Open-access O QUE OS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA APRENDERAM COM A DISRUPÇÃO TECNOLÓGICA EM SUAS AULAS? DESAFIOS E INCERTEZAS SOBRE O USO DA TECNOLOGIA APÓS A PANDEMIA

¿QUÉ APRENDIERON LOS PROFESORES DE EDUCACIÓN FÍSICA ANTE LA DISRUPCIÓN TECNOLÓGICA EN SUS CLASES? DESAFÍOS E INCERTIDUMBRES SOBRE EL USO DE LA TECNOLOGÍA DESPUÉS DE LA PANDEMIA

Resumo

A pandemia causou interrupção global no ensino presencial e adoção não planejada de tecnologia digital. Este artigo explora desafios, medos e incertezas enfrentados por professores de Educação Física durante a pandemia e busca entender se isso os levou a considerar o uso da tecnologia pós-pandemia. Os dados foram coletados por meio de questionário com 203 professores de Educação Física brasileiros e britânicos em atividade antes, durante e depois da pandemia. As descobertas indicaram que os professores mudaram seu ensino durante a pandemia. Eles relataram preocupações relacionadas ao uso da tecnologia. Por outro lado, eles declararam que as comunidades online contribuíram para seu desenvolvimento profissional. A análise mostra professores brasileiros mais propensos do que os do Reino Unido a continuar usando a tecnologia pós-pandemia. Concluímos que a experiência específica do professor e o contexto local podem determinar como será o novo “normal” pós-pandemia da Educação Física em relação à tecnologia.

Palavras-chave
Educação Física; Covid-19; Distanciamento social; Tecnologia

Abstract

The pandemic caused global disruptions to in-person teaching and led to the unplanned adoption of digital technology. This article explores the challenges, fears, and uncertainties faced by PE teachers during the pandemic and seeks to understand whether these experiences encouraged them to consider using technology post-pandemic. Data were collected through a survey of 203 Brazilian and British PE teachers who taught PE classes before, during, and after the pandemic. The findings indicated that teachers changed their teaching during the pandemic. They reported concerns related to technology use. However, they stated that online communities contributed to their professional development during COVID. Analysis showed that Brazilian teachers were more likely than UK teachers to continue using technology post-pandemic. We conclude that teacher-specific experience and local context may determine what the new post-pandemic “normal" of PE looks like and how technology could be integrated.

Keywords
Physical Education; COVID-19; Physical distancing; Technology

Resumen

La pandemia ha causado una interrupción global en la enseñanza presencial con la adopción de la tecnología digital. Este artículo explora los desafíos, miedos e incertidumbres enfrentados por los profesores de Educación Física durante la pandemia y busca entender si esto los lleva a considerar el uso de tecnología en el post-pandemia. Los datos fueron recolectados a través de cuestionario con 203 profesores de Educación Física brasileños y británicos en actividad antes, durante y después de la pandemia. Los hallazgos indican que los profesores cambiaron su forma de enseñar durante la pandemia. Informaron preocupaciones relacionadas con el uso de la tecnología, pero declararon que las comunidades en línea contribuyeron a su desarrollo profesional. El análisis muestra que los profesores brasileños son más propensos que los del Reino Unido a continuar usando la tecnología después de la pandemia. Concluimos que la experiencia específica del profesor y el contexto local pueden determinar cómo será el nuevo “normal” post-pandemia en la Educación Física en relación con la tecnología.

Palabras clave
Educación Física; COVID-19; Distanciamiento social; Tecnología

1 INTRODUÇÃO

A Educação Física (EF) tem sido historicamente entendida como uma área que é socialmente construída, ou seja, “definida pelo que é dito, feito e escrito em seu nome” (Kirk, 2010, p. 1) e resistente à mudança pedagógica (Kirk, 1992, 2010). Dito isso, e tendo em mente que os objetivos da Educação Física tradicionalmente se concentraram em atividades descontextualizadas ou baseadas no esporte (Quennerstedt, 2019), é compreensível perceber o quão resistente a EF se tornou à mudança. Com quase um século e meio de história, juntamente com práticas que moldaram a EF como uma disciplina baseada no esporte, é difícil dizer algo novo, fazer algo diferente ou escrever algo que altere significativamente essa maneira dominante de fazer EF.

Em sua exploração de possíveis futuros da Educação Física, Kirk (2010) afirma que não é possível entender a EF como uma disciplina sem se envolver em uma análise histórica. Em sua ilustração, inspirada por Dening (1993), Kirk sugere que nossas vidas podem ser visualizadas como uma dupla hélice de passado e presente entrelaçados, onde cada hélice tem seu significado. Nessa lógica de pensamento, precisamos estar atentos ao fato de que o que estamos fazendo hoje está entrelaçado com nosso passado. Sem essa consciência, podemos criar uma falsa sensação de que estamos sempre desenvolvendo algo novo que responde às necessidades e aspirações de nossos tempos, sem, contudo, uma compreensão das críticas que foram expressas antes.

Nesse sentido, a recente pandemia, como um momento histórico importante, exigiu que a EF operasse de forma inesperada e mudasse sua abordagem pedagógica. Inicialmente, quaisquer problemas experimentados ao ministrar aulas remotamente foram alarmados pela natureza histórica e socialmente construída da EF como uma disciplina presencial, prática e experiencial (Araújo; Ovens, 2022; O´Brien et al., 2020). De fato, ensinar EF online, pode-se argumentar, era impensável antes da pandemia.

A literatura sobre a covid já explorou os sentimentos e experiências dos professores de EF em fazer mudanças em suas abordagens pedagógicas necessárias ao ensinar na pandemia. Isso incluiu: a) professores com medo da incerteza em relação à covid-19 (Silva et al., 2021); b) professores se sentindo inadequados e vivenciando angústia em relação aos ajustes de suas atividades pessoais e profissionais e formas de reinventar suas ações didáticas e pedagógicas por meio de aulas online e plataformas digitais (Leite et al., 2022); c) professores se sentindo assustados com a (im)possibilidade de verificar o aprendizado dos alunos ou mesmo inseguros sobre a eficácia de seus esforços (Almonacid-Fierro et al., 2021); d) demonstração de que a autoeficácia dos professores diminuiu significativamente (Gobbi et al., 2021), assim como sua motivação para o trabalho (Korcz et al., 2021). Como resultado, os professores relataram sentir estresse elevado, ansiedade e exaustão emocional (Kamoga; Varea, 2021; Varea et al., 2023), e sentindo que a EF se tornou ainda mais marginalizada quando ensinada em contexto online (Silva; Dinis, 2023; Cruickshank; Pill; Mainsbridge, 2021).

É importante ressaltar que os desafios reconhecidos pelos professores de Educação Física ao ministrar aulas remotamente podem ser considerados como sendo tanto de natureza tecnológica quanto pedagógica. Tecnologicamente, os professores notaram a falta de acesso à internet (Godoi; Novelli; Kawashima, 2021; Nurulfa et al., 2021; Phong et al., 2022) e de dispositivos digitais (Nurulfa et al., 2021; Korcz et al., 2021) entre seus alunos. Pedagogicamente, os professores mencionaram dificuldades em manter os alunos engajados (Phong et al., 2022) e baixa participação dos alunos (Godoi; Novelli; Kawashima, 2021). A maioria dos desafios descritos na literatura revela como as desigualdades no acesso à tecnologia impactaram negativamente a capacidade dos alunos de se envolverem na aprendizagem e as abordagens pedagógicas dos professores. Tais desafios fizeram alguns professores concluírem que uma disciplina prática como a Educação Física não é adequada para o ensino online (Nurulfa et al., 2021) ou, de forma oposta, sentem que a EF deveria ter desempenhado um papel mais importante durante o confinamento (Fuentes Nieto et al., 2023).

