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MARTÍ VERSUS MARTÍ: NACIONALISMO E HEGEMONIA EM HAVANA E MIAMI1 1 Este artigo faz parte do projeto de pós-doutorado desenvolvido no Departamento de Antropologia da USP com financiamento da Fapesp, processo no 2013/23833-8. Agradeço à Fapesp e aos colegas e amigos que comentaram versões anteriores do artigo: Stephan Palmié, Susan Gal, Kerry Chance, Gregory Duff Morton e Lilia Schwarcz.

RESUMO

Este artigo examina a produção de imaginários nacionalistas hegemônicos entre cubanos de Havana e Miami, no contexto da luta entre o Estado socialista cubano e seus opositores exilados. O artigo argumenta que, depois de mais de cinco décadas de um conflito intenso que saturou os espaços públicos dessas duas cidades com referências nacionalistas, as ideologias das duas elites políticas cubanas não se tornaram hegemônicas em nenhuma das duas metrópoles, mas que as premissas ideológicas profundas que elas compartilham gozam de validade quase inconteste entre os cubanos das duas cidades. O artigo focaliza a celebração do herói nacional José Martí - a quem ambas as elites tomam como predecessor e inspirador - para argumentar que o conflito político ajuda a tornar imaginários nacionais hegemônicos ao naturalizar símbolos, concepções e narrativas que as partes em conflito compartilham e tomam por tácitos.

PALAVRAS-CHAVE:
Nacionalismo; hegemonia; socialismo real; Cuba; Miami

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