Resumo
A Síndrome de Burnout é uma das doenças mais comuns em profissionais que lidam diretamente com pessoas, como os professores. Docentes com burnout podem ter uma percepção negativa de sua autoeficácia, o que pode afetar a motivação dos alunos para a Educação Física. Este ensaio busca discutir a relação entre o Burnout de professores de Educação Física, sua Autoeficácia e a Motivação dos alunos para a Educação Física. A falta de estudos relacionando as três temáticas justifica a importância deste trabalho. A análise das variáveis sugere que o estado de saúde mental do professor pode estar diretamente relacionado à sua Autoeficácia e pode impactar na Motivação dos alunos para a disciplina no âmbito escolar.
Palavras-chave
Síndrome de Burnout; Autoeficácia Docente; Motivação Estudantil; Educação Física Escolar
Abstract
Burnout syndrome is one of the most common illnesses among professionals who deal directly with people, such as teachers. Teachers experiencing burnout may have a negative perception of their self-efficacy, which can affect students' motivation for Physical Education. This essay aims to discuss the relationship between Physical Education teachers' burnout, their self-efficacy, and students' motivation for Physical Education. The lack of studies connecting these three themes justifies the importance of this work. The analysis of variables suggests that the mental health status of the teacher may be directly related to their self-efficacy and may impact students' motivation for the subject within the school context.
Keywords
Burnout Syndrome; Teacher Self-Efficacy; Student Motivation; School Physical Education
Resumen
El Síndrome de Burnout es una de las enfermedades más comunes en profesionales que trabajan directamente con personas, como los profesores. Los profesores con Burnout pueden tener una percepción negativa de su Autoeficacia, lo que puede afectar la Motivación de los estudiantes para la Educación Física. Este ensayo busca discutir la relación entre el burnout de los profesores de Educación Física, su autoeficacia y la motivación de los estudiantes para la Educación Física. La falta de estudios que relacionen estas tres temáticas justifica la importancia de este trabajo. El análisis de las variables sugiere que el estado de salud mental del profesor puede estar directamente relacionado con su Autoeficacia y puede impactar en la Motivación de los estudiantes para la disciplina en el ámbito escolar.
Palabras clave
Síndrome de Burnout; Autoeficacia docente; Motivación estudiantil; Educación Física Escolar
1 INTRODUÇÃO
O trabalho docente tem se transformado ao longo do tempo em uma atividade desgastante e deletéria para os professores, sendo caracterizada pela Organização Internacional do Trabalho como uma profissão de risco (Frota; Teodósio, 2012). Esta condição vem se desenvolvendo a partir da realidade de trabalho precário que tem se tornado a tônica da profissão docente, como: infraestrutura debilitada, excesso de alunos nas turmas, remuneração insuficiente, indisciplina e violência de alunos, desvalorização social da profissão, entre outras (Shiroma; Evangelista, 2015; Capelo, 2017).
A grande quantidade de fatores estressores presentes no cotidiano de trabalho dos professores tem ocasionado o crescimento da Síndrome de Burnout (Andrade; Cardoso, 2012). Um dos principais pontos elencados pela literatura é a prevalência do acometimento de Burnout em profissões que atuam no contato direto com pessoas. Assim, os professores se enquadram nessa categoria, o que demonstra que esse grupo está mais propenso ao desenvolvimento da enfermidade (Mahmoudi; Saghafi; Abdolmaleki, 2018; Makhmutova; Baranov; Ovechkin, 2017), a qual possui ampla produção teórica mundial, bem como, existem diversos estudos na atualidade que investigam a condição de saúde de professores de Educação Física (EF) acometidos pelo Burnout (Reyes-Oyola; Palomino-Devia; Aponte-López, 2019; Lee, 2019; Vousiopoulos et al., 2019).
