Open-access CARACTERIZAÇÃO DA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO ESTADO DE SÃO PAULO

CHARACTERIZATION OF CONTINUING EDUCATION OF PHYSICAL EDUCATION PROFESSIONALS IN THE STATE OF SÃO PAULO

CARACTERIZACIÓN DE LA EDUCACIÓN CONTINUA DE LOS PROFESIONALES DE LA EDUCACIÓN FÍSICA EN EL ESTADO DE SÃO PAULO

Resumo

Este estudo teve como objetivo identificar as características dos profissionais de Educação Física relacionadas à formação profissional continuada. Buscou-se compreender o que (conteúdo) e como (forma) esses profissionais realizaram e gostariam de realizar essa formação. O método envolveu 2275 profissionais que atuam no estado de São Paulo, os quais responderam a um questionário do Google Forms, composto por questões sobre formação, atuação profissional e expectativas quanto à formação continuada. A análise dos dados empregou medidas de frequência relativa das respostas de cada alternativa em cada item do questionário. Os resultados indicaram que a maioria dos profissionais possui Licenciatura e Bacharelado em Educação Física, com atuação em diferentes segmentos sociais, distribuídos pelas regiões administrativas do Estado de São Paulo. A principal motivação para a formação continuada é o aprimoramento da competência profissional. Os participantes preferem cursos de curta duração e especialização, oferecidos em faculdades ou universidades, em formato híbrido, sobre os seguintes temas, em ordem de preferência: (1º) fitness; (2º) esporte e biodinâmica; (3º) educação física escolar; educação física adaptada e gestão; (4º) treinamento e idoso; (5º) jogo e assuntos médicos; (6º) personal trainer e (7º) tecnologia.

Palavras-chave
Educação Física e Treinamento; Educação Profissionalizante; Educação Continuada; Capacitação de Professores

Abstract

This study aimed to identify the characteristics of physical education professionals regarding continuing professional training. The study asked what (content) and how (form) these professionals have undertaken and would like to undertake this training. The method involved 2275 professionals working in the State of São Paulo, who answered a Google Forms questionnaire consisting of questions about training, professional practice, and their expectations regarding continuing education. The data were analyzed using measures of relative frequency of responses for each alternative in each item of the questionnaire. The results showed that: the majority of professionals both a Bachelor’s and Licentiate degree in Physical Education, working in different social segments, in different administrative regions of the State of São Paulo. The main motivation for undertaking continuing education is to improve professional competence, with a preference for short-term and specialization courses offered by colleges or universities in a hybrid format, on the following topics, in order of preference: 1st fitness, 2nd sport and biodynamics, 3rd School Physical Education, adapted Physical Education and management, 4th training and the elderly, 5th game and medical matters, 6th personal trainer and 7th technology.

Keywords
Physical Education and Training; Vocational Education; Continuing Education; Teacher Training

Resumen

El objetivo de este estudio fue identificar las características de los profesionales de la Educación Física relacionadas con la formación profesional continua. Se planteó la pregunta de qué (contenido) y cómo (forma) los profesionales de la educación física han realizado y les gustaría realizar su formación profesional continua. El método comprendía 2275 profesionales que trabajan en el Estado de São Paulo, quienes completaron un cuestionario de Google Forms que contenía preguntas relacionadas con la formación y el desempeño profesional, y expectativas con respecto a la educación continua. Los datos se analizaron utilizando medidas de frecuencia relativa de respuestas para cada alternativa en cada ítem del cuestionario. Los resultados mostraron que: la mayoría de los profesionales tienen título de Licenciatura y Bachillerato en Educación Física, actuando en diferentes segmentos sociales, en diferentes regiones administrativas del Estado de São Paulo. La principal motivación para realizar una formación continua es mejorar la competencia profesional, siendo deseables cursos de corta duración y de especialización, en un colegio/universidad, de forma híbrida, sobre los siguientes temas, en orden de preferencia: 1.º fitness, 2.º deporte y biodinámica, 3º Educación Física escolar, Educación Física adaptada y gestión, 4º entrenamiento y mayores, 5º juegos y temas médicos, 6º entrenamiento personal y 7º tecnología.

Palabras clave
Educación y entrenamiento físico; Educación Profesional; Educación Continua; Formación de profesores

1 INTRODUÇÃO

Um profissional é alguém capacitado para realizar um trabalho, atividade ou ocupação especializada. À realização, dá-se o nome de profissão. Existem profissões cuja capacitação pode ocorrer mediante experiência (por exemplo, pedreiro, faxineiro, jardineiro e motorista). Há, também, profissões cujas capacitações são desenvolvidas por meio de cursos livres ou de extensão, como beleza e estética, hospitalidade, cuidador e cozinha. Há ainda profissões cuja capacitação ocorre em contextos de escolarização, como os cursos técnicos em nível de Ensino Médio (Técnico em Eletrônica, Enfermagem e Informática, para citar alguns). Por fim, há profissões cujos processos de capacitação são realizados em nível superior de ensino. São as profissões academicamente orientadas, cujas propostas, projetos e procedimentos de intervenção profissional se alicerçam em conhecimentos acadêmico-científicos (Tani et al., 2021).

