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O PERFIL DA PRODUÇÃO DE ARTIGOS RELACIONADOS COM O ESPORTE NOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL (2010-2016)

THE PROFILE OF SPORTS-RELATED ARTICLES PRODUCED IN PHYSICAL EDUCATION GRADUATE PROGRAMS (2010-2016)

EL PERFIL DE LA PRODUCCIÓN DE ARTÍCULOS RELACIONADOS CON EL DEPORTE EN LOS PROGRAMAS DE POSGRADO EN EDUCACIÓN FÍSICA EN BRASIL (2010-2016)

Resumo:

Investigamos, a partir de uma perspectiva quanti-qualitativa, algumas características da produção de artigos por parte de programas de pós-graduação em Educação Física entre 2010 e 2016, relacionados com o esporte. Utilizamos como fontes os relatórios anuais dos programas e os próprios artigos. Os programas produziram 3.252 artigos, sendo os mais produtivos: PPGEFE/EEFE/USP, PPGFEF/UNICAMP e PPGEF/UEM-UEL. A maior parte da produção relaciona-se com a subárea biodinâmica (70%), seguida pela sociocultural (21%) e pedagógica (8%). Na subárea biodinâmica destaca-se o PPGEFE/EEFE/USP, na sociocultural o PPGEDF/UFPR, e na pedagógica o PPGFEF/UNICAMP. A produção cresceu entre 2010 e 2016. Em 2016, houve mais artigos em língua estrangeira do que em português. Enquanto o número de artigos da subárea biodinâmica expandiu significativamente, o das outras subáreas não. Algumas dessas características estão correlacionadas com as particularidades das diferentes subáreas de conhecimento e com os critérios de avaliação da Capes (Área 21).

Palavras-chave:
Esportes; Bibliometria; Conhecimento; Educação Física

Abstract:

From a quantitative-qualitative perspective, we investigated some features of sports-related articles published by Physical Education graduate programs from 2010 to 2016. Our sources of information were the programs’ annual reports and the articles themselves. The programs published 3,252 articles, and the most productive ones were PPGEFE/EEFE/USP, PPGFEF/UNICAMP, and PPGEF/UEM-UEL. Most articles are related to biodynamics (70%), followed by the socio-cultural (21%) and pedagogic (8%) subfields. PPGEFE/EEFE/USP stands out in biodynamics, PPGEDF/UFP leads in the sociocultural area, and PPGFEF/UNICAMP has the largest production in the pedagogical subfield. The number of articles increased from 2010 to 2017; in 2016, articles in foreign language outnumbered those written in Portuguese. While the number of publications on biodynamics has grown significantly, that on the other areas has not. Some of these characteristics are related to peculiarities of these different subfields and to evaluation criteria adopted by CAPES (Area 21).

Keywords:
Sports; Bibliometrics; Knowledge; Physical Education

Resumen:

Investigamos, desde una perspectiva cuanti-cualitativa, algunas características de la producción de artículos por parte de programas de postgrado en Educación Física entre 2010 y 2016, relacionados con el deporte. Utilizamos como fuente los informes anuales de los programas y los propios artículos. Los programas produjeron 3.252 artículos, y los más productivos fueron: PPGEFE/EEFE/USP, PPGFEF/UNICAMP y PPGEF/UEM-UEL. La mayor parte de la producción se relaciona con la subárea biodinámica (70%), seguida por la sociocultural (21%) y por la pedagógica (8%). En la biodinámica se destaca el PPGEFE/EEFE/USP, en la sociocultural el PPGEDF/UFPR y en la pedagógica, el PPGFEF/UNICAMP. La producción creció entre 2010 y 2016 y, en 2016, hubo más artículos en idioma extranjero que en portugués. Mientras que el número de artículos de la subárea biodinámica se amplió significativamente, el de las otras subáreas no. Algunas de estas características están correlacionadas con las particularidades de las diferentes subáreas de conocimiento y con los criterios de evaluación de la CAPES (Área 21).

Palabras clave:
Deportes; Bibliometría; Conocimiento; Educación Física

1 INTRODUÇÃO

O esporte é um importante fenômeno sociocultural que apresenta múltiplas finalidades, sentidos e significados. Dentre suas diferentes funções, ele pode se constituir, por exemplo, como meio de negócios, profissão, lazer, saúde, estética, reabilitação, socialização e educação. Fazendo-se presente em diferentes esferas da vida, tais como família, mídia, política, mídia e escola, ele reafirma importantes valores, crenças e ideologias (COAKLEY, 2015COAKLEY, Jay. Sports in Society: issues and controversies. 11. ed. New York: MacGraw- Hill, 2015.). Considerando a relevância e complexidade desse fenômeno, desenvolvemos um estudo com o objetivo de mapear as características da produção de artigos dos Programas de Pós-Graduação em Educação Física (PPGEF) que direta ou indiretamente1 1 Incluímos artigos que, embora não tenham como foco uma discussão sobre o esporte em si, diretamente subsidiam o seu desenvolvimento. Os critérios de inclusão e exclusão de artigos melhor esclarecem esta questão. discutem o esporte de uma forma geral e/ou modalidades esportivas com federações internacionais ou adaptações destas modalidades em específico, tendo em vista o esporte em suas diferentes manifestações (rendimento, lazer, formação, participação e educação)2 2 Estas são as manifestações de acordo com a legislação brasileira. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9615consol.htm. Acesso em: 20 mar. 2018. . Mais especificamente, visamos identificar: (1) o número total de artigos produzidos como um todo e por programa; (2) as subáreas de conhecimento dos artigos em geral e por programa; (3) os idiomas das publicações em geral, por programa e por subárea de conhecimento; (4) o perfil numérico das coautorias de uma forma geral e por subáreas de conhecimento; (5) a participação de órgãos de fomento na produção de artigos em geral e por subárea de conhecimento; (6) hipóteses que possam ajudar a explicar algumas destas características.

Esta pesquisa é parte de um projeto maior intitulado “Inteligência Esportiva”, financiado pelo Ministério do Esporte. Para este trabalho, consideramos apenas a produção de artigos em revistas com os estratos Qualis A1 a B5 dos programas de pós-graduação (PPG) stricto sensu da Educação Física que declararam a sua produção entre 2010 e 2016.

Para a análise das subáreas de conhecimento dos artigos, nos baseamos em Manoel e Carvalho (2011MANOEL, Edison De Jesus; CARVALHO, Yara Maria De. Pós-graduação na educação física brasileira: a atração (fatal) para a biodinâmica. Educação e Pesquisa, v. 37, n. 2, p. 389-406, 2011. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-97022011000200012&script=sci_abstract&tlng=pt . Acesso em: 15 mar. 2018.
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S151...
, p. 392), que caracterizaram a EF de acordo com a sua aproximação com três subáreas de concentração - biodinâmica, sociocultural e pedagógica.

A biodinâmica compreende as atividades de pesquisa dentro de subdisciplinas como bioquímica do exercício, biomecânica, fisiologia do exercício, controle motor, aprendizagem e desenvolvimento motor […]. As linhas de pesquisa na biodinâmica são orientadas pelas ciências naturais […]. A subárea sociocultural trata de temas como esporte, práticas corporais e atividade física nas perspectivas da sociologia, da antropologia, da história e da filosofia. A subárea pedagógica investiga questões relativas à formação de professores, ao desenvolvimento curricular, aos métodos de ensino e à pedagogia do esporte, além de tratar de aspectos metodológicos, sociais, políticos e filosóficos da educação. As subáreas sociocultural e pedagógica definem suas linhas de investigação orientadas pelas ciências sociais e humanas.