No Brasil a situação é similar. Estruturas de trabalho precárias para a docência, questões relacionadas à sobrecarga de trabalho e número excessivo de alunos por turma acabam por criar condições que são propícias ao adoecimento do professor (Oliveira, 2017; Rufino, 2017; Costa, 2018). De fato, a situação prejudicial de saúde dos professores impacta na percepção de eficácia do mesmo, sendo encontradas evidências da relação direta entre os níveis de Burnout na Autoeficácia dos docentes, onde professores com altos índices de Burnout tendem a possuir níveis mais baixos de crenças de Autoeficácia (Çelik; Kahraman, 2018; Özkara, 2019).
A condição de saúde dos professores tem impacto direto na atividade profissional (Benevides-Pereira, 2012), sendo fundamental o estudo de fatores prejudiciais do trabalho docente para propor melhorias nas condições laborais para desenvolvimento positivo do ensino. Professores que apresentam níveis reduzidos de Autoeficácia usualmente deixam de lidar com seus problemas, ignoram ou buscam resoluções mentais o que leva ao esgotamento emocional, ao passo que, professores que se sentem mais eficazes têm maior compromisso e motivação para o ensino, criam relações afetivas com os alunos, se mostram mais satisfeitos com o trabalho, apresentando menores índices de esgotamento emocional, realizando sua tarefa docente com mais afinco (Pereira; Ramos; Ramos, 2020). Cabe salientar que professores que se sentem mais eficazes estão sujeitos aos problemas do cotidiano escolar e podem apresentar queixas acerca dos mesmos, entretanto, os sentimentos de eficácia elevados auxiliam nas formas de como lidar com estes desafios e não adoecer no trabalho.
Todavia, ao passo que o estudo dos efeitos deletérios do Burnout em professores se apresenta volumoso (Reyes-Oyola; Palomino-Devia; Aponte-López, 2019; Lee, 2019; Vousiopoulos et al., 2019; Mahmoudi; Saghafi; Abdolmaleki, 2018; Makhmutova; Baranov; Ovechkin, 2017), e esta condição afeta a Autoeficácia docente, pouco se discute sobre quais os impactos diretos naqueles que são os sujeitos fundamentais no processo educacional: os alunos.
As análises que retratam os alunos no ambiente das aulas de Educação Física Escolar (EFE) apontaram a tendência majoritária para avaliar os aspectos motivacionais dos estudantes em diferentes idades na disciplina (Chicati, 2000; Moreira et al., 2017; Ribeiro, 2018; Aniszewski et al., 2019). Mas, no que se refere aos estudos que trazem a discussão do efeito do estado psicológico dos professores em algumas variáveis relacionadas aos alunos encontram-se poucos estudos e, principalmente, no que tange ao impacto do Burnout dos professores. (Shen et al., 2015; Coterón López; Franco Álvarez, 2019; Franco Álvarez; Gonzalez-Peno; Coterón López, 2020).
Em virtude desta ausência de produções que relacionem a temática do impacto da Síndrome de Burnout na Autoeficácia dos Professores de EF e na Motivação dos Alunos, justifica-se a construção deste ensaio, para buscar a partir das discussões realizadas sobre as temáticas de forma isolada, um ponto de congruência no entendimento da realidade, fomentando o debate da articulação das questões, com o objetivo de trazer para a discussão brasileira a relação entre o Burnout de Professores de Educação Física, Autoeficácia e a Motivação dos alunos em relação à disciplina no âmbito escolar.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 O BURNOUT
O primeiro registro sobre o Burnout no trabalho do indivíduo, bem como a primeira utilização do termo na literatura, aconteceu em 1953, com o estudo de Schwartz e Will que discorreram sobre a desilusão com o trabalho por uma enfermeira psiquiátrica (Cândido; Souza, 2017). Entretanto, os estudos sistemáticos sobre a Síndrome de Burnout iniciaram-se apenas na década de 1970, com trabalhadores de profissões que envolvem relações diretas com outras pessoas, tendo os trabalhos de Herbert Freudenberger e Christina Maslach como os primeiros a debaterem esta condição (Pereira; Ramos; Ramos, 2020).