Este é o caso da Educação Física, cujos processos de capacitação profissional, denominados como preparação ou formação inicial, ocorrem em instituições de ensino superior (por exemplo, universidades), com base em conhecimentos acadêmicos sobre as dimensões e implicações das atividades físicas (jogos, lutas, danças, esportes, exercícios e ginásticas) e as respectivas intervenções (Tani, 2013). O profissional de educação física (PEF) é aquele que presta serviços especializados de atividades físicas à sociedade, a fim de suprir necessidades de saúde, educação, lazer e (alto) rendimento. Entende-se como prestação de serviços a realização de atividade remunerada para suprir as demandas do mercado de trabalho – portanto, realização de trabalho. Especificamente, no Brasil, a formação profissional inicial em Educação Física (FPIEF) tem sido desenvolvida por meio de dois principais cursos denominados de Bacharelado em Educação Física e Licenciatura em Educação Física, voltados à formação de profissionais para atender às supracitadas necessidades em contextos escolares (exercício do magistério na educação básica – Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio) e não escolares (abrangendo planejamento, implementação e avaliação de programas de ensino-aprendizagem e treinamento destinados à população em geral, atletas e pessoas com deficiência, em locais como parques, academias, clubes, hospitais e spas).

Ao longo dos últimos anos, a FPIEF tem sido abordada como um sistema complexo adaptativo (Ovens; Garbett; Hutchinson, 2016; Sanches Neto; Venâncio; Ovens, 2021; Tani et al., 2021). As implicações de tal abordagem encontram-se nas possibilidades de entender, descrever e explicar a FPIEF como um fenômeno emergente de interações e em constante evolução. Pode-se dizer que corpo docente, corpo discente, estrutura física institucional, recursos humanos não docentes, corpo de conhecimentos e projeto pedagógico situam-se entre os principais componentes cujas interações resultam na complexidade da FPIEF.

Já a adaptabilidade de tal sistema pode ser compreendida por dois caminhos coexistentes e complementares: o primeiro relaciona-se ao fato de os componentes serem dinâmicos, ou seja, mudarem ao longo do tempo. Por exemplo, os docentes e os recursos humanos não docentes se aposentam, os alunos iniciam e finalizam suas FPIEF e os conhecimentos acadêmicos são constantemente renovados. O segundo remete-se à característica de sistema aberto da FPIEF. Um sistema aberto é aquele que interage com seu meio ambiente por meio da troca de energia, matéria e informação (von Bertalanffy, 1950). Se, por um lado, a FPIEF provê profissionais à sociedade, por outro, é esta que fornece as necessidades que requerem atenção de formação especializada.

O ponto central é que a sociedade se encontra em constante mudança, o que gera novas necessidades e exige que a dinâmica do sistema seja adaptativa. Por adaptativa entendem-se mudanças realizadas para a manutenção da função (Corrêa; Correia; Tani, 2016). Conforme já descrito, a função da FPIEF é capacitar profissionais para atender às necessidades de atividades físicas da sociedade. Por exemplo, observa-se que os comportamentos das pessoas foram alterados em razão da recente pandemia de COVID-19, causada pelo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2), inclusive em relação aos contextos e necessidades de atividades físicas (Wilke et al., 2021). Outros exemplos notórios dizem respeito ao número cada vez maior de pessoas sedentárias (Hallal et al., 2012; World Health Organization, 2017) e ao crescimento do analfabetismo ou iliteracia motora (Cairney et al., 2019; Edwards et al., 2017), decorrentes dos avanços sociais relativos à urbanização e tecnologia. Diante disso, parece razoável considerar que os sistemas de FPIEF existentes antes da referida pandemia precisem se adaptar para atender às necessidades sociais do período pós-pandêmico.

No entanto, é igualmente importante ponderar que, se as necessidades sociais e, por conseguinte, o mercado de trabalho mudam com o tempo, os próprios PEFs capacitados em FPIEF anteriores às transformações sociais também precisem se adaptar. Entende-se que as mudanças sociais exijam conhecimentos que permitam compreender, explicar e lidar com os problemas que delas emergem (Tani et al., 2021). Em síntese, a concepção de sistemas complexos adaptativos possibilita compreender a necessidade de não apenas a FPIEF se adaptar continuamente, mas também de existir outro processo de formação profissional, denominado de permanente e continuada.

A formação profissional continuada em Educação Física (FPCEF), por sua vez, consiste no processo pelo qual o profissional consolida ou atualiza suas capacidades de prestação de serviços. Seu reconhecimento crescente nos últimos anos pode ser constatado com base em dois conjuntos de acontecimentos: estabelecimento de legislação e produção de conhecimentos, ambos relacionados, principalmente, à atuação do PEF em contexto escolar.

No Brasil, a regulamentação legal iniciou-se com a criação da Rede Nacional de Formação Continuada de Professores (Brasil, 2005). Em seguida, foram acrescentados três parágrafos ao artigo 62 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, (Brasil, 1996), que determinam o dever de promover formação continuada de modo presencial ou a distância (Brasil, 2009). Outro marco relevante foi a Resolução nº 2, de 1º de julho de 2015, que definiu as diretrizes curriculares nacionais para as formações inicial e continuada. Esta última abrange diferentes dimensões (coletivas, organizacionais e profissionais), desenvolvidas por meio de extensão, grupos de estudos, reuniões pedagógicas, cursos, programas e ações que extrapolam a formação inicial (Brasil, 2015).