Focamos na produção de conhecimentos dos PPGEF por serem estas as instâncias que mais produzem sobre o esporte no país (SOUZA; SILVA; MOREIRA, 2016SOUZA, Doralice Lange de; SILVA, Marcelo Moraes e; MOREIRA, Tatiana Sviesk. O perfil da produção científica online em Português relacionada às modalidades olímpicas e paralímpicas. Movimento, v. 22, n. 4, p. 1105-1120, 2016. Disponível em: Disponível em: http://www.seer.ufrgs.br/index.php/Movimento/article/view/64591 . Acesso em: 29 mar. 2018.
http://www.seer.ufrgs.br/index.php/Movim...
). Estudos sobre a produção do conhecimento nos PPG podem contribuir para com o autoconhecimento da área (LAZZAROTTI FILHO et al., 2012LAZZAROTTI FILHO, Ari et al. Modus operandi da produção científica da educação física: uma análise das revistas e suas veiculações. Revista da Educação Física/UEM, v. 23, n. 1, p. 1-14, 2012. Disponível em: Disponível em: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/RevEducFis/article/view/12551 . Acesso em: 18 maio 2018.
http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.p...
), bem como revelam tendências de futuros estudos, uma vez que se dedicam à formação de pesquisadores (JOB, 2006JOB, Ivone. Análise bibliométrica das teses de uma comunidade científica em educação física com uso do método indiciário. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 28, n. 1, p. 201-216, 2006. Disponível em: Disponível em: http://revista.cbce.org.br/index.php/RBCE/article/view/47/0 . Acesso em: 29 maio 2018.
http://revista.cbce.org.br/index.php/RBC...
). Ao revelar pontos fortes e frágeis da produção e hipóteses que possam explicar o atual perfil da produção, geraremos subsídios para futuras pesquisas no campo e fomento de estudos em áreas mais carentes e/ou estratégicas do esporte.

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este trabalho é de cunho quanti-qualitativo e exploratório. Tomamos como base alguns indicadores da bibliometria, como, por exemplo, o número e a distribuição das publicações (SANCHO, 1990SANCHO, Rosa et al. Indicadores bibliométricos utilizados en la evaluación de la ciencia y la tecnología. Revisión bibliográfica. Revista española de documentación científica, v. 13, n. 3-4, 1990. Disponível em: Disponível em: http://www.temarium.com/serlibre/recursos/pdf/79059.Inteligencia%20Competitiva.Lecturas.pdf#page=77 . Acesso em: 11 fev. 2019.
http://www.temarium.com/serlibre/recurso...
) e nos inspiramos em procedimentos da revisão sistemática (TULDER, 2003TULDER, Maurits Van et al. Updated method guidelines for systematic reviews in the cochrane collaboration back review group. Spine, v. 28, n. 12, p. 1290-1299, 2003.). Primeiramente realizamos um levantamento dos PPG stricto sensu em EF que tinham produção declarada para a Capes no período de 2010 a 20163 3 Excluímos os relatórios dos Programas da Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional. Embora eles façam parte da Área 21, eles têm particularidades que, considerando o escopo deste trabalho, não teríamos como explorar neste momento. , utilizando a Plataforma Sucupira e arquivos digitais fornecidos pela coordenação da Área 21. A seguir, realizamos uma análise dos relatórios anuais de avaliação de cada um desses programas. Mapeamos os títulos dos artigos lançados nos relatórios e publicados em revistas estratificadas no Qualis A1 a B5. Selecionamos os trabalhos que possivelmente discutiam o esporte e analisamos os seus resumos e/ou trechos dos artigos, para verificar se eles entravam no escopo do levantamento. Quando as modalidades não eram olímpicas ou paralímpicas, pesquisávamos se elas contavam com federações internacionais ou eram adaptações de modalidades federadas. Quando positivo, incluímos os seus nomes em nossa lista de descritores. Adotamos também outros termos de busca que poderiam indicar a presença de discussões relacionadas com o esporte, tais como: esporte, competição, paradesporto, paradesportivo, copa do mundo, jogos olímpicos, jogos paraolímpicos, prática esportiva, modalidade esportiva, performance, atleta, desempenho aeróbio/aeróbico/anaeróbico/anaeróbio, treinamento, currículo de educação física. Incluímos também nomes de equipamentos, espaços e animais utilizados para a prática de modalidades esportivas; a designação utilizada para os praticantes das modalidades (ex. tenista, basquetebolista, nadador) e nomes antigos e/ou popularmente conhecidos das modalidades.

Adotamos os seguintes critérios de inclusão: (1) Artigos de revistas com estrato Qualis A1 a B5 com os descritores no título, resumo ou palavras-chave que tratam de tópicos pertinentes ao esporte e/ou modalidades esportivas com federações internacionais (CFI), considerando o esporte em suas diferentes manifestações. (2) Trabalhos que tratam de modalidades que, embora não tenham federações internacionais, são adaptações de modalidades (ADMO) que as têm (ex. corrida de rua, corrida de 1.600 m, handebol adaptado). (3) Trabalhos que contêm os descritores em seu resumo e/ou assunto e que, embora não discutam nenhuma modalidade em específico, tratam de temas que se aplicam a elas e/ou aos seus praticantes (ex. estratégias para melhorar desempenho aeróbio de atletas). (4) Trabalhos que mencionam testes e/ou experimentos com atletas de modalidades esportivas CFI ou ADMO. (5) Trabalhos que fazem testes com diferentes tipos de atividade física e/ou equipamentos esportivos (ex. corrida, bicicleta ergométrica, natação, caminhada etc.) e que fazem relação com as modalidades esportivas CFI ou ADMO e/ou com os seus praticantes. (6) Trabalhos que discutem espaços, equipamentos e animais utilizados em modalidades CFI ou ADMO (ex. bicicletas, pistas de corrida, raquetes, cavalos utilizados no hipismo). (7) Trabalhos que envolvem animais e que explicitam implicações diretas para uma ou mais modalidades CFI ou ADMO e/ou efeitos dessas modalidades em humanos.

Os critérios de exclusão foram: (1) Artigos que discutem a dança. Embora ela conte com federação internacional, devido à amplitude de seus desdobramentos, não foi considerada para fins deste estudo. (2) Artigos que tratam do ciclismo enquanto meio de transporte sem correlacioná-lo com a prática esportiva. (3) Artigos que tratam de testes que envolvem animais, modalidades ou equipamentos esportivos (ex. corrida, arremesso de peso, natação, ciclismo, testes de força, bicicleta ergométrica, supino) sem menção à aplicação prática dos resultados para modalidades esportivas CFI ou ADMO e/ou para os seus praticantes.

Quanto aos procedimentos metodológicos para a definição dos descritores, coleta, tabulação, análise dos dados, nos inspiramos em Tulder et al. (2003TULDER, Maurits Van et al. Updated method guidelines for systematic reviews in the cochrane collaboration back review group. Spine, v. 28, n. 12, p. 1290-1299, 2003.). A equipe de pesquisa, que contou com alunos bolsistas e voluntários, se reuniu semanalmente para refinar os descritores, critérios de inclusão e exclusão e categorização dos dados. Nestes encontros também discutíamos dúvidas e testávamos nossos critérios e formas de categorização até alcançarmos consenso nos resultados. Tabulamos os dados em uma planilha Excel a partir de uma leitura detalhada dos metadados, do resumo, e quando necessário, de outras partes dos artigos, considerando diferentes tipos de informação, conforme exemplo abaixo:

Quadro 1 -
Exemplo de uma das formas de tabulação dos dados

Ressaltamos que, dentre alguns resultados que apresentaremos, em alguns casos a soma de artigos e/ou de percentuais relativos a algumas de suas características é maior do que o número total de trabalhos analisados. Isso ocorre porque um mesmo artigo pode ter sido produzido por pesquisadores provenientes de diferentes programas. Ele pode também ter sido produzido a partir de uma perspectiva interdisciplinar e, portanto, classificado em mais de uma área de conhecimento.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Organizamos a apresentação dos resultados da seguinte forma: primeiramente discorremos sobre os programas que produziram sobre o esporte no período analisado, destacando os mais produtivos. A seguir apresentamos uma discussão sobre as subáreas do conhecimento presentes na produção de uma forma geral e por programa. Na sequência, discorremos sobre os idiomas dos artigos. Por fim, expomos os índices de coautorias presentes na produção. Ao término da seção, exploramos como alguns dos fatores apresentados como hipóteses para explicar o perfil da produção podem estar se retroalimentando no sentido de mantê-lo.