Por outro lado, a literatura também sugere que os professores relataram percepções positivas do ensino remoto durante a pandemia. Neste caso, os professores mencionaram o uso bem-sucedido de tecnologias digitais no processo de ensino-aprendizagem (Godoi; Novelli; Kawashima, 2021) e acolheram com satisfação a oportunidade de colaborar na criação de materiais didáticos interativos e digitais (Leite et al., 2022; Méndez-Giménez, 2023; Méndez-Giménez et al., 2023). Eles também declaram que o ensino online foi uma oportunidade de refletir criticamente sobre o ensino de EF (Kucera et al., 2022), aprender sobre tecnologia e sua capacidade de criar bons conteúdos para seus alunos (Centeio et al., 2021) e incentivar a autonomia e a responsabilidade entre seus alunos (Monguillot et al., 2023).

Em seu trabalho considerando o que aconteceu com a pedagogia da EF durante a pandemia, Lambert, Hudson e Luguetti (2023) postularam que, mesmo se posicionarmos a pandemia como uma oportunidade para avançar uma abordagem pedagógica envolvente, não há evidências robustas de que a EF tenha aproveitado tal abertura. Ao considerar 38 artigos e centrada na pedagogia engajada de Bell Hooks, a revisão apontou que alguns autores estavam preocupados com o fim das restrições da pandemia e a possibilidade de que muitas escolas em muitos países retornassem às práticas observadas na EF antes da pandemia (Blain; Standage; Curran, 2022; Cuenca-Soto et al., 2021). Tal retorno sugeriria que o período de restrições e ensino online fez pouco para ajudar os professores a repensar suas práticas.

Apesar da crescente evidência de que os professores aprimoraram suas habilidades pedagógicas e tecnológicas após a pandemia (González-Rivas et al., 2022), não há nenhuma pesquisa que explore as percepções dos professores sobre o impacto da covid na prática contemporânea de EF nem a relação atual que os professores podem ver entre pedagogia e tecnologia. Ao considerar o trabalho de Kirk (2010) e Dening (1993), somos levados a fazer a pergunta “o que aprendemos com o passado recente, impactado pela pandemia, que pode provocar mudanças disruptivas nas práticas de ensino de EF relacionadas à tecnologia?”. Estamos preocupados que a falta de mudança possa significar que os professores se sintam presos ou paralisados em suas respectivas práticas e simplesmente retornaram às aulas tradicionais de EF sem considerar as críticas passadas e as aspirações futuras. A continuidade da tradição da área de forma acrítica pode servir apenas para reafirmar a resistência da EF à mudança pedagógica. Isso é problemático e potencialmente fecha a porta para o desenvolvimento pedagógico contínuo da EF e nossa abertura para novos futuros.

Em reconhecimento às preocupações acima, este estudo explora os desafios, medos e incertezas enfrentados pelos professores de Educação Física durante a pandemia e busca entender se isso os levou a considerar o uso da tecnologia no pós-pandemia.

2 MÉTODOS

Um desenho descritivo exploratório foi usado para investigar os sentimentos dos professores durante a pandemia e a perspectiva da prática pedagógica pós-pandemia. Um questionário online foi usado para coletar dados de professores de Educação Física brasileiros e britânicos. A pesquisa tinha questões de múltipla escolha e questões de texto livre, o que nos permitiu usar uma abordagem mista.

2.1 PARTICIPANTES E CONTEXTO DA PESQUISA

A coleta de dados ocorreu entre novembro de 2023 e abril de 2024, com 203 professores (cem homens, noventa e uma mulheres e três sujeitos que preferem não responder ou preferem se descrever como outros) de diferentes regiões do Brasil (n=158) e do Reino Unido (n=45). Os participantes tinham entre 25 e 63 anos e declararam ter mais de cinco anos de experiência docente atuando em escolas públicas e privadas de Ensino Fundamental e Médio. As características dos professores participantes são apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1
Características dos professores respondentes

2.2 INSTRUMENTO DE PESQUISA

A coleta de dados foi realizada por meio da plataforma JISC Online Surveys (https://www.onlinesurveys.ac.uk/). Um questionário online foi criado para esta pesquisa e validado por um grupo consultivo internacional composto por seis acadêmicos de Educação Física que trabalham em seis contextos/países diferentes. A pesquisa se concentrou nas atitudes e percepções dos professores sobre o ensino durante e após a pandemia. A pesquisa de 37 itens abordou seis seções com as seguintes informações: a) Informações pessoais e elementos demográficos, b) Estratégias da escola para conduzir atividades durante a pandemia, c) Estratégias dos professores para conduzir atividades durante e após a pandemia, d) Educação Física durante e após a pandemia, e) Tecnologia durante e após a pandemia e (f) Jovens durante e após a pandemia.

As três primeiras seções foram compostas de questões de múltipla escolha e questões de texto livre, que foram apresentadas usando estatísticas descritivas. As últimas três seções foram compostas por afirmações que foram avaliadas em questões de múltipla escolha. Cada afirmação foi classificada a partir de uma escala Likert de 5 pontos, a saber: 1-Discordo Totalmente, 2-Discordo, 3-Neutro, 4-Concordo e 5-Concordo Totalmente. Essas três últimas seções foram analisadas com estatísticas inferenciais.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Três temas foram gerados a partir da análise: (a) o impacto percebido da pandemia na Educação Física, (b) os desafios e mudanças vivenciadas durante a pandemia e (c) as mudanças pedagógicas e/ou tecnológicas de longo prazo. Os dois primeiros temas referem-se às experiências dos professores durante a pandemia, enquanto o terceiro tema aborda as expectativas dos professores em relação ao uso contínuo da tecnologia após a pandemia. Importante ressaltar que os dois primeiros temas demonstraram certa homogeneidade nas respostas dos professores sobre suas impressões a respeito dos possíveis impactos da pandemia na Educação Física, incluindo desafios e mudanças em suas práticas, sem discrepâncias notáveis entre professores de diferentes países, de diferentes gêneros ou diferentes durações de experiência profissional. Contudo, o terceiro tema, em contraste, destaca uma diferença estatística significativa entre professores de diferentes países.

3.1 O IMPACTO PERCEBIDO DA PANDEMIA NA EDUCAÇÃO FÍSICA

Os resultados da pesquisa mostraram que os professores no Brasil e no Reino Unido concordaram que a pandemia teve influência no ensino de Educação Física. Como é possível ver na Figura 1, a maioria dos professores em ambos os países (79% Brasil e 60% Reino Unido) “concordou” e “concordou fortemente” que a pandemia influenciou a abordagem adotada para o ensino de Educação Física em escolas e outros ambientes educacionais. Torna-se importante ressaltar que muitos professores “concordaram” e “concordaram fortemente” que a influência da pandemia foi negativa (56% Brasil e 62% Reino Unido). Apesar dessa impressão geral, alguns professores (30% e 13% respectivamente) “discordaram” e “discordaram fortemente” dessa afirmação, enquanto outros (13% e 24% respectivamente) não “concordaram nem discordaram” dessa impressão negativa. Da mesma forma, e ao responder a uma pergunta relacionada sobre o impacto positivo da pandemia, muitos professores (47% e 62% respectivamente) “discordaram fortemente” e “discordaram” que o impacto da pandemia foi positivo. Apesar dessa atitude contínua em direção ao negativo, 15% e 24% e 38% e 13%, respectivamente, “não concordaram” ou “discordaram” ou “concordaram” e “concordaram fortemente” que o impacto da pandemia foi positivo.

