Resumo
Este estudo objetivou investigar como o arranjo interdisciplinar proposto pela Área de Linguagens reverbera no trabalho docente de professores de Educação Física. Trabalhamos a partir da perspectiva de professores de Educação Física da rede de ensino público de municípios do sul do Rio Grande do Sul. Participaram professores de sete municípios: Pelotas, Rio Grande, Arroio do Padre, Canguçu, Turuçu, São Lourenço do Sul e Capão do Leão. Aplicamos um questionário de cunho misto via formulário online e, posteriormente, utilizamos técnicas de Análise de Conteúdo para com os dados. Como resultados, obtivemos que a prática pedagógica ocorre em sua grande maioria em atividades/projetos isolados e nas práticas com os professores de Língua Portuguesa e Arte. Observamos que novas práticas interdisciplinares perpassam o trabalho docente, a partir da inserção da Educação Física na Área das Linguagens atendendo aos pressupostos da BNCC. Nesse cenário sinalizamos que o vínculo entre os componentes curriculares está ancorado nos contextos culturais dando destaque ao senso estético.
Palavras-chave
Educação Física; Educação; Ensino; Linguagens
Abstract
This study aimed to investigate how the interdisciplinary approach proposed by the Area of Languages is reflected in the pedagogical practices of Physical Education teachers. We worked from the perspective of Physical Education teachers in the public school system in municipalities in southern Rio Grande do Sul The study included teachers from seven cities: Pelotas, Rio Grande, Arroio do Padre, Canguçu, Turuçu, São Lourenço do Sul, and Capão do Leão. A mixed-methods questionnaire with both open- and closed-ended questions was administered. The collected data were analyzed using Content Analysis techniques. The results indicate that, in most cases, pedagogical practice is carried out through isolated activities or projects and is often aligned with the practices of Portuguese Language and Art teachers. However, the inclusion of Physical Education within the Area of Languages—aligned with the guidelines of the BNCC—has fostered the emergence of new interdisciplinary practices. In this context, the connection between curricular components is rooted in cultural contexts, emphasizing aesthetic sense.
Keywords
Physical Education; Education; Teaching; Language
Resumen
Este estudio tuvo como objetivo investigar cómo el enfoque interdisciplinario propuesto por el Área de Lenguaje repercute en la práctica pedagógica de los profesores de Educación Física. Participaron profesores de siete ciudades Pelotas, Rio Grande, Arroio do Padre, Canguçu, Turuçu, São Lourenço do Sul y Capão do Leão. Se aplicó un cuestionario de enfoque mixto con preguntas abiertas y cerradas. Después de la recolección de los datos, su análisis se realizó mediante técnicas de Análisis de Contenido. Como resultados, obtenemos que la práctica pedagógica ocurre en su gran mayoría en actividades/proyectos aislados y en las prácticas conjuntas de profesores de Lengua Portuguesa y Arte. Observamos que emergen nuevas prácticas interdisciplinarias, a partir de la inserción de la Educación Física en el área de las lenguas, siguiendo las directrices de la BNCC. En este escenario señalamos que el vínculo entre los componentes curriculares está anclado en contextos culturales, destacando el sentido estético.
Palabras clave
Educación Física; Educación; Enseñanza; Lenguages
1 INTRODUÇÃO1
Estudos de característica teórica como ensaios, análises documentais e pesquisas bibliográficas vêm ao longo dos anos consubstanciando o porquê de a Educação Física em ambiente escolar estar atrelada às Linguagens (Ladeira; Darido, 2003; Kunz, 2004; Matthiesen et al., 2008; Gomes-Da-Silva; Kunz; Sant’agostino, 2010; Duarte, 2010). Dessa maneira, apesar de compreendermos o trabalho da Educação Física Escolar em conjunto com as Linguagens como um assunto superado na teoria, há estudos de campo que, oportunizando espaços de expressão para professores atuantes na Educação Básica, não apresentam um consenso quanto a essa articulação.
Na Literatura, observamos um impasse sobre o papel da Educação Física na Área de Linguagens (AL) até o momento. Atribuímos a isso, o pragmatismo ligado ao corpo como um fator predominantemente biológico, por amalgamar, muitas vezes, em aspectos socioculturais abordados superficialmente (Santos; Marcon; Trentin, 2012; Fonseca et al., 2017; Arruda et al., 2020; Gehres; Neira, 2020; Araújo, 2021).
Nesse contexto, Sena et al. (2016) esclarecem que a Educação Física na AL não nega os aspectos biológicos inerentes ao movimento humano, mas sim soma-se a esses aspectos a cultura do movimento humano produzido, culminando no objeto de ensino desse componente curricular. Os autores Silva, Ferreira e Silva (2021), igualmente, fazem referência a uma Educação Física de sentidos, a qual não se limita apenas ao bojo corporal, motor, biológico e fisiológico, ou seja, os autores destacam que somos corpos conscientes, que a dimensão corporal deve ser reflexiva e transformadora. Percebemos, tão logo, a necessidade de proporcionar mais espaço para esse debate, uma vez que é evidenciado que os atores do cenário escolar ainda não apresentam opinião definida.