3.1 A PRODUÇÃO DOS PROGRAMAS

No período 2010-2016, 34 PPGEF declararam a sua produção à Capes em um ou mais anos, sendo que alguns desses programas já existiam e outros foram criados ou deixaram de existir durante esses anos. Esses programas publicaram ao todo 3.252 artigos relacionados com o esporte.

Quadro 2 -
Programas que entraram no escopo do estudo

O Gráfico 1 apresenta os PPGEF que mais produziram artigos relativos ao esporte e/ou modalidades esportivas entre os anos de 2010 a 2016.

Gráfico 1 -
PPGEF que mais produziram artigos relativos ao esporte e/ou modalidades esportivas no período 2010-2016

O programa que mais produziu sobre o esporte no período considerado foi o PPGEFE/EEFE/USP, com participação em 16,2% dos artigos publicados, seguido pelo PPGFEF/UNICAMP (presente em 11,5% da produção total). O terceiro programa foi o PPGEF/UEM-UEL (9,4% da produção) e o quarto foi o PPGCMH/UFRGS (7,9%). Exceto pelo PPGEF/UEM-UEL, os três outros estão entre os mais antigos PPGEF do país. Os níveis de produção desses programas estão provavelmente relacionados com fatores tais como o seu tempo de existência e número de linhas de pesquisa e de docentes dedicados ao estudo do esporte.

3.2 AS SUBÁREAS DE CONCENTRAÇÃO DA PRODUÇÃO

Verificamos que 70% de toda a produção se encaixa na subárea biodinâmica, seguida das subáreas sociocultural (21%), pedagógica (8%) e “outras” (3%), na qual classificamos artigos que não se enquadram em nenhuma das três primeiras categorias sistematizadas por Manoel e Carvalho (2011MANOEL, Edison De Jesus; CARVALHO, Yara Maria De. Pós-graduação na educação física brasileira: a atração (fatal) para a biodinâmica. Educação e Pesquisa, v. 37, n. 2, p. 389-406, 2011. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-97022011000200012&script=sci_abstract&tlng=pt . Acesso em: 15 mar. 2018.
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S151...
). Este resultado vai ao encontro dos resultados de outros estudos que também verificaram a hegemonia da subárea biodinâmica na produção de conhecimentos no campo da EF (CASTRO et al., 2017CASTRO, Pedro Henrique Zubcich Caiado de et al. A produção científica em Educação Física de 2001 a 2010: caminhos da construção de um campo. Movimento, v. 23, n. 3, p. 869-882, 2017. Disponível em: Disponível em: http://www.seer.ufrgs.br/index.php/Movimento/article/view/64610 . Acesso em: 3 abr. 2018.
http://www.seer.ufrgs.br/index.php/Movim...
; MANOEL; CARVALHO, 2011MANOEL, Edison De Jesus; CARVALHO, Yara Maria De. Pós-graduação na educação física brasileira: a atração (fatal) para a biodinâmica. Educação e Pesquisa, v. 37, n. 2, p. 389-406, 2011. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-97022011000200012&script=sci_abstract&tlng=pt . Acesso em: 15 mar. 2018.
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S151...
; ROSA; LETA, 2011ROSA, Suely; LETA, Jacqueline. Tendências atuais da pesquisa brasileira em Educação Física. Parte 2: a heterogeneidade epistemológica nos programas de pós-graduação. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 25, n. 1, p. 7-18, 2011. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807-55092011000100002&lng=pt&tlng=pt . Acesso em: 23 maio2019.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=s...
) e do esporte e/ou modalidades esportivas (GONÇALVES et al., 2017GONÇALVES, Luiz Fernando et al. Mapeamento da produção do conhecimento sobre a modalidade do basquetebol nos periódicos brasileiros. Pensar a Prática, v. 20, n. 3, p. 461-475, 2017. Disponível em: Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/fef/article/view/41812 . Acesso em: 26 maio 2018.
https://www.revistas.ufg.br/fef/article/...
; MOREIRA et al., 2017MOREIRA, Tatiana Sviesk et al. O perfil da produção científica em língua portuguesa sobre o voleibol. Motrivivência, v. 29, n. 51, p. 119-135, 2017. Disponível em: Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/article/view/2175-8042.2017v29n51p119 . Acesso em: 8 jun. 2018.
https://periodicos.ufsc.br/index.php/mot...
; PÉREZ-GUTIÉRREZ et al., 2017PÉREZ-GUTIÉRREZ, Mikel et al. Taekwondo scientific production published in the Web of Science (1988-2016): Collaboration and topics. Movimento, v. 23, n. 4, p. 1325-1340, 2017. Disponível em: Disponível em: https://repositorio.unican.es/xmlui/handle/10902/12953 . Acesso em: 8 jun. 2018.
https://repositorio.unican.es/xmlui/hand...
; ROJO et al., 2018ROJO, Jeferson Roberto et al. O mapeamento da produção do conhecimento sobre a corrida de rua em periódicos brasileiros. Corpoconsciência, v. 22, n. 1, p. 88-100, 2018. Disponível em: Disponível em: http://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/corpoconsciencia/article/view/6246 . Acesso em: 29 maio 2018.
http://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs...
; SOUZA; SILVA; MOREIRA, 2016SOUZA, Doralice Lange de; SILVA, Marcelo Moraes e; MOREIRA, Tatiana Sviesk. O perfil da produção científica online em Português relacionada às modalidades olímpicas e paralímpicas. Movimento, v. 22, n. 4, p. 1105-1120, 2016. Disponível em: Disponível em: http://www.seer.ufrgs.br/index.php/Movimento/article/view/64591 . Acesso em: 29 mar. 2018.
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)4 4 Embora alguns destes trabalhos não tenham usado a mesma classificação que utilizamos, as categorias por eles verificadas como hegemônicas se encaixam no que Manoel e Carvalho (2011) denominam de “biodinâmica”. .

Gráfico 2 -
Produção de artigos sobre o esporte por subárea

Se computarmos a produção de todos os programas, os que mais publicaram sobre o esporte na subárea biodinâmica foram: PPGEFE/EEFE/USP (presente em 15,8% de toda a produção na área), PPGEF/UEM-UEL (9,2%) e PPGFEF/UNICAMP (8,9%). Os que se sobressaíram na subárea sociocultural foram: PPGEDF/UFPR (16,5%), PPGCMH/UFRGS (5,2%) e PPGFEF/UNICAMP (10,1%). Já na subárea pedagógica foram: PPGFEF/UNICAMP (18,3%), PPGEFE/EEFE/USP (13,8%) e PPGEF/UEM-UEL (7,9%). Considerando o relatório de avaliação dos PPG relativo ao quadriênio 2013-2016 (CAPES, 2016CAPES - COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR. Documento da Área 21: Educação Física. Brasília, DF, 2016. Disponível em: Disponível em: http://www.capes.gov.br/images/documentos/Documentos_de_area_2017/21_efis_docarea_2016.pdf . Acesso em: 10 abr. 2018.
http://www.capes.gov.br/images/documento...
), o único programa da área da EF nota 7 (PPGEFE/EEFE/USP) e dois (PPGCMH/UFRGS e PPGEF/UFSC) dos três programas que entraram no escopo desta pesquisa e que hoje são nota 6, têm maior parte da sua produção atrelada à biodinâmica.