O contexto histórico das primeiras pesquisas sobre a Síndrome de Burnout remontam ao período de desenvolvimento social estadunidense levado por reformas administrativas na década de 1960 que incentivaram a adoção de carreiras profissionais mais estáveis e burocratizadas, focadas no atendimento ao público, o que diminuía a possibilidade de atividades mais livres. Entretanto, em profissões como saúde, segurança pública e educação, observou-se a diminuição do prestígio das profissões em comparativamente a décadas anteriores (Schaufeli; Leiter; Maslach, 2009).
Metaforicamente, compara-se o desenvolvimento da Síndrome de Burnout com o gradual apagamento do fogo de uma vela conforme vão sendo esgotados os recursos que a mantém acesa (oxigênio, pavio, cera). No trabalhador ocorre o processo de perda da capacidade de envolvimento intenso com o trabalho, o que diminui a motivação para as atividades profissionais, o prazer em realizá-las, até mesmo a identificação com o trabalho (Schaufeli; Leiter; Maslach, 2009).
Os trabalhos iniciais da década de 1980, ainda sem teoria de fundamentação que sustentava o constructo da patologia, partiram da experiência empírica para definir e discutir o Burnout, relacionando-o com questões de motivação, relações interpessoais e desordens psicológicas. Posteriormente, com o avanço dos estudos a partir da Psicologia Organizacional, o Burnout passa a ser conceituado como uma forma de Estresse Laboral (Maslach, 2017), uma condição adquirida a partir das condições do trabalho.
Ao considerar os trabalhos da década de 1980 (Cherniss, 1980; Freudenberger; Richelson, 1980; Maslach, 1982; Firth et al., 1987) foram sintetizadas as três dimensões que usualmente são mais utilizadas nos estudos sobre a Síndrome de Burnout: Exaustão Emocional, Despersonalização e Reduzida Realização Pessoal.
A Exaustão Emocional associa-se às questões individuais do estresse do indivíduo, advinda da sobrecarga de trabalho gerada por horas excessivas de atividade ou tarefas demasiadas, levando ao sentimento de exaustão das capacidades físicas e emocionais para a realização do trabalho. No que se refere à Despersonalização – ou Cinismo –, ocorre o distanciamento psicológico do trabalhador com os indivíduos atendidos por sua atividade profissional. A atitude despersonalizada ou cínica ocorre com a ausência de sensibilidade, empatia ou acolhimento no desenvolvimento do trabalho, automatizando e retirando o caráter humano da realização da tarefa. A Reduzida Realização Pessoal relaciona-se com a autopercepção do sujeito em relação à sua atividade profissional, na qual o trabalhador passa a se sentir incompetente e improdutivo, onde sua atividade não é fundamental, ou mesmo o trabalhador não pertence àquela profissão. Estas características afetam diretamente a produtividade do seu trabalho (Maslach, 2017; Pereira; Ramos; Ramos, 2020).
Assim, para quantificar a análise sobre a Síndrome de Burnout e compreender os mecanismos de ação da doença no indivíduo, Christina Maslach e Susan Jackson desenvolveram em 1981 o primeiro instrumento psicométrico baseado nas três dimensões do Burnout, o Maslach Burnout Inventory (Maslach; Jackson, 1981), que se tornou um instrumento clássico para as pesquisas sobre a síndrome, e amplamente utilizado, traduzido e adaptado para diversas realidades nacionais e/ou laborais, como a italiana (Sirigatti; Stefanilli, 1993), brasileira para professores (Carloto; Câmara, 2004), holandesa para professores (Schaufeli; Daamen; Van Mierlo, 1994), sérvia com profissionais da saúde (Matejić, 2015) e espanhola para público em geral (Gil-Monte, 2002), como exemplos.