Araújo (2021) sinaliza haver um movimento assíncrono da Educação Física para com as políticas curriculares, as novidades e a realidade escolar, o que resulta em desconforto nos professores em seu exercício docente. Em que pesem todas as discussões na órbita da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e suas incoerências, muito bem identificadas por Neira (2018), como os critérios de progressão dos conteúdos, entendemos que oportunizar espaço para expressão dos professores da Educação Básica é um compromisso para que, juntos, possamos proporcionar o melhor aos nossos alunos, ponderando os pressupostos da BNCC com a autonomia pedagógica dos professores. Por esses aspectos apresentados, no presente estudo, pretendemos abordar a prática pedagógica interdisciplinar no contexto da Área de Linguagens.
Os componentes curriculares Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Arte e Educação Física configuram a AL na BNCC do Ensino Fundamental, e ressaltamos que a Língua Inglesa é obrigatória apenas a partir do sexto ano, etapa dos anos finais. Adicionalmente, a caráter de informação, no Ensino Médio, a Educação Física compõe um Itinerário Formativo da AL e suas tecnologias (Brasil, 2018). Conforme a BNCC, a AL tem por principal finalidade ser um espaço em que os alunos possam aprender sobre linguagens, participar e praticar linguagens diversificadas, com o propósito de ampliar capacidades de expressão artística, corporal e linguística (Brasil, 2018). Para esse documento educacional, a Educação Física tematiza práticas corporais, as quais são resultados de um corpo em movimento (Brasil, 2018; Silva; Ferreira; Silva, 2021); assim, é compreendida como Linguagem Corporal, devido à comunicação que se faz por meio da expressão nas diversas manifestações corporais.
A BNCC, ao considerar o subjetivo dos sujeitos, propõe dimensões do conhecimento que buscam ir além da prática pela prática, ou seja, ações pedagógicas contextualizadas e alicerçadas nos conhecimentos e experiências dos alunos, bem como saberes já produzidos e consolidados pela sociedade. Por esse motivo, a organização curricular da Educação Física tende a ser desenvolvida conforme as diversas manifestações da cultura corporal sistematizadas em forma de brincadeiras e jogos, esportes, ginásticas, danças, lutas e práticas corporais de aventura (Silva; Ferreira; Silva, 2021). A Base menciona que “as práticas corporais são textos culturais passíveis de leitura e produção. Esse modo de entender a Educação Física permite articulá-la à Área de Linguagens” (Brasil, 2018, p. 212).
Outro ponto importante na BNCC é o enfoque no desenvolvimento global dos alunos, o que implica a superação da fragmentação disciplinar do conhecimento, e essa política educacional deixa claras a finalidade interdisciplinar e a preparação para aplicação dos conhecimentos em contexto real. Estudos mostram que a interdisciplinaridade representa transcender à fragmentação disciplinar, proporcionando a aprendizagem integral, pois o conhecimento não é propriedade de áreas isoladas (Auth, 2005; Silva; Garcia; Silva, 2019).
Segundo Auth (2005, p. 243), a interdisciplinaridade “é, antes de tudo, conhecer o ser humano em seu dimensionamento histórico-social”. Para o autor, a interdisciplinaridade aponta para um caminho de formação integral do indivíduo e enfatiza a essência do diálogo entre os professores para que resolvam situações-problema em conjunto, ou mesmo de maneira individualizada. Assim, cada um com seu conteúdo e/ou especificidade, atenderá a um contexto maior, articulado, que apresente conexão coerente; dessa maneira, o aluno não ficará “perdido” entre um período de aula e outro.
Em face das explanações teóricas, este estudo objetivou investigar como o arranjo interdisciplinar proposto pela AL da BNCC reverbera no trabalho docente de professores de Educação Física.
2 CAMINHOS METODOLÓGICOS
Esta pesquisa foi desenvolvida por meio de abordagem qualitativa descritiva e com base na literatura de Minayo, Deslandes e Gomes (2016) e Richardson (2012). Destacamos que este artigo se refere a uma parcela de um estudo maior- dissertação de mestrado defendida em abril de 2022 em uma Universidade no sul do Rio Grande do Sul.