Gráfico 3 -
Programas que mais produziram por subárea

Na Tabela 1 apresentamos dados relativos ao número de produções por programa e por subárea, bem como o número de publicações em português e língua estrangeira, considerando o número total de artigos de cada programa.

Tabela 1 -
Produção relativa ao esporte de cada programa considerando o número total de artigos, subáreas de concentração e idioma

O número total de artigos publicados na subárea biodinâmica cresceu consideravelmente entre 2010 e 2016. Já no caso das subáreas sociocultural e pedagógica, estas não tiveram aumento significativo.

Gráfico 4 -
Evolução temporal das publicações relativas ao esporte considerando as diferentes subáreas

Vários estudos apontam que a maior quantidade de produções na subárea biodinâmica comparada às subáreas sociocultural e pedagógica está relacionada aos critérios de avaliação dos PPGEF da Área 215 5 Vale ressaltar que a Fisioterapia, Terapia Ocupacional e Fonoaudiologia também fazem parte desta área e exercem influência nestes critérios. (BRACHT, 2015BRACHT, Valter. Desafios e dilemas da pós-graduação em educação física. In: RECHIA, Simone et al. Dilemas e desafios da Pós-Graduação em educação física. Ijuí: Ed. Unijuí, 2015. p. 109-124.; CASTRO et al., 2017CASTRO, Pedro Henrique Zubcich Caiado de et al. A produção científica em Educação Física de 2001 a 2010: caminhos da construção de um campo. Movimento, v. 23, n. 3, p. 869-882, 2017. Disponível em: Disponível em: http://www.seer.ufrgs.br/index.php/Movimento/article/view/64610 . Acesso em: 3 abr. 2018.
http://www.seer.ufrgs.br/index.php/Movim...
; CENÁRIOS…, 2015CENÁRIOS de um descompasso da pós-graduação em Educação Física e demandas encaminhadas à Capes. In: FÓRUM DE PESQUISADORES DAS SUBÁREAS SOCIOCULTURAL E PEDAGÓGICA, 2015. Disponível em: Disponível em: http://www.cbce.org.br/noticias-detalhe.php?id=1074 . Acesso em: 30 maio 2018.
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; CORRÊA; CORRÊA; RIGO, 2018CORRÊA, Marluce Raquel Decian; CORRÊA, Leandro Quadro; RIGO, Luíz Carlos. The postgraduation in the Brazilian physical education: conditions and posibilities of its sociocultural and pedagogical subareas. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 2018. Disponível em: Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.rbce.2018.03.009 Acesso em: 04 jun. 2018.
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; ROSA; LETA, 2011ROSA, Suely; LETA, Jacqueline. Tendências atuais da pesquisa brasileira em Educação Física. Parte 2: a heterogeneidade epistemológica nos programas de pós-graduação. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 25, n. 1, p. 7-18, 2011. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807-55092011000100002&lng=pt&tlng=pt . Acesso em: 23 maio2019.
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; SILVA; GONÇALVES-SILVA; MOREIRA, 2014SILVA, Junior Vagner Pereira da; GONÇALVES-SILVA, Luiza Lana; MOREIRA, Wagner Wey. Produtivismo na pós-graduação. Nada é tão ruim que não possa piorar. É chegada a vez dos orientandos! Movimento, v. 20, n. 4, p. 1423-1445, 2014. Disponível em: Disponível em: http://www.seer.ufrgs.br/Movimento/article/view/46187/0 . Acesso em: 29 maio 2018.
http://www.seer.ufrgs.br/Movimento/artic...
; STIGGER; SILVEIRA; MYSKIW, 2015STIGGER, Marco Paulo; SILVEIRA, Raquel da; MYSKIW, Mauro. O processo de avaliação da pós-graduação em educação física e ciências do esporte no Brasil e algumas de suas repercussões cotidianas. In: RECHIA, Simone et al. Dilemas e desafios da Pós-Graduação em educação física. Ijuí: Ed. Unijuí, 2015. p. 15-56.; TAVARES, 2015TAVARES, Otávio. Desafios e dilemas da pós-graduação em educação física: os estudos socioculturais e a Área 21. In: RECHIA, Simone et al. Dilemas e desafios da Pós-Graduação em educação física. Ijuí: Ed. Unijuí, 2015. p. 219-234.). Um dos itens mais valorizados é a quantidade de publicações com maior fator de impacto (FI) e mais bem qualificadas no Qualis (FERREIRA; MOREIRA, 2003FERREIRA, Marieta de Moraes; MOREIRA, Regina da Luz. Capes, 50 anos em depoimentos. In: FERREIRA, Marieta de Moraes; MOREIRA, Regina da Luz. CAPES 50 anos: depoimentos ao CPDOC/FGV. Brasília, DF: CAPES, 2003. p. 294-309.; MANOEL; CARVALHO, 2011MANOEL, Edison De Jesus; CARVALHO, Yara Maria De. Pós-graduação na educação física brasileira: a atração (fatal) para a biodinâmica. Educação e Pesquisa, v. 37, n. 2, p. 389-406, 2011. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-97022011000200012&script=sci_abstract&tlng=pt . Acesso em: 15 mar. 2018.
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S151...
; CAPES, 2016CAPES - COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR. Documento da Área 21: Educação Física. Brasília, DF, 2016. Disponível em: Disponível em: http://www.capes.gov.br/images/documentos/Documentos_de_area_2017/21_efis_docarea_2016.pdf . Acesso em: 10 abr. 2018.
http://www.capes.gov.br/images/documento...
). O cálculo do FI leva em consideração a quantidade de vezes que determinada revista é citada em um período de dois anos anteriores ao ano para o qual o índice está sendo medido (GARFIELD, 1997GARFIELD, Eugene. Dispelling a few common myths about journal citation impacts. The Scientist, v. 11, n. 3, p. 11, 1997. Disponível em: Disponível em: http://www.garfield.library.upenn.edu/commentaries/tsv11%2803%29p11y19970203.pdf . Acesso em: 22 mar. 2018.
http://www.garfield.library.upenn.edu/co...
).

Algumas implicações desse critério são que periódicos cujo escopo abrange áreas com ritmo acelerado de renovação do conhecimento acabam sendo citados intensivamente por um período curto após sua publicação, favorecendo o seu FI. Ao contrário, periódicos que publicam em áreas que necessitam de um tempo maior para atingir a mesma contagem de citações obtêm um FI menor (WALLIN, 2005WALLIN, Johan A. Bibliometric methods: pitfalls and possibilities. Basic & clinical pharmacology & toxicology, v. 97, n. 5, p. 261-275, 2005. Disponível em: Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/j.1742-7843.2005.pto_139.x . Acesso em: 21 fev. 2019.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full...
) - este é o caso dos periódicos voltados às Ciências Sociais e Humanas, cujas publicações tendem a usar referenciais teóricos mais clássicos (GARFIELD, 1997GARFIELD, Eugene. Dispelling a few common myths about journal citation impacts. The Scientist, v. 11, n. 3, p. 11, 1997. Disponível em: Disponível em: http://www.garfield.library.upenn.edu/commentaries/tsv11%2803%29p11y19970203.pdf . Acesso em: 22 mar. 2018.
http://www.garfield.library.upenn.edu/co...
). Pesquisas com caráter predominantemente regional (característica das produções das Ciências Sociais e Humanas) acabam não servindo como referência para publicações em âmbito internacional (WALLIN, 2005WALLIN, Johan A. Bibliometric methods: pitfalls and possibilities. Basic & clinical pharmacology & toxicology, v. 97, n. 5, p. 261-275, 2005. Disponível em: Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/j.1742-7843.2005.pto_139.x . Acesso em: 21 fev. 2019.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full...
), o que limita a possibilidade de os periódicos dedicados a essas áreas atingirem maior FI.