Figura 1
Opiniões dos professores sobre o impacto da pandemia na Educação Física

O impacto predominantemente negativo que os professores notaram como resultado da pandemia encontrado neste estudo não é novo e foi notado em pesquisas anteriores em Educação Física. Araújo e Ovens (2022) e O’Brien et al., (2020) descobriram que durante o ensino remoto os professores lutaram para mudar seus saberes e experiências de ensino presenciais, que se concentravam na estratégia de interação ou desafios corporais, para um ambiente virtual. É interessante, no entanto, notar que a maioria dos professores nesses dois estudos considerou negativas as mudanças induzidas pela mudança online. Acreditamos que a negatividade relatada nesses estudos e no nosso está relacionada às atividades esportivas tradicionais de Educação Física e sua resistência à mudança apontada por Kirk (2010), agora com base na dissidência da tecnologia digital. Varea, González-Calvo e García-Monge (2022) já apontaram as dificuldades dos futuros professores para criar familiaridade e capacidade de adaptação à nova Educação Física oferecida através da tecnologia digital. Na argumentação dos autores, isso acontece porque “os futuros professores foram tradicionalmente educados em uma noção prévia de EF” (Varea; González-Calvo; García-Monge, 2022, p. 40).

A literatura tem registrado que as atividades esportivas tradicionais de Educação Física são moldadas por crenças e práticas compartilhadas entre gerações que contribuem para a resistência da profissão à mudança (Parker; Patton; Tannehill, 2016). Estudos antes da pandemia destacaram que os professores de EF formam um grupo homogêneo com forte disposição para o esporte (Ferry, 2018; O'Neil; Richards, 2018). Da mesma forma, um estudo pós-pandemia (Flemons et al., 2024) destacou que os professores de Educação Física ainda se reconhecem por meio do capital simbólico e cultural baseado no esforço, entusiasmo e competência física. Esses elementos reforçam uma abordagem pedagógica tradicional baseada no esporte, que tem dificuldade de se perceber em um ambiente virtual. Consequentemente, é compreensível que as percepções dos professores sobre a pandemia tenham sido negativas, pois o impacto sobre os docentes foi desestabilizador de sua ideia de Educação Física.

Ao articular sua impressão de que o impacto da pandemia foi predominantemente negativo, os professores indicaram que a pandemia os forçou a mudar sua abordagem da EF. 56% dos professores brasileiros e 62% dos professores do Reino Unido indicaram que sentiram que a pandemia prejudicou a EF. Os dois aspectos negativos da pandemia mais citados pelos professores, com mais de 50% das respostas de professores de EF brasileiros e do Reino Unido foram a) falta de dispositivos tecnológicos ou conectividade com a Internet e b) apatia ou desinteresse dos alunos. Essas descobertas correspondem às preocupações expressas por Godoi, Novelli e Kawashima (2021), Korcz et al. (2021), Nurulfa et al. (2021) e Phong et al. (2022), que observaram a falta de acesso à Internet entre seus alunos e a ausência de dispositivos tecnológicos nas casas dos alunos como barreiras ao envolvimento síncrono ou assíncrono das atividades escolares.

Em seu estudo com 526 professores espanhóis de Educação Física, por exemplo, Fuentes Nieto et al. (2023) descobriram que a exclusão digital em termos de acesso a dispositivos tecnológicos e à Internet impedia os alunos de acompanhar as atividades designadas pelos professores online. Da mesma forma, o estudo de Montenegro, Raya e Navaridas (2020), na Espanha, relatou que 27% dos 252 professores pesquisados sugeriram que seus alunos não atingiram os níveis esperados de aprendizagem e desenvolvimento prescritos no currículo de Educação Física durante a pandemia. Eles atribuíram isso ao impacto da exclusão digital, que, por sua vez, está vinculada às desigualdades sociais. Além disso, Fernández-Río et al. (2022), em seu estudo quantitativo com 3.700 professores espanhóis, relataram que 75% dos entrevistados indicaram que 20% de seus alunos não conseguiram participar das aulas online porque não tinham infraestrutura para acessar.

Embora as impressões gerais dos professores sobre o impacto da pandemia da COVID-19 pareçam negativas, houve, pelo menos para a minoria dos entrevistados no estudo atual, alguns aspectos positivos decorrentes da pandemia. Os aspectos mais positivos citados pelos professores foram a possibilidade de descobrir novas ferramentas tecnológicas de ensino, observada por 50% dos professores do Reino Unido e 31% dos professores brasileiros, além da possibilidade de interagir online com os alunos, destacada por 23% dos professores do Reino Unido e 28% dos brasileiros. Essa descoberta reflete achados do estudo de Centeio et al. (2021) realizado com 4.302 professores americanos de Educação Física. Esta pesquisa descobriu que mais de 28% dos professores pesquisados declararam que superar desafios ou aprender sobre tecnologia durante a pandemia foi um de seus maiores sucessos no período.

De forma ampla, nossas descobertas corroboram as de pesquisas anteriores que mostram que a pandemia afetou a Educação Física negativamente. Os professores indicaram anteriormente que precisavam superar desafios como falta de equipamentos e acesso à Internet (Nurulfa et al., 2021) ou se sentiam despreparados para usar a tecnologia durante a pandemia (Leite et al., 2022). Os aspectos positivos, incluindo a descoberta de ferramentas ou métodos de conexão com os alunos, são menos bem documentados pelos professores. Em sua revisão crítica de 38 artigos relacionados à pandemia, Lambert, Hudson and Luguetti (2023) descobriram que os professores estavam frustrados com a pandemia e se concentraram em encontrar plataformas nas quais hospedar/desenvolver o ensino remoto em vez de se desenvolverem pedagogicamente. Nesse sentido, é compreensível que alguns professores tenham sentido orgulho ao superar ou aprender sobre tecnologia neste momento disruptivo (Centeio et al., 2021) e foram capazes de ver essa pequena vitória como um aspecto positivo.

Como vimos em nossos dados e na literatura, o tema do impacto da pandemia nas percepções dos professores de Educação Física pode nos oferecer aspectos positivos e negativos. No geral, os aspectos negativos foram mais prevalentes do que os positivos em nosso estudo. É importante destacar, no entanto, que todos os elementos da complexa situação criada pela pandemia devem ser analisados em seus contextos locais. Por exemplo, um estudo com 1.148 professores de seis países europeus apresentou diferenças notáveis nas avaliações dos professores sobre o ensino online, com uma avaliação positiva relatada por professores da Croácia, Polônia e Bulgária, uma avaliação negativa por professores da Macedônia e Kosovo e uma avaliação neutra por professores turcos (Korcz et al., 2021). Assim, é perceptível que mesmo em espaços geográficos próximos temos percepções diferentes do impacto da pandemia e tais diferenças são devidas aos contextos sociais de cada grupo de professores.

3.2 OS DESAFIOS E MUDANÇAS VIVIDOS DURANTE A PANDEMIA

O segundo tema explora as percepções dos professores sobre os desafios, mudanças e possibilidades ofertadas pela pandemia. Os resultados da pesquisa indicaram que os professores brasileiros e do Reino Unido concordaram que enfrentaram desafios e mudanças durante a pandemia. Como visto na Figura 2, a maioria dos professores (85% do Brasil e 73% do Reino Unido) “concordou” e “concordou fortemente” que a tecnologia teve um impacto significativo em sua abordagem ao ensino durante a pandemia. Esses dados indicam que tanto os professores brasileiros quanto os do Reino Unido já estavam usando a tecnologia digital antes da pandemia (não apenas como uma resposta a ela). Da mesma forma, sugere que durante a pandemia os professores perceberam o impacto significativo que a tecnologia teve em seu ensino.