Trata-se de um estudo com professores de Educação Física da rede pública de municípios do sul do Rio Grande do Sul (RS). Escolhemos intencionalmente oito municípios para compor o estudo: Pelotas e seus municípios limítrofes (Arroio do Padre, Canguçu, Capão do Leão, Morro Redondo, Rio Grande, São Lourenço do Sul e Turuçu). A justificativa da escolha desses municípios decorreu do desejo de identificar o cenário pedagógico do professor de Educação Física de uma determinada região, a fim de criarmos uma corrente de compartilhamento de conhecimento. Portanto, optamos por fazer essa delimitação com o propósito de captar maior número de professores. Pelotas e Rio Grande, além de serem municípios limítrofes, são cidades polos da região e sedes de duas universidades federais que ofertam graduação em Educação Física; assim, diversos profissionais são formados e, consequentemente, atuam na região. Ademais, o estado do RS é dividido em sete Regiões Funcionais (RF) e 28 Conselhos Regionais de Desenvolvimento (COREDE). Pelotas é sede da região sul (COREDE SUL), que pertence à RF5.
Para ser incluído na pesquisa, o município deveria fazer limite com o município de Pelotas e conceder uma carta de anuência selando a cooperação, que era voluntária. Sete municípios compuseram o universo da pesquisa, e apenas o município de Morro Redondo não participou.
A coleta de dados foi realizada em ambiente virtual, uma vez que a pesquisa foi desenvolvida em meio à pandemia de covid-19, que acometeu o Brasil no início de 2020. Logo, algumas estratégias foram necessariamente adotadas, sendo o processo de coleta de dados realizado em meio virtual um potente aliado no momento de distanciamento social (Schmidt; Palazzi; Piccinini, 2020). Informações retiradas do site do Ministério da Saúde em 2021 explicam que “a covid-19 é uma infecção respiratória aguda causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, potencialmente grave, de elevada transmissibilidade e de distribuição global”. Por essa razão, utilizamos o Google Forms, ferramenta de formulários online disponibilizada aos usuários do Google, empresa multinacional norte-americana de serviços online e software.
O instrumento de coleta de dados foi composto por questões fechadas relacionadas a indicadores sociodemográficos, ao perfil profissional e ao desenvolvimento do trabalho pedagógico, com o intuito de delinear o perfil dos participantes, bem como captar indícios dos saberes e percepções que os professores detêm sobre a BNCC. Ao final do questionário, foi proposta uma questão aberta que convidava os professores a um exercício reflexivo para dissertar sobre suas vivências interdisciplinares, com o objetivo de compreender, de forma mais aprofundada, como se estabelece a interlocução entre os docentes de Educação Física e seus pares dos demais componentes curriculares que integram a Área de Linguagens.
A abordagem metodológica adotada para este estudo foi o desenvolvimento de um questionário misto, conforme as orientações de Richardson (2012). O autor destaca que questionários com questões fechadas facilitam a análise e a codificação das respostas pelo pesquisador, mas podem não captar toda a complexidade do pensamento do participante, limitando-o a escolher uma alternativa que talvez não reflita integralmente sua opinião. Nesse sentido, questões abertas oferecem maior liberdade para que o indivíduo expresse suas ideias (Richardson, 2012).
Além da insistência periódica semanal via e-mail da pesquisadora para com aproximadamente 150 professores das redes de ensino, o processo de coleta de dados contou com a colaboração das respectivas Secretarias de Educação, que compartilharam o instrumento com seus professores de Educação Física via e-mail e grupos de WhatsApp. Esse processo teve duração de julho a setembro de 2021, contabilizando 60 dias. Como estipulado no projeto de pesquisa e acordado com as Secretarias de Educação, após 60 dias, cessou-se a coleta de dados. Responderam ao questionário de característica mista somente aqueles professores que tiveram interesse em participar voluntariamente, totalizando 39 sujeitos. Todos anuíram ao termo de consentimento livre e esclarecido, o qual dava acesso ao questionário.
As perguntas fechadas foram analisadas, quantificadas e descritas de forma numérica de acordo com as respostas dos participantes. O processo de análise da questão aberta atendeu aos preceitos de Análise de Conteúdo. Obedecemos às três fases de análise, conforme orienta Bardin (2016): a pré-análise, a exploração do material e a análise e interpretação dos dados. A partir disso, desenvolvemos duas categorias de análise no estudo: (I) Práticas Interdisciplinares da Educação Física com a Língua Portuguesa: uma análise a partir da BNCC. (II) Práticas Interdisciplinares da Educação Física com a Arte: uma análise a partir da BNCC. Por fim, sinalizamos que este estudo foi aprovado por Comitê de Ética e Pesquisas sob o número de parecer 4.846.719.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os sujeitos da pesquisa foram identificados segundo a ordem de resposta e codificados pela letra “P”, mais o número correspondente. Foram analisadas as respostas dos 39 sujeitos, sendo que 26 professores disseram compartilhar práticas pedagógicas. Já 13 professores indicaram não ocorrer o planejamento interdisciplinar: três dos anos iniciais (P07; P19; P32) nos municípios de Arroio do Padre e Rio Grande e dez dos anos finais (P01; P04; P09; P17; P30; P31; P35; P36; P37; P39) nos municípios de Capão do Leão, Canguçu, Pelotas, Rio Grande e São Lourenço do Sul.
