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Ueber das Zirkulationssystem einer Machilde (Thysanura)

Descreve-se a anatomia e histologia do sistema circulatório e do sistema do tecido conjuntivo nos últimos segmentos do abdômen e dos anexos caudais de uma espécie de Maquilídeo, ainda não classificada. Chegamos aos seguintes resultados: a - O sistema do tecido conjuntivo, em comparação com outros insetos, é bem desenvolvido e protege todos os órgãos, com exceção do sistema respiratório e das células linfáticas, ao líquido linfático do mixocélio (barreiras de difusão). Caracterizam-se os espaços mixocelomial e intracelomial. O último inclui a maioria dos órgãos, bem como a extremidade da cavidade abdominal (a partir da altura do ânus), inclusive os três anexos caudais. Estas partes são separadas do espaço mixocelomial por meio de uma membrana transversal de origem mesodérmica. b - O sistema circulatório da região posterior do corpo consta do vaso dorsal que se continua até a membrana transversal possuindo, antes desta, uma válvula contra o refluxo de linfa e uma região de filtragem que impede a passagem de células linfáticas. Em continuação do vaso dorsal o "vaso terminal" prolonga-se por tôda a extensão do filamento terminal e abre-se na sua extremidade. Cada cêrco possui um vaso que se inicia na membrana transversal com uma válvula e que se abre na extremidade do cêrco. Êste vaso possui perfurações laterais, bem como filamentos de tecido conjuntivo que possibilitam modificações da forma do vaso na ocasião das pulsações do vaso dorsal. O circuito da circulação é apresentado na figura 4. Os vasos do filamento terminal e dos cercos não possuem elementos musculares. Os vasos dos cercos não entram em comunicação com o vaso dorsal. c - O líquido linfático do espaço mixocelomial tem composição diferente daquele do espaço atrás da membranda transversal. d - O vaso dorsal consta, internamente, de uma camada muscular sendo esta delimitada, no seu lado interno, pelo sarcolema e externamente por "adventícia" de origem mesodérmica. Os vasos dos anexos caudais são formados, exclusivamente, por teciso conjuntivo. Na base dos anexos, a hipoderme forma volumosos aneis imaginais, que possibilitam o crescimento do filamento terminal e dos cercos ainda no estádio adulto. Encontram-se, nestas regiões, os "membranoblastos", que são células do tecido conjuntivo, ainda em estádio embrionário, pelas quais, durante o crescimento, se continua a formação das membranas. Localizam-se, aqui, dois grandes grupos de células mesodérmicas embrionárias, dos quais se deslocam, contìnuamente, células que penetram entre a membrana peritoneal e a hipoderme dos anexos, formando um espesso epitélio mesodérmico. Êste e a hipoderme sofrem uma intrusão recíproca, conforme a figura 24, formando um "epitélio mixto". e - O componente mesodérmico do epitélio mixto consta de células octoplóides originando-se, por meio de duas endomitoses, das células diplóides dos grupos de células embrionárias. O número dos núcleos do componente mesodérmico multiplica-se, várias vêzes, por outras endomitoses, seguidas por fragmentação do núcleo em forma amitótica. Os núcleos 8-plóides, situados na região basal do epitélio mixto, sofrem uma individualização dos cromossomas. Não se realisa, porém, uma nova endomitose, mas sim duas fragmentações nulceares, dando origem a quatros núcleos diplóides iguais (redução somática). Êstes núcleos, incluídos, cada um, em uma porção de citoplasma, rompem a membrana peritoneal, deixam o epitélio mixto e entram, em forma de células linfáticas, no espaço intracelomial. Daqui, em virtude das pulsações do vaso dorsal (veja figura 4), as novas células linfáticas são transportadas, através dos vasos dos cercos para o espaço mixocelomial onde substituem células linfáticas envelhecidas. Não foram observadas, no mixocélio, multiplicações mitóticas das células linfáticas. f - Epitélios semelhantes, formando também células linfáticas, forma encontrados em um Lepismatídeo, um Efemerídeo (pré-imago), uma larva de Efemerídeo, e ainda, em um Crustáceo isópode.


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