Ao mesmo tempo, a maioria dos professores (90% Brasil e 67% Reino Unido) “concordou” e “concordou fortemente” que eles tinham preocupações ou enfrentavam desafios em relação ao aumento do uso de tecnologia em EF. Por outro lado, maioria dos professores (73% Brasil e 64% Reino Unido) “concordou” e “concordou fortemente” que por meio da tecnologia, como comunidades online e plataformas de mídia social, eles melhoraram seu desenvolvimento profissional e/ou suas oportunidades de networking como professores de EF. Embora o estudo de Aguilar et al. (2021) tenha indicado que “os usos profissionais das mídias sociais pelos professores são diversos e altamente específicos para cada professor”, essa descoberta sugere que a pandemia foi um momento em que os professores buscaram oportunidades de desenvolvimento profissional. De fato, parece correto afirmar que os professores (pelo menos aqueles investigados neste estudo) eram mais propensos a usar as mídias sociais para aprender, conectar-se e/ou compartilhar conteúdo e experiências após o início da pandemia. Essa descoberta contrasta com a de Aguilar et al. (2021), que não relataram significância estatística no uso de mídia social por professores antes ou durante a pandemia.

Figura 2
Opiniões dos professores sobre os desafios e mudanças durante a pandemia.

Em relação aos desafios e mudanças, nossos dados sugerem que a maioria dos professores (71% Brasil e 44% Reino Unido) “concordou” ou “concordou fortemente” que a tecnologia havia sido integrada em suas práticas em resposta à pandemia. Essa descoberta coincide com a de Fuentes Nieto et al. (2023), que mostrou que 61% dos professores pesquisados alegaram que, embora usassem “pouco” ou “nenhum” aplicativo e recursos tecnológicos antes da pandemia, isso aumentou para 100% de uso durante a pandemia. Da mesma forma, a maioria dos professores de Educação Física neste estudo concorda que a tecnologia teve um impacto em sua abordagem ao ensino.

Um dos problemas persistentes que emergiu da literatura durante e após a pandemia está relacionado à falta de preparação dos professores de Educação Física para dar aulas online e gerenciar plataformas de tecnologia (ex: Cece; Guillet-Descas; Lentillon-Kaestner, 2022; Centeio et al., 2021, Kim et al., 2021; Leite et al., 2022). Em consonância com essa literatura, nossas descobertas indicam que os professores de Educação Física buscaram superar essa falta de preparação apoiando ou buscando apoio de outros professores em suas redes online. López-Fernández et al. (2023) mostraram de forma semelhante que os professores entenderam que não estavam sozinhos ao enfrentar os desafios de ensino trazidos pela pandemia. Em seus esforços para superar esses desafios, os professores no estudo de López-Fernández e colaboradores (2023) se envolveram em aprendizagem colaborativa e/ou entre pares por meio de comunidades online e plataformas de mídia social (explicitamente, blogs e grupos de plataformas de mensagens online). Outro estudo relatou que as redes sociais ajudaram professores de Educação Física que tiveram dificuldades na criação de conteúdo no início das aulas online durante a pandemia (Jeong; So, 2020).

Embora este estudo tenha indicado que os professores de Educação Física superaram várias dificuldades por meio da colaboração, os desafios permaneceram. Uma das descobertas mais significativas da nossa pesquisa foi que 90% dos professores de Educação Física brasileiros e 67% dos professores de Educação Física do Reino Unido indicaram preocupações com o aumento ostensivo do uso da tecnologia digital. Essas preocupações são refletidas em vários outros estudos. No Brasil, por exemplo, Silva et al. (2020) relataram que 33,2% dos alunos declararam ter dificuldade em acessar o conteúdo fornecido pela escola devido à falta de acesso aos dispositivos, à Internet ou a falta de habilidades em plataformas digitais. Na Espanha, Fontes Nieto et al. (2023) e Montenegro, Raya e Navaridas (2020) relataram que os professores expressaram preocupações de como a exclusão digital, especialmente no que diz respeito à posição socioeconômica e sociocultural das famílias, pode afetar a capacidade dos alunos de acompanhar as aulas online. Em outros estudos, desta vez em Portugal e na Espanha, foi demonstrado apoio à ideia de que a pandemia prejudicou a motivação dos alunos nas aulas de EF durante a pandemia (López-Fernández; Burgueño; Gil-Espinosa, 2021; Mata et al., 2021). Na maioria das vezes, essas preocupações em diferentes contextos estão mais relacionadas a uma situação de saúde e contexto social do que ao ambiente da aula de EF.

3.3 MUDANÇAS PEDAGÓGICAS E/OU TECNOLÓGICAS DE LONGO PRAZO

Os resultados da pesquisa também mostraram as opiniões dos professores relacionadas a mudanças pedagógicas e/ou tecnológicas de longo prazo. Neste tema, encontramos heterogeneidade em relação às respostas dos professores sobre suas crenças sobre EF após a pandemia, com pelo menos uma diferença estatística entre professores de diferentes países. Por exemplo, professores brasileiros sugeriram que eram mais propensos a persistir no uso de tecnologia em sua abordagem de ensino pós-pandemia (59% concordam ou concordam fortemente) do que seus colegas do Reino Unido (42% concordam ou concordam fortemente).

Figura 3
Opiniões dos professores sobre mudanças pedagógicas e/ou tecnológicas de longo prazo.

Neste caso, percebemos a diferença de respostas como estatisticamente significativa (U = 2896,500; p < 0,05 - ver Tabela 2) em que os professores brasileiros (MD = 4,0) apresentam maiores taxas de concordância do que os professores do Reino Unido (MD = 3,0). Esses achados convergem com a tendência recente da pedagogia da EF brasileira de absorver a tecnologia em suas práticas e currículo (Araújo; Cavalcante, 2023; Farias; Impolcetto, 2021).

Tabela 2
Estatísticas de teste para a terceira categoria

Da mesma forma, os professores brasileiros indicam que, embora as ferramentas ou plataformas digitais se tornem essenciais para a entrega de aulas remotas de Educação Física durante a pandemia, elas ainda estão sendo usadas em seu ensino atual, com 57,6% dos professores concordando ou concordando fortemente, enquanto apenas 44,4% dos professores do Reino Unido concordam ou concordam fortemente com esta declaração. Simultaneamente, mais da metade dos professores brasileiros (com 51% concordando ou concordando fortemente) sugeriram que continuaram a incluir os recursos online, aulas virtuais e/ou aplicativos interativos que desempenharam um papel aprimorado na Educação Física durante a pandemia em seus currículos pós-pandemia. Em contraste, apenas um terço dos professores do Reino Unido fizeram algo semelhante (com 33% concordando ou concordando fortemente).

Em relação às mudanças pedagógicas e tecnológicas de longo prazo pós-pandemia, a literatura, até agora, não apoia nossas descobertas. Alguns estudos, no entanto, sugeriram inferências com base em suas interpretações das experiências dos professores. Por exemplo, um estudo indonésio com 41 professores de Educação Física (Ardiansyah; Setiawan, 2023) apontou alguns benefícios (como o aumento da capacidade dos professores de usar a tecnologia no ensino ou os hábitos de comunicação desenvolvidos entre professores e pais) podem perdurar após a pandemia. Da mesma forma, o estudo de Erwin et al. (2021), nos EUA, sugere que havia aspectos do uso da tecnologia durante a pandemia nos quais os professores deveriam apostar no contexto pós-pandemia. Como, por exemplo, ser consistente na entrega de conteúdo por meio de plataformas, sempre considerar o e-learning como um complemento ao aprendizado do aluno e utilizar tecnologias de gravação para aumentar a atividade física além da sala de aula.

