration n'est pas cependant franchement dyspnéique, c'est-á-dire elle n'est pas difficile. 7º. La survie à la section physiologique est plus longue que la survie à la section chirurgicale. 8º. Quoique la mort postérieure à la section physiologique soit due aux mêmes lésions pulmonaires que dans l'autre cas elle est produite par l'irritation des pneumogastriques, par les gouttiêres de caoutchouc et d'ouate qui restent aprés que la novocaine ait été absorbée et que l'effet anesthésiant soit passé. 9º. Lorsque les effets de la section des vagues varient la durée de la survie varie aussí. 10º. La saignée immédiate n'influe pas sur la survie de l'animal qui a souffert la vagotomie. 11º. La saignée tardive semble prolonger légèrement la vie. Les faits que nous venons d'énumèrer dans cette étude démontrent: 1º. que l'irritation sans section des pneumogastriques produit la congestion et l'oedème que conduisent à la mort. 2º. la section sans irritation ne les produit pas. D'ou notre conclusion. S'il y a des excitations normalement transmisses aux centres respiratoires par les pneumogastriques, les défaut de ces excitations n'est pas la cause essentielle des phénomènes consécutifs a la vagotomie bi-latérale. Les phénomènes produits sondus aux irritations des pneumogastriques. La dyspnée constatée chez les animaux qui ont subi la vagotomie est un effet direct ou indirect des irritations. Malgré que nous ne soyons pas portés à croire que la dyspnée puisse-t-être la cause directe des lésions pulmonaires, nous ne nous refusons pas à croire que cette question n'est pas encore entìèrement resolue. L'irritation des pneumogastriques peut avoir une influence sur beaucoup de fonctions très-différentes entre elles, les troubles qui en résultent jouent un rôle très-important dans le mécanisme de la mort consécutive a la double vagotomie. En finissant, nous présentons nos biens sincères remerciments au Dr. PAULO DE PROENÇA, qui nous a aidé pendant la durée des expériences que nous venons de décrire.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    16 Out 2009
  • Data do Fascículo
    1920
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