Em fevereiro de 2022 a 11ª revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11, 2022) passou a classificar o Burnout como Fenômeno Ocupacional, ou seja, um problema de saúde desencadeado pela constante e excessiva exposição do indivíduo a fatores estressores.
2.2 BURNOUT ENTRE OS DOCENTES DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Sabe-se que profissões realizadas com o contato humano direto tendem a apresentar profissionais mais propensos ao desenvolvimento de Síndrome de Burnout (Lee, 2019) e, que a docência é uma destas profissões com grande quantidade de trabalhadores acometidos pela Síndrome, apresentando menores índices de realização pessoal e maiores esgotamentos que outras profissões (Heus; Diekstra, 1999; Mahmoudi; Saghafi; Abdolmaleki, 2018).
Professores encaram em seu cotidiano de trabalho dificuldades particulares como estruturas precárias, remuneração incondizente com a demanda do trabalho, excesso de alunos por turma (Melo et al., 2015). As condições de esgotamento são apontadas como fontes de diminuição do rendimento profissional do professor ao passo que sua capacidade de ensino, mobilização e motivação dos alunos diminui, o que pode interferir no aprendizado dos alunos (Kroupis et al. 2017). Professores que apresentam sintomas de Burnout são menos tolerantes com os alunos e possuem intercorrências em suas aulas, têm menor eficácia no planejamento e realização de aulas e se sentem menos dedicados e afetos ao trabalho (Capel, 1987).
Professores de EF ainda encaram situações de trabalho que podem agravar os fatores estressores como: indisciplina estudantil, baixo reconhecimento docente considerando os demais professores de outras áreas/disciplinas, e ausência de apoio institucional (Bartholomew et al., 2014). Estas condições de trabalho aumentam a exposição do professor a fatores de desmotivação que podem levar ao esgotamento físico e mental (Bartholomew et al., 2014; Reyes-Oyola; Palomino-Devia; Aponte-López, 2019).
No âmbito da escola, a disciplina EF possui particularidades que a diferem da docência de outras disciplinas, principalmente vinculadas à questão estrutural para as aulas. Condições como: intempéries dos locais abertos de trabalho como quadras e pátios, higienização inconstante destes espaços e barulho excessivo dos alunos no decorrer das aulas podem contribuir para o aumento do nível de estresse dos professores e, consequentemente, no esgotamento profissional, o que pode ocasionar o desenvolvimento da Síndrome de Burnout (Benevides-Pereira, 2012; Santini; Molina Neto, 2005).
Estas condições elencadas encontram sustentação na materialidade quando analisadas as condições estruturais de trabalho dos professores, a partir do Censo Escolar (Brasil, 2023) onde, de 180.073 escolas do Brasil, 67.377 possuem quadras (37,4% do total) e 111.682 (62,0%) possuem materiais adequados ao desenvolvimento da disciplina. Ainda, conforme revisão de Pereira e Freitas (2019), a EFE apresenta problemas comuns em diferentes países, como a desvalorização dos demais pares de professores, ausência de apoio institucional, desconsideração da disciplina no desenvolvimento educacional dos estudantes, remuneração incondizente com a carga de trabalho e, desgaste precoce na carreira quando comparados aos pares de outras disciplinas.
Ao considerar os aspectos abordados, constata-se que a realidade do desgaste psicológico dos professores, incluindo os de Educação Física, é notória em virtude das particularidades de suas respectivas disciplinas (Assis; Pontes, 2015; Costa, 2018). Assim, é questionável se essa condição impacta diretamente na construção da motivação dos alunos em relação às aulas.
2.3 AUTOEFICÁCIA E AUTOEFICÁCIA DOCENTE
A construção do aporte teórico da Autoeficácia docente é datada da década de 1980, com estudos de Denham e Michael em 1981 e Ashton e Webb em 1982, os quais buscaram o desenvolvimento de modelos multidimensionais de Autoeficácia docente (Iaochite, 2007).