Em relação à produção de conhecimentos, observa-se um número expressivo de artigos sobre a formação continuada relacionada a ambientes digitais (e.g., Aschenberger et al., 2023; Carraro et al., 2022; Lander et al., 2022; Souza Júnior; Oliveira. Araújo, 2022), aprendizagens colaborativas (e.g., Gonçalves; Parker; Carbinatto, 2021; Gonçalves; Luguetti; Borges, 2022), educação inclusiva (e.g., Maher; Fitzgerald, 2020; Makopoulou et al., 2022), biomecânica (e.g., Belmont et al., 2021), região geográfica (e.g., Bahia et al., 2018; Bernabé; González-Rivera; Campos-Izquierdo, 2018; Tannehill et al., 2021), percepção de competência e autoeficácia (e.g., Sum et al., 2018, 2021) e estilos de ensino (e.g., Fernández-Rivas; Espada-Mateos, 2019).

Apesar da diversidade de abordagens e de seus respectivos achados, três aspectos se destacam: (a) as FPCEFs têm sido desenvolvidas por meio de palestras, seminários, oficinas, eventos científicos e cursos de curta duração, denominados de formação continuada clássica, e por meio de pós-graduação em níveis lato e stricto sensu, denominados de formação continuada inovadora/crítica. As formações eventuais e de curta duração são as mais procuradas (Ferreira; Santos; Costa, 2015); (b) no início da carreira, a FPCEF preferida visa ao aperfeiçoamento pedagógico, enquanto em estágios mais avançados o foco recai na solução de problemas específicos e na fundamentação para o ensino de novos conteúdos (Rossi; Hunger, 2012); (c) e, mesmo com tal diversidade, há uma lacuna considerável entre o conteúdo das FPCEFs e a prática profissional (Freitas et al., 2016).

Diante do exposto, o objetivo do presente estudo foi identificar as características dos PEFs relativas à FPCEF. Investigou-se sobre o que (conteúdo) e como (forma) os PEFs realizaram e gostariam de realizar FPCEF. Convém salientar que se ampliou o escopo profissional abordado na literatura, com a inclusão de PEF de contextos não escolares. As contribuições deste estudo incluem não somente a identificação dessas características, como também o potencial de subsidiar a elaboração de programas voltados a esse desenvolvimento.

2 MÉTODO

Em face do objetivo, esta pesquisa foi de natureza descritiva, cuja finalidade consiste em descrever determinado fenômeno a partir de dados coletados de modo criterioso e sistematizado. No presente caso, o instrumento aplicado foi um questionário estruturado com perguntas fechadas (Prates, 2017; Thomas; Nelson; Silverman, 2009).

2.1 PARTICIPANTES

Os participantes foram 2.275 PEFs, adultos, com níveis distintos de experiência, em atividade no estado de São Paulo. A participação foi voluntária e ocorreu por meio de convite eletrônico, encaminhado via mailings institucionais (e.g. Conselho Regional de Educação Física de São Paulo) e pessoais (e.g. colegas de trabalho dos autores). Nenhum participante foi identificado em termos de nome, idade, gênero ou etnia. Esta pesquisa foi aprovada por um Comitê de Ética em Pesquisa.

2.2 COLETA DE DADOS

A participação envolveu o preenchimento, por uma única vez, de um questionário (Figura 1) por meio de um link do Google Forms:

Figura 1
Questionário de pesquisa sobre FPCEF.

2.3 ANÁLISE DOS DADOS

Os dados foram analisados por meio de medidas de frequência relativa, com base nas quantidades percentuais de respostas (%) de cada alternativa em cada item do questionário. Optou-se pela frequência relativa para possibilitar a compreensão da distribuição das respostas em cada questão, ou seja, das quantidades de respostas em cada alternativa em relação ao total de alternativas (Goode; Hatt, 1972; Kirsten; Alves; Pereira, 1980; Prates, 2017; Thomas; Nelson; Silverman, 2009). A questão sobre quais temas os PEFs gostariam de abordar em FPCEF admitiu até três respostas por participante, totalizando 4332 respostas. Para fins de análise, esses temas (assuntos) foram agrupados nas seguintes categorias:

  • Fitness: temas com clara relação e/ou foco no aprimoramento, desenvolvimento, aperfeiçoamento ou melhoria de componentes de aptidão física ligados à saúde (força, resistência, cardiovascular ou cardiorrespiratório, composição corporal), bem como atividades relacionadas a esses aspectos (por exemplo, musculação e biomecânica correlata, ginástica laboral e/ou localizada, pilates, emagrecimento, treinamentos físico, funcional, resistido e em academia, exercício, crossfit, saúde e treinamento feminino ou na gravidez, condicionamento, avaliação física, alongamento, hidroginástica, atividade física e saúde, yoga, qualidade de vida, wellness, fitness, sedentarismo, cross training, bodybuilding e prescrição de exercícios).

  • Idoso: temas com evidente relação e/ou foco em atividade física para idosos, incluindo temas como idoso, envelhecimento, terceira idade, melhor idade e gerontologia;

  • Gestão: temas manifestamente voltados à gestão de pessoas, carreiras, eventos, projetos, clubes, escolas e organizações públicas e privadas (abrangendo temas como gestão, administração, gerenciamento, políticas públicas, empreendedorismo, negócios, organização financeira, liderança, consultoria e marketing).

  • Personal trainer temas com clara relação e/ou foco sobre a atuação do profissional de educação física como personal trainer.