Dos 26 professores (dois terços dos sujeitos) que indicaram práticas interdisciplinares (P03; P06; P08; P10; P13; P15; P16; P18; P24; P27; P28; P29; P38), 13 atuam nos anos iniciais nos municípios de Arroio do Padre, Canguçu, Pelotas e Rio Grande. Os outros 13 professores (P02; P05; P11; P12; P14; P20; P21; P22; P23; P25; P26; P33; P34) atuam nos anos finais nos municípios de Canguçu, Capão do Leão, Pelotas, Rio Grande, São Lourenço Sul e Turuçu.
De acordo com os relatos dos professores, observamos uma densidade de material relacionado à Educação Física e aos componentes curriculares Língua Portuguesa e Arte. O componente curricular Língua Inglesa não teve expressividade, portanto, foi contextualizado quando se julgou pertinente nas categorias.
Como forma de introduzirmos as categorias, de antemão, sinalizamos alguns aspectos evidenciados pelas análises. Os professores que se dispuseram a mergulhar nas experiências interdisciplinares disseram sentir-se satisfeitos e apontaram um processo de ensino e aprendizagem construtivo. Em alguns relatos, há indícios de satisfação por trabalhar coletivamente, a exemplo de P16, que comentou: “é acessível e gratificante planejar de forma interdisciplinar as unidades temáticas da Educação Física, visto que o movimento está presente em tudo e a todo momento”. Da mesma maneira, vale trazer o mencionado por P18, participante que atua nos anos iniciais e destaca a relevância do trabalho coletivo, do diálogo e do permitir-se novas práticas no exercício docente:
Depois de trabalhar com os anos iniciais, sempre que possível, consigo aproximar a minha prática do que está sendo desenvolvido com a professora regente. Precisamos estudar mais as possibilidades e sair do espaço em que atuamos apenas com exercícios práticos para conseguir atingir os resultados, quando se pensa na interdisciplinaridade (P18).
CATEGORIA I: Práticas Interdisciplinares da Educação Física com a Língua Portuguesa: uma análise a partir da BNCC
Os achados identificados nas respostas dos sujeitos serão apresentados conforme as experiências interdisciplinares compartilhadas, sintetizadas e transpostas no quadro abaixo (QUADRO 1). Posteriormente, tais achados serão postos em diálogo com dados pertinentes à prática pedagógica da Educação Física no contexto da AL, fazendo-se um contraponto com o previsto na BNCC.
Primeiramente, são discutidos os dados referentes aos anos iniciais. Como descrito no quadro, assinalamos a consonância das práticas pedagógicas com a BNCC. Evidenciamos que as atividades predominantemente em parceria com o campo da Língua Portuguesa nos anos iniciais têm por objetivo assessorar no processo de ensino e aprendizagem do letramento e alfabetização, sendo realizadas por meio do conto de histórias, citadas por P08 e P24, e da apropriação de outras práticas pedagógicas, elencadas por P13, P15 e P27. A seguir, compartilhamos alguns relatos:
Trabalho interdisciplinar com a professora do currículo na alfabetização dos alunos. Uma [das atividades] foi um boliche com letras e sílabas (P13).
[...] A temática dessas tarefas eram as vogais. Então, elaboramos uma sequência de atividades para que os escolares reconhecessem as vogais e reproduzissem de forma escrita e corporal. [...] A segunda tarefa estava relacionada a como expressar essas vogais por meio da fala. Assim, os escolares deveriam reproduzir o som das vogais, articulando com os movimentos dos músculos faciais, explorando a possibilidade de criar e reproduzir sons a partir dos sons. A terceira tarefa estava relacionada à expressão corporal. Assim, os escolares deveriam propor movimentos/expressões corporais que representassem as vogais (P15).
As atividades compartilhadas acima permitem reflexões sobre as possibilidades de trabalho conjunto entre os professores de Língua Portuguesa e Educação Física. Ainda que o estudo de Arruda et al. (2020) sinalize que professores acreditam no potencial da AL, esse não conseguiu evidenciar de que forma poderia materializar-se, visto que os sujeitos alegaram não existir planejamento interdisciplinar. Já nos relatos de P13 e P15, há luz para um caminho de possibilidades. Fazendo um contraponto com a BNCC, na prática pedagógica de P13, o boliche de letras, há o desenvolvimento da Unidade Temática Esportes, que está prevista para os dois primeiros anos em esportes de precisão (Brasil, 2018).
