Abstract in Portuguese:
RESUMO A partir de uma resenha minuciosa de publicações recentes orientadas pelo conceito de conviviality e outras expressões etimologicamente afins (convivialisme, Konvivenz, Konvivialität), o artigo explora um déficit analítico comum a essas diferentes contribuições: a desconsideração da relação de constituição recíproca entre desigualdade e convivialidade. Para superar esta deficiência, o ensaio desenvolve um marco analítico, de acordo com o qual desigualdades definidas a partir de quatro eixos complementares e interdependentes (desigualdades materiais, de poder, ecológicas e epistemológicas) são sempre significadas, reproduzidas e negociadas no âmbito de relações conviviais.Abstract in English:
ABSTRACT Starting from a detailed review of recent publications oriented by the concept of conviviality and etymologically related expressions (convivialisme, Konvivenz, Konvivialität), the article explores a common analytical deficit in these different contributions: the disregard of the reciprocal constitution of conviviality and inequality. To overcome this deficiency, the essay develops an analytical framework, according to which inequalities defined along four complementary and interdependent axes (material, power, environmental and epistemological asymmetries) are always signified, reproduced, and negotiated within convivial interactions.Abstract in Portuguese:
RESUMO O artigo discute o Manifesto Convivialista publicado por um grupo de acadêmicos franceses em 2013, comparando, em seguida, os conceitos de convivialismo, como teoria social e política, e convivialidade, como prática vivida. Desenvolve, por fim, um modelo normativo de modos de convivência.Abstract in English:
ABSTRACT The article firstly discusses the Convivialist Manifesto which was published by a group of French academics in 2013. Secondly, the concepts of convivialism as a social and political theory and conviviality as a lived practice are compared. Finally, a normative model of modes of conviviality is developed.Abstract in Portuguese:
RESUMO O presente artigo questiona as normas e as formas de conhecimento sobre convivialidade nas literaturas caribenhas do século XIX, com o estabelecimento dos discursos de racismo e com a intensa negociação em torno da questão da convivialidade. Até que ponto é possível desafiar criticamente as construções essencialistas em uma época que ficou marcada na história como o auge do racismo? Pode uma observação mais apurada das representações de convivialidade nos levar a relativizar as referências canonizadas do século XIX, como raça e nação?Abstract in English:
ABSTRACT This article asks about the norms and the forms of knowledge about conviviality in Caribbean literatures of the 19th century, as the discourses of racism were being established and the question of conviviality was negotiated very intensely. To what degree it is possible to critically challenge essentialist constructions in an era that has gone down in history as the heyday of racism? Can a sharper look at representations of conviviality lead us to relativize canonized frames of 19th century reference, such as race and nation?Abstract in Portuguese:
RESUMO Monarcas ibéricos medievais e do início da era moderna governavam por meio de uma delegação competitiva de certas formas de jurisdição. Isso criou uma forma tensa de convivência cotidiana, na qual os membros do grupo estavam muito cientes de aspectos das leis de outros grupos. O quadro analítico da convivialidade revela as maneiras pelas quais o consenso tinha que ser constantemente renegociado nas múltiplas dinâmicas de grupo, em vez de imposto ou alcançado.Abstract in English:
ABSTRACT Late medieval and early modern Iberian monarchs governed through a competitive delegation of certain forms of jurisdiction. This created a tense form of everyday conviviality, wherein group members were intimately knowledgeable about aspects of the laws of other groups. The analytic of conviviality reveals the ways that consensus had to be constantly renegotiated within multiple group dynamics rather than imposed or achieved.Abstract in Portuguese:
RESUMO As transformações que vêm ocorrendo no campo religioso, indissociáveis das grandes mudanças sociais, são: (a) o declínio da hegemonia católica e a expansão do pentecostalismo evangélico; (b) o crescimento dos sem religião, interessados na espiritualidade; (c) a valorização da individualidade e do nomadismo espiritual; (d) a conjugação entre Teologia da Prosperidade e desenvolvimento econômico, agora ameaçada pela crise.Abstract in English:
ABSTRACT These are the major transformations that have been happening within the religious field, inseparable from deep social changes: (a) the decline of catholic hegemony and the expansion of evangelical Pentecostalism; (b) the growing number of those who don’t have a religion, though interested in spirituality; (c) the valorization of individuality and spiritual nomadism; (d) the articulation of Theology of Prosperity and economic development, now challenged by the crisis.Abstract in Portuguese:
RESUMO Diante da aceleração das reformas neoliberais que se seguiu à crise financeira de 2008 e aos “movimentos das praças”, o presente artigo procura compreender a relação do neoliberalismo com as crises econômicas e políticas na democracia liberal. A governamentalidade neoliberal instrumentaliza as crises de modo a reforçar seu dispositivo de poder, impossibilitando a transição para outro regime de acumulação e convertendo a instabilidade em estado crônico.Abstract in English:
ABSTRACT Considering the acceleration of neoliberal reforms after the 2008 financial crisis and the “movement of the squares”, this article seeks to understand the relationship between neoliberalism and economic and political crises in liberal democracy. Neoliberal governmentality instrumentalises crises in order to reinforce its power device, making a transition to another regime of accumulation impossible and converting the instability into a chronic condition.Abstract in Portuguese:
RESUMO O texto discute explicações a respeito da atual crise política brasileira. A noção de que a crise não é institucional considera regras específicas e se baseia em uma particular definição de instituição. Isso gera uma explicação contextual ou ad hoc. Argumentamos que uma interpretação institucional da crise depende de duas modificações: a possibilidade de mudança institucional e a interação entre um conjunto maior de instituições políticas.Abstract in English:
ABSTRACT The paper debates the current explanations about the current Brazilian political crisis. The ideia that the crisis has no institutional origins considers specific rules and relies on a particular definition of institution. This approach generates a contextual or ad hoc explanation. We argue an institutional interpretation of the crisis depends on two modifications: the possibility of institucional change and the interaction between a larger set of political institutions.Abstract in Portuguese:
RESUMO Neste artigo, intentamos delimitar o espaço social ocupado pelos intelectuais midiáticos de direita que atuaram em favor do impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff entre 2015 e 2016. Consideramos as relações entabuladas por eles com os poderes político, acadêmico, econômico e midiático. Assim, buscamos dar inteligibilidade à organização interna de um âmbito amiúde desprezado pelas ciências sociais brasileiras.Abstract in English:
ABSTRACT In this paper, we intend to circumscribe the social space occupied by the right-wing mediatic intellectuals that supported the impeachment of former president Dilma Rousseff between 2015 and 2016. We consider the relations established between them and the political, academic, economic and mediatic powers. Therefore, we aim to make intelligible the internal organization of a field often neglected by the Brazilian social sciences.Abstract in Portuguese:
RESUMO O artigo analisa a articulação entre evangélicos e conservadorismo na crise brasileira. Minha hipótese é de que uma parte significativa desse segmento religioso compõe, de diferentes maneiras e intensidades, o processo social mais amplo que tem sido denominado no debate público nacional e internacional como uma onda conservadora, cujo desdobramento mais recente foi a eleição, em 2018, de um presidente com retórica de extrema-direita: Jair Bolsonaro.Abstract in English:
ABSTRACT The article analyzes the articulation between evangelicals and conservatism in the Brazilian crisis. My hypothesis is that a significant part of this religious segment composes, in different ways and intensities, the broader social process that has been termed in the national and international public debate as a conservative wave, whose most recent deployment was the election, in 2018, of a president with extreme-right rhetoric: Jair Bolsonaro.