  • Biodinâmica: temas como biomecânica, fisiologia, bioquímica, metabolismo, anatomia e nutrição relacionados ao exercício e à atividade física.

  • Treinamento esportivo: temas que envolvem expressamente melhoria, aprendizagem, desenvolvimento ou aprimoramento do desempenho esportivo, incluindo temas como métodos de treinamento, periodização, motivação e psicologia no esporte, preparação física esportiva, rendimento, treinamento de força de atletas, performance, tática, análise de jogo e de desempenho, pedagogia do esporte e iniciação esportiva.

  • Esporte: temas relacionados explicitamente a um ou mais tipos de esporte ou atividade física, tais como natação, voleibol, esportes coletivos, esportes e atividades aquáticas, futebol, futsal, lutas, karatê, dança (dança de salão, danças circulares) e fitness), artes marciais, tai chi chuan, corrida de rua, ginásticas (artística, aeróbica, rítmica e geral), esporte olímpico, triathlon, atletismo, esporte paralímpico, muay thai, esporte radical, pole sports, esporte educacional, tênis de mesa, badminton, vela, wake board, stand up paddle, canoa, remo, kite surf, wind surf, bike indoor, voleibol de praia, beach tênis, esporte escolar, taekwondo, slackline, futebol americano e arbitragem.

  • Jogo: temas com clara relação e/ou foco sobre jogo, recreação e lazer, incluindo, além desses três, temas como jogos de tabuleiro, brincadeiras, jogos eletrônicos, ludicidade, atividades lúdicas, atividade circense, jogos metacognitivos, psicomotricidade.

  • Educação física escolar: temas com clara relação e/ou foco sobre a educação física escolarizada, incluindo temas como escola, BNCC, PCN, educação, Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, metodologia de ensino, Currículo Paulista, currículo antirracista, currículo cultural, metodologias ativas, didática, planos de aula, avaliação, formação de professores, estratégias de ensino, conteúdos de ensino, projetos, competências pedagógicas, currículo em ação, materiais e equipamentos alternativos, pedagogia, temas transversais, esporte, competências, objetivos, comportamento dos alunos, mediação de conflitos, construtivismo, regimento escolar, saúde escolar, docência, indisciplina escolar, educação integral, caracterização do professor.

  • Educação física adaptada: envolve temas com evidente relação com educação física ou atividade física adaptada, reabilitação, educação especial, fisioterapia e inclusão. Contempla deficiências (físicas, motoras, sensoriais, cognitivas, visuais e auditivas) e síndromes (por exemplo, síndrome de Down), bem como doenças ou patologias (por exemplo, câncer, Parkinson, Alzheimer, problemas musculoesqueléticos) e transtornos (TDAH, TEA, dependência química). Abrange, ainda, questões ligadas a lesões, grupos/pessoas especiais ou de risco e metodologias de treinamento direcionadas a esses contextos).

  • Assuntos médicos: temas com clara relação com hospital, clínica e medicina, mas sem relação com educação física, exercícios e atividades físicas. Abrange doenças ou patologias (crônicas, degenerativas, metabólicas, de Parkinson, coronárias, congênitas, obesidade, diabetes), transtornos (bipolaridade, dor, problemas de saúde mental) e procedimentos (primeiros socorros, atendimento hospitalar, prevenção e tratamento de lesões musculoesqueléticas, lesões e patologias de coluna e articulações, liberação miofascial, SUS, osteopatia, terapia mental, tratamento pós-operatório, ortopedia, medicina do esporte, educação física hospitalar).

  • Tecnologia: temas como tecnologia, inteligência artificial e robótica, com clara relação com saúde, atividade física, treinamento, esporte, avaliação, jogos eletrônicos, educação física, ensino, aula e trabalho.

O processo de categorização compreendeu 90% de concordância entre dois profissionais com experiências de intervenção em educação física escolar, educação física não escolar e acadêmica. As frequências relativas a essas categorias também foram analisadas com base nos segmentos de prestação de serviços do PEF. Contudo, para essa análise consideraram-se somente os PEFs que atuavam em um único segmento (n = 1464), o que representou 64,4% dos participantes, os quais trabalhavam exclusivamente em Academia, Clínica/Hospital, Clube, Condomínio, Empresa/Órgão Público, Escola, Faculdade/Universidade, ONG ou como Personal Trainer. Os demais atuavam em dois ou mais desses segmentos.

Para comparar as frequências relativas a essas categorias e às demais questões, empregaram-se testes de comparações múltiplas por meio do Módulo de Tendências (Análises de Tendências e Comparações Múltiplas) do software PEPI (Abramson, 2004). Esse procedimento controla o erro Tipo I em comparações de múltiplas proporções, aplicado após a detecção de diferenças significativas pelo teste Qui-quadrado. O nível de significância estatística foi estabelecido em p ≤ 0,05.

3 RESULTADOS

3.1 PERFIL DOS PEF

A Tabela 1, a seguir, apresenta as frequências relativas de PEF por curso de graduação. A Análise de Tendências e Comparações Múltiplas permitiu inferir que a maioria dos profissionais realizou FPIEF em ambos os cursos: Licenciatura e Bacharelado em Educação Física (χ2 = 2728,05, gl = 3, p < 0,01).

Tabela 1
Frequências relativas de profissionais de Educação Física por curso de graduação.