Destacamos, ainda nessa categoria, para os anos iniciais, os aspectos relacionados às práticas sociais que, por meio da linguagem, se consolidam de diversas formas, como oral, visual-motora, escrita, corporal, sonora e digital (Brasil, 2018). O sujeito P15 colabora com esse processo ao proporcionar, juntamente ao seu par, o espaço de ensino e aprendizagem da alfabetização visual-motora, como observamos a seguir:
[...] tinha como objetivo introduzir a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) no vocabulário dos escolares. Assim, propomos o reconhecimento dos sinais de LIBRAS que representam as vogais. Em seguida, a reprodução dos sinais em virtude do reconhecimento de imagens que representavam as vogais (P15).
No processo de ensino e aprendizagem do letramento e alfabetização, a Educação Física pode ser grande aliada, como se observa nos relatos de P15. Práticas nesse sentido já foram evidenciadas, como a associação, separação e contagem de letras e sílabas em brincadeiras com corda. Nessa prática corporal, estão presentes elementos culturais e tradicionais, tem-se o corpo em movimento, e ocorre a articulação com o processo de ensino e aprendizagem da Língua Portuguesa (Silva; Garcia; Silva, 2019).
O cenário dos anos iniciais está presente em estudos que expressam a importância da Educação Física no processo de ensino e aprendizagem desde a alfabetização, uma vez que dominar a linguagem é dominar a comunicação; por conseguinte, ter em mãos e saber manusear em conjunto a Língua Portuguesa e a Educação Física proporciona um processo de ensino e aprendizagem significativo (Mangi, et al., 2016; Kober, 2017). Em síntese, a capacidade de leitura e codificação das diversas manifestações comunicativas constrói-se por meio do conhecimento de diversas formas de linguagem.
Na transição para os anos finais do Ensino Fundamental, verificamos um ponto importante mencionado na BNCC, que é a consolidação das aprendizagens desenvolvidas nos anos iniciais (Brasil, 2018). Atividades relacionadas à atividade física e à produção textual, elencadas, respectivamente, por P14 e P25, dão continuidade às aprendizagens dos anos iniciais:
Importância da atividade física na promoção de saúde e a importância de movimentar-se. A professora de Português trabalhou com eles a elaboração de cartazes com frases que chamassem atenção para a prática de atividades física e de hábitos saudáveis (P14).
Algumas práticas com exercitação física e outra com meditação. Depois disso, fariam um pequeno texto (para a professora de Língua Portuguesa) e me enviariam por áudio, com a opinião sobre o que sentiram na realização dessas práticas (P25).
A terceira e última experiência compartilhada nos anos finais é sobre sequências didáticas planejadas interdisciplinarmente com todos os professores de Linguagens. No campo da Educação Física, o palco para o intercâmbio de saberes foi o das Danças Urbanas. Alguns autores explicam que, sendo a dança uma linguagem, traz consigo significados e códigos; desse modo, comunica-se e estreita a distância com a Língua Portuguesa (Souza; Silva; Santos, 2020). Em conformidade com a BNCC, P26 compartilhou que o objetivo era desenvolver a habilidade de “diferenciar as danças urbanas das demais manifestações da dança, valorizando e respeitando os sentidos e significados atribuídos a eles por diferentes grupos sociais”. P26, em sua resposta, citou a BNCC (Brasil, 2018, p. 231). Já na Língua Portuguesa, o objeto de conhecimento foi abordado por meio do debate sobre Gêneros e Mídia (Brasil, 2018). A seguir, o relato de P26:
Realizamos trabalhos coletivos da Área de Linguagens através do desenvolvimento de sequências didáticas, uma a cada trimestre, desde o início do ano letivo. [...] Turma do 8º ano, em que desenvolvemos o tema: “Cultura Marginal: abaixo ao preconceito”. Foi uma de nossas primeiras experiências, e o resultado foi bem significativo (P26).
Entendemos que edificar o debate sobre preconceito está em consonância com a BNCC (Brasil, 2018), uma vez que colabora com os alunos no processo de construção social. À luz de tal temática, desenvolvem-se valores relacionados ao senso estético incutido nas diversas manifestações artísticas e culturais, bem como ao meio de comunicação ao qual estão vinculadas.
CATEGORIA II: Práticas Interdisciplinares da Educação Física com a Arte: uma análise a partir da BNCC
Como na categoria anterior, primeiramente, são discutidos os achados referentes às práticas pedagógicas propostas nos anos iniciais e, posteriormente, os relativos aos anos finais, sempre fazendo um contraponto com o previsto para Arte e Educação Física na BNCC.
Nos anos iniciais, as práticas compartilhadas apresentam a subjetividade da interação entre os alunos e o meio. As propostas desenvolvidas circundam a esfera do imaginário das crianças, fazendo referências às temáticas propostas pela BNCC. Iniciamos discorrendo sobre a prática mencionada por P03: “Passeios orientados, caminhadas e trilhas, relacionando a Educação com as Artes, paisagem, manifestações culturais e sociais” (P03). Identificamos que as competências específicas de Linguagens são contempladas na referida atividade, principalmente quando se valoriza o senso estético na interação dos alunos com o meio, conforme consta em Brasil (2018).