A partir dos estudos que buscavam a construção de instrumentos psicométricos para mensuração da Autoeficácia docente, os modelos multidimensionais foram retratados e se voltaram aos fundamentos da Teoria Social Cognitiva elaborada por Bandura a partir da década de 1970. Assim, o debate acerca da Autoeficácia docente passou a elaborar o constructo da Autoeficácia considerando a mediação de Motivação, Persistência e Esforço no trabalho docente, como discute Bandura (Iaochite, 2007).
O Constructo da Autoeficácia é, para Bandura, Azzi e Polydoro (2008), baseado em quatro processos: Cognitivo: formulação dos objetivos pessoais a partir da capacidade de planejamento; Motivacional: baseado na motivação pessoal, moderar ação e o esforço para realizar a tarefa; Afetivo: como o indivíduo atua para controlar o estresse e a ansiedade para agir na tarefa, e; Escolha: a capacidade do indivíduo em analisar quais situações é capaz de lidar ou não e agir em direção ao sucesso da tarefa.
O constructo é elaborado em nível individual e a partir de fontes que são: Experiência Direta: baseada na vida pregressa do indivíduo; Experiência Vicária: baseada no olhar atento para a ação de outrem; Persuasão Social: baseada no apoio social do entorno, dos incentivos de colegas, e; os Estados Afetivos: representados pelos níveis de fadiga, estresse e ansiedade (Bandura; Azzi; Polydoro, 2008).
A crença de Autoeficácia Docente, particular à ação de trabalho do professor, está vinculada ao entendimento que o indivíduo tem de si próprio e em suas capacidades de organização e execução de seu trabalho, a fim de que se produzam realizações pessoais positivas como o êxito em seu trabalho (Bandura, 1997).
Para Iaochite (2007) o mecanismo das crenças de Autoeficácia é fundamental na construção das capacidades de planejamento, organização, execução e avaliação de sua atividade profissional docente, pois, o mecanismo de análise da Autoeficácia faz com que o professor reflita e analise o impacto das ações no processo educacional com os alunos e no cotidiano da escola. De fato, professores com fortes crenças de Autoeficácia e que se consideram eficientes em suas atividades profissionais tendem a ser mais esforçados, dedicados, com melhor manejo didático do conhecimento e intervenção e utilizam melhor as tecnologias educacionais (Gorozidis; Papaioannou, 2011; Costa Filho; Iaochite, 2018).
No âmbito da EF, professores com fortes crenças de Autoeficácia tendem a promover aulas mais ativas, implementam estratégias educativas diferenciadas, planejam intervenções diversificadas e efetivas, e atuam melhor com a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais (Gorozidis; Papaioannou, 2011; Alhumaid; Kooh; Bastos, 2020). Isto não elimina a possibilidade do docente em sofrer com os fatores estressores cotidianos, porém, ao se perceberem eficazes, a possibilidade de buscar estratégias de contornar os problemas cotidianos se apresenta como mais eficiente.
2.4 O BURNOUT DOS PROFESSORES INTERFERE NA AUTOEFICÁCIA DOCENTE E MOTIVAÇÃO DOS ALUNOS?
O contexto de saúde psicológica do professor tem influência direta no desenvolvimento de sua atividade profissional, o que pode afetar positivamente na realização do trabalho (Diehl; Marin, 2016; Tostes et al., 2018). Entretanto, quando existem fatores que favorecem negativamente a esfera laboral do docente pode surgir o adoecimento e, consequentemente, o estado de presenteísmo, ou mesmo o afastamento temporário e/ou permanente do docente por causa da saúde mental fragilizada (Both, 2011).
Este estado psicológico, ao refletir no trabalho, pode interferir na prática pedagógica do professor, pois, a forma que a saúde impacta na atividade profissional reflete no desenvolvimento das atividades educacionais, impactando nas crenças de Autoeficácia Docente e, consequentemente, no desenvolvimento dos alunos (Benevides-Pereira, 2012) e, possivelmente na construção da motivação para a disciplina.