Por sua vez, López-Fernández et al. (2023) destacaram a resiliência dos professores durante a pandemia e afirmaram que, embora tenham lutado nos primeiros meses da pandemia, saíram eles do isolamento social/físico mais preparados. Em suas palavras, “o professor pós-pandemia se sentiu um profissional com mais recursos, versatilidade, flexibilidade e preparação para enfrentar situações novas e desafiadoras” (López-Fernández et al., 2023, p. 1091). Embora as atitudes promissoras dos professores descritas na literatura sejam bem-vindas, nenhuma delas se baseia explicitamente nas opiniões dos professores.

Uma das possíveis explicações para o motivo pelo qual os professores de Educação Física brasileiros declararam que estavam mais propensos a persistir no uso da tecnologia após a pandemia é o período em que enfrentaram o lockdown. No caso brasileiro, as escolas foram fechadas por 178 dias letivos (excluindo férias escolares, feriados e fins de semana), enquanto o Reino Unido perdeu no máximo 88 dias letivos para o fechamento (OCDE, 2022). Esses dados nos mostram que os professores brasileiros tiveram o dobro do tempo para incorporar a tecnologia em suas práticas do que os professores do Reino Unido. Adicionalmente, o currículo brasileiro tem posicionado a EF na Área de Linguagem (Brasil, 2018), oferecendo aos professores a possibilidade de abordar o conteúdo da EF em diferentes modalidades de linguagem (ex. escrita, oral, visual e espacial, entre outras), incluindo o uso de tecnologia digital (Araújo et al., 2021, 2024). De fato, os professores brasileiros aproveitaram a chance de mixar essas modalidades de linguagem para ministrar aulas por meio de tecnologia digital, conforme registrado na literatura (Araújo; Leite, 2024, Melo et al., 2021; Silva et al., 2021). Por sua vez, o currículo do Reino Unido é moldado por “competências”, “desempenho” e “habilidades” em que “há uma referência significativa a um discurso de desempenho, em que aprender habilidades motoras e se envolver em esportes competitivos parecem ser a função primária da EF” (Gray et al., 2022, p. 585).

Por outro lado, 51% dos professores do Reino Unido, em comparação com 42% dos professores brasileiros, indicaram que concordavam ou concordavam fortemente que houve mudanças no currículo (com a introdução de novos tópicos) desde o fim da pandemia. Essas descobertas mostram que, embora a pandemia tenha provocado impacto e mudança na Educação Física, as respostas são diferentes em cada contexto.

4 IMPLICAÇÕES PRÁTICAS E LIMITAÇÕES DO ESTUDO

Em geral, este estudo levanta preocupações adicionais [ver Blain; Standage; Curran (2022) para mais informações] sobre o fato de que a resistência à mudança pedagógica assistida pela tecnologia na Educação Física tem sido fortemente associada ao período disruptivo imposto pela pandemia. Embora o uso generalizado da tecnologia tenha resultado no aprendizado de professores para o uso de novas ferramentas e/ou a criação de comunidades online para a troca de conhecimento e experiências, também levantou questões sobre a relevância da tecnologia na Educação Física.

Refletindo sobre as descobertas, reconhecemos que uma lição fundamental da pandemia é a importância de usar ferramentas tecnológicas de forma criteriosa para aprimorar ou apoiar o ensino quando necessário. Simplesmente rejeitar seu uso agora que se retorna ao ensino presencial desconsidera as valiosas experiências de aprendizagem adquiridas durante esse período. Por outro lado, uma dependência acrítica e excessiva da tecnologia no período pós-pandemia incorre no risco de ignorar os desafios pedagógicos e de acessibilidade enfrentados durante o confinamento.

Além disso, acreditamos que cada contexto requer uma reflexão específica, visto que o processo de aprendizagem para o ensino remoto de Educação Física foi moldado pelas realidades únicas de cada professor. Isso inclui, entre outros fatores, sua formação cultural e percepções sociais/pessoais sobre o uso da tecnologia na Educação Física, sua proficiência com o uso de tecnologias digitais e o acesso de seus alunos aos dispositivos e à conectividade em geral.

Ao buscar as opiniões de professores do Brasil e do Reino Unido, entende-se que cada grupo de professores trabalhou em contextos sociais e pedagógicos distintos e, neste sentido, devemos reconhecer algumas das limitações inerentes ao nosso estudo. Embora os resultados revelem tendências claras em suas perspectivas, o tamanho da amostra é uma limitação quando comparado à população maior de professores de Educação Física nesses países. Além disso, explorar as opiniões e percepções de professores de apenas dois países limita o escopo do que podemos discernir. Portanto, seria importante ampliar o escopo da discussão e enriquecer o debate pesquisando professores de outros contextos ou países.

Em resumo, os temas-chave gerados neste artigo nos permitem extrair três implicações principais para o ensino e a aprendizagem da Educação Física no período pós-pandemia:

  1. Percepções Negativas do Impacto da Pandemia: a visão negativa da influência da pandemia na Educação Física evidencia uma resistência contínua à mudança pedagógica na área. Mesmo diante de desafios sociais e de saúde globais significativos, muitos professores pareciam estar limitados por uma compreensão fixa e tradicional da Educação Física (Kirk, 2010) e tiveram dificuldades para implementar mudanças significativas em suas práticas de ensino como consequência da pandemia. Assim, é desejável investir na formação continuada de professores de Educação Física (Souza Jr.; Oliveira; Araújo, 2022) para tentar promover mudanças mais orgânicas na prática pedagógica da Educação Física.

  2. Desafios e Mudanças Durante a Pandemia: as experiências dos professores durante a pandemia revelam aspectos positivos e negativos. Suas experiências situadas produziram narrativas variadas, com a tecnologia e a pedagogia se revezando como foco principal de sua atenção. Alinhados com Fawns (2022) e Calderón e Sargent (2024), defendemos uma “pedagogia entrelaçada”, em que a tecnologia e a pedagogia coevoluem e se influenciam mutuamente para criar uma abordagem mais integrada à Educação Física.

  3. Mudanças Pedagógicas e Tecnológicas de Longo Prazo: para melhor compreender como as opiniões e práticas dos professores evoluem ao longo do tempo, é necessário um estudo longitudinal. É importante ressaltar que esse foi o único tema em que professores do Brasil e do Reino Unido apresentaram diferenças significativas, ressaltando a necessidade de examinar criticamente a formação de professores e as práticas de ensino sob diferentes lentes socioculturais. Embora existam diferenças claras na forma como a tecnologia digital é usada no Brasil e no Reino Unido, a crescente literatura aponta para o ensino híbrido como uma tendência promissora na pedagogia da Educação Física (Blain; Standage; Curran, 2022; Killian; Kinder; Woods, 2019; Østerlie et al., 2023).

5 CONCLUSÃO

Este estudo explorou os desafios, medos e incertezas enfrentados por professores de Educação Física durante a pandemia e buscou compreender se esses fatores os levaram a considerar o uso de tecnologia no pós-pandemia. Os principais achados destacam elementos já apontados pela literatura, como a percepção dos professores sobre o efeito negativo da pandemia na Educação Física ou os desafios/possibilidades e mudanças durante a pandemia. No entanto, os dados também sugerem uma tendência de persistência da atitude dos professores em relação ao uso da tecnologia em sua abordagem de ensino no pós-pandemia, principalmente entre os professores brasileiros.