A Tabela 2 mostra as frequências relativas de PEF por tempo de atuação. A Análise de Tendências e Comparações Múltiplas revelou o seguinte resultado: χ2 = 1265,74, gl = 4, p < 0,01. Verificou-se que a quantidade de profissionais com 30 ou mais anos de formado foi inferior às demais idades (p < 0,01). E, que a quantidade de profissionais com idade entre 20 e 29 anos foi menor do que às idades inferiores (p < 0,01).

Tabela 2
Frequência relativa de profissionais de Educação Física por tempo de atuação.

A Tabela 3 apresenta as frequências relativas de PEF em relação ao segmento de prestação de serviços. A Análise de Tendências e Comparações Múltiplas revelou o seguinte resultado: χ2 = 2624,104, gl = 7, p < 0,01. Verificou-se que as quantidades de profissionais atuando em Instituições de Saúde (Hospital, Clínica e SUS), Faculdades/Universidades e outros foram inferiores àquelas dos demais segmentos de atuação profissional (p < 0,01).

Tabela 3
Frequência relativa de profissionais de Educação Física em relação ao segmento de prestação de serviços.

A Tabela 4 apresenta as frequências relativas de PEF por região administrativa do Estado de São Paulo. A Análise de Tendências e Comparações Múltiplas revelou o seguinte resultado: χ2 = 8889,00, gl = 14, p < 0,01. Verificou-se que as quantidades de profissionais atuando nas regiões de Barretos, Registro, Araçatuba, Franca, Presidente Prudente, Itapeva e Bauru foram menores em comparação àquelas de Ribeirão Preto, Marília e São José do Rio Preto, que por sua vez ficaram abaixo das regiões Central, Baixada Santista, São José dos Campos e Sorocaba. Essas apresentaram valores inferiores a Campinas e São Paulo, sendo esta última a mais representativa entre todas (p < 0,01).

Tabela 4
Frequência relativa de PEF por região administrativa do Estado de São Paulo.

Em relação à questão sobre já terem realizado FPCEF (Tabela 5), os resultados mostraram que apenas 10,6% responderam “não” e 0,2% não responderam. As principais justificativas foram: não ter interesse, estar perto da aposentadoria e não ter tempo. Com relação àqueles que já realizaram (89,2%), quando se analisou os locais em que isso ocorreu, verificou-se o seguinte resultado: χ2 = 1109,18, gl = 3, p < 0,01, sendo “no próprio ambiente de trabalho”, “em uma empresa/órgão especializado” e “numa faculdade/universidade” foram diferentes entre si (p < 0,01).

Tabela 5
Frequências relativas de locais onde os PEF já realizaram FPCEF.

No tocante aos motivos pelos quais os PEF realizaram FPCEF (Tabela 6), a Análise de Tendências e Comparações Múltiplas revelou o seguinte resultado: χ2 = 4157,60, gl = 5, p < 0,01. Observou-se que “por escolha pessoal para melhorar a competência profissional” caracterizou a maior motivação, a qual foi seguida por “obrigatória para melhorar a competência profissional” e “por escolha pessoal p/pleitear outras funções” (p < 0,01).

Tabela 6
Frequências relativas dos motivos pelos quais os PEF realizaram FPCEF.

Concernente às modalidades de FPCEF que os PEFs realizaram (Tabela 7), a Análise de Tendências e Comparações Múltiplas revelou o seguinte resultado: χ2 = 2855,52, gl = 7, p < 0,01). Verificou-se que “seminários, oficinas, ...” e “especialização...” foram as modalidades de formação continuada mais realizadas, as quais foram seguidas de cursos de “atualização, ...” e “aperfeiçoamento, ...” (p < 0,01).

Tabela 7
Frequências relativas das modalidades de FPCEF que os PEF realizaram.

3.2 EXPECTATIVAS DOS PEFs RELATIVAS À FPCEF

Ao serem questionados se gostariam de realizar alguma atividade de FPCEF, apenas 4,6% dos profissionais responderam “não”, apresentando as justificativas de falta de tempo ou interesse, além de proximidade da aposentadoria. Sobre os temas que os PEFs gostariam de abordar em FPCEF (Tabela 8), a Análise de Tendências e Comparações Múltiplas revelou o seguinte resultado relativo à análise geral (independentemente do segmento de atuação profissional): χ2 = 1979,91, gl = 11, p < 0,01. Verificou-se a seguinte hierarquia de preferências: (1) fitness, (2) esporte e biodinâmica, (3) educação física escolar, educação física adaptada e gestão, (4) treinamento e idoso, (5) jogo e assuntos médicos, (6) personal training e (7) tecnologia (p < 0,01).

Tabela 8
Frequência relativa de cada tema que os PEF gostariam de realizar atividade de formação continuada, considerando os profissionais como um todo (Geral) e de acordo com o segmento de prestação de serviços (Acad = Academia; Cl/H = Clínica/Hospital; Clu = Clube; Cond = Condomínio; Em/OP = Empresa/Órgão Público; Esc = Escola; Univ = Faculdade/Universidade; Ong = ONG; e PTra = Personal Trainer.