Áreas de conhecimento com maior número de periódicos dedicados tendem a publicar um maior volume de artigos, o que pode resultar em maior possibilidade de serem citados (GARFIELD, 1997GARFIELD, Eugene. Dispelling a few common myths about journal citation impacts. The Scientist, v. 11, n. 3, p. 11, 1997. Disponível em: Disponível em: http://www.garfield.library.upenn.edu/commentaries/tsv11%2803%29p11y19970203.pdf . Acesso em: 22 mar. 2018.
http://www.garfield.library.upenn.edu/co...
; PINTO; ANDRADE, 1999PINTO, Angelo da Cunha; ANDRADE, Jailson Bittencourt de. Fator de impacto de revistas científicas: qual o significado deste parâmetro? Química Nova, v. 22, n. 3, 1999. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/qn/v22n3/1101.pdf . Acesso em: 21 fev. 2019.
http://www.scielo.br/pdf/qn/v22n3/1101.p...
). Conforme Manoel (2015MANOEL, Edison De Jesus. Produtivismo e ética na pesquisa em educação física: leituras, um conto e alguns casos. In: RECHIA, Simone et al. Dilemas e desafios da Pós-Graduação em educação física. Ijuí: Ed. Unijuí, 2015. p. 235-282.), que realizou um levantamento dos periódicos indexados no WebQualis da Área 21 em 2014, 70% dos periódicos com estrato A1 dedicavam-se às áreas da Medicina e Ciências Biológicas. Essas áreas eram também majoritárias nos estratos A2 e B1. De acordo com Corrêa, Corrêa e Rigo (2018CORRÊA, Marluce Raquel Decian; CORRÊA, Leandro Quadro; RIGO, Luíz Carlos. The postgraduation in the Brazilian physical education: conditions and posibilities of its sociocultural and pedagogical subareas. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 2018. Disponível em: Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.rbce.2018.03.009 Acesso em: 04 jun. 2018.
https://doi.org/10.1016/j.rbce.2018.03.0...
), que analisaram os periódicos estratificados no Qualis Periódicos do quadriênio 2013-2016, nesse período a subárea biodinâmica foi ainda mais privilegiada: 94,1% dos periódicos no estrato A1, 91,6% no estrato A2 e 90,2% no estrato B1 se dedicaram a ela.

Dada a dificuldade de publicação de artigos das subáreas sociocultural e pedagógica em periódicos com estratos mais altos na Área 21, vários pesquisadores têm publicado os seus trabalhos em periódicos de outros campos de conhecimento (ex. Educação, História, Sociologia). No entanto, no processo de avaliação da Área 21, as suas publicações tendem a cair de estrato. Muitos pesquisadores têm também migrado para outros PPG (RIGO; RIBEIRO; HALLAL, 2011RIGO, Luis Carlos; RIBEIRO, Gabriela M.; HALLAL, Pedro C. Unidade na diversidade: desafios para a Educação Física no século XXI. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, v. 16, n. 4, p. 339-345, 2011. Disponível em: Disponível em: http://www.pgedf.ufpr.br/downloads/Artigos%20PS%20Mest%202016/ELS/marcelo/631-1159-1-PB.pdf . Acesso em: 22 mar. 2018.
http://www.pgedf.ufpr.br/downloads/Artig...
), inserindo-se em áreas como a Educação e a História (CENÁRIOS…, 2015CENÁRIOS de um descompasso da pós-graduação em Educação Física e demandas encaminhadas à Capes. In: FÓRUM DE PESQUISADORES DAS SUBÁREAS SOCIOCULTURAL E PEDAGÓGICA, 2015. Disponível em: Disponível em: http://www.cbce.org.br/noticias-detalhe.php?id=1074 . Acesso em: 30 maio 2018.
http://www.cbce.org.br/noticias-detalhe....
). Esse fenômeno vem enfraquecendo as subáreas sociocultural e pedagógica dentro dos PPGEF, e consequentemente, publicações nestas subáreas.

Outro fator relacionado à predominância da subárea biodinâmica se relaciona com o perfil dos docentes dos PPGEF. Rigo, Ribeiro e Hallal (2011RIGO, Luis Carlos; RIBEIRO, Gabriela M.; HALLAL, Pedro C. Unidade na diversidade: desafios para a Educação Física no século XXI. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, v. 16, n. 4, p. 339-345, 2011. Disponível em: Disponível em: http://www.pgedf.ufpr.br/downloads/Artigos%20PS%20Mest%202016/ELS/marcelo/631-1159-1-PB.pdf . Acesso em: 22 mar. 2018.
http://www.pgedf.ufpr.br/downloads/Artig...
) analisaram a composição do quadro de professores de 21 PPGEF entre os anos de 2007 a 2011 e verificaram que em 80% deles havia mais professores vinculados às Ciências Biológicas e da Saúde do que às Ciências Sociais e Humanas. Corrêa, Corrêa e Rigo (2018CORRÊA, Marluce Raquel Decian; CORRÊA, Leandro Quadro; RIGO, Luíz Carlos. The postgraduation in the Brazilian physical education: conditions and posibilities of its sociocultural and pedagogical subareas. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 2018. Disponível em: Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.rbce.2018.03.009 Acesso em: 04 jun. 2018.
https://doi.org/10.1016/j.rbce.2018.03.0...
) fizeram levantamento similar em 2017 e concluíram que 71,77% estão lotados na biodinâmica, 24,77% na sociocultural e pedagógica e 3,45% nestas duas subáreas conjuntamente. Ao compararem os dados de sua pesquisa com o estudo de Rigo, Ribeiro e Hallal (2011RIGO, Luis Carlos; RIBEIRO, Gabriela M.; HALLAL, Pedro C. Unidade na diversidade: desafios para a Educação Física no século XXI. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, v. 16, n. 4, p. 339-345, 2011. Disponível em: Disponível em: http://www.pgedf.ufpr.br/downloads/Artigos%20PS%20Mest%202016/ELS/marcelo/631-1159-1-PB.pdf . Acesso em: 22 mar. 2018.
http://www.pgedf.ufpr.br/downloads/Artig...
, p. 4), eles verificaram que, de 2010 a 2017, o crescimento entre as subáreas foi desproporcional: “[…] enquanto, juntas, as subáreas sociocultural e pedagógica passaram de 142 (em 2010) para 165 pesquisadores credenciados em 2017, a subárea biodinâmica passou de 260 para 478”.

Ainda outro fator relacionado com a hegemonia da biodinâmica é o financiamento das pesquisas. O Gráfico 5 ilustra como este ficou distribuído de acordo com as subáreas de conhecimento durante o período considerado.

Gráfico 5 -
Financiamento nas diferentes subáreas

Constatamos que, dos 19% dos artigos que declararam suas fontes de financiamento, 83,1% se encaixam na biodinâmica, 14,7% na sociocultural e 3,0% na pedagógica. Embora esses dados possam estar enviesados, pois faltam informações sobre financiamento na maior parte das publicações, eles demonstram uma tendência maior de financiamento para a subárea biodinâmica.