No entanto, os resultados devem ser interpretados à luz das limitações metodológicas do estudo. A amostra de 203 professores deste estudo não representa todos os professores de Educação Física no Brasil e no Reino Unido, o que limita a generalização dos resultados. Além disso, uma limitação fundamental do estudo é a dependência de dados autorrelatados pelos professores, que podem ter fornecido respostas tendenciosas ou baseadas em compreensão limitada.

De qualquer forma, tempos desafiadores, como a pandemia, poderiam ter tido efeitos poderosos em práticas sociais como o ensino. No entanto, continuar a ensinar como antes pressupõe que não se aprendeu muito com a pandemia. Tal ação sugere a crença de que elementos que foram amplamente utilizados durante a pandemia, tais como os dispositivos tecnológicos e as práticas mediadas por tecnologia, não oferecem muito em termos de reforma na Educação Física. Se este for o caso, então, como área, a Educação Física mais uma vez falhou em responder às críticas que foram expressas anteriormente e falhou em agarrar, com ambas as mãos, as oportunidades que a pandemia apresentou. A Educação Física, ao que parece, como sugeriu Quennerstedt (2019), mais uma vez continuou a priorizar o F enquanto simultaneamente ignorava o potencial do E na Educação Física.

  • FINANCIAMENTO
    O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
  • ÉTICA DE PESQUISA
    A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética de Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. Protocolo número 73128823.4.0000.5537 Parecer - 6.565.897.
  • COMO REFERENCIAR
    ARAÚJO, Allyson Carvalho; CASEY, Ashley. O que os professores de Educação Física aprenderam com a disrupção tecnológica em suas aulas? Desafios e incertezas sobre o uso da tecnologia após a pandemia. Movimento, v. 31, p. e31020. jan./dez. 2025. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.144332.