Quando analisou-se considerando o segmento de atuação, encontrou-se que para os profissionais atuantes em academias (χ2 = 867,88, gl = 11, p < 0,01) e condomínios (χ2 = 56,70,91, gl = 11, p < 0,01), fitness foi o tema mais escolhido. Para os profissionais de clínicas/hospitais e personal trainer, a preferência por fitness foi acompanhada do tema educação física adaptada (χ2 = 52,69, gl = 11, p < 0,01) e biodinâmica (χ2 = 313,61, gl = 11, p < 0,01), respectivamente. Esporte foi o tema mais sugerido por profissionais de clubes (χ2 = 129,96, gl = 11, p < 0,01), empresas/órgãos públicos (χ2 = 93,05, gl = 11, p < 0,01) e escola (χ2 = 1212,80, gl = 11, p < 0,01). Nesse último, a preferência foi também por educação física escolar; e, em empresas/órgãos públicos houve também preferência por gestão e esporte. Profissionais de faculdades/universidades preferiram o tema gestão e profissionais de ONGs preferiram educação física adaptada.

Em relação ao local no qual os PEFs gostariam de realizar FPCEF (Tabela 9), a Análise de Tendências e Comparações Múltiplas revelou o seguinte resultado: χ2 = 2221,40, gl = 4, p < 0,01. Verificou-se que “numa faculdade/universidade” foi o local preferido em relação aos demais (p < 0,01) e que “em uma empresa/órgão especializado” e “no próprio ambiente de trabalho” foram as preferências intermediárias (p < 0,01).

Tabela 9
Frequência relativa de cada preferência de local em que os PEFs gostariam de realizar FPCEF.

No tocante à modalidade de FPCEF que os PEFs gostariam de realizar (Tabela 10), a Análise de Tendências e Comparações Múltiplas revelou o seguinte resultado: χ2 = 2137,21, gl = 7, p < 0,01. Verificou-se “especialização”, “atualização” e “aperfeiçoamento” foram as modalidades mais indicadas pelos profissionais (p < 0,01).

Tabela 10
Frequência relativa de cada modalidade de formação continuada que os profissionais de educação física gostariam de realizar.

Em relação ao período da semana que os PEFs gostariam de realizar FPCEF (Tabela 11), a Análise de Tendências e Comparações Múltiplas revelou o seguinte resultado: χ2 = 2278,87, gl = 3, p < 0,01). Observou-se que “Nos finais de semana” foi o período preferido em relação aos demais (p < 0,01), o que foi seguido por “de segunda a sexta-feira à noite” (p < 0,01).

Tabela 11
Frequência relativa de cada de período da semana que os profissionais de educação física gostariam de realizar atividades de formação continuada.

Em relação ao formato de realização das atividades de FPCEF (Tabela 12), a Análise de Tendências e Comparações Múltiplas revelou o seguinte resultado: χ2 = 941,32, gl = 3, p < 0,01. O formato híbrido foi o preferido pelos profissionais, seguido pelo modo virtual e presencial, respectivamente (p < 0,01).

Tabela 12
Frequência relativa de cada de formato de realização das atividades de FPCEF que os PEF gostariam de realizar

4 DISCUSSÃO

O objetivo desta pesquisa foi identificar as características dos PEFs relativas à FPCEF. Os resultados indicaram que a maioria dos PEFs completou FPIEF em ambos os cursos de graduação – Licenciatura e Bacharelado em Educação Física – e possui até 19 anos de atuação. Sabe-se que as finalidades desses cursos envolvem a formação de PEF para contextos escolares e não escolares de Educação Física (Brasil, 1987). É possível que o profissional escolha essa dupla formação para atender de modo mais amplo ao mercado de trabalho, ampliando as chances de empregabilidade. Sob uma perspectiva sistêmica, pode-se sugerir que as formações em Licenciatura e Bacharelado em Educação Física propiciam maior diversidade de recursos e, portanto, maior capacidade de adaptação às demandas profissionais, que são diversas e evoluem continuamente (Corrêa; Correia. Tani, 2016; Tani et al., 2021).

O fato de a maior parte das pesquisas sobre FPCEF focalizar professores da educação básica (e.g., Bahia et al., 2018; Belmont et al., 2021; Carraro et al., 2022; Clementino; Vieira, 2020; Fernández-Rivas; Espada-Mateos, 2019; Ferreira; Santos; Costa, 2015; Freitas et al., 2016) pode refletir o grande interesse acadêmico em compreender a FPCEF no contexto escolar. No entanto, apesar da pertinência e da legitimidade desses estudos, bem como de suas contribuições reconhecidas no avanço do conhecimento no campo da Educação Física, os achados desta pesquisa sugerem cautela em generalizações, ao menos no que diz respeito aos PEFs do estado de São Paulo. Isso porque constatou-se que somente 18,4% (a minoria dos PEFs) possuía formação específica para o contexto escolar (Licenciatura), e que apenas 26,9% atuavam exclusivamente nesse contexto. Inferência semelhante pode ser efetuada para os 16,6% que possuíam formação exclusiva para o contexto não escolar (Bacharelado). Em outras palavras, no estado de São Paulo, a maioria dos PEFs analisados concluiu os dois cursos e atua em ambos os contextos (escolar e não escolar). Observou-se, por exemplo, que professores da educação básica também exerciam atividades em academia, clínica, clube, condomínio, faculdade/universidade, ONG, empresa/órgão público, creche, escola de futebol, APAE e como personal trainer.