3.3 OS IDIOMAS DAS PUBLICAÇÕES

Conforme se pode verificar no Gráfico 6, se comparados os anos de 2010 a 2016, houve um crescimento da produção sobre o esporte, com uma queda em 2014. Talvez isso tenha ocorrido porque os autores passaram a priorizar publicações em periódicos com maior fator de impacto, o que pode ter afetado a quantidade de produções. A produção em língua estrangeira expandiu-se consideravelmente a partir de 2012, ultrapassando o número total de produções em português em 2016. Enquanto em 2010 a produção em língua estrangeira correspondia a 28% da produção, em 2016 passou a corresponder a 60%. Esses dados contrastam com os achados de Rosa e Leta (2011ROSA, Suely; LETA, Jacqueline. Tendências atuais da pesquisa brasileira em Educação Física. Parte 2: a heterogeneidade epistemológica nos programas de pós-graduação. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 25, n. 1, p. 7-18, 2011. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807-55092011000100002&lng=pt&tlng=pt . Acesso em: 23 maio2019.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=s...
), que analisaram os idiomas das publicações dos PPGEF entre 2001 e 2003 - na época, 80% de toda a produção era em português.

Gráfico 6 -
Evolução das publicações de acordo com o idioma

Existe uma tendência mundial de internacionalização da produção, especialmente em inglês (ÁLVARES, 2016ÁLVARES, Sílvia. A ciência fala inglês? Em tempos de mudança... Nascer e Crescer - Birth and growth medical journal, v. 25, n. 3, p. 133-135, 2016. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0872-07542016000300001 . Acesso em: 5 maio 2018.
http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?scri...
). Seguindo essa tendência, as avaliações dos PPG no Brasil têm valorizado cada vez mais esse tipo de produção (RIGO; RIBEIRO; HALLAL, 2011RIGO, Luis Carlos; RIBEIRO, Gabriela M.; HALLAL, Pedro C. Unidade na diversidade: desafios para a Educação Física no século XXI. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, v. 16, n. 4, p. 339-345, 2011. Disponível em: Disponível em: http://www.pgedf.ufpr.br/downloads/Artigos%20PS%20Mest%202016/ELS/marcelo/631-1159-1-PB.pdf . Acesso em: 22 mar. 2018.
http://www.pgedf.ufpr.br/downloads/Artig...
), motivando a produção em língua estrangeira (STIGGER; SILVEIRA; MYSKIW, 2015STIGGER, Marco Paulo; SILVEIRA, Raquel da; MYSKIW, Mauro. O processo de avaliação da pós-graduação em educação física e ciências do esporte no Brasil e algumas de suas repercussões cotidianas. In: RECHIA, Simone et al. Dilemas e desafios da Pós-Graduação em educação física. Ijuí: Ed. Unijuí, 2015. p. 15-56.). Segundo a Capes (2016CAPES - COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR. Documento da Área 21: Educação Física. Brasília, DF, 2016. Disponível em: Disponível em: http://www.capes.gov.br/images/documentos/Documentos_de_area_2017/21_efis_docarea_2016.pdf . Acesso em: 10 abr. 2018.
http://www.capes.gov.br/images/documento...
), publicações em inglês potencializam a visibilidade das produções e a possibilidade de novas parcerias internacionais, o que pode alavancar e qualificar a produção científica brasileira.

Conforme se pode observar no Gráfico 7, as subáreas sociocultural, pedagógica e “outras” vêm crescendo em termos de publicações em língua estrangeira. Esse crescimento, no entanto, ainda é tímido quando comparado à produção total em língua estrangeira da subárea biodinâmica, que já desde 2013/2014 tem a maior parte de sua produção internacionalizada.

Gráfico 7 -
Produção em português e outras línguas nas diferentes subáreas do conhecimento

A maior internacionalização da produção na subárea biodinâmica possivelmente está associada com o fato de que esta trabalha com temas mais universais do que os tratados pelas subáreas sociocultural e pedagógica. Nestas, os resultados tendem a ter uma aplicação mais local (CENÁRIOS…, 2015CENÁRIOS de um descompasso da pós-graduação em Educação Física e demandas encaminhadas à Capes. In: FÓRUM DE PESQUISADORES DAS SUBÁREAS SOCIOCULTURAL E PEDAGÓGICA, 2015. Disponível em: Disponível em: http://www.cbce.org.br/noticias-detalhe.php?id=1074 . Acesso em: 30 maio 2018.
http://www.cbce.org.br/noticias-detalhe....
; MANOEL; CARVALHO, 2011MANOEL, Edison De Jesus; CARVALHO, Yara Maria De. Pós-graduação na educação física brasileira: a atração (fatal) para a biodinâmica. Educação e Pesquisa, v. 37, n. 2, p. 389-406, 2011. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-97022011000200012&script=sci_abstract&tlng=pt . Acesso em: 15 mar. 2018.
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S151...
). Por exemplo, a metodologia de uma pesquisa que investiga os efeitos da atividade física para perda de peso pode se aplicar a pessoas vivendo em diferentes partes do planeta. Já um estudo sobre os significados da participação de crianças em um projeto social no interior do Ceará dificilmente seria aplicado em contextos que não se aproximam do pesquisado. Consequentemente, trabalhos nestas subáreas, em muitos casos, não se fazem atrativos para publicação em revistas internacionais (KERR-PONTES et al., 2005KERR-PONTES, Ligia Regina Sansigolo et al. Uma reflexão sobre o processo de avaliação das pós-graduações brasileiras com ênfase na área de saúde coletiva. Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 15, n. 1, p. 83-94, 2005. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-73312005000100005&script=sci_abstract&tlng=pt . Acesso em: 26 maio 2018.
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010...
; RIGO; RIBEIRO; HALLAL, 2011RIGO, Luis Carlos; RIBEIRO, Gabriela M.; HALLAL, Pedro C. Unidade na diversidade: desafios para a Educação Física no século XXI. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, v. 16, n. 4, p. 339-345, 2011. Disponível em: Disponível em: http://www.pgedf.ufpr.br/downloads/Artigos%20PS%20Mest%202016/ELS/marcelo/631-1159-1-PB.pdf . Acesso em: 22 mar. 2018.
http://www.pgedf.ufpr.br/downloads/Artig...
; RODRIGUES, 2011RODRIGUES, Luiz Oswaldo Carneiro. Publicar mais, ou melhor? O tamanduá Olímpico. Psicologia USP, v. 22, n. 2, p. 457-472, 2011. Disponível em: Disponível em: http://www.revistas.usp.br/psicousp/article/view/42092 . Acesso em: 23 mar. 2018.
http://www.revistas.usp.br/psicousp/arti...
).

Alguns programas produziram mais sobre o tema esporte em língua estrangeira do que em português (Tabela 1). São eles: PPGEFE/EEFE/USP, PPGCM/UNESP-RC, PPGSSEF/UCB, PPGCMH/UNIMEP, PPGEF/UFRJ, PPGCAF/EACH/USP, PPGEF/FUFS, PPGEF/UNIVASF, PPGEFE/EEFERP/USP, PPGCEE/UERJ, PPGCMH/UNICSUL, PPGEF/UFPE e PPGEF/UFMA. Em todos esses programas, a maior parte da produção se encaixa na subárea biodinâmica. Se, por um lado, a produção em língua estrangeira potencializa a divulgação dos conhecimentos em diferentes países, por outro, ela dificulta o acesso aos conhecimentos produzidos por parte de brasileiros que não são proficientes em outros idiomas. Conforme reforçam Viveiros et al. (2015VIVEIROS, Luís et al. Ciência do Esporte no Brasil: reflexões sobre o desenvolvimento das pesquisas, o cenário atual e as perspectivas futuras. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 29, n. 1, p. 163-175, 2015. Disponível em: Disponível em: http://www.revistas.usp.br/rbefe/article/view/97352 . Acesso em: 28 maio 2018.
http://www.revistas.usp.br/rbefe/article...
), os profissionais que trabalham diretamente com o esporte, especialmente os treinadores, encontram dificuldades para acessar revistas de acesso restrito e em língua estrangeira. Ou seja, eles que, teoricamente, estariam entre os principais usuários dos conhecimentos produzidos para aprimorarem o seu trabalho, muitas vezes não têm acesso a eles.

