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Estrutura da assembléia de chironomidae em relação ao enriquecimento orgânico de um ambiente aquático

A diversidade taxonômica da comunidade de Chironomidae em ambientes aquáticos poluídos e não-poluídos foi estudada na área de influência do Distrito Agroindustrial de Anápolis, Anápolis, GO, avaliando-se a distribuição lognormal como indicador da integridade biótica desses sistemas. Larvas de Chironomidae foram coletadas em três pontos a montante e jusante do lançamento do efluente da estação de tratamento de esgoto desse distrito industrial. O ajuste do modelo de distribuição foi realizado utilizando-se o modelo de regressão não-linear, adotando procedimento iterativo quasi-Newton. Foram amostrados 21.498 indivíduos de 24 gêneros de Chironomidae. Chironomus, Polypedilum, Rheotanytarsus e Thienemanniella foram os mais abundantes, visto que são geralmente considerados resistentes à poluição orgânica. A assembléia do ponto a montante do lançamento foi bem descrita pelo modelo de distribuição lognormal truncada. O grande aumento da abundância de alguns gêneros no primeiro ponto a jusante impossibilitou o ajuste da distribuição lognormal truncada. O segundo a jusante, no entanto, possibilitou bom ajuste, possivelmente devido à diminuição na abundância dos grupos dominantes. Esses dados corroboram a hipótese de que as assembléias de chironomideos em ambientes não alterados são bem descritas por uma distribuição lognormal, o que não pode ser observado em ambientes degradados. Desta forma, evidenciou-se que a poluição orgânica causa desestruturação das comunidades aquáticas desse sistema, com perda das espécies sensíveis e dominância das tolerantes a esse tipo de impacto. Além disso, fica evidente que a distribuição lognormal pode ser considerada uma valiosa abordagem para avaliação de impactos ambientais.

Distúrbio ambiental; modelo lognormal; bioindicador


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