Assim, nessa seção serão tratados os assuntos que buscam entender a relação entre o estado de saúde dos professores de EF e a construção da Motivação dos alunos na disciplina a partir da literatura produzida até o momento.
2.4.1 Motivação para a Educação Física
A escola nos dias atuais é o ambiente no qual o indivíduo dispende maior tempo de sua vida em socialização com colegas da mesma faixa etária, desenvolvendo atividades educativas, sociais, esportivas e culturais. No Brasil, desde 2013, a Educação Básica é obrigatória a partir dos 4 anos de idade até os 17 anos, nos ciclos de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio (Brasil, 2013), sendo 13 anos de vida escolar para o sujeito que passa da primeira infância à adolescência neste ambiente.
Para tal, é fundamental que a organização pedagógica promova um contexto no qual seja desenvolvida a motivação do aluno, contribuindo para que seu processo formativo lhe seja prazeroso e significativo (Costa, 2015), não somente sendo balizado pelas avaliações ranqueadoras.
A partir das elaborações da Teoria da Autodeterminação (TAD) (Deci; Ryan, 1985) e seus desdobramentos, compreende-se que o aumento do estado motivacional do sujeito está vinculado ao desenvolvimento das Necessidades Psicológicas Básicas (NPB): Autonomia, Competência e Relacionamento (Deci; Ryan, 2002), e que, o ambiente educacional que promove o desenvolvimento das NPBs promove a autonomia do sujeito.
No âmbito da EF, o desenvolvimento da motivação – e, consequentemente, das NPBs – visando à educação e à exaltação da autonomia, deve se fazer no intuito de que os alunos participem das atividades obrigatórias com prazer pelo aprendizado, não somente pelos objetivos externos de participação, notas ou elogios (Pizani et al., 2016).
Deci e Ryan (1985) elencaram seis estados motivacionais do sujeito em relação a uma determinada tarefa, do estado de ausência de motivação até o mais elevado, onde o indivíduo apresenta motivação intrínseca, independente de fatores externos que o motivem para tal; Amotivação: é o estado onde ele não realiza o comportamento nem tem a intenção de fazê-lo. O indivíduo não encontra nenhum tipo de recompensa que possa fazer com que ele realize uma determinada tarefa; Motivação extrínseca externa: – neste estado, o sujeito realiza a tarefa a fim de evitar punições por não realizá-la e, por conseguinte, receber recompensas com sua realização; Motivação extrínseca introjetada: O indivíduo realiza a tarefa se pressionando, evitando sentimentos negativos na realização da mesma; Motivação extrínseca identificada: neste estado, o sujeito apresenta uma motivação extrínseca identificada à atividade, onde realiza a tarefa por construir a consciência dos benefícios e desenvolver habilidades úteis em relação à atividade e começa a apreciar os resultados obtidos; Motivação extrínseca integrada: neste momento o sujeito associa o comportamento de realizar a atividade como parte de si mesmo e, tem consciência dos valores e necessidades da realização dessa atividade; Motivação intrínseca: identifica-se quando o indivíduo sente prazer, satisfação e interesse em realizar o comportamento ou atividade. É o nível mais alto de autonomia e representa o verdadeiro comportamento autodeterminado. Aparece de duas maneiras: quando a atividade é realizada sem pressão ou recompensa externa ou, quando a participação na atividade se dá por prazer e satisfação do indivíduo.
Especificamente à motivação dos alunos para a EF no âmbito escolar, os aspectos motivacionais parecem estar relacionados ao sexo e idade dos alunos, às atividades desenvolvidas nas aulas, estrutura, material escolar e valorização do trabalho docente (Pizani, 2016; Aniszewski et al., 2019; Silva; Chiminazzo; Fernandes, 2021). Estes pontos reforçam a necessidade de investigações amplas que abarquem diferentes níveis escolares, dependências administrativas e endereços sociais, a fim de traçar panoramas mais abrangentes sobre os determinantes motivacionais para a EFE.