Com relação às competências específicas de Arte e Educação Física, na primeira, há elementos relacionados ao lúdico e à imaginação que ressignificam os espaços interiores e exteriores à escola. Na Educação Física, são desenvolvidos elementos referentes à identidade cultural, pois, na interação com o meio, é possível entender as diversas manifestações ali presentes, além de vivenciar a prática corporal em contexto de lazer, aspecto também elencado como competência para a Educação Física (Brasil, 2018). O estudo de Dalben (2015) desvela a relevância da interação do sujeito com o meio e destaca que o corpo é “ponto de ancoragem da cultura” (Dalben, 2015, p. 904), reforçando a introdução de práticas corporais ao ar livre nas instituições escolares.
Nos relatos de P10 e P29, ambos destacando as práticas de matrizes indígena e africana, percebemos a importância de mencionar alguns recortes no tocante às competências de Arte. As indicações feitas por esses professores remetem ao “[...] entorno social dos povos indígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades [...]”, conforme sinalizado pela BNCC (Brasil, 2018, p. 196). Para Educação Física, a BNCC aponta a competência de “reconhecer as práticas corporais como elementos constitutivos da identidade cultural dos povos e grupos” (Brasil, 2018, p. 221). Por último, no que concerne aos conteúdos das Unidades Temáticas, encontramos associação da abordagem de Matrizes Indígena e Africana em Brincadeiras e Jogos, Danças e Lutas (Brasil, 2018).
Em um país de característica pluricultural e miscigenado como o Brasil, trazer à tona o debate acerca das Matrizes Indígena e Africana é de extrema significância. Lima e Brasileiro (2020) identificam que a Educação Física apresenta compromisso com o debate sobre a cultura afro-brasileira, mas não deixam de destacar que se faz necessário sair da zona de conforto e abordar diversas práticas, tendo em vista que a grande maioria das práticas pedagógicas é desenvolvida por meio da capoeira e do futebol. No que tange às matrizes indígenas, Skolaude, Canon-Buitrago e Bossle (2020) evidenciaram que há pouca produção sobre essa temática, tanto na Educação Escolar Indígena quanto especificamente na área da Educação Física, apesar de a temática ser tão rica e trazer consigo diversos saberes culturalmente produzidos, enfatizando-se a interculturalidade e a dialogicidade.
Por último, nos anos iniciais, apresentamos atividades temáticas, como compartilhou o professor P28:
Desenvolvo atividades muitas vezes juntamente com a professora de Artes. As atividades geralmente são temáticas; por exemplo, o Dia do Soldado. A professora de Artes solicitou que eles confeccionassem o chapéu do soldado, e eu solicitei que eles marchassem cantando conforme a música “marcha soldado (P28).
Na atividade relatada, observando a articulação entre a Educação Física e a Arte, identificamos o desenvolvimento de práticas relacionadas às culturas infantis tradicionais, as quais se encaixam no senso estético proposto pelas competências específicas de Linguagens, Arte e Educação Física (Brasil, 2018). Ademais, identificamos a presença de trabalhos manuais que podem, na esfera da Educação Física, auxiliar no desenvolvimento da coordenação motora fina, como a confecção do chapéu; tal proposta não é indicada objetivamente pela BNCC, sendo, pois, uma lacuna preenchida pelo professor ao fazer uso de sua autonomia.
Ao deslocarmo-nos à coluna dos anos finais, salientamos quatro pontos: o Megaevento Jogos Olímpicos, a Dança, as temáticas referentes às datas comemorativas e o ensino remoto. Da mesma maneira como enunciamos nos anos iniciais, nos anos finais, há eventos que tematizam as práticas pedagógicas, essas que se consolidam como intercessoras de ações conjuntas, como é o caso do período dos Jogos Olímpicos e a tradição das comemorações de São João.
Outro elemento que se apresenta como fio condutor para as práticas interdisciplinares de Educação Física e Arte é o conteúdo de dança. Historicamente construída, a dança é uma das manifestações mais antigas da sociedade, servindo de palco para expressão corporal e artística (Souza; Hunger; Caramaschi, 2014).