3.4 COAUTORIAS

De acordo com o nosso levantamento, corroborando os achados de Stigger, Silveira e Myskiw (2015STIGGER, Marco Paulo; SILVEIRA, Raquel da; MYSKIW, Mauro. O processo de avaliação da pós-graduação em educação física e ciências do esporte no Brasil e algumas de suas repercussões cotidianas. In: RECHIA, Simone et al. Dilemas e desafios da Pós-Graduação em educação física. Ijuí: Ed. Unijuí, 2015. p. 15-56.), as publicações na subárea da biodinâmica têm um grau maior de autorias do que as outras subáreas. Do total de 2291 artigos produzidos na subárea biodinâmica, 58% deles ultrapassa cinco autores. Já no caso da subárea sociocultural, que teve 683, e da subárea pedagógica, com 269 artigos, estas tiveram respectivamente 76,6% e 68,5% da produção desenvolvida por apenas dois, três ou quatro autores.

Gráfico 8 -
Quantidade de autores por artigos nas diferentes subáreas de conhecimento considerando toda a produção sobre esporte no período 2010-2016

O processo de produção em sistema de parcerias potencializa o número de publicações por pesquisador. Ou seja, na medida em que eles colaboram em suas respectivas pesquisas, eles aumentam o número total de artigos por eles publicados (LAZZAROTTI FILHO et al., 2012LAZZAROTTI FILHO, Ari et al. Modus operandi da produção científica da educação física: uma análise das revistas e suas veiculações. Revista da Educação Física/UEM, v. 23, n. 1, p. 1-14, 2012. Disponível em: Disponível em: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/RevEducFis/article/view/12551 . Acesso em: 18 maio 2018.
http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.p...
; RODRIGUES, 2011RODRIGUES, Luiz Oswaldo Carneiro. Publicar mais, ou melhor? O tamanduá Olímpico. Psicologia USP, v. 22, n. 2, p. 457-472, 2011. Disponível em: Disponível em: http://www.revistas.usp.br/psicousp/article/view/42092 . Acesso em: 23 mar. 2018.
http://www.revistas.usp.br/psicousp/arti...
; STIGGER; SILVEIRA; MYSKIW, 2015STIGGER, Marco Paulo; SILVEIRA, Raquel da; MYSKIW, Mauro. O processo de avaliação da pós-graduação em educação física e ciências do esporte no Brasil e algumas de suas repercussões cotidianas. In: RECHIA, Simone et al. Dilemas e desafios da Pós-Graduação em educação física. Ijuí: Ed. Unijuí, 2015. p. 15-56.). O fato de as pesquisas desenvolvidas na subárea biodinâmica serem mais facilmente replicáveis e terem um caráter mais universal facilita a produção de estudos em colaboração com outros autores e alavanca a produção desta subárea. O mesmo não se aplica às subáreas sociocultural e pedagógica, uma vez que os conhecimentos por elas gerados tendem a ser circunscritos a determinados meios sociais e culturais (CENÁRIOS…, 2015CENÁRIOS de um descompasso da pós-graduação em Educação Física e demandas encaminhadas à Capes. In: FÓRUM DE PESQUISADORES DAS SUBÁREAS SOCIOCULTURAL E PEDAGÓGICA, 2015. Disponível em: Disponível em: http://www.cbce.org.br/noticias-detalhe.php?id=1074 . Acesso em: 30 maio 2018.
http://www.cbce.org.br/noticias-detalhe....
). Também nessas subáreas existe a dificuldade de se formar grupos de pesquisa uma vez que, conforme discutimos anteriormente, existe um número menor de docentes e discentes quando comparado às linhas de pesquisa ligadas às Ciências Biológicas e da Saúde. A despeito dessas dificuldades, os pesquisadores dessas subáreas vêm buscando se adaptar ao sistema de avaliação em curso (RODRIGUES, 2011RODRIGUES, Luiz Oswaldo Carneiro. Publicar mais, ou melhor? O tamanduá Olímpico. Psicologia USP, v. 22, n. 2, p. 457-472, 2011. Disponível em: Disponível em: http://www.revistas.usp.br/psicousp/article/view/42092 . Acesso em: 23 mar. 2018.
http://www.revistas.usp.br/psicousp/arti...
; STIGGER; SILVEIRA; MYSKIW, 2015STIGGER, Marco Paulo; SILVEIRA, Raquel da; MYSKIW, Mauro. O processo de avaliação da pós-graduação em educação física e ciências do esporte no Brasil e algumas de suas repercussões cotidianas. In: RECHIA, Simone et al. Dilemas e desafios da Pós-Graduação em educação física. Ijuí: Ed. Unijuí, 2015. p. 15-56.). Os nossos dados revelam que, entre 2015 e 2016, o número de coautorias nessas subáreas teve um crescimento maior do que na biodinâmica.

Gráfico 9 -
Média de autores por artigo por subárea de conhecimento

A estratégia de publicação em um sistema de parcerias gera vantagens para a contagem de artigos para pesquisadores (LAZZAROTTI FILHO et al., 2012LAZZAROTTI FILHO, Ari et al. Modus operandi da produção científica da educação física: uma análise das revistas e suas veiculações. Revista da Educação Física/UEM, v. 23, n. 1, p. 1-14, 2012. Disponível em: Disponível em: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/RevEducFis/article/view/12551 . Acesso em: 18 maio 2018.
http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.p...
; MANOEL, 2015MANOEL, Edison De Jesus. Produtivismo e ética na pesquisa em educação física: leituras, um conto e alguns casos. In: RECHIA, Simone et al. Dilemas e desafios da Pós-Graduação em educação física. Ijuí: Ed. Unijuí, 2015. p. 235-282.; RODRIGUES, 2011RODRIGUES, Luiz Oswaldo Carneiro. Publicar mais, ou melhor? O tamanduá Olímpico. Psicologia USP, v. 22, n. 2, p. 457-472, 2011. Disponível em: Disponível em: http://www.revistas.usp.br/psicousp/article/view/42092 . Acesso em: 23 mar. 2018.
http://www.revistas.usp.br/psicousp/arti...
) e, consequentemente, para os seus programas (STIGGER; SILVEIRA; MYSKIW, 2015STIGGER, Marco Paulo; SILVEIRA, Raquel da; MYSKIW, Mauro. O processo de avaliação da pós-graduação em educação física e ciências do esporte no Brasil e algumas de suas repercussões cotidianas. In: RECHIA, Simone et al. Dilemas e desafios da Pós-Graduação em educação física. Ijuí: Ed. Unijuí, 2015. p. 15-56.). Aqueles que têm maior status, estando inseridos em networkings internacionais, tendem a participar em um número maior de trabalhos, potencializando a sua produtividade (SILVA et al., 2017SILVA, Marcelo Moraes e et al. Pós-graduação em Educação Física: apontamentos sobre o livro "Dilemas e desafios da pós-graduação em Educação Física". Journal of Physical Education, v. 28, n. 1, p. 2840, 2017. Disponível em: Disponível em: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/RevEducFis/article/view/34228/19523 . Acesso em: 13 fev. 2019.
http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.p...
). Existem, no entanto, relatos de casos em que pesquisadores têm colocado o nome um dos outros em seus trabalhos, em um sistema de trocas, para aumentar a contagem de artigos por eles publicados (MANOEL, 2015MANOEL, Edison De Jesus. Produtivismo e ética na pesquisa em educação física: leituras, um conto e alguns casos. In: RECHIA, Simone et al. Dilemas e desafios da Pós-Graduação em educação física. Ijuí: Ed. Unijuí, 2015. p. 235-282.). Essa denúncia precisa ser melhor investigada, uma vez que, se verdadeira, incorre em sérios problemas éticos.