Neste contexto, compreende-se que a EF desempenha um papel importante no processo de construção da motivação do sujeito em idade escolar, ao desenvolver suas NPBs no âmbito das atividades físicas, transferindo essa motivação para os demais contextos da vida escolar.
2.4.2 Burnout e Autoeficácia de Professores de Educação Física e Motivação dos Alunos
Ao considerar as informações abordadas até aqui, o desenvolvimento do Burnout em professores faz parte da realidade mundial e afeta o indivíduo em diferentes esferas da vida, o que pode contribuir para o afastamento temporário e/ou permanente da profissão (Carlotto, 2014; Capelo, 2017). Assim, o impacto da condição psicológica de Burnout dos professores nos alunos surge, principalmente, no âmbito da dimensão da Despersonalização, na qual o professor passa a ter atitudes agressivas, sem afeto ou distanciadas para com os alunos (Benevides-Pereira, 2012).
No âmbito da EF, poucos trabalhos discutiram o impacto do Burnout na Autoeficácia de professores e os efeitos nos alunos no contexto específico da disciplina. Após uma busca em diversas bases de dados (Lilacs, Scielo, Redalyc, Web of Science, PubMED e Scopus), sem limitação temporal inicial estabelecida e, com limite final dezembro de 2022, utilizando como palavras chave de busca os termos “Burnout Docente”; “Síndrome de Burnout”; “Professores” e; Autoeficácia Docente”, foram encontrados apenas os trabalhos de Shen et al. (2015), Coterón López e Franco Álvarez (2019) e Franco Álvarez, Gonzalez-Peno e Coterón López (2020) que se acercaram sobre o tema tratado nesse ensaio, embora que nenhum dos três trabalhos discutam a relação do Burnout docente com a Motivação dos alunos.
Esta pequena quantidade de estudos demonstra que a área vem buscando há pouco tempo compreender as relações dos estados psicológicos dos professores no desenvolvimento educativo dos alunos ou, faz isto de forma compartimentalizada, sem relacionar as variáveis propostas. Esta lacuna é importante e carece de ampliação dos estudos, pois, a produção teórica auxilia na compreensão da realidade e na sugestão de melhorias no trabalho docente, contribuindo para a melhoria no processo de ensino e aprendizagem.
O trabalho de Shen et al. (2015) investigou a relação entre Burnout dos professores de EF e a motivação dos alunos nos Estados Unidos. Participaram do estudo 1302 alunos de 9º e 10º ano, com idade média de 15,9 anos e 33 professores de EF, sendo 14 mulheres e 19 homens com tempo médio de experiência profissional de 14,38 (Desvio padrão de 6,50 anos). As evidências do estudo demonstraram que o estado de Despersonalização dos professores influiu negativamente no desenvolvimento de Motivação Autônoma dos alunos, ou seja, professores em estado de Burnout, com altos índices de Cinismo ou Despersonalização têm prática docente que não permite que seus alunos desenvolvam sua autonomia na EF.
A investigação de Coterón López e Franco Álvarez (2019) avaliou a Motivação e o Comprometimento dos alunos nas aulas de EF e a relação com o Burnout docente na Espanha. Foram avaliados 644 estudantes que possuíam idade média de 14,29 (Desvio padrão 1,37 anos) pertencentes a 28 turmas diferentes, e 28 professores de EF (14 homens e 14 mulheres) com idade média de 39,43 (Desvio padrão de 9,08 anos). Os autores concluíram, considerando os resultados encontrados na pesquisa, que alunos de professores com menores índices de Burnout apresentaram maiores pontuações em relação à Motivação Intrínseca, autorregulação e comprometimento comportamental na disciplina. Com isto, os autores apontam para a possível relação direta entre o estado mental do professor e seu desempenho laboral, influindo diretamente na motivação e comportamento dos alunos.