É recorrente que trabalhos sobre a temática olímpica sejam desenvolvidos em período de Jogos Olímpicos. P22, em articulação com o componente curricular Arte, propôs uma atividade que resgatasse significados, colocando o esporte como ponto do intercâmbio de saberes de diferentes culturas. Já P05 promoveu atividade interdisciplinar que potencialmente pode ser desenvolvida não só com o componente curricular de Arte, mas também com a Língua Inglesa. Na referida atividade, os professores articulam as modalidades esportivas olímpicas, os idiomas e a cultura dos países. Vejamos os excertos a seguir:
Atividade Interdisciplinar relacionada aos Jogos Olímpicos. Os/as alunos/as desenharam os Símbolos das Olimpíadas; Idiomas dos Continentes; praticaram alguma modalidade esportiva presente nos Jogos Olímpicos (P05).
Os Jogos Olímpicos com a disciplina de Artes. Trabalhamos a Origem dos Jogos na Grécia Antiga. Focamos nas imagens dos deuses e seus significados, os primeiros esportes e as formas como eram realizados (P22).
Depreendemos, dos relatos acima, que as propostas pedagógicas se estendem para diferentes campos, pois, além da própria Arte e da Educação Física, os agentes das atividades e os aspectos históricos, geográficos e filosóficos também podem ser abordados. Os Jogos Olímpicos podem ser utilizados como uma ferramenta pedagógica para de maneira crítica abordar a Educação Física, o fenômeno esportivo, as modalidades hegemônicas no interior da escola, os elementos que permeiam o currículo oculto, as questões de gênero, as influências midiáticas e os conflitos globais (Paes; Souza Júnior, 2014).
Sobre a temática Festividade, P05 relata uma experiência referente à festa junina em período remoto devido à covid-19:
Festa Junina On-line. Os/as alunos/as organizaram uma coreografia e um cenário com decoração para a Festa Junina (P05).
A mobilização dos alunos para atividades festivas pode promover interação, cooperação e organização, dentre outras coisas, pois, mediante tais propostas, os alunos tiveram que acionar a criatividade para compor o cenário temático. Na Arte, são mobilizados saberes referentes à autonomia, à criação artística e ao trabalho coletivo e colaborativo, indo ao encontro do que está presente na BNCC (Brasil, 2018).
Brasileiro (2016), comentando a respeito da Dança na escola, evidencia que o desenvolvimento do ensino da Dança ocorre, principalmente, por meio de festividades tradicionais, como o caso da dança nas quadrilhas juninas. A autora chama atenção para o fato de que não é ensinada a dança em si enquanto prática corporal, fenômeno ou conteúdo da Educação Física, mas como um momento de reprodução cultural tradicional.
Embora saibamos que as atividades festivas/comemorativas na escola tenham influência significativa, os relatos de P23, P26 e P33 mencionam diferentes manifestações da dança, como danças de salão e danças urbanas, como elo entre os professores de Educação Física e Arte, compreendendo-as como objetos de ensino da Educação Física. Compartilhamos logo abaixo o excerto do professor P23:
Trabalhamos com os oitavos anos o conteúdo de Danças de Salão de forma interdisciplinar com Artes, focando como a prática de Dança pode ser um modo de perpetuar a cultura de um povo (P23).
Buscando conectar as práticas pedagógicas desenvolvidas pelos sujeitos, trazemos o estudo de Oliveira, Batista e Medeiros (2014), que apresentam a possibilidade de planejamento interdisciplinar com a linguagem do hip-hop. A infinidade de perspectivas que a dança proporciona deve ser mais explorada, e existem diversos estudos que abordam a temática (Brasileiro, 2010; Oliveira; Batista; Medeiros, 2014; Diniz; Darido, 2015).
Por último, trazemos a experiência de P34, que trabalhou não com o componente curricular Arte, mas com o de Língua Inglesa. Mediante brincadeiras, jogos e dança, abordou significados de músicas em inglês. Incluímos essa experiência nesta categoria por entendermos a dança como uma expressão de Arte. A seguir, o relato de P34:
Quando trabalhei em Brincadeiras e Jogos e Dança, criei uma forma de jogo de dança com os alunos e em conjunto com a professora de inglês, onde eles buscavam os significados das letras das músicas, que foram em inglês. Criamos coreografias e discutimos vários temas sobre a cultura de cada música. Foi muito gratificante e significativo para todos, pois cada um buscou uma música que tivesse a ver com o seu perfil, e, para finalizarmos, fizemos uma votação na melhor música, e todos fizeram uma atividade relacionada a tal, em que surgiram algumas questões que foram discutidas (P34).