3.5 CONJUNÇÃO DE FATORES QUE SE RETROALIMENTAM: EXPLORANDO HIPÓTESES

Aparentemente existe uma conjunção de fatores que vem retroalimentando o crescimento da subárea biodinâmica. A tradição dessa subárea no campo da Educação Física e o número de pesquisadores dedicados, as metodologias utilizadas em pesquisas na subárea biodinâmica, que por sua vez tendem a ser passíveis de replicação e generalização, e o caráter universal de grande parte dos temas tratados facilitam o desenvolvimento de parcerias entre pesquisadores. Isso, por sua vez, potencializa a publicação de um número maior de artigos em periódicos com maior fator de impacto. Isso tudo melhora o conceito dos programas e pesquisadores envolvidos. Ao serem mais bem avaliados, estes tendem a ter mais facilidade para assumir posições de decisão dentro de agências financiadoras, para participar em bancas de concursos e de corpos editoriais de revistas, para atrair vagas de mestrado e doutorado e para conseguir bolsas e financiamentos para as suas pesquisas e participação em eventos científicos e intercâmbios internacionais. Esses fatores podem estar motivando ainda mais os pesquisadores e programas a continuarem a produzir nesta perspectiva. Desta forma, a subárea vem se fortalecendo em uma espécie de espiral virtuosa.

Os trabalhos com um viés sociocultural e/ou pedagógico apresentam dificuldades como, por exemplo, um número menor de pesquisadores na subárea e a natureza de vários objetos de estudo que não são de interesse universal que, por sua vez, tendem a dificultar a produção em parceria, a generalização dos resultados e a internacionalização da produção. Como consequência, a avaliação de pesquisadores tende a ser mais baixa do que a dos pesquisadores da biodinâmica. Isso tende a limitar novos financiamentos para as suas pesquisas e para a participação em eventos científicos e intercâmbios internacionais. Juntos, estes e outros fatores têm dificultado a entrada e a permanência de pesquisadores destas subáreas nos PPGEF, motivando-os a migrarem para outros campos de conhecimento. Esta realidade se constitui em um círculo vicioso que tem dificultado o crescimento da produção científica destas subáreas nos PPGEF.

Na última avaliação, a Área 21 (CAPES, 2017CAPES - COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR. Relatório de Avaliação 2013-2016: - Quadrienal 2017. Brasília, DF, 2017. Disponível em: Disponível em: http://www.capes.gov.br/images/stories/download/avaliacao/relatorios-finais-quadrienal-2017/20122017-EDUCACAO-FISICA-quadrienal.pdf . Acesso em: 27 mar. 2018.
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) adotou diferentes valores de fator de impacto para estratificação da produção no sistema Qualis para as pesquisas com um viés das Ciências Sociais e Humanas visando amenizar algumas distorções do processo avaliativo. O fator de impacto exigido para que estas subáreas possam se enquadrar em estratos mais altos do Qualis passou a ser mais baixo com relação ao exigido na biodinâmica. Essa mudança teve um impacto positivo na avaliação da produção dos pesquisadores das subáreas sociocultural e pedagógica. Não sabemos, contudo, se esse novo critério será suficiente para evitar que essas subáreas paulatinamente desapareçam dos PPGEF.

4 CONCLUSÃO

Os 34 programas analisados produziram 3.252 artigos que direta ou indiretamente discutem o esporte e modalidades com federações internacionais. A maior parte dos artigos discute temas relacionados à subárea biodinâmica (70%), sendo que as subáreas sociocultural e pedagógica se fazem representar em uma percentagem significativamente menor (21% e 8%). Embora o número de produções tenha crescido entre 2010 e 2016, houve um decréscimo na produção total de artigos a partir de 2014. Houve, no entanto, um aumento de produções em língua estrangeira. Enquanto a produção total cresceu em média 10% ao ano, a produção em inglês e/ou outras línguas cresceu a uma taxa média de 24% ao ano6 6 Taxas calculadas a partir do Compound Annual Growth Rate (CAGR). CAGR= Valor final/valor inicial^(1/qtd anos)-1. .

A produção vinculada à biodinâmica expandiu significativamente. O mesmo não ocorreu com as subáreas sociocultural e pedagógica. Essa realidade está aparentemente relacionada com algumas características dessas subáreas e com os critérios de avaliação dos PPGEF. Esses fatores, dentre outros que ainda não exploramos dado o escopo deste trabalho, têm levado a subárea biodinâmica a uma espécie de espiral virtuosa de crescimento, enquanto as outras duas subáreas permanecem em um círculo vicioso e limitante que vem se retroalimentando. Esse círculo precisa ser rompido para que o esporte possa ser mais bem compreendido em toda a sua complexidade.

Este trabalho tem algumas limitações, como, por exemplo, falhas nas informações prestadas nos relatórios dos programas e/ou impossibilidade de acesso a determinadas produções. Procuramos corrigir os erros e buscar as informações necessárias dentro do possível. Apesar dessas limitações, o perfil da produção sobre o esporte nos PPGEF apresentado e as hipóteses aqui levantadas oferecem subsídios para futuros estudos e ações em relação aos rumos da produção de conhecimento sobre o esporte no país considerando a multiplicidade de papéis que o esporte exerce em nossa sociedade.

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    » https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/j.1742-7843.2005.pto_139.x
  • 1
    Incluímos artigos que, embora não tenham como foco uma discussão sobre o esporte em si, diretamente subsidiam o seu desenvolvimento. Os critérios de inclusão e exclusão de artigos melhor esclarecem esta questão.
  • 2
    Estas são as manifestações de acordo com a legislação brasileira. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9615consol.htm. Acesso em: 20 mar. 2018.
  • 3
    Excluímos os relatórios dos Programas da Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional. Embora eles façam parte da Área 21, eles têm particularidades que, considerando o escopo deste trabalho, não teríamos como explorar neste momento.
  • 4
    Embora alguns destes trabalhos não tenham usado a mesma classificação que utilizamos, as categorias por eles verificadas como hegemônicas se encaixam no que Manoel e Carvalho (2011MANOEL, Edison De Jesus; CARVALHO, Yara Maria De. Pós-graduação na educação física brasileira: a atração (fatal) para a biodinâmica. Educação e Pesquisa, v. 37, n. 2, p. 389-406, 2011. Disponível em: Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-97022011000200012&script=sci_abstract&tlng=pt . Acesso em: 15 mar. 2018.
    http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S151...
    ) denominam de “biodinâmica”.
  • 5
    Vale ressaltar que a Fisioterapia, Terapia Ocupacional e Fonoaudiologia também fazem parte desta área e exercem influência nestes critérios.
  • 6
    Taxas calculadas a partir do Compound Annual Growth Rate (CAGR). CAGR= Valor final/valor inicial^(1/qtd anos)-1.
  • Apoio: Ministério dos Esportes e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001. This study was financed by the Brazilian Sport Ministry and by the Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Finance Code 001

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    10 Jan 2022
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    25 Fev 2019
  • Aceito
    02 Ago 2019
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