De fato, os resultados demonstraram um significativo número de PEF atuando em diferentes segmentos, como educação escolarizada (escolas públicas, escolas privadas e creches), instituição de atividade física e saúde (academias, spas, estúdios de pilates), clubes e condomínios, atendimento personalizado e em empresa/órgão público. Constatou-se que os segmentos de atuação profissional caracterizados como instituição de saúde (hospital, clínica e SUS) e faculdade/universidade foram aqueles com menores quantidades de PEF. No caso das instituições de saúde, tais resultados podem estar relacionados à escassez de oferta de trabalho e/ou à especificidade do próprio mercado, visto que em boa parte delas os PEFs atuam como parte de equipes multidisciplinares. Por exemplo, recentemente o Ministério da Saúde instituiu o eMulti, caracterizado por equipes compostas por profissionais de saúde, de diferentes áreas do conhecimento e categorias profissionais para trabalharem na atenção primária à saúde (Brasil, 2023). Em relação à atuação em faculdades/universidades, a quantidade reduzida de PEF pode se explicar pela formação exigida em nível de pós-graduação, sobretudo stricto sensu.

A região geográfica tem sido uma preocupação das pesquisas sobre FPCEF, mas geralmente sem ênfase em comparações ou em suas subdivisões internas. Por exemplo, Tannehill et al. (2021), Bahia et al. (2018) e Bernabé, González-Rivera e Campos-Izquierdo, (2018) analisaram processos relacionados à FPCEF em Ilhéus, na Espanha e na Europa, respectivamente. No presente estudo, buscou-se acessar as perspectivas de profissionais atuantes no estado de São Paulo. Notavelmente, foi alcançada a adesão de PEFs oriundos de diversas regiões administrativas do estado, e os resultados indicaram que quanto mais populosa a região, maior a quantidade de respondentes, o que parece ser coerente.

Os resultados também apontaram que faculdades/universidades constituem o local principal em que os PEFs já realizaram e/ou gostariam de realizar FPCEF. Tal preferência pode advir do status de “local de produção e transmissão de conhecimento” ainda atribuído a essas instituições pela sociedade. Ademais, o próprio ambiente de trabalho e empresas/órgãos especializados também foram apontados como locais adequados a essa realização. Esses achados são corroborados por Bahia et al. (2018), os quais mostraram que cursos realizados por instituições de trabalho (e.g. Diretorias Regionais de Educação/DIREC) e universitárias (e.g. Universidade Estadual de Santa Cruz/UESC) têm sido profícuos na promoção de formação continuada.

Vale destacar que “melhorar a competência profissional” despontou como a principal motivação para a FPCEF. Em um estudo recente, Carraro et al. (2022) observaram que a participação de professores de educação física em programas de treinamento contribui para ampliar sua competência e motivação para promover estilos de vida mais ativos em adolescentes. No magistério, há planos de carreira que exigem certificados de cursos de formação continuada para progressão salarial (Clementino; Vieira, 2020; São Paulo, 2022). A rede pública de ensino do estado de São Paulo dispõe da Escola de Formação e Aperfeiçoamento de Professores (EFAPE), que oferta formações específicas sobre currículo oficial, gestão e administração escolar, em formato presencial ou via plataformas digitais de ensino. Em muitos municípios do estado, equipes próprias organizam formações para seus docentes. Esse cenário pode justificar a elevada proporção de profissionais que realizaram FPCEF no próprio local de trabalho. Para além da questão financeira, no âmbito escolar, a FPCEF tem sido vinculada às necessidades nas diferentes fases da carreira docente: (primeira) inicial: aprimoramento da prática pedagógica; (segunda) estabilização: solução de problemas e ensino; (terceira) diversificação: abordagem de novos conteúdos; (quarta) serenidade/desinvestimento: realização de atividades em espaços diferentes da escola (Rossi; Hunger, 2012). Por fim, sob a perspectiva não escolar, vislumbra-se a busca por inovações nos métodos de ensino-aprendizagem, motivação dos aprendizes, gestão de pessoas e turmas, e avanços tecnológicos (Fernández-Rivas; Espada-Mateos, 2019).

É igualmente relevante notar que cursos de curta duração (e.g., atualização e aperfeiçoamento) e especialização foram as modalidades mais realizadas e, também as mais almejadas. De fato, essas formações possuem ofertas mais numerosas e costumam abordar problemas práticos do cotidiano profissional (Ferreira; Santos; Costa, 2015), podendo adequar-se melhor à realidade do PEF paulista que, recorrentemente, lida com uma extensa carga horária. Essa perspectiva é corroborada pelas respostas sobre o período e o formato pretendidos para a realização da FPCEF, predominantemente nos finais de semana e em modo híbrido.

Quanto aos temas de maior interesse para FPCEF, os resultados mostraram significativa diversidade com a seguinte hierarquia de preferências: (1º) fitness, (2º) esporte e biodinâmica, (3º) educação física escolar, educação física adaptada e gestão, (4º) treinamento e idoso, (5º) jogo e assuntos médicos, (6º) personal training e (7º) tecnologia. Tais tópicos parecem refletir a demanda social, considerando, por exemplo, a relevância dos “mercados” fitness (e.g. academias), esportivo (e.g. clubes e escolinhas) e de educação física escolarizada – claramente dentre aqueles quantitativamente mais significativos.