DISPONIBILIDADE DE DADOS DE PESQUISA

Não informado o uso de dados

REFERÊNCIAS

  • AGUILAR, Stephen J. et al A different experience in a different moment? Teachers’ social media use before and during the COVID-19 pandemic. AERA Open, v. 7, 2021. DOI: https://doi.org/10.1177/23328584211063898
    » https://doi.org/10.1177/23328584211063898
  • ALMONACID-FIERRO, Alejandro et al Impact on teaching in times of COVID-19 pandemic: a qualitative study. International Journal of Evaluation and Research in Education, v. 10, n. 2, p. 432-440, 2021. DOI: https://doi.org/10.11591/ijere.v10i2.21129
    » https://doi.org/10.11591/ijere.v10i2.21129
  • ARAÚJO, Allyson Carvalho; CAVALCANTE, Everton. Aproximação de professores de Educação Física com mídia e tecnologia e seus reflexos com relação à pandemia de COVID-19. Revista E-Curriculum, v. 21, p. e61515, 2023. DOI: https://doi.org/10.23925/1809-3876.2023v21e61515
    » https://doi.org/10.23925/1809-3876.2023v21e61515
  • ARAÚJO, Allyson Carvalho; LEITE, Leilane S. G. P. Why may the pandemic experience help Brazilian physical education teachers better understand a national curriculum proposal? A study case. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON EDUCATION AND NEW LEARNING TECHNOLOGIES, 16., 2024, Palma, Spain. EDULEARN24 Proceedings, [...]. Palma: IATED, 2024. v. 1, p. 6648-6653. DOI: https://doi.org/10.21125/edulearn.2024.1575
    » https://doi.org/10.21125/edulearn.2024.1575
  • ARAÚJO, Allyson Carvalho; OVENS, Alan. Social distancing and Physical Education teaching: strategies, technologies, and new learning. Movimento, v. 28, p. e28017, 2022. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.122671
    » https://doi.org/10.22456/1982-8918.122671
  • ARAÚJO, Allyson Carvalho et al Digital technology in national curricula: a dialogue among Iberoamerican countries. Frontiers in Sports and Active Living, v. 6, p. 1355967, 2024. DOI: https://doi.org/10.3389/fspor.2024.1355967
    » https://doi.org/10.3389/fspor.2024.1355967
  • ARAÚJO, Allyson Carvalho et al Mídia e tecnologia no currículo de Educação Física: um estudo exploratório em diálogo internacional. Currículo Sem Fronteiras, v. 21, n. 3, p. 1768-1785, 2021. DOI: https://doi.org/10.35786/1645-1384.v21.n3.39
    » https://doi.org/10.35786/1645-1384.v21.n3.39
  • ARDIANSYAH, Rizal; SETIAWAN, Caly. Physical Education teachers’ reflection about their learning in post-pandemic era: a mixed-method study. International Journal of Social Science Research and Review, v. 6, n. 6, p. 279-286, 2023. DOI: https://doi.org/10.47814/ijssrr.v6i6.1363
    » https://doi.org/10.47814/ijssrr.v6i6.1363
  • BLAIN, Dylan O.; STANDAGE, Martyn; CURRAN, Thomas. Physical Education in a post-COVID world: a blended-gamified approach. European Physical Education Review, v. 28, n. 3, p. 757-776, 2022. DOI: https://doi.org/10.1177/1356336X221080372
    » https://doi.org/10.1177/1356336X221080372
  • BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular Brasília: MEC, 2018. Disponível em: https://www.gov.br/mec/pt-br/escola-em-tempo-integral/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal.pdf Acesso em: 10 set., 2024.
    » https://www.gov.br/mec/pt-br/escola-em-tempo-integral/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal.pdf
  • CALDERÓN, Antonio; SARGENT, Julia. Digital technology in Physical Education: an entangled pedagogy perspective. In: THE 2024 AIESEP INTERNATIONAL CONFERENCE, 2024. Book of abstracts [...]. Jyväskylä: University of Jyväskylä, 2024. v. 1, p. 100-1001. Disponível em: http://urn.fi/URN:ISBN:978-952-86-0158-6 Acesso em: 10 set., 2024.
    » http://urn.fi/URN:ISBN:978-952-86-0158-6
  • CECE, Valérian; GUILLET-DESCAS, Emma; LENTILLON-KAESTNER, Vanessa. Teacher well-being and perceived school climate during COVID-19 school closure: the case of Physical Education in Switzerland. The Teacher Educator, v. 57, n. 1, p. 45–60, 2022. DOI: https://doi.org/10.1080/08878730.2021.1991540
    » https://doi.org/10.1080/08878730.2021.1991540
  • CENTEIO, Erin et al The success and struggles of Physical Education teachers while teaching online during the COVID-19 pandemic. Journal of Teaching in Physical Education, v. 40, n. 4, p. 667-673, 2021. DOI: https://doi.org/10.1123/jtpe.2020-0295
    » https://doi.org/10.1123/jtpe.2020-0295
  • CRUICKSHANK, Vaughan; PILL, Shane; MAINSBRIDGE, Casey. 'Just do some physical activity: exploring experiences of teaching Physical Education online during COVID-19. Issues in Educational Research, v. 31, n. 1, p. 76-93, 2021. DOI: http://www.iier.org.au/iier31/cruickshank.pdf
    » https://doi.org/http://www.iier.org.au/iier31/cruickshank.pdf
  • CUENCA-SOTO, Nuria et al Impacto de la pandemia por COVID-19 en Educación Física: limitaciones percibidas y propuestas de mejora. Qualitative Research in Education, v.10, n. 3, p. 260-290, 2021. DOI: https://doi.org/10.17583/qre.8376
    » https://doi.org/10.17583/qre.8376
  • DENING, Greg. Mr. Bligh's bad language: passion, power and theatre on the bounty. Cambridge: Cambridge University Press, 1993.
  • ERWIN, Heather E. et al Lessons learned from COVID-19: pushing the field forward post-pandemic. Journal of Physical Education, Recreation & Dance, v. 92, n. 9, p. 56–62, 2021. DOI: https://doi.org/10.1080/07303084.2021.1977743
    » https://doi.org/10.1080/07303084.2021.1977743
  • FARIAS, Alison Nascimento; IMPOLCETTO, Fernanda Moreto. Utilização das TIC nas aulas de Educação Física escolar em unidades didáticas de atletismo e dança. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 43, p. e004220, 2021. DOI: https://doi.org/10.1590/rbce.43.e004220
    » https://doi.org/10.1590/rbce.43.e004220
  • FAWNS, Tim. An entangled pedagogy: looking beyond the pedagogy—technology dichotomy. Postdigit Sci Educ, v. 4, p. 711–728, 2022. DOI: https://doi.org/10.1007/s42438-022-00302-7
    » https://doi.org/10.1007/s42438-022-00302-7
  • FERNÁNDEZ-RÍO Javier et al La brecha digital destapada por la pandemia del coronavirus: una investigación sobre profesorado y familias. Revista Complutense de Educación, v. 33, n. 2, p. 351-360, 2022. DOI: https://doi.org/10.5209/rced.74389
    » https://doi.org/10.5209/rced.74389
  • FERRY, Magnus. Physical education preservice teachers’ perceptions of the subject and profession: development during 2005–2016. Physical Education and Sport Pedagogy, v. 23, n. 4, p. 358–370, 2018. DOI: https://doi.org/10.1080/17408989.2018.1441392
    » https://doi.org/10.1080/17408989.2018.1441392
  • FLEMONS, Michelle E. et al Recycling and resistance to change in Physical Education: the informal recruitment of Physical Education teachers in schools. Journal of Teaching in Physical Education, v. 43, n. 1, p. 21-30, 2024. DOI: https://doi.org/10.1123/jtpe.2022-0215
    » https://doi.org/10.1123/jtpe.2022-0215
  • FUENTES NIETO, Teresa et al Uso de las TIC durante el confinamiento por COVID-19 y nivel de conexión del alumnado en Educación Física. Revista Complutense de Educación, v. 34, n. 2, p. 401-414, 2023. DOI: https://doi.org/10.5209/rced.79371
    » https://doi.org/10.5209/rced.79371
  • GODOI, Marcos; NOVELLI, Fabiula I.; KAWASHIMA, Larissa B. Educação Física, saúde e multiculturalismo em tempos de COVID-19: uma experiência no ensino médio. Saúde e Sociedade, v. 30, n. 3, p. e200888, 2021. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-12902021200888
    » https://doi.org/10.1590/S0104-12902021200888
  • GOBBI, Erica et al Primary school Physical Education at the time of the COVID-19 pandemic: could online teaching undermine teachers’ self-efficacy and work engagement? Sustainability, v. 13, n. 17, p. 9830, 2021. DOI: https://doi.org/10.3390/su13179830
    » https://doi.org/10.3390/su13179830
  • GONZÁLEZ-RIVAS, Ramón Alfonzo et al Adquisición de competencias pedagógicas en Educación Física durante el confinamento COVID-19 en México. Movimento, v. 28, p. e28056, 2022. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.117777
    » https://doi.org/10.22456/1982-8918.117777
  • GRAY, Shirley et al A comparative analysis of discourses shaping Physical Education provision within and across the UK. European Physical Education Review, v. 28, n. 3, p. 575-593, 2022. DOI: https://doi.org/10.1177/1356336X211059440
    » https://doi.org/10.1177/1356336X211059440
  • JEONG, Hyun-Bhul; SO, Wi-Young. Difficulties of online Physical Education classes in middle and high school and an efficient operation plan to address them. International Journal of Environmental Research and Public Health, v. 17, n. 19, p. 7279–7213, 2020. DOI: https://doi.org/10.3390/ijerph17197279
    » https://doi.org/10.3390/ijerph17197279
  • KAMOGA, Seguya; VAREA, Valeria. ‘Let them do PE!’ The ‘becoming’ of Swedish Physical Education in the age of COVID-19. European Physical Education Review, v. 28, n. 1, p. 263-278, 2021. DOI: https://doi.org/10.1177/1356336X211036574
    » https://doi.org/10.1177/1356336X211036574
  • KILLIAN, Chad M.; KINDER, Christopher J.; WOODS, Amelia M. Online and blended instruction in K–12 Physical Education: a scoping review. Kinesiology Review, v. 8, n. 2, p. 110-129, 2019. DOI: https://doi.org/10.1123/kr.2019-0003
    » https://doi.org/10.1123/kr.2019-0003
  • KIM, Minhyun et al Physical Education teachers' online teaching experiences and perceptions during the COVID-19 pandemic. Journal of Physical Education and Sport, v. 21, n. 3, p. 2049-2056, 2021. DOI: https://doi.org/10.7752/jpes.2021.s3261