O trabalho de Franco Álvarez, Gonzalez-Peno e Coterón López (2020) buscou investigar se o Burnout de professores pode estar associado à satisfação das NPB, à motivação intrínseca e ao engajamento comportamental dos alunos nas aulas de EF. A amostra do estudo era composta por 2.156 adolescentes e 90 professores de EF (35 mulheres, 55 homens). As evidências do estudo apontaram que os estados motivacionais e comportamentais dos alunos variam de acordo com os níveis de Burnout dos professores.
De forma sintética, a partir da análise dos três estudos supracitados (Shen et al., 2015; Coterón López; Franco Álvarez; 2019; Franco Álvarez; Gonzalez-Peno; Coterón López, 2020), pode-se compreender que o estado de saúde psicológica do professor aferido a partir da Síndrome de Burnout impacta em sua ação docente, fazendo com que seu trabalho seja afetado de forma negativa conforme aumentam os níveis de Exaustão Emocional e Despersonalização e diminuem os níveis de Satisfação (ou Realização) no Trabalho. Assim, constatou-se que professores afetados por índices elevados de Burnout tendem a desenvolver suas atividades docentes de forma menos eficaz para seus alunos, fazendo com que os níveis de motivação dos estudantes sejam afetados, contribuindo para uma menor satisfação das NPBs. Entretanto, é importante destacar que estas inferências se dão a partir da relação abstrata feita pelo intermédio da análise da literatura produzida de forma compartimentada e, discutida buscando os pontos de convergência, tornando necessária a investigação aprofundada dos elementos propostos de forma articulada.
3 CONCLUSÃO
Uma vez que não foram encontrados estudos em bases indexadoras da área da EF que discutissem a relação entre Burnout de Professores de EF, as Crenças de Autoeficácia Docente e Motivação de alunos em relação à disciplina, este ensaio buscou compreender as possíveis relações entre as variáveis centrais deste estudo a partir da literatura produzida acerca delas. Assim, considerando o que se tem publicado sobre Burnout de Professores de EF, Autoeficácia de professores de EF e Motivação de alunos, foi possível estabelecer relações que nos permitem perceber uma associação direta entre o estado de saúde mental do professor e a Motivação dos alunos em relação à disciplina no âmbito escolar.
A ausência de pesquisas neste sentido é notável, uma vez que são variáveis fundamentais sobre o estado de saúde do professor no ambiente de trabalho e o impacto dela no processo educativo dos alunos. A ausência de produções é uma lacuna importante, pois, pode contribuir de forma a não se pensar e fomentar políticas públicas que previnam as doenças dos professores e potencializem o aprendizado dos estudantes, sendo fundamental que se avance nas investigações acerca da relação entra as variáveis elencadas.
Por fim, destaca-se que as futuras investigações necessitam ser realizadas em campo, com a aplicação de instrumentos psicométricos, entrevistas e grupos focais que permitam mensurar a relação entre as variáveis e compreender os meandros do processo educativo fundamentados na saúde docente.
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FINANCIAMENTO
O presente trabalho foi realizado sem o apoio de fontes financiadoras.
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COMO REFERENCIAR
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DISPONIBILIDADE DE DADOS DE PESQUISA
Os dados de pesquisa estão disponíveis no corpo do documento
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Editado por
-
RESPONSABILIDADE EDITORIAL
Alex Branco Fraga* https://orcid.org/0000-0002-6881-1446Elisandro Schultz Wittizorecki* https://orcid.org/0000-0001-7825-0358Mauro Myskiw* https://orcid.org/0000-0003-4689-3804Raquel da Silveira* https://orcid.org/0000-0001-8632-0731* Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança, Porto Alegre, RS, Brasil.
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
10 Nov 2025 -
Data do Fascículo
2025
Histórico
-
Recebido
13 Fev 2024 -
Aceito
16 Mar 2025 -
Publicado
24 Out 2025