Similarmente a sistemas adaptativos complexos, os resultados também permitiram identificar características comuns e específicas relacionadas às preferências de temas e ao segmento de atuação profissional. O fato de esses sistemas serem organizados hierarquicamente possibilita a manifestação simultânea de características aparentemente contraditórias, como consistência-variabilidade, ordem-desordem, generalidade-especificidade e comunalidade-diferença (Corrêa et al., 2022). Por exemplo, licenciados e bacharéis em educação física trabalham com as atividades físicas na forma de jogos, lutas, danças, exercícios, ginásticas e esportes (comunalidade). Entretanto, enquanto o licenciado atua no contexto escolar, cujos objetivos são estabelecidos por lei (e.g. Brasil, 1996, 2009), o bacharel exerce a profissão em contextos não escolares, onde os objetivos são delimitados pelo cliente/atleta e/ou pela instituição. Outro exemplo surge nas Diretrizes Curriculares Nacionais - Resolução nº 6, de 18/12/2018 (Brasil, 2018), que incluem uma etapa comum de formação do PEF e outra etapa específica, diferenciando Licenciatura e Bacharelado. Portanto, constatou-se que alguns temas são específicos a um ou outro segmento, enquanto outros estão presentes em vários contextos. Para profissionais que atuam em academias e condomínios, o fitness foi o tema mais escolhido. Entre profissionais de clínicas/hospitais e personal trainers, a preferência por fitness foi acompanhada por educação física adaptada e biodinâmica, respectivamente. Esporte foi o tema mais sugerido em clubes, empresas/órgãos públicos e escolas. Nesse último caso, verificou-se também a preferência por educação física escolar; e, em empresas/órgãos públicos, houve menção à gestão e ao esporte. Profissionais de faculdades/universidades optaram prioritariamente por gestão, enquanto aqueles de ONGs indicaram educação física adaptada.

5 CONCLUSÃO

Em conclusão, a maioria dos PEFs possui formação em Licenciatura e Bacharelado em Educação Física, com atuação em diferentes segmentos sociais (escola públicas, escolas privadas e creches; academias, spas e estúdios de pilates; clubes e condomínios; atendimento personalizado; e empresa/órgão público), nas diferentes regiões administrativas do estado de São Paulo. A principal motivação para a FPCEF está relacionada à melhora da competência profissional. Observou-se demanda por cursos de curta duração e especialização, em faculdade/universidade, em formato híbrido, sobre os temas: (1º) fitness, (2º) esporte e biodinâmica, (3º) educação física escolar, educação física adaptada e gestão, (4º) treinamento e idoso, (5º) jogo e assuntos médicos, (6º) personal trainer e (7º) tecnologia.

Esses achados caracterizam-se como subsídios para a elaboração de programas de FPCEF, à medida que possibilitam sugerir que tais programas deveriam ser oferecidos com o objetivo de melhorar a competência do PEF nos temas citados: fitness, esporte, biodinâmica, educação física escolar, educação física adaptada, gestão, treinamento, idoso, jogo, assuntos médicos, personal trainer e tecnologia. Além disso, esses cursos deveriam ocorrer em formato de curta duração ou especialização, em faculdade/universidade, e em formato híbrido. Especificamente, os achados deste estudo permitem sugerir que: (1) para PEFs que atuam em academias e condomínios, a FPCEF deveria abordar fitness; (2) para PEFs que atuam em clínicas/hospitais e como personal trainer, deveria abranger fitness, educação física adaptada e biodinâmica; (3) para PEFs que trabalham em clubes e empresas/órgãos públicos, deveria abarcar esporte; (4) para PEFs que atuam em escola, deveria considerar esporte e educação física escolar; (5) para PEFs que atuam em empresas/órgãos públicos, deveria abranger gestão e esporte; (6) para PEFs que trabalham em faculdades/universidades, deveria tratar de gestão; e (7) para PEFs que atuam em ONGs, deveria versar sobre educação física adaptada.

A utilização de questionário via Google Forms possibilitou o acesso a um número expressivo de PEF em todo o estado de São Paulo. Ainda assim, reconhece-se que questionários podem envolver limitações, como a incerteza quanto ao grau de dedicação dos respondentes e o contexto em que forneceram suas respostas. Esses fatores devem ser considerados em estudos futuros. Além disso, recomenda-se investigar as expectativas dos PEFs acerca da FPCEF considerando as variáveis gênero, idade e tempo de atuação.

  • FINANCIAMENTO
    O presente trabalho foi realizado sem o apoio de fontes financiadoras.
  • ÉTICA DE PESQUISA
    A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética de Pesquisa (CEP) da Escola de Educação Física da Universidade de São Paulo, protocolo Escola de Educação Física da Universidade de São Paulo.
  • COMO REFERENCIAR
    SILVA FILHO, Antônio Sabino; SILVA, Sílvia Letícia; CORRÊA, Umberto Cesar. Caracterização da formação continuada de profissionais de Educação Física do estado de São Paulo. Movimento, v. 31, p. e31035, jan./dez. 2025. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-8918.141419

DISPONIBILIDADE DE DADOS DE PESQUISA:

Os dados de pesquisa estão disponíveis no corpo do documento e também estarão disponíveis mediante solicitação.

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Editado por

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    10 Nov 2025
  • Data do Fascículo
    2025

Histórico

  • Recebido
    24 Jul 2024
  • Aceito
    20 Abr 2025
  • Publicado
    24 Out 2025
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