    » https://doi.org/10.7752/jpes.2021.s3261
  • KIRK, David. Defining Physical Education: the social construction of a school subject in postwar Britain. London: Falmer Press, 1992.
  • KIRK, David. Physical Education futures New York: Routledge, 2010.
  • KORCZ, Agata et al Physical Education teachers’ opinion about online teaching during the COVID-19 Pandemic - comparative study of European countries. Sustainability, v. 13, n. 21, p. 11730, 2021. DOI: https://doi.org/10.3390/su132111730
    » https://doi.org/10.3390/su132111730
  • KUCERA, Carlos, et al Google Sites como ferramenta de ensino de Educação Física a distância em tempos de Covid-19: pedagogia, estratégias, reflexões e barreiras de um professor. Movimento, v. 28, p. e28019, 2022. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.122688
    » https://doi.org/10.22456/1982-8918.122688
  • LAMBERT, Karen; HUDSON, Christopher; LUGUETTI, Carla. What would bell hooks think of the remote teaching and learning in Physical Education during the COVID-19 pandemic? a critical review of the literature. Sport, Education and Society, v. 29, n. 6, p. 667–683, 2023 DOI: https://doi.org/10.1080/13573322.2023.2187769
    » https://doi.org/10.1080/13573322.2023.2187769
  • ​​LEITE, Leilane S. G. P. et al Physical Education remote teaching in narrative: on the ruptures and learning experiences with technology. Movimento, v. 28, p. e28022, 2022. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.122440
    » https://doi.org/10.22456/1982-8918.122440
  • LÓPEZ-FERNÁNDEZ, Iván; BURGUEÑO, Rafael; GIL-ESPINOSA, Francisco J. High school Physical Education teachers’ perceptions of blended learning one year after the onset of the COVID-19 pandemic. International Journal of Environmental Research and Public Health, v. 18, n. 21, p. 11146, 2021. DOI: https://doi.org/10.3390/ijerph182111146
    » https://doi.org/10.3390/ijerph182111146
  • LÓPEZ-FERNÁNDEZ, Ivan et al Physical Education teachers’ reality and experience from teaching during a pandemic. Sport, Education and Society, v. 29, n. 9, p. 1085–1098, 2023. DOI: https://doi.org/10.1080/13573322.2023.2254795
    » https://doi.org/10.1080/13573322.2023.2254795
  • MATA, Carlos et al Motivation and perceived motivational climate by adolescents in face-to-face Physical Education during the COVID-19 pandemic. Sustainability, v. 13, n. 23, p. 13051, 2021. DOI: https://doi.org/10.3390/su132313051
    » https://doi.org/10.3390/su132313051
  • MELO, Lucas Rafael Pacheco de et al Uso de recursos educacionais digitais no PIBID: relato de experiência. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, 22.; CONGRESSO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, 9., 2021, Belo Horizonte. Anais.. Belo Horizonte: RBCE, 2021. p. 342-244, 2021. Disponível em: http://congressos.cbce.org.br/index.php/conbrace2021/9conice/paper/viewFile/15031/7707 Acesso em: 10 set., 2024.
    » http://congressos.cbce.org.br/index.php/conbrace2021/9conice/paper/viewFile/15031/7707
  • MÉNDEZ-GIMÉNEZ, Antonio. Autoconstrucción de material en Educación Física: perfil del profesorado, estrategias y recursos promovidos durante la pandemia. Retos, v. 50, p. 976–986, 2023. DOI: https://doi.org/10.47197/retos.v50.100543
    » https://doi.org/10.47197/retos.v50.100543
  • MÉNDEZ-GIMÉNEZ, Antonio et al Self-made material in Physical Education: teacher perceptions of the use of an emerging pedagogical model before and during the COVID-19 pandemic. European Physical Education Review, v. 29, n. 1, p. 107-124, 2023. DOI: https://doi.org/10.1177/1356336X221118548
    » https://doi.org/10.1177/1356336X221118548
  • MONGUILLOT, Meritxell et al Teachers’ perceptions of Physical Education teaching in post-pandemic Spain. Retos, v. 47, p. 258–267, 2023. DOI: https://doi.org/10.47197/retos.v47.95220
    » https://doi.org/10.47197/retos.v47.95220
  • MONTENEGRO, Sofía; RAYA, Esther; NAVARIDAS, Fermín. Percepciones docentes sobre los efectos de la brecha digital en la educación básica durante el COVID -19. Revista Internacional De Educación Para La Justicia Social, v. 9, n. 3, p. 317–333, 2020. DOI: https://doi.org/10.15366/riejs2020.9.3.017
    » https://doi.org/10.15366/riejs2020.9.3.017
  • NURULFA, Risky et al Physical Education survey during the COVID-19 pandemic in Eastern Indonesia. International Journal of Human Movement and Sports Sciences, v. 9, n. 4, p. 668 – 675, 2021. DOI: https://www.hrpub.org/journals/article_info.php?aid=10907
    » https://www.hrpub.org/journals/article_info.php?aid=10907
  • O’BRIEN, Wesley et al Implications for European physical education teacher education during the COVID-19 pandemic: a cross-institutional SWOT analysis. European Journal of Teacher Education, v. 43, n. 4, p. 503–522, 2020. DOI: https://doi.org/10.1080/02619768.2020.1823963
    » https://doi.org/10.1080/02619768.2020.1823963
  • OECD - ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT. Education at a Glance 2022: OECD Indicators, Paris: OECD Publishing, 2022. DOI: https://doi.org/10.1787/3197152b-en
    » https://doi.org/10.1787/3197152b-en
  • O'NEIL, Kason; RICHARDS, K. Andrew R. Breaking from traditionalism: strategies for the recruitment of Physical Education teachers. Journal of Physical Education, Recreation & Dance, v. 89, n. 2, p. 34-41, 2018. DOI: https://doi.org/10.1080/07303084.2017.1404511.
    » https://doi.org/10.1080/07303084.2017.1404511
  • ØSTERLIE, Ove et al Flipped learning in Physical Education: a scoping review. European Physical Education Review, v. 29, n. 1, p. 125-144, 2023. DOI: https://doi.org/10.1177/1356336X221120939
    » https://doi.org/10.1177/1356336X221120939
  • PARKER, Melissa; PATTON, Kevin; TANNEHILL, Deborah. Profissional development experiences and organizacional socialization. In: Richards, K. Andrew; GAUDREAULT, Karen Lux (org.). Teacher socialization in Physical Education London: Routledge, 2016. p. 98-113. DOI: https://doi.org/10.4324/9781315679471
    » https://doi.org/10.4324/9781315679471
  • PHONG, Do Tan et al Teachers of physical educations survey on the effects of online learning on physical education during the COVID-19 pandemic. Res Militaris, v. 12, n. 3, p. 905-913, 2022. Disponível em: https://resmilitaris.net/uploads/paper/64e3c532e788491c9057352b822c9ae7.pdf Acesso em: 14 nov., 2024.
    » https://resmilitaris.net/uploads/paper/64e3c532e788491c9057352b822c9ae7.pdf
  • QUENNERSTEDT, Mikael. Physical Education and the art of teaching: transformative learning and teaching in physical education and sports pedagogy. Sport, Education and Society, v. 24, n. 6, p. 611–623, 2019. DOI: https://doi.org/10.1080/13573322.2019.1574731
    » https://doi.org/10.1080/13573322.2019.1574731
  • SILVA, Antonio Jansen F. da et al A adesão dos alunos às atividades remotas durante a pandemia: realidades da Educação Física escolar. Corpoconsciência, v. 24, n. 2, p. 57–70, 2020. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/corpoconsciencia/article/view/10664 Acesso em: 14 nov., 2024.
    » https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/corpoconsciencia/article/view/10664
  • SILVA, Nuno Miranda; DINIS, Sónia Pereira. As práticas letivas na Educação Física durante a pandemia: expectativas e realidades. Educação & Pesquisa, n. 49, e234016, 2023. DOI: https://doi.org/10.1590/S1678-4634202349262256
    » https://doi.org/10.1590/S1678-4634202349262256
  • SILVA, Tatiana Camila L. A. et al O uso da ferramenta podcast como estratégia de ensino da Educação Física durante o ensino remoto? Um relato de experiência no PIBID/UFRN. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, 22.; CONGRESSO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, 9., 2021, Belo Horizonte. Anais.. Belo Horizonte: RBCE, 2021. p. 337-229, 2021. Disponível em: http://congressos.cbce.org.br/index.php/conbrace2021/9conice/paper/viewFile/15027/7701 Acesso em: May 31, 2024.
    » http://congressos.cbce.org.br/index.php/conbrace2021/9conice/paper/viewFile/15027/7701
  • SOUZA JÚNIOR, Antônio F. de; OLIVEIRA, Márcio Romeu R. de; ARAÚJO, Allyson Carvalho. The debate of digital technology in the continuing Physical Education teacher education: uses and concepts for teaching and learning. Retos, v. 46, p. 694–704, 2022. DOI: https://doi.org/10.47197/retos.v46.94484
    » https://doi.org/10.47197/retos.v46.94484
  • VAREA, Valeria et al Physical Education and COVID-19: what have we learned? Curriculum Studies in Health and Physical Education, v. 15, n. 3, p. 340-357, 2023. DOI: https://doi.org/10.1080/25742981.2023.2241443
    » https://doi.org/10.1080/25742981.2023.2241443
  • VAREA, Valeria; GONZÁLEZ-CALVO, Gustavo; GARCÍA-MONGE, Afonso. Exploring the changes of Physical Education in the age of COVID-19. Physical Education and Sport Pedagogy, v. 27, n. 1, p. 32–42, 2022. DOI: https://doi.org/10.1080/17408989.2020.1861233
    » https://doi.org/10.1080/17408989.2020.1861233

Editado por

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    27 Out 2025
  • Data do Fascículo
    2025

Histórico

  • Recebido
    11 Nov 2024
  • Aceito
    11 Fev 2025
  • Publicado
    04 Ago 2025
location_on
Universidade Federal do Rio Grande do Sul Rua Felizardo, 750 Jardim Botânico, CEP: 90690-200, RS - Porto Alegre, (51) 3308 5814 - Porto Alegre - RS - Brazil
E-mail: movimento@ufrgs.br
rss_feed Acompanhe os números deste periódico no seu leitor de RSS
Reportar erro