Identificamos nesta categoria que práticas pontuais interdisciplinares entre Educação Física e Arte se configuram como possibilidades em consonância com as propostas da BNCC. Além disso, conforme vem sendo retratado ao longo do estudo, a arte e a cultura estão imbricadas; assim, ao tratar do movimento humano produzido culturalmente, há uma teia de saberes articulados na Educação Física. O estudo de Brasileiro (2010) diz que os componentes curriculares Arte e Educação Física foram inseridos historicamente na escola de maneira similar; logo, seu desenvolvimento se deu de forma semelhante, pois experienciar e sentir são prerrogativas para o aprendizado. As experiências compartilhadas evidenciaram que a educação, mediante planejamento e ações referentes às práticas corporais e à interação com o meio, promove o desenvolvimento do senso estético no sentido proposto pela BNCC.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos perceber a importância da cultura e do senso estético como ferramentas facilitadoras do processo pedagógico coletivo, conduzindo a grande maioria das práticas. Salientamos que a Educação Física é um componente curricular com fim em si mesmo, e não um meio ou suporte para outros componentes curriculares. Porém, observamos as potencialidades da Educação Física no contexto escolar fazendo-se presentes em diversas esferas, como a biológica, a psicológica, a social e a cultural, o que facilita o diálogo interdisciplinar. Nesse sentido, entendemos a escola como um espaço de aprendizagem onde a Educação Física pode cumprir o papel de ensinar seus conteúdos de forma significativa, interagindo com os demais componentes curriculares e possibilitando a troca mútua entre os pares.
Evidenciamos como principais achados, a partir dos relatos dos docentes, a mobilização dos alunos para atividades festivas, as quais promovem interação, cooperação e organização. Considerando as práticas com a Língua Portuguesa, observamos que as experiências foram relacionadas ao letramento, à alfabetização e à produção textual. Na Arte, foram mobilizados saberes relativos à autonomia, à criação artística e ao trabalho coletivo e colaborativo. No trabalho com a Língua Inglesa, destacaram-se aspectos culturais de países de língua inglesa, com a utilização de músicas. Os Jogos Olímpicos, por sua vez, além da Educação Física em sua abordagem dos esportes, permitem o diálogo com os campos da Geografia, da História e da Filosofia.
Com relação à Educação Física e Língua Portuguesa, observamos que poucos estudos acenam para práticas entre esses componentes. Por isso, conclui-se que essa é uma cultura pedagógica que ainda está emergindo.
Em síntese, na presença dos achados deste estudo, ressaltamos que aqueles professores que se dispuseram a navegar pelas experiências interdisciplinares se sentem satisfeitos e apontam um processo de ensino e aprendizagem construtivo. Embora estudos com professores não apresentem um consenso sobre a Educação Física na AL, os resultados do presente trabalho apontam de forma positiva para a atual configuração curricular.
A partir da BNCC, da AL, com suas respectivas áreas do conhecimento e unidades temáticas, e dos relatos dos professores, observamos que a organização curricular, quando aliada ao diálogo e ao planejamento, facilita a prática pedagógica do professor e a aprendizagem dos alunos, consolidando a Educação Física na Área de Linguagens. Por fim, sugerimos que mais estudos dessa natureza e capacitações para o trabalho interdisciplinar sejam elaborados e desenvolvidos, com vistas a instrumentalizar e motivar os profissionais da educação básica a considerarem as manifestações culturais e o senso estético, na medida em que estes se mostram como condutores para espaços de reflexão, discussão e planejamento.
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Este artigo é um desdobramento de ARRUDA, Gabriela Diel de. A prática pedagógica em Educação Física na Área de Linguagens: um estudo a partir da BNCC. 2022. 117p. Dissertação (Mestrado em Educação Física - Movimento Humano, Educação e Sociedade) - Escola Superior de Educação Física, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2022. Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/ppgef/files/2022/09/VOLUME-FINAL-DISSERTACAO-GABRIELA-DIEL-DE-ARRUDA.pdf. Acesso em: 29 ago. 2022.
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FINANCIAMENTO
O presente trabalho foi realizado sem o apoio de fontes financiadoras.
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ÉTICA DE PESQUISA
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética de Pesquisa (CEP) da Universidade Federal de Pelotas, protocolo número 4.846.719
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COMO REFERENCIAR
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DISPONIBILIDADE DE DADOS DE PESQUISA
Os dados de pesquisa estão disponíveis em repositório da Universidade Federal de Pelotas. Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/ppgef/files/2022/09/VOLUME-FINAL-DISSERTACAO-GABRIELA-DIEL-DE-ARRUDA.pdf. Acesso em: 29 ago. 2022.
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Editado por
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RESPONSABILIDADE EDITORIAL
Alex Branco Fraga* https://orcid.org/0000-0002-6881-1446Elisandro Schultz Wittizorecki* https://orcid.org/0000-0001-7825-0358Mauro Myskiw* https://orcid.org/0000-0003-4689-3804Raquel da Silveira* https://orcid.org/0000-0001-8632-0731Roseli Belmonte Machado* https://orcid.org/0000-0001-5653-1175* Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança, Porto Alegre, RS, Brasil.
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
17 Nov 2025 -
Data do Fascículo
2025
Histórico
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Recebido
29 Set 2022 -
Aceito
09 Jun 2025 -
Publicado
03 Nov 2025
